Titulo: realidade ou ficção?

A realidade como ela é: já não há mais confrontos entre grandes e o que resta são 10 jornadas onde temos que recuperar de 4 (na realidade 5) pontos do actual comandante e 2 (na realidade 3) para o adversário mais próximo. A ilusão de que dependemos de nós para conquistar o campeonato acabou. Na realidade nunca dependemos apenas de nós próprios neste campeonato porque isso apenas acontece aos que o comandam isolados.

Santa Rita, rogai por nós: acreditar até ao fim é uma característica inconfundível dos Sportinguistas. E se perguntarmos a nós mesmos se ainda acreditamos, estou convencido que a maioria dirá sim. Mas se fizemos esta pergunta “Acha que, em 10 jornadas, o fcp vai perder 5 pontos, o slb 3 e nós nenhum?" o caso é capaz de mudar de figura. Ainda não é a altura de apelar à padroeira dos impossíveis, mas já esteve mais longe.

A fé (in)abalável: olho para este momento como para uma equipa de fórmula 1 que está em 3º lugar, cujo engenheiro projectista não conseguiu resolver os problemas de aerodinâmica e o motor tem falhado quase inexplicavelmente. Os pneus não aderem como deviam, tem menor velocidade de ponta que os adversários e as peças suplentes são poucas e algumas de “fabrico chinês”. Para ajudar o quadro, os comissários de pista revelam uma má vontade óbvia para com a equipa. Pode uma equipa assim aproximar-se das que a antecedem na classificação e superá-los em apenas 10 grandes prémios, depois de realizada mais de metade da temporada?

Ópera bufa: se PB entrasse na sexta-feira em Alcochete e, entre cara$%&% e fo$%-se, perguntasse ao médico quem deu a notícia do Veloso para os jornais, todos compreenderíamos. Mas que venha para uma conferência de imprensa revelar pormenores que deveriam ficar em bom recato, revela que o bom senso e o equilíbrio que muitos Sportinguistas apreciavam nele foi de férias. E para muito longe, se atendermos à triste comparação que faz entre adeptos sportinguistas e benfiquistas. Isto depois de mudar meia equipa e escrever o seu nome nas páginas negras da nossa história. O que PB merecia era que ontem a bancada destinada aos adeptos Sportiguistas tivesse ficado vazia. Nós não somos majorettes, somos adeptos, que fazemos muitos sacrifícios para vos seguir!

Filhos e enteados: a constante referência de PB a Veloso nas suas conferências de imprensa revela a “estima” que o treinador nutre pelo seu pupilo. E ainda é mais evidente quando recorre à insinuação, pondo em causa o parecer médico. Só falta agora Gomes Pereira vir dizer que não percebe bem porque joga Veloso à esquerda da defesa, para a bandalheira ser total. Goste-se ou não dele, o 24 está dado como inapto pelo médico. E mais impróprio para jogar e treinar que Grimi, quando foi apanhado a conduzir alcoolizado. Quando é o treinador a expor assim um jogador, não é de estranhar que tenha que vir o pai em sua defesa. Não gosto, mas como pai compreendo e faria o mesmo se o filho fosse meu.

"Austera e apagada vil tristeza": Era o que Camões voltaria a dizer se fosse Sportinguista e visse FSF sentado ao lado de Pdc.