sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sem anéis, sem dedos nem unhas

FSF tem o mérito de ter percebido que, como está, o Sporting não caminha para lado nenhum. No entanto, a via que escolheu, desde a sua eleição até hoje, afasta-o de uma parte dos Sportinguistas e provoca dúvidas em muitos outros. A forma pouco clara e precipitada de FSF escolher métodos e timings criam desconfiança no médico. Sem confiança no médico dificilmente se toma um remédio que ainda por cima é amargo.

Não me surpreenderia que a mesma proposta viesse a ser aprovada em moldes semelhantes com um rosto de perfil diferente a encabeçá-la. Alguém para quem não fosse uma maçada explicar para mobilizar. Porque não há soluções fáceis para problemas difíceis e talvez por isso não se conheçam hoje ainda caminhos diferentes.

Estamos perante uma equação de difícil resolução: é necessário criar riqueza em valor suficiente e muito rapidamente para fazer face a um passivo cujos compromissos de pagamento assumidos nos tolhem a possibilidade de comprar tanto como os nossos adversários. (Uma boa oportunidade para usar a inteligência diria eu: um departamento de futebol forte, com prospecção a sério, com o aproveitamento não casuístico dos jogadores da Academia, um modelo onde se encaixe um treinador e não o contrário. Como vemos à nossa volta, o dinheiro está longe de ser, por si só, a chave do sucesso.)

Quanto à chamada oposição, não nego que possa haver irresponsabilidade, sede de holofotes, etc. Mas acredito que haja muito Sportinguista que não se revê no modelo proposto e não vejo porque tenham que ser onerados com a obrigação de se constituir alternativa e apresentar plano diferente. Mas se o fizerem têm que, responsavelmente, apresentar uma saída, não podendo apenas dizer que não. Que alguns não o façam por não saber como é algo que também já me ocorreu.

Já se perfilam vários candidatos. Pedro Souto, o mais falado, nada disse de entusiasmante ou mobilizador. E o que disse tem pouco de original. Para isso temos o original, que já conhecemos. A questão da liderança técnica deve merecer mais do que um eco vazio e preguiçoso. A competência técnica de PB merece discussão e a comparação com Ferguson é um exagero: o escocês quando chegou a Manchester já era um treinador com provas dadas (3 titulos escoceses).

Com o esvaziamento do clube em favor da SAD, os Sportinguistas temem ficar sem anéis (Academia), sem os dedos e, claro, sem unhas: com todo este processo eleitoral a preparação da próxima época acontecerá com esta em andamento. Se os interesses do Sporting estivessem acima de tudo, quem programou esta sucessão de eventos - Congresso, AG´s e eleições- teria com naturalidade, arranjado um calendário melhor.

(Este post é a edição revista e aumentada de um comentário deste post do A.B.)

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