quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Dois ao boneco e duas obras de arte

Boa vitória do Sporting que soube transformar a pressão em goleada. Num jogo que nunca teve a intensidade típica de um clássico, nenhum dos conjuntos quis ter grande desgaste físico e as vantagens ganhavam-se mais por erros, ou por um correcto posicionamento do que pela agressividade ou pressing efectuado sobre o adversário.

O jogo nem começou bem revelando a face pior do Sporting, aos 10 minutos já o marcador dava vantagem ao Porto conseguida num lance onde o Sporting mostra toda a sua ingenuidade competitiva. Livre marcado de forma rápida, sem ninguém disponível para atrapalhar a marcação, defesa a pensar nas meninas da Carlsberg, Tarik isolado e golo.

O Sporting reagiu bem ao seu erro e as situações de perigo junto da baliza do Porto foram-se sucedendo, Postiga por duas vezes (11 e 14 min.) e Izmailov (16 min.) faziam brilhar o guarda-redes Nuno. A maior qualidade de jogo do Sporting resultou num primeiro golo anulado por mão casual de Postiga, aceito a decisão do árbitro, mesmo não havendo qualquer intenção de jogar a bola com a mão a direcção da bola é modificada por esse toque fortuito e só por essa razão entrou na baliza.

Após esse momento o jogo piorou e foi tempo de ver muitas escorregadelas provocadas pelo estado do terreno e muitos passes errados de parte a parte, parecia que o jogo ia ficar ao jeito do Porto, mole, sem criatividade ou intensidade, quando surge o primeiro penalty, carga de Pedro Emanuel sobre Polga na sequência de um canto. Romagnoli impecável na marcação. Estava reposta a igualdade mas o Sporting queria mais…

Após o empate só o intervalo parou o Sporting, Moutinho a dar espectáculo com finta e remate, Vukcevic e tentar fazer tudo sozinho, o regresso de Tonel e do perigo nos cantos, os parciais ao intervalo mostravam a superioridade Leonina 10/3 em remates, 61/39 em posse de bola e só 1 golo era pouco para o Leão.

A segunda parte começa com o segundo penalty, falta infantil de Sapunaru que rasteira Postiga no canto inferior da grande área, e Romagnoli senhorial na marcação. Com a vantagem veio a tranquilidade e o controlo de um Porto sem ideias nem soluções, até que entram Pereirinha e Derlei, a partir desse momento houve arte em Alvalade, uma plateia corajosa que enfrentou o frio e a chuva merecia os dois momentos da noite, velocidade, inteligência, força, beleza, foram dois golos felinos que aqueceram a noite no José Alvalade.

O primeiro caminhou veloz nos pés de Pereirinha, beijou o calcanhar de Vukcevic e encontrou Derlei fresco acabado de entrar, mas já com toda a atitude e concentração que o caracteriza, olhos em Nuno finta perfeita e entregar a menina na casa que ela gosta. Agora sim a justiça transparece no marcador, mas há mais…

Ao som de alguns olés é de novo Pereirinha a desequilibrar, mas agora com inteligência a colocar em Izmailov que oferece a bola para o meio da área a perguntar se alguém quer marcar um penalty em movimento, aparece um Derlei feroz, faminto, desta vez não há carinhos, há potência, o remate é uma ordem “Já te disse que o teu lugar é ali dentro!”, e a bola corre para a baliza para não decepcionar ninguém.

A noite está acabada o 4-1 saciou a fome do Leão e deixou boas indicações para o resto do mês.

Sporting 4 – 1 FC Porto

0-1 Tarik 9'
1-1 Romagnoli 36'2-1 Romagnoli 48'3-1 Derlei 66'4-1 Derlei 80'


Positivo:

Tonel – Quer jogar e não dá entrevistas, demonstra em campo o que pode trazer de positivo à equipa, concentração, atitude e perigo nas bolas paradas.

Vukcevic – Faz muita falta a esta equipa (e a todos nós nas bancadas) a sua criatividade, há imprevisibilidade quando a bola chega aos seus pés, há desequilíbrios e vantagens.

Pereirinha – Gritou que quer ser titular, participou no melhor do jogo e muito ainda ficou por concretizar.

Negativo:

Tarik – Quando alguém que tem poucas possibilidades de se mostrar e troca um jogo onde se pode recriar, provar as suas qualidades e encantar uma plateia para em vez disso aproveitar para insultar, para ser violento, para desrespeitar os colegas não devia voltar a merecer entrar num relvado.

Jesualdo – As suas declarações finais são hilariantes, se os penalty’s não fossem marcados o seu trabalho era mais fácil e o rumo do jogo podia ser outro. Pois é, eu sei, falta de hábito de terem as faltas marcadas correctamente não é, azar, por vezes os árbitros enganam-se.

Já agora, vieste com os putos à missa? Toma lá quatro para recordar! Venha o próximo.

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