domingo, 30 de março de 2014

Dificil, fraquinho, mas saboroso

Não foi nada fácil arrecadar os 3 pontos em disputa na recepção ao Vitória de Guimarães. A verdade é que não há jogos fáceis na Liga Zon Sagres, o grau de dificuldade depende sempre do desempenho de todos os intervenientes e, no caso de ontem, a regra manteve-se. E ontem nem o Sporting esteve ao melhor nível nem o Vitória lhe facilitou a tarefa. 

Foi dos jogos menos conseguidos este ano em casa e quando não se joga bem a vitória fica sempre mais difícil de alcançar. Salvou-se o espírito da equipa que, mesmo sem usar dos melhores processos, nunca abdicou de procurar o golo. Quando o conseguiu nem sempre defendeu como devia nem explorou o adiantamento do adversário com a eficácia necessária, mas não abdicou de lutar. Foi esse espírito que acabou por ser determinante para o desfecho final.

A equipa de Rui Vitória não é um primor de execução técnica, muito pelas limitações do seu plantel mas, por mérito indiscutível do seu técnico, é das equipas que melhor explora as fraquezas dos adversários. Quando, como ontem, o resultado não se define, a equipa cresce e acredita, tornando-se num adversário incómodo.

Da parte do Sporting muita dificuldade em saber lidar com as solicitações longas para os avançados e em pressionar as saidas com a bola jogada de pé para pé. Apesar disso o Sporting esteve melhor, muito melhor e mais seguro, a controlar o jogo ofensivo do adversário do que a na organização do seu ataque. Aí o Sporting nunca se sentiu confortável perante a boa organização do adversário. Extremos muito distantes de Slimani e sem o conseguir servir pela via que ele é mais eficaz, a via aérea. Os ataques sucediam-se mas sem grande perigo. Pouca presença na área e mesmo na zona central, o que torna mais difícil a ocorrência de perigo e dos desejados golos.

Mané bem merecia melhor companhia na frente. Capel continua desinspirado e Heldon, à semelhança de registos anteriores, sem justificar a titularidade. Com Slimani o Sporting perde grande capacidade de progressão. O forte do argelino é o jogo aéreo mas o nível técnico não o ajuda a segurar uma bola ou a executar passes precisos. Na área, quando a bola se joga pelo chão, perde-se muitas vezes no meio dos centrais, nem sempre decidindo bem quando é melhor procurar o primeiro poste, o segundo, dar um passo  frente ou atrás. Para quem tem de fazer a assistência a missão fica extremamente dificultada porque não o vê. 

Já aqui tinha afirmado em post anterior que me parece que o nosso futebol perde em tê-lo como primeira opção, por ficar limitado a pouco mais do que despejar bolas para a molhada. A aleatoriedade desse tipo de lances não favorece as nossas pretensões. Montero tem muito mais a oferecer e perde apenas no capitulo do jogo aéreo. Provavelmente a presença dos dois, o tal plano B de que tanto se falou, é mais vantojoso, quer para o jogo de ambos quer para a equipa. A menos que Leonardo Jardim antecipe que as finalizações do colombiano vão ser irremediavelmente consideradas ilegais.

Esperam-nos 5 finais. A equipa dá ares de estar esticada ao limite no que a soluções para o seu jogo diz respeito. Estas circunstâncias tornam os 3 pontos conseguidos extremamente saborosos. A necessidade assim o determina, quando se precisa o fraquinho e difícil é muito bom.

Uma palavra final para a arbitragem: incompetente. No entanto não creio que haja razões para nos queixarmos, atendendo a que poderíamos ter terminado o jogo com 9 jogadores e isso poderia muito bem significar uma história final muito diferente da que agora se escreve.

sexta-feira, 28 de março de 2014

O que ficou da espuma da entrevista de Bruno de Carvalho

Por razões que se prendem com a minha vida pessoal não me tem sobrado muito tempo para dedicar à actualização do blogue da forma que gostaria. É essa a razão de fundo, porque não me faltam assuntos para escrever novos posts ou interagir com os leitores. Um dos temas obrigatórios teria que ser o ciclo de um ano de presidência de Bruno de Carvalho que agora se completa. Espero poder fazê-lo já durante a semana e deixá-lo aqui a quem faz o favor de ler e quiser debater.

A data tem sido assinalada pela generalidade dos blogues leoninos e como é óbvio pela comunicação social. Foi isso que aconteceu ontem (escrevo o post após a entrevista) com Bruno Carvalho a ser entrevistado pela TVI.

Mais do que um debate sobre o que foram os últimos 12 meses da vida do nosso clube o acontecimento tem surgido mais como uma comemoração. A isso não será alheio o momento da vida do clube, com os resultados que ninguém se atreveria a prever (não apenas há um ano, mas até mesmo há seis meses, quando a época se iniciou) a destacarem-se, influenciando as análises e absorvendo praticamente as restantes matérias. Dificilmente poderia ser de outra forma.

O percurso do Sporting no último ano tornou-se um assunto incontornável para os média. Mas para quem segue a vida do clube com atenção e de perto a entrevista não trouxe praticamente nada de novo. O modelo procura sobretudo satisfazer os interesses dos promotores, neste caso a TVI, na procura de audiências. Infelizmente o conhecimento das matérias é muito superficial e assim decorre a abordagem ao entrevistado. Daí que grande parte do tempo foi consumido a falar dos dossiers mais mediáticos, como as relações com os rivais, com a arbitragem, etc.

Bruno de Carvalho vive o seu melhor momento como presidente do clube, sente-se respaldado pelos adeptos, pelo que está como peixe na água neste modelo, dominando a quase hora e meia que durou a entrevista. A dada altura quem parecia mais incomodado era o entrevistador e não o entrevistado.

Do muito que foi dito o que me mereceu particular atenção, e de certa forma me surpreendeu, foi a revelação da manutenção do orçamento de 25 milhões. Neste contexto foram estas as palavras do presidente:

"Vamos estar mais bem preparados do que os restantes. O objectivo passa por fazer melhor com menos recursos, aquilo que se dizia que não se podia fazer. Passou um ano e está-se provado que se consegue fazer."

Convém recordar que 25 milhões é pouco mais do que o orçamento do SCBraga e pouco mais do que 1/4 do orçamento de FCP e SLB. Julgo que todos entenderam as razões pelas quais o Sporting teve que reduzir custos. Sabemos que o Sporting não pode igualar os orçamentos de FCP e SLB mas julgo que também ninguém duvida que a diferença de orçamentos também se reflecte no que as equipas fazem em campo. 

A minha dúvida é como é que o Sporting vai abordar o próximo ano a fase de grupos da Liga dos Campeões - que todos desejamos  se confirme - e a candidatura ao campeonato nacional, ontem já assumida por Bruno de Carvalho. 

Isto é, como é que o Sporting promoverá a melhoria necessária do seu plantel, quando esta terá obrigatoriamente que ser feita em quantidade - por força dos muitos mais jogos que terá que realizar - mas também em qualidade, mantendo o mesmo orçamento, mesmo que possa vir a contar com receitas extraordinárias com a alienação de alguns activos, leia-se jogadores. 

Adenda: Tendo-me sido colocada a questão de a verba acima referida, os 25 milhões, serem respeitantes à totalidade do orçamento - o meu entendimento, reforçado pelo que entretanto foi veiculado pela C.S. - ou apenas à despesa com pessoal, aproveitei a hora de almoço para rever a parte da entrevista que lhe dizia respeito. Aí constatei que a referência feita por Bruno de Carvalho foi a despesas com pessoal, após elencar as verbas respeitantes aos anos transactos. Feita a devida correcção, creio que a mesma não altera substancialmente o raciocinio expresso no post: 

Pode o Sporting aumentar a sua competitividade, face aos compromissos que tem e face aos seus adversários directos, mantendo o mesmo orçamento de uma época com os contornos excepcionais como a que decorre?

quinta-feira, 27 de março de 2014

Sobre William Carvalho e a naturalização/convocação de Fernando

Será com certeza um dos pontos polémicos da convocatória de Paulo Bento: a chamada de William Carvalho e a convocação ou não de Fernando, jogador do FCPorto.

A não convocação de William é neste momento uma não-hipótese. O que o jogador vem fazendo na época em curso garante-lhe um lugar nos 23 convocados. Ninguém no seu perfeito juízo admitirá outra possibilidade. No seu perfeito juízo, que goste da selecção nacional e que entenda que nesta devem estar os melhores jogadores num dado momento, independentemente do que possam ser os interesses dos clubes de origem dos atletas. 

Há outra questão que se podia colocar como óbice à convocatória de William: a possível presença de Fernando. Contudo não acho que esta o seja. Serão provavelmente os melhores naquela posição, "os que ofereçam melhores garantias ao seleccionador". 

Aqui devo dizer que se a questão for apenas o valor dos jogadores, em condição normais o luso-brasileiro leva vantagem. Se dúvidas houvesse, bastava ver o que jogou ontem no clássico, naquele que foi o regresso ao seu melhor, depois de uma época muito abaixo do que pode e sabe fazer. Dificilmente não será considerado o melhor naquela posição em Portugal e um dos melhores no computo geral dos campeonatos europeus. 

A comparação, que pode "fazer impressão" a alguns, nada tem de depreciativa para William Carvalho, bem antes pelo contrário. O William de hoje é bem melhor do que o jogador que Leonardo Jardim começou a adaptar à posição no inicio do campeonato. A forma célere como evoluiu diz muito da visão do treinador mas também das qualidades do jogador.

Não há agora apenas mais à-vontade (segurança? experiência?) no desempenho do lugar. Há uma evolução notória na forma como interpreta as suas funções, nomeadamente na ocupação dos espaços, na gestão da posse de bola - se deve soltar rápido ou temporizar, permitindo a equipa subir -  na qualidade do passe, qualquer que seja a opção que tome: passe curto, longo, de ruptura, etc. São cada vez mais visíveis aparições em sectores mais avançados do terreno, fornecendo apoios ou aparecendo a explorar espaços entre linhas, em particular em jogos com adversários menos habilitados.

É contudo nos momentos defensivos que ainda denota ter algum caminho a percorrer. Sobretudo no capitulo da agressividade sobre a bola onde, contudo, já denota também progressos assinaláveis em relação ao comportamento revelado no inicio do campeonato. Porém, ainda distante do que é o desempenho de Fernando neste capitulo e ontem foi um dia bom para o constatar. 

Acontece que Fernando, com a idade de William, andava também ele a dar os primeiros passos, depois do empréstimo ao Estrela da Amadora. Trajecto que teve que cumprir no complemento da sua formação para melhor adequação às necessidades do futebol europeu, bem diferentes das que havia crescido. Não era então o jogador que hoje é. Ninguém pode negar que William, quando tiver os 26 anos que hoje Fernando tem, não seja tão bom ou melhor que o luso-brasileiro. Neste capitulo será decisivo o próximo passo, onde se afigura difícil a permanência no Sporting. 

O dinheiro com certeza ditará a sua lei. Porém, no estrito sentido do interesse do jogador e da sua carreira, não tenho pejo em afirmar que essa, a permanência, será bem melhor do que um ManUtd de Moyes em reconstrução, depois do desastre que se avizinha. Ou de um Mónaco cheio de dinheiro mas quem o gere não percebe ainda o essencial: o papel de um treinador é determinante para o sucesso de um projecto e meter continuamente dinheiro na fornalha só resolve os problemas de quem vive à volta dela e não propriamente da dita. Ficará para outra ocasião aquele que me parece ser o valor a cobrar pelo Sporting numa futura transferência. Isto para não divergir mais do ponto principal.

A questão essencial nesta matéria da convocação ou não de Fernando/William não tem nada a ver com o valor individual de cada um deles ou do seu valor relativo. Assim como a convocação de Rui Patrício com o valor de Artur ou Helton. Ou a de Bruno Alves com Maicon e por aí fora. Nem tem qualquer semelhança com o caso de Pepe que, ao contrário de Fernando, não é internacional brasileiro nos escalões de formação. E, também em trajectória oposta expressa em declarações, quando disse inequivocamente que preferia a "amarelinha", Pepe demonstrou sempre com clareza querer ser internacional português. 

Não há aqui qualquer chauvinismo, trata-se de escolhas bem claras que devem ser assumidas. Não duvido da sinceridade de Fernando em relação à "amarelinha", mas ao deixar falar o coração, o que se compreende, tornou claro que qualquer outra escolha é de mera conveniência. O moço aí que me perdoe mas ainda sou dos que acho que a camisola do meu País é para se vestir com o coração.

Claro que esta é uma matéria sensível. Ao contrário do que se vai dizendo por aí, ainda vou acreditando em Paulo Bento. Dizer isto desta forma é abrir a porta a outra eventualidade, bem sei. Mas tendo a confiar porque não vejo um Paulo Bento comprável. Pelo menos o que conheci dos seus tempos de Sporting, não me parecendo que traços de personalidade tão vincados como os que então demonstrou possam ser facilmente reciclados.

Como dizia alguém, o mais importante que se diz numa frase vem sempre a seguir ao "mas". E o "mas" aqui são os interesses de quem detém o dinheiro e de quem anda à procura dele, como quase sempre no futebol. Não é por acaso que, mesmo de forma timida, se vá notando um certo spin à volta da matéria. Ainda há dias o inefável Jaime Pacheco perorava sobre as virtudes de contar com Quaresma e Fernando. O próprio Fernando não mudou a agulha porque de repente passou a gostar mais da cidade do Porto ou de viajar pelo Pais. Eles todos sabem o que representa uma presença no Mundial num alienar de direitos ou na assinatura de um novo contrato.

No estágio da selecção nacional só entra alface roxa

Já circulam por aí os novo equipamentos da selecção nacional, entre os quais o alternativo. Devo dizer desde já que gosto do equipamento. Azul e branco é uma das minha combinações preferidas para roupa interior e o mesmo posso dizer da lingerie, que não uso, mas gosto de ver usar. 

O novo equipamento entretanto dado a conhecer será com certeza um sucesso em alguns quadrantes ligados àquela conjugação de cores. Estão mesmo a ver de quem estou a falar, não estão? Exactassimamente, os monárquicos, contra os quais nada tenho contra, nem a favor, bem antes pelo contrário. 

Só espero que a ausência de verde - os vivos azuis no equipamento poderiam fazer todo o sentido serem verdes, atendendo a que a selecção nacional representa a Republica Portuguesa... - não confirme a hipótese de, na FPF e demais organismos que superintendem o futebol nacional,  sofrerem de terríveis achaques por alergia à cor verde. 

O problema é de tal forma grave que, segundo informações que não conseguimos confirmar, já se equaciona a hipótese de, nas ementas da selecção nacional nos estágios que antecederão o Mundial e os que ocorrerão no decurso do mesmo a alface a usar será apenas a bem conhecida e não menos gostosa alface roxa. O  mesmo acontecerá com os pimentos, que serão apenas de cor vermelha os permitidos.

Para resolver os problemas decorrentes da utilização de outros legumes essenciais numa boa dieta a FPF tem já em estudo diversas propostas de renomados cientistas nacionais e estrangeiros que se propõem dotar os demais legumes, que teimosamente continuam a nascer verdes, de uma pigmentação mais de acordo com o actual quadro clínico  da federação.

terça-feira, 25 de março de 2014

A coacção e o futebol que temos


Há poucos dias a sentença de um tribunal alemão caiu com estrondo: Hoeness, "apenas" o presidente do maior clube daquele país, um dos maiores clubes mundiais e antigo internacional cumulado de êxitos, era condenado a três anos de prisão por fuga ao fisco, prática que ocorreu no decurso da sua actividade de dirigente do clube bávaro. Pensava-se que o estrondo era grande mas maior foi ainda sua decisão: não recorrer e acata-la. Se a decisão se mantiver cumprirá 3(!) anos de cadeia, ou equivalente, uma vez que é provável que a sentença não seja cumprida na integra e possa beneficiar das amnistias habituais por bom comportamento. Mas cumprirá tempo certamente.

Obviamente que tal seria muito difícil de ocorrer em Portugal. Desde logo porque um crime de evasão fiscal só tem sentenças aplicadas a "pilha-galinhas" e não a quem vive com a boca e as mãos no pote das bolachas. Mas adiante, que este não é o local para grandes delongas sobre o tema. 
Mas estamos a falar do país que assistiu já a diversos escândalos da arbitragem, devidamente comprovados e conhecidos de todos, sempre com o mesmo protagonista. Ao contrário do que acontece noutras paragens, ao invés de, pelo menos uma semana que fosse, lhe fosse concedida estadia paga e uma nova perspectiva de vida através de quadradinhos, ainda se permite lições de moral. É provável até que, a julgar pelos recentes desenvolvimentos, que ainda venha a ser indemnizado.

Hoje Jaime Pacheco veio exortar ao presidente do Sporting para que não arraste o futebol pela lama. Antes ainda teve tempo para fazer lobying para a presença de Fernando e Quaresma no Mundial. 
Eu até compreendo que um treinador como ele não tenha melhores argumentos para exibir numa palestra de treinadores, porque todos sabemos das qualidades exibidas pelas suas equipas e como conseguiu chegar ao titulo nacional. Mas é caso para lhe perguntar, parafraseando Baptista Bastos, "onde estavas tu meu menino no Apito Dourado?"

Quanto à coacção que o FCP acusa o Sporting, "largos dias têm 30 anos". Desses dias podemos sempre retirar um qualquer episódio para lembrar quem é o quê no futebol português.

Nota: o video e o artigo de onde tem origem podem ser vistos aqui, com os agradecimentos a quem enviou o link.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Sobre os 70 pontos possíveis e o futuro que aí vem

Nota: Apeteceu-me fazer esta partida ao meu amigo LMGM e promover o comentário dele no post anterior a post. E digam lá se não merece...

Ponto prévio, é criminoso dizer que qualquer jogador deste grupo não rende perante a enormidade daquilo que estão a fazer esta época... Mesmo sendo verdade :)

É perante a contradição do meu ponto prévio que nós vivemos, faltam 6 jogos e 18 pontos, no inicio da época, disse aquilo por que gostaria que o Sporting lutasse este ano... 70 pontos. Era (e é) sob qualquer ponto de vista um objectivo utópico, algo que necessita de todas as superações para ser atingido... e não é que a seis jogos do final a utopia ainda é possível... e até superá-la!

E ainda, os dois melhores jogos da época (não só nossos, de todas as competições) ditaram o nosso afastamento das taças, no clássico da taça da liga os números são tão avassaladores que são o melhor exemplo de que no futebol a lógica é uma batata, como foi possível não vencer aquele jogo e vencer o clássico do campeonato num jogo fraco de ambas as equipas?...

Mas, convém descer à terra, este rendimento é o mínimo que podemos ter para tentar lutar por títulos e acrescido de jogos europeus, sendo que, mesmo assim, não são garantidos (muito pelo contrário).

Cada vez mais se fala de vendas e de verbas gordas a entrar em Alvalade, numa equipa que está a render a este nível os reforços têm de ser de enorme valia, os locais fundamentais para mim são, centro da defesa, é provável que Rojo saia o que possibilita refazer a dupla central, não há nada a apontar a Maurício e Dier, nem sequer a Semedo quando veio de emergência ajudar a equipa, mas todos sabemos o que é ter ali um Luisinho, um Valckx, um André Cruz, ou ... o Rojo.

Meio-campo, se William sair, sonho que não saia, não só porque vai ser extremamente difícil de substituir mas principalmente porque não vai ser titular do tubarão para onde for e vai atrasar o seu desenvolvimento e estatuto, mais um ano ao nosso serviço, na montra da Champions e ... o Messi que tenha cuidado :)) Mas se sair todo o meio-campo será repensado, João Mário, Zezinho, Rinaudo, Elias, são opções da casa, Shikabala tem contrato de longa duração, quem e que tipo de jogadores para asfixiar adversários e dar aos nossos atacantes mais oportunidades para facturar. No mínimo melhores que André Martins, certo? Pois, e quem?

No centro do ataque o mundo é cor de rosa, esta quebra de rendimento de jogadores vindos da América na segunda fase do campeonato no seu primeiro ano é normal (não tiveram férias), se conseguirmos segurar Slimani e Montero é menos uma dor de cabeça num sector fundamental, mas as laterais precisam de upgrade, Heldon não trouxe nada que já não tivéssemos, Carrillo não explode, Wilson dá tudo o que tem mas nunca será mágico e Capel é o Heldon com o carinho dos adeptos.

Muito para trabalhar, se este ano 70 pontos era uma utopia no próximo já é uma cobrança normal a fazer a este conjunto, não seja ele estraçalhado por ofertas milionárias.

Ah, e não contem com Paulo Fonseca ou com equipas adversárias fracas, nós é que ainda temos muito para melhorar.


domingo, 23 de março de 2014

3 pontos desencravados na Madeira

Imagem MaisFutebol
Uma vitória muito saborosa, num terreno habitualmente muito difícil, foi o saldo da viagem há Madeira. Ao contrário do que o resultado algo dilatado para um jogo fora possa querer indicar não conseguido com facilidade, tendo em muitos momentos parecido muito difícil segurar. Com isto não coloco em causa a justiça da vitória, o Sporting foi a única equipa que, pelo que fez em campo, a justificou. Mas as dificuldades sentidas em alguns momentos, em especial na 2ª parte, contribuíram para a incerteza no desfecho. Resultaram sobretudo de uma postura um pouco atípica, tendo em conta o que Jardim já demonstrou ser a sua preferência relativamente ao controlo do jogo e dos adversários. 

Para melhor exemplificar o que pretendo dizer com o parágrafo acima, olhe-se para o que se fez no jogo anterior com o FCP, uma equipa infinitamente superior ao Marítimo. Se, nesse jogo, o Sporting permitisse as mesmas veleidades que ontem permitiu, dificilmente teria conseguido registar o resultado então alcançado. E o mesmo se poderá desde já dizer, em jeito de antecipação, sobre a próxima viagem Nacional à Madeira...

O jogo não podia começar melhor. Pressionante, por via das linhas mais subidas - beneficiando da acção de um Mané endiabrado, jogando muito bem no espaço existente entre linhas, com incursões muito rectilíneas e bola controlada - o Sporting deixava o Marítimo em aflição a cada ataque. O penalty, que iria corresponder à inauguração do marcador, deve-se-lhe a uma dessas jogadas. Porém, um erro colectivo, permitindo uma transição rapidíssima em superioridade numérica, depressa anulou a vantagem conseguida. Tal resultou de uma perda de bola, da incompreensível saída à queima de Jefferson, quando se lhe pedia contenção, e da falta de acompanhamento de Mané ao homem que lhe competia seguir. O golo foi uma espécie de penalty corrido, muito difícil de contrariar para Patrício. Excepção feita a este lance a primeira parte decorreria sem grandes sobressaltos para nós e sempre mais difícil para os da casa.

O mesmo não ocorreria na segunda metade. Pedro Martins jogou as cartas que tinha e apostou no que melhor sabe fazer: para a frente e em força, futebol directo. Beneficiou e em muito com a permissão de Slimani aos centrais para iniciar o jogo, no que foi acompanhado pela generalidade da equipa. Chegava a ser confrangedor ver o sector recuado tão tosco como o do Maritimo ter o à vontade para se tornar preponderante. Foi a fase masoquista do nosso jogo, que teve pelo menos o mérito de demonstrar que sabemos sofrer e esperar pela melhor oportunidade. Para bem do nosso coração, esperemos que o façam poucas vezes. De preferência mais nenhuma.

Uma palavra para Jardim, que mais tarde ou mais cedo se transformará num post a ele dedicado em exclusivo. O seu mérito nesta campanha é indiscutível. Mas é indiscutível também que os pontos alcançados, em particular os dos últimos meses, têm sido conseguidos contra o que parece por vezes o mais óbvio, natural ou mais sensato. O jogo de ontem é um bom exemplo. Era tudo menos um jogo para Slimani. O argelino, a quem devemos muitos golos que significaram pontos, tem na cabeça a sua principal arma. No meio das torres/centrais do Marítimo, ainda por cima com má relação com a bola nos pés, pedia-se bola no chão, leia-se Montero. Além disso deu tudo o tempo do mundo a Martins para mexer como quis, enquanto a equipa ia abanando, apesar de não cair. Porém o que conta para a história é a vitória e os três pontos e é isso que contará para a validação das suas opções: o resultado.

Segue-se uma breve apreciação de cariz individual, apreciação que esbate o principal mérito desta equipa: a sua força colectiva.

Patricio - Foi mais o fumo que o fogo o que se passou na sua frente. Sempre que chamado a trabalho esteve bem. O golo sofrido é, como dito acima, um penalty corrido, marcado poucos metros atrás do ponto das penalidades ditas normais.

Cédric - Sem grandes falhas a defender, isto sem poder contar com grande ajuda de Heldon, esteve desastrado a centrar. Com um jogador como Slimani na frente este aspecto conta muito para a apreciação geral do seu trabalho.

Jefferson - Muito distante do nível que exibiu antes de se ter lesionado. Acumula falhas defensivas com pouco acerto nas participações ofensivas. Porém ontem acabou por se redimir da falha inicial, sendo decisivo para o resultado e tranquilidade finais.

Maurício - Jogo muito sofrido e nem sempre com grande acerto, especialmente no jogo aéreo e na vigilância a Derlei, aspecto onde vinha evidenciando algum à vontade.

Rojo - Segundo jogo de folha limpa, sem falhas que se lhe possam imputar e que ainda teve tempo para ir apagando uns fogos de ambos os lados.

William - Menos participativo do que habitual, mas mais decisivo do que anteriormente. O paradoxo explica-se pelo jogo adversário, e pela sua preferência pelo futebol directo, evitando quase sempre a sua zona de influência, onde esteve como sempre. Mas marcou um golo crucial, num momento em que o jogo estava tudo menos decidido.

Adrien - Talvez seja o jogador que mais sofre com a entrada de Mané. Pede-se-lhe ainda mais contenção, recuperação de bola, o que talvez seja pedir muito para se exigir aquilo que lhe parece faltar: ser mais influente nas decisões que toma com a bola nos pés, em particular na incorporação nas acções atacantes. E é isso que talvez o esteja a separar da convocatória de Paulo Bento.

Mané - Já disse quase tudo acima. É indiscutível que acrescenta imprevisibilidade ao nosso jogo, que Martins não consegue e de quem nem é sensato esperar. O reverso da medalha são os metros de disponibilidade para os adversários no nosso meio-campo, porque não ocupa os espaços necessários quando chamado a defender. Tem tudo para crescer e tornar-se ainda mais importante.

Heldon - Fraquinho, muito fraquinho. Não defende, não assiste, sendo cada vez mais notória a sua obsessão egoísta por marcar um golo, em prejuízo das necessidades e melhores possibilidades do colectivo. Se, como todos desejamos, a Champions League for uma realidade, mais notória será a sua falta de qualidade para uma equipa com as exigências e ambições do Sporting.

Capel - Perdeu fulgor e aparentemente também ânimo. É um jogador acima de tudo de ânimos, o ocaso a que foi sujeito não parece ter-lhe caído bem. 

Slimani - Também já muito foi dito acima. Marcou mais um golo, mais uma vez mal anulado, mas já na presença de Montero e tirando partido da sua assistência. Saliente-se o esforço e entrega totais, mas não era um jogo para ele.

Carillo - Por força dos concertos de assobio a que frequentemente é sujeito, é compreensível que Jardim lhe destine o banco nos jogos em casa. Nos jogos fora já dificilmente o entendo. Não que a sua inconsistência não me irrite como uma úlcera duodenal aguda ma, mesmo quando tal acontece, sobra a esperança de um qualquer momento de magia. Ser suplente de Heldon é um crime lesa futebol.

Montero - Fez uma assistência que não contou. Ele próprio tem contado pouco, bem menos do que pode contar. 

Vítor -Entrou mais tarde do que talvez fosse recomendado. Para contrariar o jogo directo do Marítimo era necessário roubar a bola e mantê-la no nosso poder. Ele e Montero teriam sido fundamentais para atalhar o sofrimento desnecessário.

Arbitragem - Um bom exemplo do que é a má vontade de um árbitro para com uma equipa. Critério(?) desastroso nos amarelos e mais um golo limpo anulado. Se marcou fora-de-jogo fez mal, porque o assistente não levantou a bandeirola. Como não foi falta não se percebe o que viu. E se em vez do quarto golo fosse o golo do desempate naquela altura? Num jogo sem outros casos senão aqueles que ele próprio criou.

Uma última nota para a vitória. Num campo difícil, onde nos últimos tempos, coleccionamos muitos desaires. O facto de os nossos rivais ali terem soçobrado diz bem da dificuldade da tarefa e da importância do resultado. Mas, ao contrário do que já vi por aí propagandeado, não serve de consolo para coisa nenhuma. Talvez o fosse para outros sportings, mas não para o Sporting Clube de Portugal. Ganhar ao Marítimo deve ser considerado tão normal como é anormal não estarmos nas competições europeias. 

quarta-feira, 19 de março de 2014

Uma pergunta

 
A equipa adversária anda a treinar a comédia via comunicados, do seu "Ensaio sobre a Cegueira" mais recente retiro a seguinte frase, "...uma empresa comprou um camarote por dez mil euros e cedeu-o ao FC Porto, para que a Administração pudesse assistir toda junta à partida." e fico com uma dúvida, corrupção ou tráfico de influências?

terça-feira, 18 de março de 2014

O problema crucial da arbitragem portuguesa e o Sporting

Afirmar que a arbitragem é de há muito um problema para o futebol português é uma evidência que ninguém contestará. 

Provavelmente será até mais correcto afirmar que a arbitragem é um rol de problemas. E, nesse rol de problemas, encontramos pontos de contacto com as mesmas enfermidades que afectam os nossos congéneres por todo o mundo. A arbitragem fez poucos esforços e sobretudo pouco consistentes para acompanhar quer a evolução do futebol e despreza a ajuda que a tecnologia podia oferecer. Pior do que isso é nem sequer abrir a discussão a todos os intervenientes, ou não olhar ao que já se faz à sua volta noutras modalidades, preferindo o "ditctat" autista do International Board.

Não sou um "maluquinho das novas tecnologias" no futebol mas entendo que essa discussão deve existir. Quem vê os jogos do Torneio das 6 Nações e constata a forma limpa e expedita como se resolvem, a contento de todas as partes, as dúvidas que ocorrem durante o jogo, não pode deixar de se interrogar no quão benéfico poderia ser para o futebol a utilização de uma solução semelhante.

A suspeição e a crença em "teorias da conspiração" sofreria um sério revés. Ambas existem em todos os campeonatos, nacionais e internacionais, e relutância da FIFA em abrir essa discussão é o principal fermento para a sua existência: a percepção generalizada entre os adeptos é a de não quer abrir mão por não querer deixar de mexer nos cordelinhos quando e como lhe apetecer, o que muitos pensam ser prática comum.

Se o problema da suspeição é generalizado no caso do futebol português é enraizado. E, por muito que alguns se vistam de Nereidas (as da Ilha dos Amores, de Camões, se fosse a ex do Ronaldo seria mais apropriado falar em despir-se...) e toquem as suas harpas, a suspeição justifica-se. Não se trata de suspeição com base em efabulações, mas fundada em realidades muito concretas e largamente documentadas. Ao invés de aproveitar as oportunidades para se refazer, o futebol português varre o lixo para debaixo do tapete, mas o seu cheiro continua a empestar o ambiente. A desconfiança que gera impede a distinção necessária e saudável entre o erro e o dolo, o engano e a incompetência pura e dura. 

Os organismos que tutelam o futebol e os clubes que o alimentam estão longe de demonstrar vontade em alterar o status quo. Ou porque estão presos pelo dinheiro que já receberam - caso da Olivedesportos, uma das eminências pardas do futebol - ou por receio das represálias que poderiam resultar da oposição ao "poder" corporizado pelo FCP (e muito apetecido pelo SLB), os clubes têm preferido empurrar o problema com barriga. Os esforços ficam-se pelo esforço para fazer que não vêem ou para não tropeçar no dragão no meio da sala. A "Glasnost" sempre tanto prometida como adiada continua por fazer mas é cada vez mais necessária. 

Porém, ela dificilmente  acontecerá enquanto Pinto da Costa, Adelino Caldeira, Reinaldo Telles, Joaquim Pinheiro (o seu irmão que nunca aparece mas continua a fazer o trabalho sujo)  estiverem entre o palco e os bastidores. Como certamente ninguém imaginaria que o Alves dos Reis pudesse continuar a sua actividade no Banco de Angola e Metrópole e que a confiança no sistema bancário sararia com o passar do tempo, como se uma gripe se tratasse. Era porém o que teria acontecido se o burlão pudesse contar com homens da sua confiança nos órgãos jurisdicionais da actividade, como tem acontecido, apesar das evidências, com os supracitados.

E onde fica o Sporting no meio disto? 

Até agora, de fora e a ser posto na linha sempre que parece um pouco mais capaz de oferecer concorrência. É um pouco isso que muitos adeptos sentem que se está a passar este ano. Enquanto parecia apenas um patinho mais ou menos desengonçado e não era levado a sério ia sendo beneficiado aqui, prejudicado acolá. 

Quando o campeonato começou a chegar ao momento definidor e a carreira da equipa obrigava a olhá-la como um dos demais cisnes, começaram os erros já difíceis de enquadrar no engano ou mera incompetência, sobretudo Rio Ave, Nacional e Setúbal.  Um processo muito semelhante ao ocorrido no início da época 2011-2012, com a reacção corporativa mais abjecta que me lembro nos muitos anos que vejo futebol. Ficou claro de que lado estavam os árbitros que, sintomaticamente, se interessavam apenas pela justificação dos erros.

Pode esta percepção estar a ser enviesada pela suspeição e os resultados estarem a ser os que ocorrem por força da valia das equipas?

Eventualmente. Penso várias vezes em todas as possibilidades e quando me sinto inclinado a aceitar essa hipótese sinto-me um pouco como o Capuchinho... Verde, a olhar para o lobo mau, a elogiar-lhe os olhos e boca grandes, antes dele me abocanhar.

Não me posso pronunciar sobre a conferência de imprensa de Bruno de Carvalho, onde foram analisadas as ocorrências do clássico, porque o tempo não me permitiu a sua visualização. Mas, mesmo sem ainda a ter visto, facilmente intuo, todos o fizeram, que ela tinha ganho carácter mandatório por força do que foi o discurso oficial do clube nos dias que antecederam o clássico. 

É este colocar entre a espada e a parede que a estratégia que o Sporting adoptou que merece a penas reflectir sobre o que fazer a seguir. O movimento Basta é a tomada de posição dos adeptos, mas, além de  um grito de revolta indignação legítimo, não se esperam nenhumas consequências práticas. As tomadas de posição oficiais mais não visam e, no momento actual, mais não podem fazer, do que manifestar a mesma indignação e revolta. Quiçá também pressionar os árbitros a serem mais cuidadosos, faltando saber a que resultados conduzirá.

Quando o Sporting anuncia ir proceder criminalmente contra todos os árbitros que o prejudicam está a encurralar-se a si próprio num labirinto do qual não se sabe como poderá sair. Sem falar na infelicidade que é invocar a época passada, pergunta-se o que vai fazer aos que, mesmo que poucos, o beneficiaram?

O caminho é aqui muito estreito e o pior que o Sporting pode querer é ver-se enleado numa teia de demagógica e de contradições que lhe retire ou diminua a sua melhor arma: a legitimidade das suas reivindicações.

A repensar.

domingo, 16 de março de 2014

Obrigado Abdoulol por não te teres constipado hoje

As minhas desculpas aos leitores mas hoje não me apetece fazer a crónica do jogo. Há uma justiça poética, quiçá divina, quando ganhamos ao FCP com erros de arbitragem e a satisfação que me provoca impede-me de falar de coisas sérias. O Bruno de Carvalho devia exigir à FPF, face ao histórico das últimas décadas, que este tipo de vitórias valessem 6 pontos. Pelo menos.

Não me esqueço de agradecer ao Abdoulol por não se ter constipado hoje, gostei de te ver hoje, especialmente no golo do Slimani. 

E agora tenho que ir ali fazer GIF´s dos toques do William, tenho que começar já, para ver se acabo a tarefa antes de o próximo jogo começar e correr o risco de ficar com o trabalho acumulado.

P.S.-Lembro aos nossos amigos que dizem que somos amigos do FCP que já era tempo de os fazerem perder uns pontitos de vez em quando. Tantos como temos feito já era alguma coisa...

sábado, 15 de março de 2014

Não é por acaso que lhe chamam o jogo dos milhões

O clássico de domingo, por força das circunstâncias em que as duas equipas se vão encontrar, é talvez o jogo mais importante da época. Quer para nós quer para o adversário. Não é por acaso que lhe chamam o jogo dos milhões, está em jogo o apuramento para a Liga dos Campeões. Quem ficar arredado do apuramento directo que o segundo lugar proporciona terá de enfrentar as eliminatórias de apuramento, que mais se assemelham a um presente envenenado do que propriamente um prémio. A planificação da época tende a ser um pesadelo que começa na contabilidade e acaba no gabinete do treinador. 

Como se orçamenta uma época que não se sabe se a equipa vai ingressar no nível competitivo mais elevado do planeta no que a clubes diz respeito? Esta dúvida estende a sua influência à construção do plantel a que acresce o facto de a época se ter de iniciar mais cedo quando o Mundial provavelmente ainda estará a arrumar os cestos.

A vitória do Sporting não garante o segundo lugar mas deixa-lo-ia à mão de semear. Com 5 pontos de avanço, com o calendário muito mais favorável, quer em dificuldade quer na quantidade dos compromissos até final do campeonato, acrescido da vantagem anímica que a vitória significaria,  "bastaria" gerir a distância com nervos de aço. Isto porque ambas as equipas quase de certeza que voltarão a perder pontos.

Embora o jogo só se comece a jogar daqui a mais de 24 horas, quando a bola começar a rolar há uma parte substancial que já estará jogada. Trata-se do trabalho de preparação técnico-táctica do jogo, a que se somarão as opções dos treinadores. O que acontece depois no campo é o resultado deste lado invisível do futebol mas nem por isso menos decisivo.

As duas equipas vão-se encontrar em trajectórias opostas no capítulo anímico e da confiança. Enquanto a chicotada se tenha feito sentir precisamente do lado psicológico e o FCP chegue a Alvalade depois de duas vitórias consecutivas, sabemos bem das nossas dificuldades, reveladas nos últimos jogos, para chegar ao melhor nível já exibido esta época. Fica por saber como vai reagir a equipa à forma traumática como lhe foram subtraídos os três pontos no último jogo.

Do ponto de vista individual é pacifico considerar que Luís Castro tem vantagem no que tem à sua disposição. Esse é o melhor elogio que se pode fazer ao trabalho de Leonardo Jardim, ter conseguido trazer a equipa em vantagem na classificação até a este momento já tão adiantado da competição, onde conquistou por mérito próprio o papel de protagonista. Ter conseguido que os resultados estejam muito acima do somatório do que cada uma das parcelas individuais pareciam poder alcançar é digno de nota com sublinhado.

E será a acção de Jardim, estou certo, a contribuir de forma decisiva para o desfecho do jogo. Que se manteenha fiel aos princípios evidenciados nos jogos iniciais. Tal passa por colocar os melhores sem se preocupar com questões acessórias ou justificar contratações discutíveis - Magrão ou Heldon, por exemplo - o Sporting terá melhores condições para discutir a partida. Num jogo que se prevê intenso o brasileiro é tudo menos isso. A sua chamada é até injusta para Vítor que, tirando o jogo em Penafiel, já fez mais para jsutificar a aposta que Magrão. Heldon não justifica a preferência que tem tido sobre Capel, Carrillo e Mané, ou até mesmo Eduardo. 

Uma dúvida relativamente a quem joga no lugar mais avançado do ataque. Slimani tem sido o abono de familia nestes últimos momentos de míngua e torna-se difícil e até injusto retirá-lhe o lugar, Contudo várias vezes tenho pensado que a sua presença constitui uma espécie de plano C. Diferente da inclusão isolada de Montero, o plano A, e da presença de ambos, o plano B.

Ora as características do argelino pedem mais jogo aéreo, mais jogo directo e, por consequência menos progressão com bola controlada e com participação de todos os sectores. Talvez seja por aí que o nosso futebol tenha perdido qualidade e passado a depender mais ainda de factores aleatórios como é centrar bolas para a área. Provavelmente essa será a forma que mais facilitará o trabalho de Mangala e Abdoulaye, e acresce que Montero não só oferece melhor ligação, como pode significar um melhor condicionamento do adversário no que à saída de jogo diz respeito.

Uma palavra para Dier, chamado mais uma vez a tapar um furo. Não é fácil entrar nestas condições e ter que enfrentar o melhor ponta-de-lança da competição. Muita atenção às solicitações para o espaço entre ele e Cédric e ao que restará nas suas costas.

Será sobretudo um jogo de controlo. Controlo de emoções e controlo dos espaços. Quem melhor o conseguir desempenhar mais perto estará de vencer.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Fazer da guerra aos árbitros uma peça rococó

O Sporting decidiu "proceder litigiosamente, em sede própria, contra todos os responsáveis pelas arbitragens que conduziram no ano passado a que o Sporting ficasse fora das competições europeias e que este ano são responsáveis pela retirada de, pelo menos, 7 pontos no Campeonato Nacional, o que associado à atribuição indevida de pontos aos adversários do Sporting justifica a actual posição do Clube na tabela classificativa. As Taças de Portugal e da Liga também serão alvo de análise."

A itálico o excerto do comunicado que o Sporting acabou de emitir no site do clube. 

Que o Sporting tem razão quando invoca diferença de tratamento por parte da classe em causa e até dos organismos que a tutelam não restam dúvidas a ninguém, mesmo até dos que fazem de conta que não o percebem. Mas até para ter razão e preciso saber tê-la e conservá-la.

Por acaso também acho que alguns dos jogos, sobretudo da parte final do campeonato, sofreram alguns desvios, dos quais o jogo "à Capela" ficou como monumento evocativo. Mas vir desenterrar a época transacta, em que o Sporting se arrastou em muitos jogos pelos campos de futebol, não é propriamente muito avisado. O Sporting jogou muito pouco para ter o direito de invocar "razões de arbitragem" para ficar afastado das competições da UEFA.

Por outro lado a oportunidade. Creio que seria mais útil concentrar neste momento os esforços na subida de rendimento da equipa para, caso se continuem a registar erros dos árbitros, ganhar o direito a reclamá-los, sem que tal pareça uma desculpa para o que não conseguimos fazer. É que para ganhar aquele que pode muito bem ser o jogo mais importante da época vai ser preciso jogar um bocadinho mais do que temos feito.


quinta-feira, 13 de março de 2014

O problema da arbitragem pode muito bem ser uma questão de saúde

Olegário Benquerença tem um problema de coluna? Trata-se de um diagnóstico fácil de fazer, embora se es estranhe é porque demorou tanto tempo. Não se sabe qual a origem do problema. Pode muito bem ter origem no facto de, mas suas actividades lúdica, ter de carregar o acordeão e ainda por cima ter de dançar consoante a música que lhe encomendam. A pergunta que fica é como o Conselho de Arbitragem nomeia um árbitro lesionado, dá desse facto conhecimento público para depois ter que por alguém no seu lugar. Não há telefones na federação?

Em sua substituição temos Pedro Proença que, como é do conhecimento de todos, tem problemas nos dentes. E quem observa o trabalho da generalidade da classe pode muito ser levado a pensar que muitos dos seus elementos têm problemas de visão.

Não seria melhor começar a equacionar a realização de um check-up geral ao sector?

quarta-feira, 12 de março de 2014

Se isto é o Basta! para mim basta!

O meu post de hoje, escrito como quase sempre de véspera, versava as nomeações antecipadas de forma provocatória de Olegário Benquerença e do prémio atribuído a Manuel Mota (com viagem à Madeira incluída, certamente pelos bons serviços prestados) permitindo-lhe arbitrar aquele que, diz-se, é o seu clube do coração.

Porém, ao ler a comunicação pessoal de Bruno de Carvalho no Facebook, vejo-me obrigado, por uma questão até de orgulho pessoal, a deixar esta nota. 

Até dou de barato que se anunciem novas eras sem nenhuma garantia ou mesmo probabilidade de elas virem a ocorrer. O trabalho que se exige para alteração do actual estado do futebol português e as suas relações de poder, vai conhecer forte oposição dos mais diversos quadrantes e por isso requer uma boa estratégia, massa critica e, uma vez estas condições reunidas, tempo. Estas condições estão longe de estar reunidas e o tempo necessário para levar a cabo a tarefa excederá em muito, estou certo,  um mandato de uma direcção. 

O que não tolero é a acusação de "atitude conformista" que "ao longo dos anos (...) os sportinguistas foram moldando". A afirmação não só é infeliz como não representa a realidade dos factos e é até insultuosa*. Uma coisa é classificar o trabalho desenvolvido neste âmbito, ao longo dos anos, sobretudo a partir do abandono de João Rocha, pelas sucessivas direcções, e que Dias da Cunha ainda tentou reerguer. Outra bem diferente é entender que os Sportinguistas têm não só comido e calado, como desistiram entretanto de lutar pela mudança. Não é isso que tenho sentido quer na opinião pública leonina, quer nos estádios, tertúlias, núcleos ou qualquer lugar onde me cruze com Sportinguistas.

Se isto é o Basta! que se anuncia, começa mal. O problema não são os Sportinguistas, o problema está lá fora e o mais que os adeptos e sócios podem fazer é respaldar os dirigentes. Cada vez que são convocados os Sportinguistas têm dito presente. O trabalho, a luta árdua, essa cabe a quem nos representa nas instituições onde ele tem que ser levado a cabo, e não vai lá com manifestações ou gritaria. É isso que tem falhado  - por falta de um trabalho permanente e coerente - e que  se continuará a falhar, a menos que o Sporting, como clube, encontre a estabilidade que não tem há muitos anos, especialmente nos últimos cinco, seis anos. 

Como estou certo que Bruno de Carvalho já sentiu e vai continuar a constatar, ninguém tenciona entregar o poder que actualmente detém numa bandeja. Bem antes pelo contrário, essa luta tem, à partida, muito mais condições para ser mal sucedida que o oposto. Pelo que se vai vendo - e os sinais estão aí para quem os quer ver... - é até muito mais provável que o poder mude das actuais mãos, para outras de cor diferente, mas onde não aparece o verde e branco...

Ainda assim estimo que essa era chegue já amanhã, se não for possível já hoje à tarde. 


*No que a este blogue diz respeito podem ser consultadas pelo menos as seguintes etiquetas que desmentem esse conformismo: 




Sistema

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Nota importante:

SPORTING CP x FC Porto
O Solar do Norte vai organizar excursão a Alvalade para o jogo com o FC Porto. Preços, condições e reservas estão em consulta no respectivo site:
Solar do Norte

terça-feira, 11 de março de 2014

A conferência de imprensa e o que pode fazer o Sporting

Como era de esperar o Sporting tomou uma posição oficial sobre o sucedido no jogo com o Vitória de Setúbal.  Deixo aqui algumas notas que decorrem da conferência de imprensa ontem realizada no Estádio de Alvalade.

Como falou Bruno de Carvalho
A primeira nota vai para o tom em que decorreu a comunicação do presidente Bruno de Carvalho. Muito diferente das suas primeiras aparições já depois de investido no cargo, afastando-se do estilo "pintodacostiano" na forma de interagir com os jornalistas. É uma questão de gosto pessoal, no meu caso entendo que se adequa melhor à imagem que projecto de um presidente do Sporting. Se há modelo a seguir esse é o de João Rocha, cujo desaparecimento ocorreu há cerca de um ano e não de alguém que desde a primeira hora declarou guerra ao Sporting. 

Fez bem em realçar o tratamento desigual dado ao Sporting em relação aos outros rivais: 

"Se o campeonato está decidido? Penso que há várias lutas: a luta pelo primeiro lugar, pelo segundo e o prémio de compensação, que é o terceiro. São tantas forças a puxar para cima (Benfica) e para baixo (FC Porto) que não tenho dúvida"

O primeiro lugar é agora uma miragem e, se as coisas continuam como estão o segundo seguirá o mesmo caminho. 

Fez bem em realçar o facto de a equipa não ter jogado bem em Setúbal, da mesma forma que FCP e SLB não jogaram bem alguns jogos. Não cabe aos árbitros introduzir, pela sua acção, a justiça no resultado.

Para quem falou Bruno de Carvalho?
No seu essencial a conferência de imprensa foi dirigida mais para dentro do clube, com um apelo dirigido aos sócios e adeptos do clube do que propriamente para o exterior, como seria de supor. Talvez se possa perceber mais adiante, em poucos dias, que objectivos específicos se pretendem com este apelo uma vez que, por si só e no geral, o apelo é desnecessário. Não há sportinguista que não repudie o actual estado de coisas, que não se sinta indignado e que, por essa razão, não se sinta mobilizado, falta apenas dizer o que se pretende que façam.

Isto constatado, parece-me que o presidente deveria ter visado mais longe e utilizado outros meios ao seu dispor. As imagens valem mais do que mil palavras e teria preferido que as usasse para documentar e contextualizar as suas/nossas mais que justas reclamações. Tinha ao seu dispor as imagens ainda frescas do jogo de Setúbal, mas poderia também socorrer-se das do jogo com o Rio Ave, Nacional, Académica, do jogo com o Benfica, na Taça de Portugal. Dessa forma aproveitar-se-ia melhor o horário de prime-time e cortava o pio aos verdadeiros calimeros, cuja casca de ovo em frente aos olhos só é retirada para ver o que lhes interessa, quando lhes interessa.

Espero que tenha falado muito em particular para Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem. Como Sportinguista que é espero que lhe doa a consciência. O trabalho que vem fazendo à frente deste organismo ainda não conseguiu melhorar o desempenho médio dos árbitros a nível nacional, deitando por terra a projecção internacional de Proença. E isso é assim porque não tem conseguido afastá-los da imagem de comprometimento, do nevoeiro de suspeição que há muito envolve o futebol português porque continuam - até ele próprio - a tratar de forma diferente o que é e quem deveria ser tratado por igual. 

O que pode fazer o Sporting?
Muito pouco, como o próprio Bruno de Carvalho deu a entender, pelo menos no curto/médio prazo. As eleições na Liga têm um interesse residual, mas, atenção, não são de todo despiciendas. Para se produzir alterações no actual regime o Sporting tem de lutar pela conquista de apoios, de forma a garantir alguma massa critica e a Liga é o local onde se reúnem os clubes. Um clube formador como o Sporting tem activos que podem ser importantes para parcerias que não se ficariam apenas pelo empréstimo de jogadores, esse podia ser apenas o pretexto para a confluência de interesses e união de esforços.

As eleições na Federação, onde está agora localizado o poder, vêm ainda longe e é sempre tarde para começar a pensar numa estratégia de médio/longo prazo. Isto no que diz respeito ao meio futebolístico propriamente dito.

Acontece que o futebol, apesar de viver num mundo muito próprio, não vive isolado. Há pontos de intersecção e quase todos eles, pelo menos os mais importantes, têm a ver com a economia. O Sporting tem nas suas fileiras sócios e simpatizantes que são lideres no meio empresarial, no comércio, distribuição, na Justiça e até no governo. Se Bruno de Carvalho quer convocar os Sportinguistas julgo que chama todos sem excepção. Sentar todos à mesa e pensar em duas vertentes:

- Pedir a contribuição de todos, auscultando-os sobre como se pode alterar o actual estado de coisas.

- Pensar em como TODOS podem contribuir para fazer sentir que a importância do clube se pode fazer sentir muito além do mero espaço delimitado pelas linhas de um campo de futebol, que o Sporting representa uma força social alargada, despertar todas as forças vivas do Sporting Clube de Portugal.

Tal não limitaria o poder decisório dos actuais órgãos sociais, mas poderia significar um mais vasto leque de opções do que as estão a ser consideradas no presente e poderia constituir um reforço do espírito de corpo e da vitalidade do clube.

No curto prazo pouco mais podemos fazer que jogar muito mais e melhor de forma a precaver-nos dos erros dos árbitros. Umas vezes chegará, no caso do jogo de Setúbal deveria ser muito difícil. Essa é a realidade nua e crua e cuja alternativa não o chega a ser: acomodar às circunstâncias, desistir.

A ideia de manifestações públicas de repúdio são-me pouco atractivas. São úteis para vazar o descontentamento, exibição de estados de alma que, na sua maioria tendem mais a ridicularizar a imagem do clube do que a surtir qualquer efeito prático.

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Nota importante:

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segunda-feira, 10 de março de 2014

É só isto que o Sporting tem a dizer da vergonha no Bonfim?

Devo ser um dos muitos a quem esta noite foi longa e penosa. Depois da forma inqualificável como a sua equipa principal foi roubada a revolta interior acumulada é muita e isso reflecte-se inevitavelmente no que deviam ser as horas de descanso dos adeptos.Pelo menos de alguns entre os quais me conto.

Ainda antes de dormir procurei perceber o sentimento geral no sentido de aferir se o que me foi dado ver e a consequente reacção era desajustada. Verifiquei que não. Mas fiz duas constatações que me surpreenderam: para alguns o problema principal eram os jogadores do Sporting e a sua qualidade. E a crónica do jogo no site do clube. 

A qualidade dos jogadores do Sporting
O tema daria pano para mangas. No entanto não creio que o jogo de ontem seja o momento ideal para a ter. Não apenas porque o estado do relvado não permitia um jogo mais ligado, mas porque foi um mau jogo colectivo, onde todos fizeram muito menos do que sabem e podem, mas também porque o Sporting não jogou sozinho. Há tanto mérito do adversário em contrariar o nosso jogo como demérito nosso. Jogar futebol directo à procura de Slimani pode até resultar de vez em quando, não vai resultar sempre e não é muito bonito de se ver. E, como disse ontem, as opções de Jardim também ajudaram muito pouco. Mas a má prestação colectiva não pode servir de escape à forma como a equipa foi espoliada dos três pontos em disputa. 

Quantos jogos do SLB e do FCP foram ganhos com jogos medíocres? 

E se, nesses jogos, tivessem apanhado pela frente uma arbitragem como a de ontem, essas vitórias teriam sido possíveis?

Quanto à qualidade dos jogadores propriamente dita houve até um maduro, que não se quis identificar, que deixou aqui no blogue um comentário que é muito semelhante a outros que se vêm amiúde, com os jogadores da formação em destaque. 

Não sei qual a razão que leva a destacar negativamente Adrien ou até André Martins, que nem jogou, e se esquece a nulidade das acções de Héldon ou Magrão, por exemplo, mas podiam ser mais os citados. Também ainda estou a tentar perceber porque se acha sempre que os que estão não prestam (ouvimos isso desde Hugo Viana, Nani, Veloso, Moutinho, Patrício) e os que estão para vir é que são bons. Sobre a questão do valor de Adrien para ser seleccionado aceito qualquer argumento que não ignore que, para as mesmas funções, Paulo Bento já convocou ao André Gomes ou convoca assiduamente o Ruben Micael, por exemplo.

Que reacção do Sporting?
Como é natural a atenção concentra-se na reacção do Sporting face ao sucedido. Não é muito crível que o clube possa ser prejudicado desta forma e fique calado. É meu entender que, agora com a questão do titulo praticamente arrumada, o Sporting demonstre de forma clara o que se passou neste campeonato, dando um relevo muito particular atenção à diferença de tratamento que lhe é dedicada, face ao que acontece com os seus mais directos oponentes. 

Alguém acha possível que o SLB ou FCP fossem assim tratados? 

E, se por qualquer razão, tal se verificasse, o que seria a reacção geral? 

Por acaso tiveram a oportunidade de dar uma vista de olhos às capas dos jornais de hoje e constataram a placidez das referências ao que ontem sucedeu em Setúbal?

Pois é uma reacção muito semelhante e até mais tímida que desde ontem está plasmada no site do clube. Mesmo as palavras de Adrien no final do jogo são muito pouco face ao sucedido.

Vejamos o que diz a crónica do jogo:

O golo anulado ao Sporting:
Adrien apareceu ao segundo poste e de joelho fez o golo, mas o árbitro Vasco Santos anulou por suposto fora-de-jogo… não estava!

O golo de Slimani:
o esférico chegou, de novo, à cabeça de Slimani, que disparou certeiro para a baliza… foi rente ao poste, do lado de dentro, houve dúvidas, mas a bola entrou e, assim, estava feito o 0-1.

O golo do empate do Setúbal:
O «camisola 99» dos da casa apareceu mais rápido na direita e rematou sem hipóteses para Rui Patrício, que ainda se esticou.

Sobre os penalty's:
(...)até que, à entrada para os últimos cinco minutos, houve dois lances algo discutíveis. Um para o Sporting, outro para o V. Setúbal. Aos 86 minutos, Diego Capel foi derrubado na área e Adrien, chamado a converter, fez o 1-2 para os «leões»; a seguir, aos 89 minutos, um setubalense caiu na área por suposta falta de Maurício e Ricardo Horta, com a hipótese de empatar o encontro, não falhou.

Num jogo cheio de casos que, de forma objectiva, prejudicaram declaradamente o Sporting, é apenas isto que se lê no site do clube. Casos esses que não se ficam pelos golos ou pelos penalty's mas que acima dos erros de interpretação deste ou daquele lance, revelaram uma nítida má vontade contra o Sporting no juízo até do mais simples lance no meio-campo.  

Espero por isso uma reacção mais adequada e em tempo útil ao que se passou ontem em Setúbal.

domingo, 9 de março de 2014

Profissionalize-se o roubo

Poucas linhas para não deixar passar em claro a arbitragem vergonhosa hoje ocorrida no Bonfim. Já vi muitos jogos mal arbitrados, arbitragens infelizes, planos inclinados, roubos declarados. O jogo de hoje cabe na última classificação, talvez um dos piores do género.

Chamou particular atenção a trabalho(?) concertado dos auxiliares com o árbitro. O critério na sinalização do fora-de jogo é injustificável sobre qualquer ponto de vista. Um ingénuo podia admitir que, no primeiro golo anulado, o auxiliar teve azar, foi traído pela velocidade do lance. Mas no golo do Vitória o avançado recupera de uma posição irregular com muitos metros a separa-lo do nosso último homem e, no momento do passe, ainda estava em posição irregular. Este lance ocorre após uma falta clara em frente ao outro assistente, que é impossível não marcar. O lance do nosso primeiro golo ninguém pode afirmar com certeza que a bola passou a linha, embora assim pareça. O penalty sobre Capel é caricato, mas o jogador pelo menos é tocado. No caso do Setúbal nem sequer há contacto, é um lance de mau teatro, que merecia punição com amarelo. 

Um jogo que era impossível de ganhar e nem abordei os erros de arbitragem de forma exaustiva, também por nojo. Mas, valha verdade, foi também um dos nossos piores na época em curso. Para tal suceder concorreu um relvado miserável, impróprio para jogadas com muita troca de bolas, e opções de acerto muito duvidoso de Leonardo Jardim. 

A primeira parte acabou por ser, mais uma vez dada de avanço. Magrão é um equívoco cada vez mais evidente, neste jogo mais ainda quando João Mário abria o livro do outro lado. Afinal quem é que tem falta de intensidade? Heldon continua sem dar um único sinal que justifique a sua contratação. O que trouxe de novo que não tivéssemos já? Capel e até o João Mário devem fazer muitas vezes essa pergunta sentados no banco.

Para finalizar fica a minha última dúvida. Este roubo foi para resolver a questão do título, a do segundo lugar, ou ambos?

sábado, 8 de março de 2014

Quando o homem da mala do dinheiro anuncia um novo 25 de Abril

Não terá constituído grande surpresa o desfecho da reunião de presidentes dos clubes que constituem a Liga. E também não é surpreendente que, durante o conclave, se tenham trocado insultos pois tal acontece de forma subliminar ou declarada com relativa frequência. Do pouco que se sabe aparentemente a maioria terá optado pela destituição do actual presidente, Mário Figueiredo.

Do que ontem sucedeu ressaltaram-me dois factos que a seguir descrevo.

O novo 25 de Abril no futebol português 
No final da reunião Eduardo Simões veio anunciar a vontade de realizar um novo 25 de Abril no futebol português. No mínimo estranho. 

Para quem não sabe ou o tempo fez esquecer, Eduardo Simões foi apanhado com boca na botija - isto é, com a mala do dinheiro - servindo-se da sua posição de director municipal da Administração do território na C.M. de Coimbra para, em troca de favores a construtores imobiliários, angariar dinheiro para o clube daquela cidade. No fundo tratou-se de trazer aos olhos da opinião pública um situação há muito tempo tipificada e percebida da maioria, mas que ainda não tinha um exemplo tão real como o que este senhor protagonizou. 

Pois parece que é gente deste calibre que agora se propõe realizar um novo 25 de Abril. Até pode ser, mas numa primeira análise, e feito o paralelismo o com a Revolução dos Cravos de 1974, poderá ser um 25 de Abril qualquer, mas de 1973, 1972 ou anterior. Uma espécie de "primavera "eduardosimonista" que, depois de bem espremida, mas não será do que fazer alguma coisa para que tudo fique na mesma. Se não é parece mais o "velho sistema" a agitar-se para manter o " in statu quo res erant ante bellum". Como também parece mais ou menos óbvio que Eduardo Simões, Júlio Mendes, António Salvador e outros são meros peões de brega nesta tourada, estando muito bem identificados os interesses que representam. 

Por isso Pinto da Costa nem precisa de falar. Há mais de 30 anos no futebol não se lhe conhecem quaisquer outras acções ou pensamentos estruturantes sobre o futebol português que não fossem os movimentos para o controlar. Os senhores de que falei acima mais não são hoje dos que os Valentins e Pintos de Sousa e outros de outrora.

A posição do Sporting
Bruno de Carvalho saiu da reunião sem se pronunciar, pelo que não se percebe muito bem qual é a posição do Sporting. Provavelmente fá-lo-á nos próximos dias, o que eventualmente nos permitirá perceber melhor onde estamos e o que precisamos de fazer. Sem essa informação devo dizer que também vejo com alguma estranheza a companhia actual do Sporting nesta luta pelo poder, porque é disso que se trata.

 O historial de Luís Filipe Vieira no que às relações com o Sporting diz respeito tem já demasiados exemplos para que possa ser considerado um parceiro confiável.

O mesmo se aplica ao presidente do Maritimo Carlos Pereira. Foram estes dois os mentores da candidatura de Mário Figueiredo à Liga e por isso não se isentam de responsabilidade por um dos piores mandatos que o organismo conheceu. A Liga perdeu credibilidade, perdeu influência e perdeu patrocinadores. Perante isto creio que seria crucial que o Sporting se demarcasse de forma clara de uma gestão incompetente e ruinosa, que também o prejudicou.

Além disso não me parece que correr por fora seja o melhor caminho para o Sporting  fazer vingar as suas ideias para melhorar o futebol português. Para tal acontecer o Sporting tem de estar lá dentro. Quer para demonstrar as virtudes do que pretende, de forma a conseguir os votos necessários para que se produzam as alterações, quer para se opor a que tudo fique como está. Aguardemos pois pelos próximos desenvolvimentos.

quinta-feira, 6 de março de 2014

O fim do império azul é, para já, um mito

Há já demasiada gente a apressar-se a declarar o fim do império azul e branco. Uma precipitação que está longe de se sustentar em dados objectivos e que pode vir a trazer algumas surpresas provavelmente desagradáveis. 

O que começou sobretudo por um problema de ordem técnica e de liderança - o trabalho de Paulo Fonseca e os respectivos resultados - juntou-se agora também, de forma inevitável, a questão anímica, de que o recente jogo em Guimarães é o melhor exemplo. Porém parece-me ainda cedo para deitar foguetes. A época em curso está longe de se poder considerar perdida. A nível interno, e face ao actual espectro, o segundo lugar no campeonato e a vitória numa ou ambas as taças ainda em disputa podem constituir alivio bastante rápido dores até agora sentidas, especialmente porque, a acontecer, seriam alcançadas à custa dos rivais. Mas, mesmo que a época em curso não traga melhorias de monta - o que é até bem provável - nada há de definitivo que indique que a próxima época se lhe assemelhe. As razões para este meu raciocínio vêm abaixo explanadas e são o motivo do meu post de hoje.
 
Se olharmos para o plantel agora à disposição do novo treinador, Luís Castro, facilmente se constata que há ainda muito valor individual disponível à espera de melhor enquadramento para subir de rendimento. Isto mesmo considerando que a politica de reforços seguida foi algo atípica, o que equivaleu a um plantel com alguns desequilíbrios evidentes. As mexidas do mercado de Janeiro revelam não apenas necessidades urgentes de tesouraria, com o alívio da folha salarial, mas, atendendo ao que vai comentando nos mentideros, também ao saneamento do balneário, face a tensões que Paulo Fonseca e a estrutura que o devia suportar não conseguiram prevenir ou resolver de forma menos fracturante. Porém, são episódios circunstanciais que não têm que significar um estado permanente, basta para tal resolver os problemas criados pela passagem de Paulo Fonseca.

O poder que estendeu de forma tentacular a todos as organizações da pirâmide onde assenta a organização(?) do futebol português permanece intacto. Esse poder começa nas Associações, nas respectivas comissões de arbitragem, onde se promove e faz marcar passo quem interessa, e estende-se aos restantes órgãos nacionais. Nos tempos mais recentes o FCP tem sido obrigado a disputar ombro a ombro alguns bastiões com o SLB, disputa silenciosa que se estende também a nível nacional e onde o Sporting não tem participado. Poder que assenta também num núcleo de clubes amigos que com ele coopera, a que acresce o número daqueles que, por temerem as consequências de represálias, não fazem mais do que falar baixinho sem se lhe opor. É esse poder que o Sporting decidiu finalmente enfrentar. Se a estratégia é a adequada ou não é ainda cedo para se perceber.

Nas razões do sucesso do FCP há que não esquecer o saber constituído e acumulado ao longo dos últimos anos. O FCP de hoje é muito diferente do de há uma ou duas décadas, por exemplo. O domínio azul e branco não teria conhecido a importância que se regista hoje no número de títulos nacionais e internacionais se, além da movimentação nos bastidores, não tivesse um departamento de futebol competente, provavelmente o melhor dos três grandes. 

Ninguém melhor para explicar a forma de trabalhar do FCP que o actual homem forte do futebol, Antero Henrique (dados retirados e compilados de entrevistas recentes quer a órgãos nacionais quer estrangeiros):

A nossa prioridade é o sucesso desportivo e dentro disto há três factores que entendemos como fundamentais: recrutamento, desenvolvimento e rendimento. O recrutamento articula-se com 'scouting', o desenvolvimento com a formação e o rendimento com a produtividade do jogador na equipa principal. 

Não vamos deixar de ter a melhor equipa para ter a melhor formação. (No que é um remoque bem claro para o Sporting).

Podemos ter equipas com muitos jogadores portugueses. Mas queremos é grandes equipas com grande potencial.

Queremos ser o mais competitivos e ter uma boa formação porque o nosso lema é formar campeões até do ponto de vista cultural e sociológico. Não há campeões sem jogadores robustos e aque não falo em jogadores que correm muito e são pesados. Queremos jogadores com determinadas características para uma equipa de elite.

Organizamos o FCP sob um lema: "um plantel, três equipas" porque queremos uma migração natural entre a equipa A, equipa B e sub-19. O ciclo de treino acaba por ser o mesmo para todos os jogadores do plantel, o que permite planteis mais reduzidos e menor desperdício.  

Não se pode dizer que o discurso seja incoerente com a prática e os resultados falam por si. São as suas consequências práticas que permitem a valorização de activos que proporciona retorno financeiro para a cada ano renovar os investimentos. Um amplo reconhecimento no mercado e relações de preferência com os melhores actores ajudam não apenas a escoar os activos, assim como a conseguir o financiamento necessário. 

Por outro lado, quem conhece e acompanha o fenómeno futebolístico de perto sabe que o nível de acompanhamento dispensado aos seus profissionais de qualquer dos escalões, a jogar na casa mãe ou emprestados, supera em muito o que é prática comum nos outros grandes da capital. Associado ao êxito quase permanente, tal torna o clube como um destino apetecido de muitos profissionais.  

Não podia terminar o post sem abordar aquela que é provavelmente a questão crucial: a liderança. Ninguém é eterno e isso é cada vez mais evidente a cada aparição pública de Pinto da Costa. Mesmo antes que a sua influência directa nos destinos do clube cesse, as suas melhores qualidades sofrerão o inexorável declínio. A sua sucessão será um desafio para toda a entourage que o acompanha e forma como ela ocorrer decidirá o futuro próximo.

Contudo, e embora haja aqui e ali já sinais de aparente declínio, é ainda muito pouco para de decretar o final dos tempos para o clube de Pinto da Costa. Como estes parágrafos tentam demonstrar, há razões de sobra para ter como muito pouco provável que o império que construiu se esboroe e esfume num ápice. O poder de que ainda dispõe - o valor dos seus activos, o poder dos bastidores e o saber constituído - ainda lhe asseguram suficiente poder de fogo em qualquer um desses campos que será imprudente menosprezar.

quarta-feira, 5 de março de 2014

A lição do Professor Jesualdo

Foi com enorme prazer que ontem tive oportunidade de assistir à participação de Jesualdo Ferreira naquele que é talvez o único programa de televisão sobre futebol e em que realmente se fala de futebol. Sem desculpas nem subterfúgios Jesualdo abordou a sua passagem por Braga, demonstrando solidez nos conhecimentos e convicções. Os resultados foram os que todos sabemos mas confesso que, depois de o ouvir, mais me interroguei sobre o que terá levado o presidente do clube arsenalista a trocá-lo por Paixão. Os resultados podem até a vir a ser melhores, o que duvido. Do que não duvido é que, para um plantel em construção e com um lote de bons jogadores como é o do Braga, o clube precisaria mais de um treinador como ele do que o que agora tem no seu lugar. 

Algo que também tem escapado à minha compreensão é a forma pouco grata com que vejo aqui e ali alguns sportinguistas referirem-se ao treinador.  Há quem provavelmente entenda que  o Sporting ficou a dever a Jesualdo aquela que foi a sua pior classificação de sempre. Tal parece-me profundamente injusto quando me parece que, face ao que era a trajectória da equipa até ao momento em que ele assume o comando técnico, o espectro da linha de água era muito mais real que o lugar alcançado no final, conseguindo até que a possibilidade de atingir a Europa chegasse a ser real. Como ele ontem lembrou essa possibilidade foi, por força de erros próprios e de arbitragens em momentos cruciais, tornada impossível. 

A impressão que o seu trabalho me deixou foi extremamente positiva e ainda por cima conseguida em condições extremas. Num clube em chamas e a viver um dos períodos mais conturbados da sua história, a análise do seu trabalho não se deve extinguir na constatação do mal-fadado sétimo lugar. No pouco tempo que dispôs foi também responsável pela projecção de vários jovens jogadores com talento, tendo por isso quota-parte na valorização de Bruma e Illori que, por razões conhecidas de todos, optaram por continuar as suas carreiras noutras paragens.

Jesualdo aproveitou a ocasião para explicar a sua saída do Sporting em duas razões principais: estar de alguma forma marcado pelo facto de ser uma escolha do presidente anterior e, face à classificação final, ficar com uma margem de manobra muito limitada face a qualquer percalço. Uma análise lúcida de que poderia prescindir, retirando daí lucros pessoais. Análise também reveladora de que, no curto espaço da sua passagem, Jesualdo percebeu bem as idiossincrasias leoninas.

Quando instado a pronunciar-se sobre a época que a equipa principal tem estado a realizar Jesualdo foi claro: a trajectória não o surpreendeu, o mérito é da administração e de Jardim, por saberem "encerrar-se do exterior" com o plantel. Terminou reafirmando o  que já havia dito anteriormente: foi uma honra trabalhar no Sporting!

As razões da minha gratidão para com Jesualdo estavam já mais que justificadas. A forma elevada como se continua a referir ao meu clube, apesar das parcas condições de trabalho que encontrou ao seu dispor, ainda mais a reforçam. O Sporting teve nele um profissional de mão cheia e os resultados do seu trabalho deram disso testemunho.

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