segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Assim se ganham ( e perdem...) campeonatos

É em jogos como este último contra o Nacional da Madeira que por vezes se ganham campeonatos, Jogos difíceis, enfrentado autocarros estacionados no relvado, sem qualquer jeito ou vontade para fazer mais que defender o nulo, e com pouca inspiração individual ou colectica, quiçá por cansaço resultante da ressaca de uma frustrante jornada europeia. Um jogo cuja obrigação de ganhar sou ganhou ainda mais relevância quando o rival se estatela surpreendentemente minutos antes. Tendo-o ganho, o Sporting reforçou a sua posição de comandante, recuperando os pontos de avanço que dispunha quando o anterior treinador fez as malas. A vitória renderia horas depois ainda mais juros pelo empate do outro rival em casa.

Este jogo pode constituir também uma amostra e servir de caso de estudo para o que o Sporting deve esperar para as próximas visitas a Alvalade de adversários de valor equivalente aos insulares, isto é, quase todos. E, como se viu neste jogo, há ainda muito trabalho à espera de Rui Borges para consolidar processos e ideias e passá-las aos jogadores, de forma a fazer crescer colectivamente a equipa e dessa forma encontrar soluções que não a deixem tão dependentes de rasgos individuais como aquele remate fabuloso de Francisco Trincão.

Esse é talvez o grande desafio desta equipa técnica que, depois de ter superado com bons resultados uma fase que o calendário impôs recheada de compromissos de elevado grau de dificuldade, tem agora em mãos um grupo de jogadores claramente focados, mas muito espremidos fisicamente e com pouco tempo para treinar. Neste jogo com o Nacional foi bem evidente, além da pouca inspiração, erros de execução não forçados. Jogadores como Maxi, Quenda, Trincão e até mesmo Gyokeres executaram ou tomaram decisões que, com outra frescura física, já vimos fazer melhor.

Do ponto ode vista individual saliência para a estreia em Alvalade de Rui Silva e para o golo de Simões. Com quase nada para fazer, no pouco que fez permite antecipar que teremos outra presença na baliza com mais maturidade e sem receio de usar os pés e sair da sua zona de conforto, controlando melhor a profundidade e abrindo novas oportunidades para construir o jogo desde o último reduto. 


Já o miúdo foi protagonista da grande emoção da noite, pela estreia a marcar e pelas sábias palavras que proferiu, entre lágrimas de regozijo e emoção, lembrando todos - em particular os que, como ele, passam pela Academia - e a todos o quão necessários são os sacrifícios antes que se consiga este pequeno grande feito. Poucas vezes fazemos essas contas, mas mais de metade dos seus 18 anos foram passados ou a viajar ou viver longe da casa de família. Foi um momento lindo e particularmente comovente. Do ponto de vista mais prático parece que a necessidade imposta pelas lesões nos oferece mais um jogador de quem vamos ouvir falar mais vezes. O seu golo é também um pouco daquilo que lhe parecia falta: a capacidade de chegar mais à frente, como exige para a posição que ocupa um clube com as ambições do Sporting.

Poucos fins-de-semana são tão profícuos como o que acabamos de viver. O avanço sobre os rivais é importante mas, como ainda há pouco vimos, nada tem de definitivo. Dos 15 jogos que faltam realizar nesta segunda volta devemos contar apenas com o que podemos fazer e, isto dito, quer dizer que temos ser quase perfeitos, não falhando nenhuma das vitórias nos jogos em casa, concedendo quase nada nos jogos que teremos que disputar fora, onde se incluem os jogos em casa dos nossos maiores rivais. Não é fácil mas é de campeão. Ou de BI, como queremos ser.  


 

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