segunda-feira, 14 de julho de 2025

Gyokeres: uma série "nordic noir" que parece caminhar para o fim


A novela criada com a transferência de Gyokeres para o Arsenal parece caminhar para os últimos episódios mas ainda não atingiu o epílogo. Faltam ainda definir vários pormenores, como os valores nas variáveis e a forma como eles poderão ser atingidos. E também ficam por clarificar o súbito altruísmo do empresário, de quem se diz abdicar de mais de seis milhões de euros em comissões. Esta costela de "madre teresa de calcutá" é de todo alérgica a um mundo onde o dinheiro é praticamente tudo e está acima dos princípios e da honra. Conceitos esses, tais como o reconhecimento e a gratidão, não entram nestes campeonatos. 

Uma coisa parece certa: todo o comportamento e a motivação do agente do jogador, do Arsenal e agora também do jogador ficarão longe de se perceber na sua plenitude. Saúda-se no entanto que esta série "nordic noir", que se arrasta e tem vindo a ser alimentada com rumores e pressões do empresário e amplificadas pelo seu comissionista Fabrizio Romano desde o final do ano anterior, caminhe agora para o final.

Neste processo o Sporting fez o que pôde, respondendo, na voz do seu presidente, sempre à altura, à intriga e chantagem. Faltam ainda conhecer os valores finais da transferência mas não restam dúvidas que a estratégia do representante do jogador favoreceu sempre o clube comprador, em detrimento do interesse do clube que estava a transacionar um dos melhores avançados mundiais do momento.  

Gyokeres foi um dos melhores avançados de sempre do Sporting, determinante para o ressurgimento do Sporting como um clube ganhador e dominador da Liga nacional. É-lhe devido respeito pela sua vontade de procurar novos desafios, melhores remunerações, luzes da ribalta mais brilhantes. Esses objectivos poderiam ainda assim ser alcançados com uma atitude que não ferisse a imagem de bom profissional que granjeou. Quando decide não se apresentar, incumprindo um contrato que assinou  de livre vontade e contribuindo ainda mais para o ruído revela uma nova máscara, diferente da que o tornou célebre. Alheou-se assim também  daqueles - nós, os adeptos - que durante dois anos lhe prestaram tributo aos seus dotes e o idolatraram. É o futebol moderno.

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