domingo, 19 de outubro de 2008

Assim tão devagar não se vai longe!

Desta vez o calendário foi favorável, tendo em conta as circunstâncias: nada melhor do que um jogo de Taça, com um adversário do escalão inferior, para recuperar de 2 desaires que deixaram marcas na auto-estima dos adeptos e na relação destes com a equipa.

O adversário

Ocupando um modesto 13º lugar, com um saldo negativo de 1 vitória, 2 empates, 2 derrotas e um 3-4 de golos marcados e sofridos, o U. Leiria era o adversário ideal para o cenário pretendido. Paulo Alves tem um grande desafio pela frente, que é integrar um enorme lote de novos jogadores e simultaneamente pontuar, para justificar as pretensões de regresso ao escalão maior. Não será fácil e Bartolomeu não é conhecido pela sua temperança. Os leirienses estão a entrar num processo de credibilização da sua existência, tendo em conta os desafios que se lhes colacam. Ou deixam à evidência que têm vivido ligados a uma máquina de suporte de vida constituída pelos desmesurados apoios da autarquia mais a teimosia do seu truculento presidente.

O Sporting

Apresentando-se no seu 4x4x2 habitual, Paulo Bento aproveitou para rodar Tiago e Pedro Silva, descansando Rochemback. A titularidade de Liedson é um acontecimento natural, tal como me parece ser nesta altura a companhia de Postiga no ataque. Pareceu-me correcta a insistência em Grimi, depois do sucedido no último jogo. Paulo Bento proibiu os jogadores de pensar em ucraniano mas ele fê-lo, justificadamente. Rochemback e Abel precisavam de uma pausa por razões diferentes, Liedson de minutos com Postiga, Grimi de confiança, Polga de aquilatar as mossas da lesão. Parecia-me ser um bom jogo para Pereirinha.

O jogo

Já vi jogos amigáveis com maior intensidade. Um Leiria simpático com o seu visitante deu de caras com um Sporting parcimonioso com o anfitrião. Paulo Bento achou que a equipa jogou bem, eu diria que jogou demasiado devagar para errar muito e o adversário não lhe colocou problemas. Eu também faço números de malabarismo bonitos com apenas um ovo na mão, mas se forem 2 ou mais e tiver que aumentar a velocidade as coisas não são bonitas de ver. A lentidão de processos foi o principal pecado e quem televisionou o jogo poderia ser levado a pensar que estava a ver a partida em slow-motion. Percebo que 2 derrotas podem afectar a confiança dos jogadores, e isso até se possa reflectir na forma de ligar os lances entre os diversos sectores. Mais difícil é perceber que os jogadores abdiquem de pressionar o adversário e em muitos momentos o deixem espreguiçar pelo relvado, mais ainda quando este nem parece disposto ou não tem armas para fazer melhor do que isso. Paulo Bento bem pode urdir as tácticas que quiser, mas se os jogadores encararem os jogos com a mesma exigência de um treino, as coisas dificilmente melhorarão. Como apontamentos individuais ficam-me na retina uma evolução na continuidade no desacerto de Grimi, bem como o apagamento de Moutinho. Pedro Silva não comprometeu e, com mais ritmo, não fará pior do que Abel tem feito em alguns jogos.

O melhor

Um jogo como estes não poderia nunca resolver os problemas que mais afligem o Sporting. Mas poderia ajudar. Gostava de acreditar que pelo menos a vitória servirá para dar alento à equipa mas a forma como foi conseguida parece-me indicar que tudo ficará na mesma. O regresso de Liedson neste quadro mais não é mais que um xarope para a tosse para um paciente que indicia um quadro mais preocupante. A entrada de um jogador num processo colectivo emperrado ajuda se o jogador tiver o nível do Levezinho, mas não resolve. O melhor foi mesmo o apito final do árbitro. Passado 5 minutos nem me lembrava que o Sporting tinha jogado.

O pior

Os árbitros assistentes não estavam ali para brincar e levaram tudo muito a sério. Fizerem o que puderam enquanto puderam. Se dependesse deles o golo de Liedson às tantas não tinha acontecido. Eram bem capazes de marcar a falta que precedeu o regresso do Levezinho ao balançar das redes.

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