domingo, 11 de maio de 2025

A um degrau do Olimpo


Já haverá poucas pessoas vivas e que se recordem da última vez que o Sporting alcança a conquista de um bi-campeonato. Estamos assim a apenas um degrau de subir ao Olimpo dos privilegiados que nos meados dos anos 50 do século passado assistiram ao período hegemónico do Sporting no futebol nacional. Esta pode ser por isso a década que assinala o regresso do Sporting à posição dominante, uma vez que, caso consiga vencer o Vitória na última jornada da Liga 24/25 o clube conquistará três titulos em cinco possíveis, deixando apenas um título para cada um dos rivais. Mas essas são contas que se farão apenas daqui a uma longa e interminável semana de anseios e cálculos. 

Como se prova pelo desfecho do dérby passado, o resultado e a forma como foi alcançada a vitória ante o Gil Vicente pode vir a ser o jogo determinante para a  possível conquista do campeonato. Foi esse resultado arrancado a ferros que permitiu que o Sporting chegasse ao dérby a poder jogar com dois resultados possíveis. O que, como acabou por se verificar, permitiram ao Sporting anular a vantagem estratégica que o rival teria caso o Sporting tivesse que ir obrigatoriamente à procura da vitória.

Se se atender apenas ao que diz respeito ao domínio, o empate é o resultado certo que sai de duas partes distintas. Na primeira em o Sporting está melhor na primeira e, entre o consentimento e a imposição pela maior força do rival, o SLB domina na segunda. Em cada uma dessas partes houve oportunidades para qualquer um dos clubes poder sair vencedor. Mas, atendendo à cronologia dos eventos, o Sporting poderia ter fechado o campeonato quase "sem necessidade de jogar" já sequer o segundo tempo e por isso de estar ainda dependente de realizar mais três pontos.

Para tal teve que contar mais uma vez com a indisfarçável alergia de João Pinheiro ao Sporting. Volta-se a colocar a questão do artigo anterior: porque lhe foi incumbida a missão de arbitrar, como se ele fosse um caso único de excepcional qualidade no seio de arbitragem, quando esta é marcada sobretudo por um nível médio de mediocridade, do que qual ninguém se destaca? Essa não é apenas a impressão geral dos adeptos, mas também de quem superintende internacionalmente a classe. Isso constatasse quando ou não nomeia nenhum árbitro nacional ou, quando o faz, não lhe permite mais do que uns apitos em jogos de importância relativa.

O nosso inefável amigo Pinheiro esteve muito mal tecnicamente, quando não assinala o penalty claro sobre Pote e depois, seguindo precisamente o critério oposto no que à gestão dos contactos diz respeito, anula o golo, que seria o segundo, a Pote, por pretensa falta de Gyokeres. A intervenção do árbitro, tal como a falta de intervenção do VAR, alteraram o curso do resultado. Na jogada do golo que permite o empate ignora uma falta clara sobre Trincão. Como não têm personalidade e o jeito é pouco e a vergonha ainda menor, os árbitros sentem-se autorizados a entrar no jogo de compensações, querendo desempenhar simultaneamente o papel de deus e do diabo. Só assim se percebe que o lance de Debast sobre Otamendi não tenha merecido punição ou análise VAR, isto sem esquecer o imprescindível: o defesa argentino já devia estar a tomar banho há muito tempo e a sua equipa reduzida a dez jogadores.

Foi esta sucessão de casos que nos levaram a uma segunda parte onde o Sporting não esteve nada bem, arriscando em demasia na forma como desceu as linhas, tal como em muitos jogos anteriores, onde perdeu pontos que agora já o consagrariam campeão. Dragão, Guimarães e o mais recente jogo com o Braga, jogos esses em que Rui Borges, por razões diversas, não esteve feliz. Ou porque não mexeu, ou porque mexeu tarde ou porque não obteve a resposta desejada de quem entrou. 

Ontem foi clara a perda do meio-campo, o controlo da bola, da largura, o discernimento e sobretudo a capacidade de pressionar, como havia feito nos primeiros quarenta e cinco minutos após a saída de Debast. Morita esteve pouco feliz - no lance do golo podia ter feito muito mais - quando Pote já não estava em campo praticamente desde o golo anulado. A saída de Debast foi ainda mais penalizadora quando se sabe que tirando o próprio e o nosso enorme capitão, que tanta falta vai fazer no jogo derradeiro, o poder de choque é muito reduzido, deixando a nossa linha média numa versão light, num jogo de pesos-pesados.

O jogo acabaria por chegar o fim, deixando-nos a um jogo apenas de nos sagrarmos bicampeões. Será provavelmente o jogo mais longo e difícil do ano. Nada está ainda ganho, até que o último apito soe e essa terá que ser  a disposição mental da equipa. A nós, adeptos, tendo também isso presente, cabe-nos continuar lado a lado, até ao fim. Como dizia o nosso treinador, algo de muito bom nos está reservado.

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