segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

O regresso da autoridade do campeão


Depois de ultrapassado o período dificil por força de um calendário cheio de compromissos de elevada dificuldade (derby, Guimarães, Taça da Liga), do qual o Sporting saiu regressando ao comando da Liga e derrotado apenas por penaltys na final da taça, regressamos a uma semana "normal", com encontro marcado com um adversário que o ano passado nos havia imposto a perda de dois pontos. Era por isso com alguma expectativa que se aguardava a resposta que a equipa daria e, terminado o jogo, a conclusão é que dificilmente poderia ser melhor. O Sporting fez talvez a sua melhor exibição desde que o anterior treinador embarcou para terras de Sua Majestade, deixando na expectativa se é este jogo que marca o regresso do Sporting mandão e autoritário que nos levou ao titulo na época transacta e lançou nas primeiras onze jornadas na senda do bi-campeonato.

Não há margem para dúvidas que o período dificil acima aludido foi ainda mais dificil por força das inúmeras ausências por lesão e agora, como o regresso, ainda que a conta-gotas, permite a Rui Borges um maior âmbito de opções para o jogo. Seja logo desde o seu início, seja olhando para um banco onde há dias este mais parecia estar transformado numa extensão de um jardim-escola, tantos eram os miúdos e tão poucos as verdadeiras opções ou alternativas. Dizer isto é também reconhecer os bons resultados alcançados pelo treinador, cujo discurso simples, directo, mas desassombrado, desmonta fantasmas e receios.

Com esses regressos não aumentam apenas as opções do treinador, mas têm também a influência directa na produção da equipa. O "produto", isto é, o valor individual dos jogadores, ainda faz muita diferença. Às vezes não de forma tão intuitiva e directa como pode parecer à primeira vista. Por exemplo, a presença de Inácio no onze não melhora apenas a nossa solidez defensiva, mas gera mais soluções na forma como conseguimos surpreender os adversários logo a partir do momento em que iniciamos o ataque a partir de tráz. Foi assim, aliás, que chegamos ao golo inicial, quando um passe seu quebra linhas pela verticalidade da execução, bem secundado pela continuidade que Quenda lhe deu. E até a presença improvável de Debast no meio-campo contribui para mais soluções, uma vez que o belga oferece a visão de jogo e outro tipo de envolvimento a Maxi que não o expõem tanto aos adversários. E acrescenta uma variabilidade de soluções com os seus passes a quebrar linhas.

Os três golos obtidos acabam por saber a muito pouco, se atentarmos ao enorme caudal ofensivo e ao sem fim de vezes que o jovem guarda-redes foi visado diretctamente, sobretudo por Harder. O miúdo foi um verdadeiro quebra-cabeças para o último reduto vilacondense. O jovem dinamarquês é senhor de condições físicas verdadeiramente assombrosas, mas padece ainda dos defeitos que apenas o tempo e o treino conseguem resolver. Assim ele os resolva e estará na calha um novo rei viking para assombrar as muralhas de qualquer último reduto, aproveite bem ele também para por os olhos naquele que pode ser o seu "mentor", Gyokeres. Gyokeres sabe quando deve usar a força, apenas jeito ou coordenar os dois para ser feliz. Por pouco não fez um par de golos no pouco tempo que esteve em jogo. 

Nota para a estreia do novo guarda-redes, Rui Silva. Pouco ou nada teve que fazer, mas o seu jogo com os pés permite imaginar que vamos ter um outro sossego e, talvez, também mais soluções para sair a construir desde da nossa área.

Vamos agora aos alemães do Leipzig, num encontro que será seguramente muito exigente e que imporá grandes dificuldades pelo ritmo que os alemães imporão logo desde o inicio. Oxalá consigamos fazer o que poucas vezes as equipas portuguesas alcançam em solo teutónico: pontuar.

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