sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Renovação

Não é fácil ser sportinguista, nos tempos que correm. A ideia de um clube grande, entre os grandes da Europa, apontada pelos nossos fundadores, aplicada à nossa realidade actual é o equivalente a olhar para um foguetão que lenta mas inexoravelmente se afasta do planeta mãe. Os áureos anos 40 no futebol estão a anos-luz. O domínio imperial das modalidades dos anos 70 e 80 parece ter ficado no lado escuro da lua, tal como as prestigiosas participações do atletismo e outras nas competições de nível mundial. Por fim o futebol, tão amado mas sempre ingrato, continua a ganhar pouco e a entusiasmar menos, com os resultados que se sabem no número de sportinguistas em Alvalade e pior quando o Sporting joga fora.

O advento da “era SAD” pretendia cuidar do corpo disfuncional (as finanças) de um clube ancião mas não envelhecido. Nesse percurso esqueceu-se da alma (os sportinguistas, adeptos e sócios) e o corpo não se percebe se melhorou ou piorou e o prognóstico mantém-se reservado. Para perceber isso será preciso recuperar das terapias erradas e das inúmeras anestesias que precederam as mais diversas intervenções pretensamente cirúrgicas.

Este não é, no entanto, ainda um post de desalento ou desânimo. O Sporting fez-se grande pela dedicação, perseverança e inconformismo de muitos. O Sporting fez-se grande porque é de Portugal e não de um bairro ou cidade apenas. É desse espírito que nos alimentamos e esse espírito que este blogue persegue. Aqui escreve-se por amor à camisola. “A Norte…” é-se leão por convicção. Porque não vivemos perto de casa. Porque para ir a casa é oneroso, demorado e contra-indicado a quem tem uma actividade profissional exigente (quem não tem hoje?) ou uma família para velar e amar. Não fomentamos porém regionalismos bacocos, que serviram de gazua para arrombar muitas fechaduras e permitiram a instalação da “Idade Média” no futebol português, com os senhores feudais e respectivos vassalos. Estando longe nunca estamos distantes.

O Sporting precisa de se refundar no espírito dos fundadores e abrir-se a todos os sportinguistas. Aos que são sócios e aos que ainda são só adeptos, num movimento abrangente. Porque há leões em todo o lado. Aqui, a partir de hoje, temos um Leão do Nordeste. Não, não recrutamos no Ceará, Baía ou Maranhão. Fomos a Trás-os-Montes, onde ainda hoje existe uma vasta comunidade de Sportinguistas. Não é por acaso que existe o ditado “para lá do Marão mandam os que lá estão”. Tal como os sportinguistas em particular, os transmontanos nunca viram nada oferecido de mão beijada, antes conquistam a pulso tudo o que têm. É dessa consciência que precisamos também no nosso clube e tenho a certeza que será isso que o Leão do Nordeste aqui nos deixará vincado. Bons posts. Sê bem-vindo!

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