segunda-feira, 10 de março de 2025

O regresso da alegria


Afigurava-se difícil a deslocação a Rio Maior. Os da casa seguiam invictos e apenas haviam perdido pontos no longínquo mês de Agosto e a sua performance recente com o nosso rival (vitória por esclarecedores e inapeláveis 3-1) obrigavam-nos a encarar o jogo como dos mais difíceis dos dez que ainda faltavam realizar.

As opções de Rui Borges pareciam ser bastante conservadoras, sobretudo pela escolha de Fresneda e Matheus Reis para as alas. O decurso do jogo acabou por lhe dar alguma razão, uma vez que os melhores elementos dos Gansos foram precisamente os seus alas, Lazarrabal e Lelo, a par de Livolant, que requisitaram os maiores cuidados e concentração. Acresce que se Rui Borges tivesse optado por, por exemplo Maxi e Catamo, ficaria condicionado se tivesse necessidade, como se veio a verificar na segunda parte, de dar mais energia e ímpeto à equipa.


E assim foi. Depois de quase quarenta e cinco minutos de domínio total e dois golos de vantagem, num lance fortuito e infeliz de Esgaio, a bola aninhava-se no fundo das redes, sem que o Casa Pia tivesse feito pouco mais do que fazer chegar a bola à nossa área. Os nossos rapazes acusaram o toque e, em sentido inverso, os da casa regressaram ao relvado de peito feito, convencidos de que podiam ter uma oportunidade de dar continuidade à invencibilidade intramuros. 

Ao contrário do que possa ser pensado, o recuo e menor acerto do Sporting não se deveu à falta de pernas mas, antes sim , a um recuo no tempo recente, em que a equipa acusa o toque e perde ânimo  e, por consequência, as melhores referências do seu jogo. A isso também ajudou um relvado pastoso e irregular, sendo muitos os passes falhados a impedir a ligação intersectorial do nosso jogo.

Rui Borges viu-se obrigado a mexer e fê-lo bem. Morita trouxe cérebro, Catamo energia e o regresso de Debast a “6” tranquilidade que o capitão Hjulmand, certamente motivado por abaixamento de forma devido à recente paragem por lesão, não estava a oferecer. O penalty claro sobre Trincão devolveu a confiança aos nossos rapazes e colocaram a equipa da casa no lugar.

Aos poucos, com o regresso dos habituais titulares ausentes por lesão, o Sporting vai voltando ao seu normal: uma equipa adulta, dominadora, que sabe bem o que precisa de fazer em cada momento do jogo. A história deste campeonato tem sido escrita com muito sacrifício e superação e estes rapazes estão merecer o lugar que ocupam.

Nunca será demais lembrar o Gyokeres nos oferece. O gosto que dá vê-lo a arrancar que nem uma bala, abrindo o caminho à sua passagem. É para desfrutar enquanto há, porque seguramente que deixará, além da memória gravada pelos inúmeros golos, muitas saudades.


Uma referência para a multidão de Sportinguistas que tornaram nosso o estádio local: um verdadeiro show montado de principio ao fim do jogo. A equipa respondeu com a devida gratidão.

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