segunda-feira, 30 de junho de 2014

Tanaka do Japão e outras novelas deste verão


Junya Tanaka
Junya Tanaka foi ontem confirmado como jogador do Sporting, assinando um compromisso válido para os próximos cinco anos. Tanaka tem 26 anos, tem uma internacionalização pelo Japão e, embora os números não tenham tido divulgação oficial, estima-se que a operação tenha rondado valores entre os 500 mil e os 700 mil euros. Mais informações sobre o perfil do jogador podem ser lidos no post da semana passada "a contratação de Tanaka".

Sobre o valor do jogador nada a dizer, atendendo ao profundo desconhecimento geral do futebol nipónico, mesmo atendendo a que alguns dos seus jogadores já alinham em alguns dos melhores campeonatos europeus. A ideia de que se trata apenas de uma jogada de marketing semelhante à de Sunil Chhetri não me parece fazer sentido, tendo em conta a diferença de valor entre o futebol praticado nos dois países. Enquanto na Índia o futebol ainda dá os primeiros passos, o Japão tem competições organizadas há muito tempo, o pais já co-organizou  um campeonato do Mundo e a sua selecção tem presenças no evento mais importante de selecções. Dificilmente se poderá enquadrar esta contratação numa óptica experimental meramente comercial e os valores envolvidos são também um forte indicio: superam o que foi pago por Slimani.

Algumas reservas à extensão do contrato (5 anos) para um jogador que se apresta para completar 27 anos esta semana, o que estende a sua ligação até aos 32 anos. O mesmo relativamente à cláusula de rescisão, ficando sem perceber o alcance pretendido com um valor tão disparatado. A menos que o objectivo seja precisamente este: o valor é tão absurdo para um desconhecido que toda a gente se interroga e enquanto o faz fala-se no Sporting e no jogador.

Sporting TV
Muitos comentários se geraram já depois do post da semana passada sobre a rábula do logótipo da Sporting TV. Alguns deles a raiar o ignóbil, diga-se, como por exemplo os que foram feitos sobrea vida pessoal de alguns elementos da equipa de redacção. O escrutínio feito às preferências clubistas foi contudo o resultado da porta deixada em aberto pela direcção quando, no processo de adjudicação do outsourcing do dossier da comunicação. O que me parece decisivo na escolha de um profissional não deve ser o facto de aquele ser ou não Sportinguista, embora seja óbvio que a peneira deva começar a ser usada aí, tendo em conta que os há no mercado e, alguns deles, excelentemente reputados. O que me parece ser de evitar são profissionais com passado dúbio no que à qualidade diz respeito, ou marcados por uma ligação a clubes rivais. Isso sim seria intolerável. Da equipa já divulgada o Diogo Beja, a Rita Matos, o Fernando Correia e o Nuno Graça Dias são os nomes que conheço e qualquer um deles de Sportinguismo inquestionável. Uns com carreiras mais curtas, outros mais longas, mas qualquer um deles são nomes sólidos que me parecem boas escolhas. 

A outro nível está o adiantamento das emissões. O facto de a emissão não poder arrancar no dia 1 - amanhã - é um revés, mas não um revés decisivo, um mero contratempo, mesmo que algo embaraçoso para imagem do clube, que havia assumido publicamente que as emissões arrancariam a amanhã, por ocasião do aniversário do clube. Por mais necessário que se entenda ser a televisão não foi a sua falta que obstou a que o clube complete 108 anos de história e muitos deles de Glória para o clube e para Portugal. 

Grande parte das reacções que vi ao adiamento são "corporativas", alijando responsabilidades à Entidade Reguladora para a Comunicação Social. Esta contudo parece estar muito segura da sua posição quando remete para os Corpos Sociais quaisquer reacção afirmando que "não comenta" em que fase está o processo e muito menos a carta que escreveu ao clube, adiantando que "enquanto os responsáveis do clube não falarem, não serei a revelar o conteúdo da mesma". 

O Sporting porém, no seu comunicado, escolhe uma posição defensiva, evitando qualquer responsabilização da entidade reguladora, o que é sintomático. 

Alguém acha que o comunicado seria este se o Sporting suspeitasse sequer de tratamento desigual ou de negligência?

E o comunicado não explica porque divulgou o inicio das emissões para o dia 1, amanhã, quando só apresentou na passada quarta-feira, dia 25, o pedido para inicio das emissões experimentais, desconhecendo se estas seriam autorizadas ou não. (i) Porque o fez, (ii) quem é a World Channel, (iii) que responsabilidades lhe podem ser assacadas neste embaraçoso contratempo, (iv) quanto tempo demorará até que as emissões sejam possíveis, são algumas questões a carecer outra resposta que um mero comunicado anódino não realiza.

William Carvalho, parte 9859834, prodígio turco, Carrizo, Jonathan Silva, novo Balloteli e, sem terminar, já estou quase a ficar sem fôlego
William Carvalho, Slimani e Patricio merecerão provavelmente um post próprio, atendendo à sua especificidade. O primeiro apenas para dizer que há noticias que avançam a estadia em Lisboa de uma delegação do Manchester United para o contratar. Esta seria de facto uma noticia, pois as anteriores são meros rumores. Porém não há confirmação oficial e os rumores continuam, avançando que o jogador até vai para o Chelsea. Vamos ter que esperar, não é?

Sobre os restantes, o simples facto de ser noticiado o interesse do Sporting diminui a possibilidade de êxito. Os valores que o Sporting pode pagar pelas respectivas aquisições são passíveis de ser suportados por centenas de clubes pelo Mundo fora, pelo que o dinheiro não será de todo determinante. O prestigio do clube, as competições onde se inscreve serão factores relevantes na hora de escolher porque, neste estrato onde o Sporting concorre nem todos têm tanto para oferecer.

Mas quando as noticias terminam afirmando que o clube X da Premier League ou Y da La Liga também está interessada no jogador o meu interesse no seguimento da respectiva novela desaparece. Aliás, se estivesse inscrito logo no inicio da noticia nem teria completado a respectiva leitura.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Paulo Bento (e com ele, muitos) parece não ter aprendido com o Sporting



As razões de Paulo Bento
O que leva um homem experimentado como Paulo Bento, com décadas nas pernas e na cabeça a lembrar-lhe que no futebol não há "amanhãs" a proferir a frase infeliz que proferiu, o tal " aconteça o que acontecer, não me demito"? 

Infeliz por que aconteceram já demasiadas coisas para o seu trabalho se poder furtar a uma avaliação aberta a qualquer decisão. E porque, infelizmente, a equipa que comanda tem dado de si mesma uma imagem de confrangedora e inesperada fragilidade - trata-se de um grupo em que a opção pela experiência sacrificou outras opções - está longe de dar garantias de o resultado do último jogo deste Mundial não faça recrudescer entre o público as ganas de o ver pelas costas.

A resposta à pergunta formulada no primeiro parágrafo parece-me justificar-se em duas razões: a questão da sua continuidade foi aberta no dia anterior por um superior hierárquico, o vice Humberto Coelho. E com demasiada amplitude, parece-me, deixando Paulo Bento sem a sustentação necessária. Ora Paulo Bento sabe muito bem que  o pior que pode acontecer a um treinador é o balneário ser contaminado pelo odor a debandada e fim de ciclo. Não há clarividência táctica que se oponha a descredibilização de um líder. Tudo o que Paulo Bento não precisava para acrescer às dificuldades do jogo com o Gana e que permitam uma saída honrosa do Brasil. 

A abertura de Humberto Coelho na véspera introduziu a dúvida da sua continuidade, que mais não foi do que uma tentativa patética de apagar a fogueira atirando-lhe gasolina. Os balanços fazem-se depois da travessia e não quando o barco navega pelos rápidos e, aparentemente, ao sabor dos elementos.

A hora dos profetas do passado e dos especialistas do dia seguinte
Sem dúvida que os resultados da selecção nacional, e particularmente as exibições frágeis da selecção, apanharam de surpresa a generalidade dos portugueses. Creio, contudo, que grande parte das reacções, em particular as dirigidas a Paulo Bento, primaram pelo exagero e pelo destempero. E com uma contradição de assinalar: a generalidade dos comentários sustentam-se em afirmações de repórteres a quem não se atribui grande credibilidade, embora se repitam até à exaustão os seus argumentos.  De repente ficamos a saber que Portugal é um país de especialistas em climatologia, que muitos conhecem melhor o Brasil sem dele ter visto mais de um país semi-continental que umas quantas telenovelas. Isto sem descurar que em cada um de nós vive um treinador que acertaria no totobola... todas as terças-feiras.

As culpas de Paulo Bento
Muito do que temos visto e que tanto nos tem desgostado na prestação da selecção escapou ao controlo de Paulo Bento, como escaparia ao controlo de qualquer outro treinador. A atitude de Pepe, as lesões de Patrício, Coentrão e de Hugo Almeida foram contrariedades a mais a um jogo que até não estava a correr mal. Porém aquelas contribuíram para um resultado que nos deixou demasiado expostos. O volume do resultado, entenda-se, não a derrota com a Alemanha. Um costume, se atendermos ao histórico.

Não foram também as decisões de carácter individual que determinaram os desfechos negativos. Podemos discutir se William não fazia melhor do que Veloso (o que parece uma evidência, mas não com o desnível que se quer fazer crer), se Almeida devia sequer estar ali (não foi tão mau como o pintam). Podemos discutir se Meireles, Bruno Alves e Postiga merecem ainda a convocatória mas, como muito bem me lembrou um caro amigo, o que se diria hoje se não tivessem jogado e os resultados fossem mais ou menos os mesmos...

O que me parece acima de qualquer discussão foi a fragilidade revelada ante os Estados Unidos e essa sim determinante para a situação de malas feitas em que nos encontramos. E essa é uma matéria em que um treinador inevitavelmente tem de ver o seu trabalho questionado. Um jogo terrível, de total incapacidade de controlo de uma equipa  vulgar - não há jogos nem adversários fáceis num Mundial - transformando-o numa espécie de rodeio yankee, em que nós fizemos a figura do vaqueiro sempre no chão, no meio do pó. A ilusão de facilidades do golo madrugador do Nani também me parece ter ajudado pouco. A tragédia no Brasil tem sido a total ausência de uma equipa e de um grupo incapaz de se opor às contrariedades.

O abismo de Ronaldo
Quem sai mais beliscado deste naufrágio à vista é indiscutivelmente quem mais tinha a perder: Ronaldo. Do lugar que alcançou há um enorme abismo a separá-lo do resto dos colegas. Ser-lhe-ia muito mais vantajoso esquivar-se, o que não está na sua natureza. Mas é também indiscutível que não vive os seus melhores momentos, o que já se arrasta desde Madrid. O que podia ser disfarçado com o suporte de uma equipa que, porém, não tem existido. Já Ronaldo fazer sozinho o que compete a uma equipa nunca seria impossível. O mais que se vai dizendo sobre o jogador são comentários de gente ressabiada pela sua ligação ao Sporting, origens que não renega, ou pela atávica inveja tuga sobre os que triunfam. Mas esse é capaz de ser o menor dos problemas, Ronaldo é um exemplo de superação e voltará a aparecer forte, quem sabe ainda mais forte.

Paulo Bento, sim ou não?
Quer ele queira quer não o assunto vai estar na actualidade nos próximos tempos. Com sorte, as atenções voltam-se a centrar nos clubes e até às primeiras convocatórias, ninguém se vai lembrar dele. Até porque, ao que parece, os portugueses lembram-se mais da selecção quando ela ganha. 

Ouvir falar em Fernando Santos - parece-me haver algum spin... - é motivo de sorriso. Em matéria de competência a figura de Paulo Bento sai agora diminuída pelo insucesso, naturalmente. Mas não me parece que possa haver ganhos evidentes aí, que é onde a decisão se deve centrar. Já em questões de seriedade e carácter equivalem-se.

Houve algo que aprendi na passagem de Paulo Bento pelo Sporting: mudar por mudar não é um bom negócio. Nem Paulo Bento era então tão mau nem hoje tão bom que não possa ser substituído. Mas  parece-me consensual hoje que ele e a equipa que então lhe dava suporte no Sporting - técnica e directiva - não soube fazer a necessária autocrítica e em tempo útil, deixando-se cair de maduro, até apodrecer no chão. Talvez Paulo Bento deva hoje lembrar-se disse e demonstrar que aprendeu alguma coisa com o passado.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

O que há a destacar no logotipo da Sporting TV?

É conhecido de todos a primeira proposta para o logotipo da Sporting TV e a polémica que suscitou. E que foi a rejeição quase generalizada obrigou à reformulação da imagem e que conduziu à logo que agora se conhece e que, ao que parece, já é visível para os clientes da NOS (ZON).

Não surpreende por isso que a nova proposta (creio que seja já o símbolo definitivo) seja menos "criativa", recolhendo-se a uma maior sobriedade. Porém, não provocando rejeição, também não entusiasma. O trauma do primeiro "susto" deixou marcas, produzindo um logótipo básico, sem chama, nem garra. 

Afinal se a opinião dos sócios e adeptos era assim tão importante (como não podia deixar de ser) porque não se fez uma consulta pública de ideias? Dificilmente não traria melhores resultados, não?

Que todo este processo desnecessariamente rocambolesco - estamos a falar de um logotipo, não do naming do estádio ou de outra qualquer questão fracturante - não constitua um mau presságio para o projecto que agora se inicia e que tão desejado é pelos Sportinguistas.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Formação: de Daniel Carriço a Eric Dier*

*Este artigo foi escrito para o A Norte de Alvalade por André Carreira de Figueiredo, jornalista, que acompanha há muitos anos a formação do Sporting, responsável pelo projecto Academia de Talentos e hoje director do sitio Noticias de Futebol.




Lembrando Daniel Carriço

Em tempos (há 8 anos) Daniel Carriço era a maior certeza na Academia de Alcochete. Como jogador tinha sido Campeão Nacional de Iniciados, Juvenis e Juniores, e para além dos títulos, era um jogador claramente acima da média e o seu comportamento fora dos relvados era igualmente motivo de orgulho na Academia.

Eu sinceramente, nunca fui um grande adepto do Daniel Carriço enquanto jogador, enquanto pessoa nunca fomos muito chegados e eu respeito isso.

Eu penso que muitos adeptos hoje em dia olham para um Júnior ou até para um atleta Sub-17 e dizem que ele vai ser atleta para a equipa principal. Eu penso que se pode pensar muita coisa, pode-se desejar muita coisa, mas, saber no nosso íntimo que este ou aquele vai ser jogador de certeza, bom, isso na última década só o "senti" duas vezes, uma foi com o Eric Dier em idade Sub-13 e outra foi com o João Mário Eduardo em idade Sub-14. Aliás, disse-o nessa altura, que João Mário um dia iria ser Capitão da Selecção Nacional A, era completíssimo.

Quase todos os restantes jogadores, posso ver neles estas qualidades, estes "defeitos", este talento, aquela mentalidade, e é possível tentar adivinhar, mas raramente com certezas.

A forma como os adeptos dizem que este ou aquele atleta Sub-17, Sub-18 ou Sub-19 vai ser craque, fazem-me lembrar a forma como alguns atletas no Futebol Americano a nível universitário fazem carreiras fabulosas, conquistam o troféu Heisman, mas depois, quando fazem a transição para a NFL, muitos apercebem-se que estão num mundo diferente, em termos de intensidade de jogo, em termos de cultura táctica, em termos de capacidade de leitura de jogo, e em termos de "skills" que nunca necessitaram a nível universitário, mas que subitamente são necessários para sobreviver na NFL. O que aconteceu a Tim Tebow, o que irá acontecer a Johnny Manziel, etc?

Quem fala da NFL, pode igualmente falar de Basquetebol a nível universitário onde um Michael Wiggins, um Jabari Parker, um Julius Randle, um Doug McDermott ou um Joel Embiid todos eles podem ter carreiras fulgurantes, mas ninguém sabe como o seu jogo se irá transferir para a NBA.

Irá a idade de McDermot colocar um limite na sua evolução? Será Wiggins apenas um bom atleta? Será Parker apenas um jogador fisicamente mais forte que os universitários mas que na NBA perderá essa vantagem? Há muitas variáveis e diferenças entre a Formação (ou Universidade) e os Profissionais.

É crucial criar plataformas que permitam uma adaptação entre as duas realidades competitivas. Em Portugal criaram-se as equipas B, enquanto na NBA, obrigam agora os atletas a cumprirem pelo menos um ano de basquetebol universitário antes de fazerem a transição para a NBA.

Relativamente a Carriço, recordo-me bem da sua última época na Formação em 2006/07. Era (e continua a ser) um grande Sportinguista, era um grande capitão (tal como o tinha sido nas Selecções Nacionais e Distritais), estava sempre em excelente forma física, dava sempre tudo o que tinha. Mas, confesso, sempre olhei para ele com grandes dúvidas em relação ao futebol profissional.

Nesse final de época, a defesa era constituída por João Gonçalves, Daniel Carriço, Marco Lança e Tiago Pinto, e dos 4, Carriço era o melhor na Formação e aquele que parecia reunir mais qualidades para singrar nos seniores. Mas... não era particularmente alto (estive várias vezes ao seu lado, e a minha estimativa é de que ele teria 1,81), era por vezes excessivamente impetuoso nas faltas e cortes que fazia, e por último, achava-o demasiado ansioso a jogar, ele dava tudo o que tinha, mas por vezes num misto de garra e de desespero. Um líder (seja ele o Capitão ou o Treinador ou o Presidente) nunca pode mostrar ansiedade perante os seus comandados. Muitas vezes me questionei como reagiria Carriço nos seniores onde indubitavelmente perderia mais jogos do que na Formação.

A adaptação de Carriço aos seniores foi razoável, primeiro foi emprestado (juntamente com João Martins) ao Olhanense, onde alegadamente, Álvaro Magalhães terá dito que Carriço nunca seria central na vida. A segunda metade de 2007/08 foi passada no AEL Limassol onde se afirmou e rapidamente se tornou um ídolo.

Em 2008/09 esteve no Sporting, onde debaixo da estabilidade emocional de Paulo Bento e a liderança forte de Filipe Soares Franco, Daniel Carriço finalmente num palco grande teve a oportunidade de mostrar o seu valor e diria que esteve bem, não foi fabuloso, mas com 20-21 anos de idade assinou uma bela época.

Entre 2009 e 2013 o Sporting mergulhou nas trevas sob a liderança fraca e instável de José Eduardo Bettencourt e de Luiz Godinho Lopes. Liderança fraca essa que permitiu a utilização de 11 (ONZE!!!) treinadores diferentes no espaço de 4 anos.

Depois de 2009 o Sporting perdeu muita da sua competitividade desportiva, e o ainda jovem Daniel Carriço sofreu com isso. A partir de 2011 começou a sofrer ainda mais com a chegada de novos jogadores. Até que em Janeiro de 2012, Carriço saiu por uma bagatela para o Reading, tinha batido no fundo (e o Sporting também).

Claramente, houve um Carriço em 2008/09, uma versão inferior em 2009-2011, e uma versão "triste" em 2011/12.

Muitas vezes me questiono se Bettencourt e Godinho Lopes terão arruinado Daniel Carriço ao destruírem a estabilidade em seu redor entre os 21 e 24 anos, ou se Carriço era um jogador limitado? A verdade deve estar algures no meio destas duas hipóteses.

Não tenho dúvidas de que Carriço foi muito prejudicado pela ante-penúltima e sobretudo pela penúltima administração do Sporting que durante 3 anos, não lhe proporcionaram um ambiente apropriado para a sua evolução. Mas, confesso que tenho algumas dúvidas de que Carriço atendendo às suas limitações (supramencionadas) se seria capaz de ser titular no Sporting desta última época.

Daniel Carriço foi adaptado a "trinco" e tem obtido algum sucesso ao serviço do Sevilha. É verdade que não se afirmou plenamente ao serviço do seu Clube do Coração, é verdade que teve azar com os dirigentes e estruturas que teve em seu redor, mas, suspeito que para Daniel Carriço... simplesmente não estava destinado a ter sucesso em Alvalade. Daniel Carriço não tinha (e não por culpa dele) qualidade suficiente para ser titular num Sporting que quer lutar para ser Campeão.

Quem sabe (eu não sei), se calhar daqui por dois ou três anos até perceberemos que foi curiosa a utilização dos nomes de Daniel Carriço e de Johnny Manziel neste texto, pois eles possuem algumas características em comum.

Melhor que Carriço é Eric Dier, e quando digo melhor, não estou a querer dizer que Dier seja melhor que Carriço em todos os aspectos, mas na globalidade, Eric é o melhor central formado no Sporting nesta última década.

Há 6 meses que pressinto que Dier está para o verão de 2014 como Tiago Ilori esteve para o verão de 2013, mas espero estar enganado. "Culpados" há muitos, há o jogador, há o seu pai, há a Sporting SAD, mas à margem de todos esses "pormenores" dos quais ninguém se lembrará no futuro, está um jogador de enorme qualidade, e que infelizmente estagnou durante os últimos 13 meses.

Eric Dier tem potencial para ser central de nível mundial, mas ele precisa do Sporting para lá chegar, da mesma forma, que e o Sporting precisa de o manter para o ajudar a chegar a esse nível. Se e quando Dier atingir um determinado patamar de excelência, o Sporting poderá tirar partido de todas as recompensas desportivas e económicas que estiverem ao seu alcance do atleta.

Há quem diga que a Sporting SAD não vende os jogadores que deseja manter, e essas mesmas pessoas dizem antes que o Sporting ou deixa os jogadores sair porque não os queria, ou então, que os vendeu (em vez de os perder).

É importante clarificar que há casos e casos, e muitas vezes, os adeptos agrupam tudo, confundido jogadores dispensados pelo Sporting com jogadores que se recusaram a ficar no Sporting.

Para quem diz que o Sporting não queria este, ou que não perdeu aquele, mas sim que o vendeu... nem sempre são esses os casos, pois houve situações em que o Sporting negociou durante 4-6 meses para manter os jogadores e os jogadores recusaram-se a ficar, enquanto noutros casos, o Sporting não vendeu os jogadores por vontade própria, vendeu-os porque não tinha outra escolha, ou os vendia, ou iria perder esses mesmos jogadores meses depois. Não negociou essas vendas a partir de uma "posição de força".

Tanto no Futebol Profissional como na Formação, há vários jogadores descontentes nestes últimos 13 meses, e o dinheiro é uma das razões desse descontentamento, mas está longe de ser a única. O Sporting pode não ter mais dinheiro para dar aos seus atletas e funcionários, mas pode melhorar a relação que tem para com eles de outras formas. Profissionalmente, depois do dinheiro, não há nada mais importante do que o respeito, a confiança e a lealdade.

Saudações Leoninas.

André Carreira de Figueiredo (ACF).

sábado, 21 de junho de 2014

A contratação de Tanaka e a entrevista de Paulo Oliveira

Parece que está encontrado um novo avançado para o Sporting. A noticia foi avançada ontem pela Renascença e é hoje corroborada pela generalidade dos jornais desportivos. Segundo o jornal "OJogo" 

"Avançado japonês custa 500 mil euros: tem 26 anos, atuava no Kashiwa Reysol e pode jogar como ponta de lança ou extremo. As próximas horas podem ditar a formalização do negócio.
O Sporting está prestes a garantir o concurso de Junya Tanaka, avançado japonês de 26 anos que representava o Kashiwa Reysol, da liga nipónica. O negócio está a ser alinhavado há mais de uma semana e, por cerca de 500 mil euros, os leões estão perto de formalizar a contratação de um desejado reforço para o ataque, em colaboração com a firma que representa o atleta, o BISC International Sport Consulting, que terá adquirido a totalidade dos direitos do atacante antes de negociar a sua colocação na formação verde e branca. Na posse deste grupo deverá ficar uma percentagem dos direitos económicos de Tanaka, uma aposta que também pretende retirar dividendos da exploração comercial do seu nome no mercado japonês, de acordo com a estratégia de expansão da marca Sporting."

Noticia que "Abola" também aborda, ao que junta o perfil do jogador, parecendo indicar que se trata de um avançado e não de um ponta-de-lança, como já foi noticiado.


A entrevista de Paulo Oliveira hoje ao jornal "A Bola"



quinta-feira, 19 de junho de 2014

Algumas notas sobre a Gala Honoris Sporting

A direcção do Sporting decidiu criar um evento próprio para celebrar o aniversário do clube e simultâneamente "reconhecer aqueles que, individual e colectivamente, contribuíram para o engrandecimento do Clube nas suas múltiplas dimensões, pelo talento e boas práticas desenvolvidas(...)." As categorias eleitas a premiar são: Futebol, Modalidades, Universo Sporting e Dirigismo. Adicionalmente serão entregues os emblemas aos sócios que completam os 75 e 50 anos. (A noticia no site não menciona os emblemas respeitantes aos 25 anos, não sei se por esquecimento ou se a respectiva aposição já terá ocorrido anteriormente e dela não me ter apercebido.)

Como é sabido, trata-se de uma inovação, uma vez que, até hoje, não havia prémios institucionais regulares, para lá dos acima mencionados emblemas de sócios. Sem carácter oficial mas com grande significado e tradição, os galardões mais desejados e prestigiados eram até agora os conhecidos Prémios Stromp. Prémios que sofreram desvalorização a que não será alheio o facto de a glória para dividir ter sido escassa e uma notório contágio pela turbulência em que a vida interna do clube tem sofrido nos últimos anos. É inevitável que os Prémios Stromp venham agora a passar a segundo plano, o que não colide com a legitimidade da iniciativa dos órgãos sociais.

Algumas considerações sobre a cerimónia:

Quem dá e quem recebe? - Não foi divulgada, pelo menos até ao momento, a existência de uma comissão que delibere sobre os prémios a atribuir. Provavelmente a autoria será do Conselho Directivo, não sendo de estranhar que a Mesa da A.G., tendo em conta a sua natureza e representatividade, também possa estar envolvida. Ora isto elimina logo à partida a atribuição de prémios aos elementos que a constituem, por razões óbvias, o que também pode configurar alguma injustiça. Uma questão a merecer algum cuidado e atenção.

Objectivos ambiciosos - organizar uma cerimónia como a que certamente se pretende - um momento de exaltação e celebração do clube - num espaço tão amplo como a Meo Arena é reveladora de ambição mas é também um risco, uma vez que, tratando-se de uma estreia, é difícil de avaliar a adesão que obviamente desejamos seja elevada para que se cumpram os objectivos pretendidos. Estou certo que este risco foi devidamente avaliado.

Custo elevado - Um dos possíveis óbices à adesão é o custo relativamente elevado para aceder à cerimónia (50€). Este valor seria sempre difícil de suportar na actual conjuntura. Para os Sportinguistas ainda mais, especialmente os mais fiéis. Quotas de associado, Gamebox's, Missão Pavilhão, bilhetes (jogos não incluidos na GB, por exemplo), actualização anual de equipamento, viagens, etc, etc. Este número não deve andar muito longe dos 30 mil, mais dezena, menos dezena, se atendermos aos números médios de assistências e números de sócios com quotas em dia. A fidelidade tem um custo elevado.

Premiar a fidelidade - Esta será uma boa ocasião para premiar os sócios mais fiéis, não apenas os completam o número de associação acima mencionados, mas sobretudo os que participam de forma activa nas diversas actividades do clube. Por exemplo, os que acumulam a sua condição de associados com as GB's de futebol e modalidades.  Ou os que mantêm a sua condição de associados vivendo longe do País e por isso não podem comparecer com a assiduidade que certamente desejariam. 

A estas ideias avulsas certamente que poderão acrescer outras melhor estruturadas e amadurecidas recolhidas no seio da imensidão de Sportinguistas. 

Resta-me desejar que a Gala Honoris seja isso mesmo: uma honra para o Sporting!

terça-feira, 17 de junho de 2014

De regresso ao Sporting

A selecção está no topo da actualidade mas obviamente que para um Sportinguista o clube nunca é remetido para segundo plano. Por força de algumas limitações de tempo e outras de carácter pessoal ficaram por abordar alguns temas cuja referência me parece incontornável. Fica aqui o registo das principais, em modo semi-telegráfico, sem que isso signifique que alguns dos assuntos não venham a constituir um ou mais posts exclusivos, assim o interesse o justifique.

Tiro no porta-aviões da "cultura de exigência e rigor"
Cultura de exigência e rigor têm sido das qualidades mais referenciadas pelos actuais corpos sociais, especialmente pelo presidente Bruno de Carvalho nas muitas alocuções que tem feito sobre clube. O triste episódio do vídeo de promoção da SportingTV, amplamente referido entre os Sportinguistas, é um exemplo muito concreto do que é precisamente fazer o inverso. O que me chocou mais na peça não foi tanto a falta de qualidade geral, o que até pode ser desculpado pela escassez de meios. Chocante é o plágio de um trabalho sobejamente conhecido e o desleixo de ainda assim publicar o vídeo na página oficial do clube.

As recentes mudanças há pouco efectuadas no sector de comunicação do clube - o despedimento do que restava do corpo de redacção do jornal, a entrega à  empresa Youngnetwork e, quase em simultâneo, a nomeação de Bruno Roseiro como coordenador do novo projecto de média (que poucos dias antes(!) tinha lançado o livro de carácter autobiográfico sobre Bruno de Carvalho "O presidente sem medo" ) - levariam a supor que estes episódios com um "acentuado cheiro ao antigamente" não seriam de todo possíveis.

Esta peripécia é uma péssima saída de jogo que, pelo mau gosto revelado, deixa uma nódoa retinta, lançando dúvidas no ar sobre o que ainda nos possa estar reservado. É muito fácil agitar as águas nas redes sociais com soundbytes, muito diferente é promover a imagem de uma instituição centenária com as responsabilidades e o peso do Sporting.

Títulos em modalidades
Apesar da austeridade o Sporting continua a coleccionar títulos (judo, futsal) e, mesmo perdendo, a discutir até ao final a possibilidade de os ganhar, como aconteceu no andebol. Nesta modalidade há sobretudo que não esmorecer, porque há sinais evidentes de retoma de competitividade, face ao adormecimento à sombra da bananeira, que nos custou a perda de uma hegemonia que tanto nos orgulhava. No judo e futsal os ciclos vitoriosos falam pela qualidade do trabalho desenvolvido, não é possível ganhar tantas vezes por acaso. Notável que se aprofunde a nossa hegemonia nestas modalidades enquanto se aperta o cinto. 

Não fecho este titulo sem prestar homenagem a Deo e Divanei cujo exemplo foi muito além do mero profissionalismo. E também a João Pina, um campeão de judo e de sofrimento que encerra a carreira de titulo ao peito.

"Um dos dias mais felizes da minha vida!"
Foi assim, com esta frase de tão profundo significado, que Gilberto Borges qualificou o regresso do Hóquei em patins ao seio do Sporting, depois do abandono da modalidade e do trabalho de ressuscitação absolutamente notável cuja etapa mais difícil agora termina. Um justo reconhecimento para a equipa de Gilberto Borges, a alma, o coração e sabe-se lá que mais deste projecto. Uma medida justa e, creio, há muito desejada, pelo que merece todo o nosso reconhecimento. O hóquei nacional precisa de um Sporting forte, não apenas pelos pergaminhos do clube na modalidade, mas também como lufada de ar fresco, face aos que foram os últimos anos de guerrilha SLB/FCP.

Muita formação, zero títulos
Muito curiosa a postura habitual dos Sportinguistas relativamente à formação: pouco interessados em suportar as dores de parto e crescimento, quando os míúdos, muitas vezes de forma extemporânea, são chamados a assumir responsabilidades de quem chega com fama de craque, mas cujo proveito pouco mais se faz sentir do que nas suas contas bancárias. Porém, uma vez que se vive em escassez de resultados (vitórias) lá se iça a bandeira da formação para lembrar que as bases das selecções são de alicerces verde e brancos e outras tretas do género. 

A razão mais válida para se apostar em formação é fazer dela uma bandeira com títulos. De outra forma é pouco mais que mera cumulação de frustrações e desenganos. Esse é um desígnio possível não uma quimera. Mas a sua concretização requer muito mais do que os muitos ziguezagues estratégicos ao sabor de quem passa, quase sempre de forma fugaz, pela direcção técnica e institucional.

Pode parecer um contra-senso, mas onde a exigência de títulos menos se justifica é precisamente na formação, cuja principal missão deve estar obviamente centrada na missão de fornecer os melhores jogadores à equipa principal onde, aí sim, a orientação para vencer deve ser total.  

A provar o que acima se afirma está o historial da competição de júniores e juvenis. Entre as décadas de 70 e 90 (inclusive) o Sporting logrou apenas 4 títulos de campeão nacional de júniores, 5 de tendo, nesse período, formado dois jogadores considerados os melhores do mundo (Figo e Ronaldo) e um rol notável de grandes jogadores, cuja nomeação seria até penosa. Nos anos seguintes o Sporting passou a dominar as competições nacionais de formação, sem que isso alterasse o rácio de títulos no escalão sénior. Isto é, exactamente na mesma do que sucedeu quando ganhou poucas vezes.

Isto dito não invalida a avaliação de percurso sempre necessária, mesmo quando se ganha mais do que se perde. Perguntas como:

Que competências têm os treinadores das camadas jovens, quem as avalia, "que", "como" e "quem faz" a prospecção e selecção estão sempre na ordem do dia e cujas respostas poderão ajudar a explicar os resultados ou uma tendência. 

Após o segundo ano da B que balanço fazer? Quantos jogadores foram aproveitados ou podem vir a ser para a equipa B? 

É justificável o corropio de entrada e saída de jogadores como a que se assistiu este ano, com jogadores de percurso de referência no clube e selecções verem os seus lugares ocupados por jogadores de qualidade e até idades duvidosas?

Que evolução se pode assinalar nos jogadores, sobretudo nos que, tendo mais talento, mais se espera? O meio  que o Sporting lhes proporciona é o mais adequado ao seu triunfo ou o contrário?

Que significado e importância tem a  ausência de títulos combinada com o aparecimento de novos actores (os titulos de Guimarães e Braga), bem como a perda de número de jogadores nas selecções nacionais?

Estamos a falar de o fim de um ciclo ou de ocorrências esporádicas, sem exemplo?

Guerra da Guiné perdida
Ninguém terá esquecido o folhetim de Bruma, faz agora um ano. Muitos dos seus mais suculentos episódios estão ainda por revelar, pode ser até que nunca conheçam a luz do dia para a maior parte de nós. O que resulta de mais claro da guerra iniciada com Cátio Baldé é que o Sporting ganhou uma batalha com a venda de Bruma por valores quase impensáveis, mas que, de seguida acumulou 3 derrotas amargas com as saídas de 3 dos melhores e mais promissores jogadores que tinha na formação. Pior foi ter visto encerrado a exploração do filão da Guiné, que o empresário dominava quase em exclusivo e com relações privilegiadas com o Sporting. Os jogadores não perderam, porque permanecem intactas as possibilidades de progredirem nas carreiras. O empresário não deixou de fazer negócios nem coleccionar comissões. O que ganhou o Sporting?

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Derrota com a Alemanha: o dia do achamento de uma humilhação

Não gosto de misturar a palavra "humilhação" com a actividade desportiva. Não há humilhação na derrota mais copiosa desde que quem perde entregue a totalidade do seu esforço a contrariar os vencedores. Não foi isso que aconteceu hoje no Brasil, na primeira participação da equipa portuguesa no Mundial 2014. Erros indesculpáveis em profissionais habituados a jogar ao mais alto nível como o do Pepe e uma série de opções infelizes de Paulo Bento deram uma imagem desprezível da selecção nacional. 

A envolvente histórico-social carrega ainda mais a negro a pobre exibição portuguesa. Nunca é demais lembrar que o jogo decorreu a poucos quilómetros do primeiro desembarque de Pedro Alves Cabral, que o Brasil é um país a quem nos unem estreitos laços, quer pelas várias gerações de emigrantes agora renovadas por sangue novo, quer mesmo pelos muitos brasileiros que gostam de Portugal, como muitos de nós gostam do Brasil. Esta componente afectiva adensa o peso da derrota. Ainda me lembro de andar algum tempo zangado com o futebol por causa da derrota do Brasil ante a Itália no Mundial de Espanha.

A conferência de imprensa que antecedeu o jogo já havia revelado o que há de pior em Paulo Bento, exibindo um azedume excessivo e de todo injustificado, levando a suspeitar que não estaria no ponto de equilíbrio ideal para tomar as melhores decisões. Não sei se a equipa que propus no post anterior daria melhor conta de si, mas é quase tenebroso pensar que não haja quem possa fazer melhor do que Meireles, João Pereira, Bruno Alves, e Hugo Almeida, por exemplo.

A lesão de Coentrão remete-nos novamente para o acerto de Paulo Bento na hora de escolher o plantel à sua disposição. André Almeida deixou bem claro que a fama de "o bom polivalente" é manifestamente excessiva, não restando grandes dúvidas que melhor seria que Miguel Veloso recuasse à posição para lembrar velhos tempos. 

As alusões individuais acima não invalidam a contestação inevitável: o naufrágio é colectivo, o peso dos erros e falhas individuais de uns arrastou os restantes. Fica também o registo de uma equipa desequilibrada emocionalmente, traduzida não apenas na patetice de Pepe, mas também nas decisões Bruno Alves ou na exibição de Patricio, que esteve longe ser um referencial de acerto, segurança e equilíbrio que se pede na sua posição.

A tão comentada ausência de Wiliam Carvalho acaba por ser uma boa noticia para o próprio, que assim não se vê envolvido no naufrágio da Bahia e o Mundial continua ser um espaço para a confirmação do seu valor. Devo dizer que a sua ausência nem sequer me surpreendeu atendendo ao que foram as suas últimas participações no campeonato e mesmo nos jogos de preparação do Mundial,o que terá levado Paulo Bento a fazer a opção que hoje se conhece.

Não seríamos que somos se, após o jogo de hoje, não déssemos tudo como irremediavelmente perdido, o Ronaldo como medíocre - imagine-se os outros... - e a habitual procissão de horrores já em curso. É evidente que os danos emocionais, a que se juntam as ausências forçadas de Pepe e Coentrão, têm que ser devidamente resolvidas e não aprofundados com acumulação de novos erros. Mas não deixa de ser verdade que o tudo ou nada que agora nos encontramos é o caldo de cultura onde habitualmente se reproduz o melhor dos nossos jogadores, pelo que é manifestamente exagerado olhar já para os jogos que restam da qualificação como um triste adeus português.

Sobre a arbitragem e o tradicional choradinho tuga o que diriamos agora se o árbitro não marcasse a nosso favor lances como o de João Pereira ou deixasse em campo um jogador alemão que fizesse o que fez Pepe?

No Grupo G joguemos com prazer (o sofrimento é inevitável)

De treinador e louco todos temos um pouco, não há nenhum português que não tenha a "sua selecção nacional" na cabeça. Também eu tenho a minha:


Guarda- redes: Patricio. Who else?

Lateral direito: Ricardo Costa. Aos laterais vai ser exigido mais do que atacar saber defender bem. A chamada de Ricardo Costa equilibra a defesa deixando Coentrão maior liberdade para subir, o que faz melhor do que João Pereira e mesmo Ricardo Costa.

Lateral esquerdo: Coentrão. Está explicado acima.

Centrais: Pepe e Neto. São os nossos melhores centrais do ponto de vista técnico e do entendimento do jogo. Bruno Alves teria vantagem se a bola se jogasse exclusivamente pelo ar, o que a Alemanha está longe de o fazer. E até pode ser titular, uma vez que Pepe ainda suscita muitas dúvidas.

Médios: Moutinho sobre a direita, William ao centro e Amorim à esquerda. Vamos precisar de ir à procura da bola, de a saber ter e de a disponibilizar o mais jogável possível para os que jogarão mais à frente. Estes são os três que dão maiores garantias de o poder fazer.

Avançados: Nani, Ronaldo e Éder. Hesitação entre Postiga, pelo seu percurso clínico recente e Éder. A escolha recai no segundo. embora não seja tão eficaz a segurar a bola para subidas em apoio, faz igualmente bem o arrastamento dos centrais para fora da zona central para os movimentos de Ronaldo à procura das melhores zonas para finalizar. Tem outra disponibilidade física que Postiga e ainda pode dar uma ajuda preciosas nas bolas paradas defensivas. Ronaldo e Nani são indiscutíveis.

Tentando fugir aos lugares comuns - sofrer primeiro, sofrer cedo, marcar primeiro e de preferência cedo, saber segurar a vantagem, etc - creio que será seguramente um jogo de sofrimento que a equipa nacional terá que saber contrariar com o prazer de jogar como sabe, de pé para pé, sem medo de ter a bola.

sábado, 14 de junho de 2014

O tempo da selecção é uma boa hora para recordar um dos maiores de sempre!

A selecção nacional está quase a entrar em campo para realizar o primeiro jogo do Mundial do Brasil. Uma boa altura para recordar um ídolo que o tempo parece querer deixar para trás: Fernando Peyroteo. Para o fazer recorro à trasncrição de um artigo que li há algum tempo e que faz a justiça de colocar o antigo jogador do Sporting e da Selecção Nacional no lugar que merece.  


Talvez não saibam mas ele é  ainda hoje o jogador com melhor média de golos marcados pela selecção de Portugal: 14 golos marcados em 20 jogos (média de 0,7 por jogo).  É também o jogador com mais golos marcados ao Benfica: 64 golos em 55 jogos (média de 1,2 por jogo).  O jogador com mais golos marcados ao F.C.Porto: 33 golos em 32 jogos (média de 1,02 por jogo).


"Peyroteo sendo um imorredoiro símbolo do Sporting Clube de Portugal, é também património do imaginário colectivo e um motivo de orgulho para o desporto nacional."



Fernando Peyroteo, um grande futebolista, um ser humano de eleição
Quando escutamos ou lemos entrevistas de alguns dos actuais “craques” do futebol nacional, sentimos como eram diferentes alguns dos grandes jogadores do passado. E esta reflexão não envolve qualquer anátema contra os jovens futebolistas do presente – prisioneiros da sua circunstância, como diria Ortega y Gasset, reagem de acordo com princípios que têm mais a ver com marketing do que com dignidade – por exemplo, há dias, um jogador português dizia-se magoado por não ter sido nomeado como um dos dez melhores da Liga Inglesa, onde joga; o mesmo jovem dissera antes que espera vir a ser o melhor jogador do mundo. Considero que a ambição é um sentimento legítimo; porém, há atributos mais importantes – a modéstia, o decoro, a dignidade…

Fernando Peyroteo foi, sem sombra de dúvida, um dos melhores jogadores portugueses de sempre. Em termos de eficácia superou mesmo Eusébio, pois foi o jogador português que mais golos marcou na história do Campeonato Nacional - 330 golos. Entre a mais famosa linha avançada, a dos cinco violinos, sem desprimor para os restantes quatro, todos eles foras de série, Peyroteo era um “stradivarius”.

Numa entrevista que concedeu a um jornal desportivo, falando de um outro angolano, um grande amigo seu – Guilherme do Espírito Santo – disse: «O Guilherme sempre foi melhor jogador de futebol do que eu: mais técnica, mais jogo. Menos prático, menos golos, etc.? Sim, também é verdade. mas mais jogador». Não sei se era verdade, mas há um pormenor – Espírito Santo jogava no Benfica, o eterno rival do Sporting Clube de Portugal… Quem hoje seria capaz de uma atitude destas? Se calhar, até a direcção do clube o repreenderia. Quando comparamos esta humildade com as declarações das estrelas actuais, não podemos deixar de pensar que o mundo do futebol foi tocado por Midas – o ouro e o marketing sobrepuseram-se ao espírito desportivo e ao fair play.

Conte-se a propósito que sobre  o avançado-centro Guilherme Espírito Santo se dizia, por graça, que o verdadeiro sportinguista deveria benzer-se assim: «Em nome do pai, do filho e do Peyroteo, que o Espírito Santo é do Benfica!»

Por ser um grande jogador e um homem de grande carácter, pensamos ser perfeitamente justificada a entrada de Fernando Peyroteo na galeria das “Vidas Lusófonas”. Como sucede com outras figuras do futebol nacional – Pepe, Pinga, Feliciano, Travassos, Matateu, Águas, Eusébio - Peyroteo sendo um imorredoiro símbolo do Sporting Clube de Portugal, é também património do imaginário colectivo e um motivo de orgulho para o desporto nacional. Pertence a todos nós, seja qual for a nossa opção clubística.

O respeito pela palavra dada
Nasce em Humpata, Angola, à época colónia portuguesa. Nasce a 10 de Março de 1918. Infância e adolescência sem incidentes. Seus pais foram para a Angola e começaram por ser agricultores no sul do território. O nome Peyroteo vem-lhe do avô materno, um madrileno. Faz estudos secundários e desenvolve um grande gosto pela leitura e pelo cinema. Joga no Sporting Clube de Luanda, onde se destaca pela sua veia goleadora. Com 19 anos vem para Lisboa onde chega no paquete Niassa no dia 26 de Junho de 1937. Sua mãe, professora da ensino primário, vem devido a um problema de saúde.

O eco da sua perícia como avançado-centro chegara já a Portugal. Na Rocha Conde de Óbidos, onde o navio atraca, estão dois elementos da direcção do Sporting Clube de Portugal. Levam-no para o Palácio Foz, nos Restauradores, pois aí funciona a sede do clube. Convidam-no a jogar na equipa leonina. Aceita sem discussão, pois esse é o clube do seu coração. Nem quer falar de dinheiro e concorda imediatamente com o que lhe propõem. Não assina contrato, não há pressa, mas a palavra está dada. Vai para Sintra, passar umas férias.

Um dia em que tendo vindo a Lisboa (comprar livros ou ver um filme – a leitura e o cinema continuam a ser as suas grandes paixões, depois do futebol) e se prepara para regressar a casa, abeira-se dele um sujeito que, com modos conspirativos, falando baixo, lhe propõe muito mais dinheiro do que aquele que a direcção do Sporting lhe prometera. É um enviado do Futebol Clube do Porto. Peyroteo agradece, mas recusa. Depois é abordado por gente do Benfica – oferta de mais dinheiro e de melhores condições. Nada feito. O Sporting é o seu clube e a sua palavra estava dada. Não há assédios, promessas, ofertas que o levem a renegar a sua convicção clubística e o respeito pelo acordo verbal que para ele é sagrado. A direcção do Sporting toma conhecimento das investidas e, preocupada, corre a consolidar juridicamente o acordo. Pela assinatura do contrato por duas épocas 500 escudos; ordenado mensal 700 escudos (que serão reduzidos a 350 se Fernando arranjar emprego… Não é tão pouco como parece agora, mais de setenta anos depois – mas é ridículo quando comparado com o que qualquer jogador, por mais medíocre que seja, recebe hoje em dia. Os tempos eram outros e as pessoas funcionavam de forma diferente. Mas, pesando as diferenças, não resisto a fazer uma pergunta – destes ases da actualidade, qual deles procederia assim?

Há um comboio em Sintra a sair pela madrugada…
O treinador da equipa leonina é outro nome mítico – o húngaro Joseph Szabo. Fora um grande jogador e, como treinador, levara o Porto a campeão nacional. E agora está no Sporting. Obriga Fernando a um ritmo de treino muito exigente. Todos os dias nove quilómetros de corrida, secundarizando o treino com bola. Mas, depois de um treino esgotante, quando pensam que acabou por aquele dia, Szabo pega numa caixinha com bonecos e dá uma lição de táctica.

 Nesses anos de guerras, holocaustos, repressões e penúria generalizada, os jogadores não chegam como agora às academias em carros topo de gama. Andam de comboio, de eléctrico, a pé, de bicicleta e, excepcionalmente, de táxi. Peyroteo continua em Sintra. Tem de apanhar o comboio das 6:03 que chega ao Rossio às 6:45. Sai da estação, anda uma centena de metros até à paragem do eléctrico nos Restauradores. Chega ao velho estádio do Lumiar cerca das 7:20, pois o treino começa às 7:45. Diz nas “Memórias”  «Tudo era feito pontualmente sob as ordens de mestre Szabo. Cinco minutos de atraso equivaliam a 10 por cento de multa sobre um ordenado de 700 escudos. Um dia, porque o meu velho despertador, cansado de muitos anos de trabalho, tocou às 5.15 horas, fez-me perder o comboio das 6.03 e cheguei a Alvalade com meia hora de atraso, mesmo utilizando um táxi dos Restauradores até à porta da cabina. Quando entrei no rectângulo já mestre Szabo dirigia o treino. Cumprimentei-o, apresentei desculpas e pedi licença para treinar-me e, por se tratar de um treino de conjunto, dirigi-me para o meu posto onde outro avançado-centro se encontrava. Szabo exclamou: ‘Cárago, Férnando, não fazer um coisa dê isso! Primeiro dar-se quatro voltas a correr e quatro volta em marcha...’ Acabadas as voltas, entrei para o meu lugar de avançado-centro e, no final do treino, fiquei — como sempre — no campo, apenas com mestre Szabo, para fazer treino individual de técnica. Cerca das 10.30 tomámos o banho e encontrámo-nos para virmos para a Baixa. É preciso acentuar que a equipa do Sporting treinava apenas às terças e quintas, ao passo que eu fazia dois treinos extra: às quartas e sextas, para me especializar no pontapé ao golo. Logo que nos encontrámos à saída das cabinas, renovei os meus pedidos de desculpas por ter chegado atrasado, Szabo interrompeu-me e disse: ‘Férnando ter que ser multado 10 per cente no ordenado, Férnando ter quê dar exemplo. Tudos égales, Férnando... OK, Férnando, você treinar quatro vezes por sêmana, eles dois, mas não treinar para mim, treinar para si! Não poder desculpar, outros dizer quê você mênino bonito... Todos égales.’»

Como de costume apanham o mesmo eléctrico do Lumiar para os Restauradores. Peyroteo vem silencioso, rosto fechado, responde por monossílabos. Szabo finge que não percebe. Quando chegam, o húngaro sorrindo diz que perdoará a multa se Fernando comprar um despertador novo. Peyroteo, aliviado, diz que sim. Mas o problema não acaba, pois Szabo quer ir com ele de imediato fazer a compra e escolhe ele próprio um despertador caríssimo (50 escudos), mas que poderá acordar Sintra em peso. Diz Peyroteo:  que no domingo seguinte, na cabina, antes do jogo, disse à rapaziada: «‘Cárago, sinhores! Férnando não chigar mais atrasado a training. Fumos comprar déspertador, experimentar tocar lá na loja e fazer barulheira quê Azêvedo vai ouvir no Bareiro...’»

Carreira fulgurante - «Caréga Maria»
Na época, em 1937, apenas há um campo relvado em Lisboa -  o campo das Salésias. O Estádio Nacional do Jamor só será inaugurado em 10 de Junho de 1944. É nesse campo que, integrado no Torneio Triangular de  Preparação, se realiza em 12 Dezembro um jogo entre o Sporting e o Benfica. Fernando está muito nervoso e nem o chá de tília que lhe aconselham lhe reduz o nervosismo. Conta nas “Memórias”: «Estava tão perturbado que foi necessário mister Szabo ligar-me os pés. Quando faltavam apenas 10 minutos para entrarmos em campo, Szabo fez diversas recomendações sobre a táctica a empregar e disse: 'Muita atenção sinhores, a avançado-centro jogar Férnando. Rapaz novo não ter experiência dê jogo. Sinhores mais vélios ajudar ele, bem dê clube! Não fazerem malandragem. Brincadeira custar 10 per cente para sinhores'.»  O Sporting vence por 5-3, com dois golos marcados por Peyroteo. Os sportinguistas e os adeptos de outros clubes, começam a reparar naquele jovem tão promissor. Dois golos? Sorte ou talento?

Em breve, todos conhecem a resposta – um grande, um enorme talento. Logo na primeira época no Sporting,  a de 1937/38, Peyroteo ajuda o Clube a ser campeão. E durante a sua permanência na equipa, entre esta época e a de 1948/39, é cinco vezes campeão. Na época 1947/48 marca 43 golos, feito que virá a ser superado em 1973/74 por outro avançado sportinguista o argentino Héctor Yazalde (1946 - 1997) que marca 46 golos. Peyroteo será por seis épocas o melhor marcador do Campeonato Nacional. Nos 197 jogos que disputa nesta prova, marca 331 golos, o que dá uma média de mais de 1,6 golos por partida. Nenhum jogador do mundo atingiu alguma vez esta média em campeonatos nacionais. Contando, além do Campeonato Nacional, com todas as provas em que a sua equipa participou, Peyroteo faz 393 jogos e marca 635 golos (média de 1,61 por jogo). Durante a carreira disputa 432 jogos e marca 700 golos (1,62 por jogo). Uma média fabulosa. Além dos cinco campeonatos que ajuda o Sporting a vencer, ganha quatro Taças de Portugal e sete Campeonatos de Lisboa..

Para terminarmos as estatísticas – É ainda hoje o jogador com melhor média de golos marcados pela selecção de Portugal: 14 golos marcados em 20 jogos (média de 0,7 por jogo).  O jogador com mais golos marcados ao Benfica: 64 golos em 55 jogos (média de 1,2 por jogo).  O jogador com mais golos marcados ao F.C.Porto: 33 golos em 32 jogos (média de 1,02 por jogo). Apesar disto, até os adeptos adversários gostam do Fernando – masoquistas? Não – reconhecem nele o grande jogador, admiram-no, respeitam-no.
Em toda a sua carreira, apenas uma expulsão – No Benfica - Sporting da época 1945/46, o defesa do Benfica Álvaro Gaspar Pinto (um grande jogador) na disputa de uma bola, provoca-o, chamando-lhe em voz baixa f. de.p. Fernando soca-o e é expulso de imediato. Quando a história é conhecida até os adversários o desculpam. Pela primeira vez, Fernando não segue o conselho que o mister lhe dera antes do primeiro jogo contra o Benfica: «Sinhor Fernando não perturbar com jogo. Não ter importância nenhum jogar mal. Gajos ir dizer para si coisas feias. Não engolir a isca. Fazer dê conta ter algodon nos ouvidos. Não esquecer principal papel dê avançado-centro: caréga Maria!».

«Caréga Maria» é, na gíria de Szabo, atirar ao golo. Sem cerimónias -  «Caréga Maria» apelo ao que hoje se chama o killer instinct. Peyroteo foi sempre um jogador educado e disciplinado. Ficaram célebres as suas lutas com Gaspar Pinto, com Feliciano do Belenenses, com Guilhar do Porto…

Os cinco violinos – a sonata que os adversários temiam
Na segunda metade dos anos 40, a linha avançada do Sporting era assim: Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano. Esta sociedade durou entre 1946 e 1949  e ficou conhecida pelo nome que o jornalista Tavares da Silva  lhe deu num inspirado artigo da revista Stadium: "Cinco Violinos". Cândido de Oliveira para tirar partido do sistema de jogo que estudara em Inglaterra, criou esta quinteto que tocava sonatas terríveis para os adversários. Era uma linha avançada cujos ataques de passes certos e rápidos,  letais para as equipas adversárias. No meio dos seus companheiros, dos outros quatro violinos, Peyroteo era um autêntico «stradivarius»..

Os míticos cinco violinos jogaram somente 53 vezes pelo Sporting, duas pela Selecção Nacional e uma pelo misto Benfica-Sporting-Belenenses (o famoso BSB a que os espirituosos da época chamavam o Batalhão de Sapadores Bombeiros). Só perderam nove partidas. Marcaram 215 golos - uma média de 3,83 por jogo! Nunca em Portugal houve uma linha avançada tão produtiva e eficaz.

Quase podiam jogar de olhos fechados – cada um sabia o que os outros quatro iam fazer. Dizia Peyroteo: «quando Jesus Correia seguia junto à linha lateral, eu já sabia que o centro ia cair na marca de penalty . Meti alguns golos rematando forte, emendando o centro sem que a bola tocasse o pelado».

Peyroteo marcou quatro golos que permitiram ao Sporting ganhar o campeonato de 1947/48. O mesmo o Sporting ganhou a monumental taça «O Século». É difícil escolher a tarde de maior glória de Peyroteo, tantas foram elas com a camisola do Sporting. No entanto salientamos uma quando, em 24 de Abril de 1948 o Sporting precisava de vencer o Benfica, fora de casa, por uma diferença de três golos para conquistar mais um Campeonato Nacional. Nessa tarde de glória, Peyroteo, apesar de ter passado a noite em estado febril, jogou e marcou os quatro golos que permitiram ao Sporting ganhar o Campeonato Nacional e, em simultâneo, a primeira Taça «O Século», um trofeu verdadeiramente monumental.

O fim da carreira e o começo da lenda
Peyroteo termina a sua carreira aos 31 anos, depois de um curto ano ao serviço de Os Belenenses. Em Setembro de 1949 diz: «Fui soldado nas fileiras do desporto nacional e um soldado não foge ao cumprimento do seu dever, seja ele qual for e em que circunstâncias for! Mas, de hoje em diante, reconheço que sou um soldado velho… Não posso corresponder às exigências de preparação de um jogador de futebol que queira manter-se em forma e ser útil ao seu clube e à modalidade que pratica. Quando entro em campo, vou cheio de vontade de jogar, mas depois de meia dúzia de pontapés na bola, apodera-se de mim um enfastiamento inexplicável.»

Diz-se que por detrás destas palavras há uma razão extra-desportiva. Metera-se num negócio (a «Casa Peyroteo», uma loja de artigos desportivos) e contraíra dívidas – precisava urgentemente de cem mil escudos. Por isso, diz-se, antecipa a saída para com o lucro obtido na festa de despedida honrar os compromissos. Investe do seu bolso a importância para contratar a equipa do Atlético de Madrid e a festa tem lugar em 5 de Outubro de 1949. Consegue realizar a importância de que necessita e arruma as botas. A carreira de jogador profissional acaba. A lenda começa.

Miúdos (eu sou um deles) que vão à Rua Nova do Almada ver o grande Peyroteo. Uns ficam no passeio espreitando para dentro da loja. Outros, mais afoitos, entram e fazem qualquer pergunta ao Senhor Fernando que sorri, compreendendo a admiração que leva garotos a perguntar no meio de raquetas, botas e bolas de futebol, fatos de treino, se tem lápis, cadernos ou borrachas. Muitos nem são sportinguistas – benfiquistas, belenenses, sejam adeptos de que clube forem, todos admiram Peyroteo e saem gabando-se. «Falei com ele!». Depois, há um herói – chama-se, se a memória não me falha, Rodolfo -.um tipo mais velho que «está já» no quarto ou no quinto ano. Entra, dirige-se ao senhor Fernando, diz-lhe qualquer coisa, estende-lhe um caderno. Nós, no passeio, assistimos atónitos. Sorrindo sempre, Peyroteo escreve. Rodolfo sai impante – tem um autógrafo do grande Fernando Peyroteo. 

Em 1957 Fernando publica as suas memórias. Cândido de Oliveira, um grande homem do futebol português, diz no prefácio: "... A leitura deste curioso e valioso livro de memórias de Fernando Peyroteo há-de contribuir para se perceber melhor a sua figura de avançado-centro de classe excepcional, as suas ideias pessoais sobre o jogo, os casos e os homens do futebol e, mais ainda, há-de fazer compreender que, realmente, há motivo para deplorar que ele não tivesse prolongado a sua portentosa carreira de jogador até ao limite das suas magníficas e invulgares faculdades futebolísticas!...". Carlos Pinhão, O grande jornalista de A Bola , no dia em que Peyroteo nos deixa escreve: «De Peyroteo era a força que o distinguia, era o tempo do futebol inglês como paradigma, o avançado-centro tipo Tommy Lawton dos dez-a-zero, a carga de ombro, o furar-a-defesa e a grande pastilha... Em Espanha se disse que o futebol português peyroteava!...»

Falece, vítima de ataque cardíaco, em 28 de Novembro de 1978 com apenas 60 anos de idade. Uma lesão no tendão de Aquiles, contraída num jogo de veteranos realizado em Barcelona, dera lugar a uma intervenção cirúrgica que, mal sucedida, provoca a amputação de uma perna. Complicações na circulação sanguínea levam, mais de vinte anos depois, ao desenlace. 

Por ocasião das comemorações do 1º centenário do Sporting Clube de Portugal, este clube homenageou Fernando Peyroteo, lembrando-o com um memorial no dia 10 de Março de 2006, dia do seu 88º aniversário. Depois de descerrada a placa, usou da palavra o filho de nome Fernando Peyroteo: «Gostaria de dizer duas palavras de profundo agradecimento. Tenho a certeza absoluta que se fosse possível esta seria uma das prendas que teriam dado mais prazer ao longo da vida de meu pai. É com orgulho que recebo em seu nome uma homenagem destas. Estou agradecido à Comissão do Centenário. Apesar de tudo, os valores que me foram transmitidos pelo meu pai estão a ser reafirmados. Estou muito sensibilizado. Em relação à minha família será transmitida toda esta emoção.»

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Eleições na Liga: a confusão (re)pariu um Figueiredo

De golpe de teatro em golpe de teatro as eleições para a presidência da Liga ditaram a até então improvável reeleição de Mário Figueiredo. Todas as peripécias em torno do acto eleitoral revelam o profundo desprezo que uma parte relevante dos dirigentes devotam à modalidade, privilegiando os seus interesses e estratégias pessoais. 

Provavelmente este é apenas mais um capitulo de um filme cujo epílogo está ainda por escrever. Sobram muitas dúvidas sobre a legalidade de alguns actos que conduziram à rejeição de duas das listas, o que faz supor impugnações e recursos aos tribunais. Mas até se conhecer o(s) desenlace(s) há perguntas por responder:

Que força têm uns corpos sociais a quem uma parte significativa dos que deviam ser os seus representados nem compareceu ao acto eleitoral?

Quem é que está por trás de Mário Figueiredo e quem é que o teme?

Sabendo-se que o Sporting compareceu e votou, em que sentido foi o seu voto?

Se o Sporting votou a favor de Mário Figueiredo, o que espera ganhar ou pelo menos não perder?

Será que vê afastada assim a possibilidade de registar decisões tão ridículas como a proferida este ano no caso da Taça da Liga?

Curiosa a reacção de Luís Filipe Vieira que parecia jogar no cavalo do Seara, mas que já apareceu a cavalgar Mário Figueiredo. Será que a mansidão da reacção de Seara face ao que o próprio considerou uma "imensa indignação" perante a "violação frontal e grave do direito associativo" foi orientada por comando à distância?

E o que pensa e sobretudo como reagirá Pinto da Costa? Ou as atenções depositadas na preparação de uma nova época e facto de o verdadeiro poder estar agora concentrado na FPF o levam a não dispersar atenção e energia?

terça-feira, 10 de junho de 2014

André Geraldes, por quem o conhece. E Cédric

André Geraldes chega ao Sporting após ter representado do Belenenses, Istanbul BB, Desportivo das Aves, Chaves, Rio Ave e Maia Lidador. É defesa lateral-direito, mede 1,81m e a sua aquisição em definitivo ao clube turco Istanbul BB deve ter custado ao Sporting cerca de um milhão de euros.

André Geraldes chegou ao Belenenses em Janeiro deste ano, onde praticamente pegou de estaca. Jogou doze jogos, completando cerca de 1.305 minutos.

Sobre André Geraldes, fala quem o conhece bem, Paulo Fonseca seu treinador no Desportivo das Aves:

(Clique para ampliar)
No mesmo jornal, "a bola", é noticiado também o interesse do Schalke04 em Cédric, reforçando um rumor que já circula há algum tempo. Porém não creio que por 3,5 milhões de euros os alemães consigo muito mais do que comprar uma perna do nosso lateral. E provavelmente apenas a esquerda...

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Mas afinal qual é a estratégia do Sporting para os órgãos de poder do futebol português?

No encerramento do Congresso Leonino Bruno de Carvalho voltou a referir-se ao processo eleitoral em curso na Liga de Clubes. Grande parte do post estava já escrito, mas a sua alocução no final do Congresso Leonino, pela importância de algumas afirmações, obriga a algumas observações.

O presidente insistiu na tónica da "manipulação democrática" das eleições para a Liga dos Clubes. Todos sabemos mais ou menos do que se trata - a luta pelos lugares entre FCP e SLB - mas a afirmação deveria ser mais rigorosa, pondo o sempre indispensável nome "aos bois", explicando quem é quem em cada lista e quem representam cada uma delas. Uma forma de emprestar a transparência também indispensável.

Não concordo com a referência feita aos Sportinguistas, quando Bruno de Carvalho afirma que "os Sportinguistas preferem calar-se, porque devemos ser diferentes, politicamente correctos, ficam chocados com tudo". Pelo menos os Sportinguistas que conheço, e são muitos, não se revêm neste retrato conformista.

Provavelmente trata-se de uma referência às reacções à forma pouco feliz do seu discurso de Ponta Delgada, mas há um oceano de diferença entre o ficar calado e os termos em que o fez nos Açores. Teria feito bem melhor não aprofundar um momento infeliz com uma ideia que em nada favorece os Sportinguistas, especialmente quando é dita pelo seu principal representante.

Julgo contudo que não podemos deixar de ser diferentes, sob pena de nos confundirmos com os demais, ficando apenas as cores das camisolas a separar-nos. Não acredito que nenhum Sportinguista o tivesse censurado se o tivesse feito noutros termos, ainda que contundentes, porque todos comungamos da ideia central relativamente ao futebol nacional. Também não acredito que algum Sportinguista deseje que o seu presidente seja outra coisa que não uma pessoa de bem...

Feitas estas considerações iniciais a pergunta inevitável que terá necessariamente que se desdobrar em algumas mais:

Mas afinal qual é a estratégia do Sporting para os órgãos de poder do futebol português?

A pergunta é obrigatória porque talvez o que resulta de mais importante das afirmações recentes de Bruno de Carvalho sobre as eleições da Liga é a confissão de impotência de Bruno de Carvalho, isto é, do isolamento do Sporting neste jogo de disputa de cadeiras. Por outras palavras, de distribuição de poderes. Isolamento que não se alterou com as diversas "acções de charme" junto dos seus parceiros de Liga, dos orgãos federativos, ou de poder a nível nacional e internacional.

O Sporting não se revê em nenhuma candidatura conhecida por entender estarem ambas contaminadas por interesses alheios conflituantes com  os seus.  E não apresenta nenhuma de sua autoria, obviamente por saber antecipadamente que não conseguiria angariar qualquer apoio. É o próprio Sporting que se remete ao isolamento o que, quanto a mim facilita sobremaneira a tarefa dos seus adversários. Eles mesmo têm remetido o Sporting a um canto, e Bruno de Carvalho reconhece-o quando fala da bipolarização do futebol português.

Esta  estratégia de Bruno de Carvalho pode diferir no discurso, mas não difere na prática em nada da dos seus antecessores. Na hora de nomear os árbitros, de decidir nos órgãos jurisdicionais, o Sporting continuará a não ver a isenção de que reclama e tem direito assegurada. Ao contrário, os seus adversários, que declarada ou tacitamente procuram algo diverso e perverso (no sentido do melhor interesse do futebol e das suas organizações) que é o acautelemento dos seus interesses sobre o bem comum, continuarão a rir-se dos nossos protestos.

Ao nível interno esta é uma estratégia que indubitavelmente renderá grande apoio a Bruno de Carvalho. Apoio natural que certamente ninguém lhe negará. Mas o que pode ser útil para ele é insuficiente para o Sporting. Já todos percebemos que as eleições na Liga "já eram" para nós. Como foram todas as que as antecederam para a Liga, Federação Portuguesa de Futebol e sempre que estão em conflito os interesses dos 3 grandes. O próprio presidente reconhece também o efeito daninho desta ordem quando lembra: "vejam os titulos que temos tido nas últimas décadas por não querermos levantar ondas..."

Mas será que se altera alguma coisa apenas "levantando ondas?

Parafraseando "o outro", se Bruno de Caravalho quiser deixar um futebol melhor do que encontrou e sobretudo um Sporting melhor preparado para se defender terá que deixar a sua zona de conforto, a dos discursos mais ou menos inflamados para jornalistas e adeptos e delinear uma estratégia que lhe permita atingir resultados práticos. Para isso precisa de massa critica indispensável para alterar regulamentos, ou simplesmente colocar pessoas idóneas no lugar dos comprometidos, o que não se consegue falando sozinho. Terá seguramente de escolher parceiros entre "os bons" e os "menos maus" que também não se revêem ou apenas estão descontentes com o estado de coisas. Terá qe ter paciência e alguma astúcia. Coleccionará derrotas antes de conhecer o sucesso.

Comparemos o famoso sistema - que não é o sistema do FCP ou do SLB, mas o de ambos - a um tumor que consome a saúde do futebol português.

Alguém acha que um tumor se regenera por sua livre vontade ou que se elimina aos gritos? 

Se o Sporting continuar a correr por fora continuará fora do jogo da defesa dos seus interesses. 

sábado, 7 de junho de 2014

Equipa B: A censura a Abel, a nega de Litos e uma solução


A censura ao trabalho de Abel
A não continuidade de Abel à frente da equipa B parece um facto consumado, o que constitui um sinal claro de censura ao seu trabalho na época que findou. Devo dizer que também não gostei do que vi do resultado do trabalho do treinador, mas não serei tão severo, ao ponto de lhe assacar em exclusivo as culpas por muito do mau futebol exibido ao longo do ano. 

Há factores que dependem em exclusivo da sua esfera de actuação em que Abel falhou rotundamente mais que uma vez, como foi o exercício publico da disciplina sobre alguns jogadores. A sujeição do factor individual na procura de soluções para a equipa são também a demonstração clara da falta de trabalho técnico adequado ou esclarecido. 

Mas uma avaliação justa obriga também a reconhecer que o plantel posto à sua disposição no inicio da temporada sofreu uma importante depreciação de valor, acrescida de enorme instabilidade proporcionada por entradas, saídas e rodagem de jogadores da A.

Se possível voltarei a este tema (a equipa B) de forma mais detalhada. Mas fica desde já a ideia, a merecer reflexão, se o primado do empirismo, revelado com a entrada de jogadores "achados aqui e ali", sobre a planificação e a perseverança que as idades de formação requerem, é o melhor modelo para a equipa B. As dúvidas estende-se por isso também à virtude - ou justiça,se preferirem -  do modelo não apenas para o treinador, mas também para os jogadores. Este juízo inclui obviamente não apenas os que partiram mas também os que chegaram.

A nega de Litos
O facto de um treinador desempregado e ainda por cima assumidamente Sportinguista recusar o lugar de treinador da equipa B - cuja importância é muito maior e mais complexa do ponto de vista estratégico para o clube que a secundarização da designação leva a supor - tem obviamente um significado importante. É pelo menos revelador de uma situação mal pensada e as palavras de Litos confirmam-no: a equipa B tem um treinador e chama-se Abel Ferreira.

Confesso desde já que a memória que guardo do trabalho de Litos como treinador não regista nada que mereça grande destaque a não ser um marco importante, como foi o regresso do Portimonense à Primeira Liga. Mas isso não diz muito sobre o seu modelo de jogo e a respectiva aplicabilidade e interesse na equipa B do Sporting. A sua passagem por um campeonato como o moçambicano também não me parece ter sido factor de evolução e aprimoramento de faculdades. Mas fica o registo das suas qualidades como homem. Outro no seu lugar não se importaria de assumir um compromisso que no imediato lhe garantisse o rendimento, independentemente das consequências que o futuro reservaria. E homens assim são raros hoje e é uma honra que os tenhamos entre nós, Sportinguistas. 

Soluções
Ao contrário do que possa ser uma certa tendência para considerar o lugar de treinador de equipa um cargo de aprendizagem, e que por isso pode ser ocupado por um treinador em formação, talvez o lugar deva ser considerado mais a sério. Isto se de facto a formação e a equipa B também assim sejam consideradas. 

Tenho para mim que a equipa B é crucial para o sucesso de um clube que projecta na formação uma importância vital para o seu sucesso. Mas, para que resulte, não devem existir preocupações excessivas com outros resultados imediatos - o futebol (os seus adeptos) tem pouca paciência para projectos com projecção de resultados a muito longo prazo - que não sejam a progressão mais segura dos jogadores saídos da formação base (júniores), de forma a manter um regular fornecimento de jogadores para a equipa principal. 

Este "regular fornecimento" refere-se sobretudo ao número, à quantidade, crendo que os  jogadores que atinjam esse estádio já passaram pelo indispensável crivo de qualidade que os faz ombrear sem receios com os demais. Jogadores de valor excepcional devem ser "esperados para colher" como devem ser todas as colheitas excepcionais: não há todos os anos. Ora isto representa uma preocupação menor com os resultados, observando contudo que há valores mínimos a preservar, como sejam a manutenção do lugar na II Liga, bem como evitar "figuras tristes" que manchem a reputação do clube.

Independentemente da filosofia há um ponto que o Sporting nunca deveria abdicar relativamente à sua equipaB e esse é o crescimento e a valorização dos seus jogadores, na qual o papel de um treinador é crucial. Devo dizer também que ser Sportinguista não seria para mim uma prioridade na escolha de um treinador, antes sim um factor de desempate em igualdade de circunstâncias.

Por nomes nas soluções é por vezes a melhor forma de contaminar uma discussão, uma vez que quase todos têm os seus preferidos e muitos dos nomes trazem consigo demasiados anti-corpos. Um nome que me parece interessante, pelo perfil sereno, pela experiência e pelos resultados alcançados é o de Van der Gaag. Esteve inclusive para ser treinador adjunto de Van Basten, se Bruno de Carvalho tivesse ganho as eleições em 2011. O técnico holandês teve trabalho meritório na formação do Marítimo, onde fez aparecer vários jogadores, e a sua subida com o Belenenses à primeira liga, com uma equipa jovem, foi impressionante. 

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