terça-feira, 30 de junho de 2009

3 pontos, parágrafo, mudar de linha

Ponto I: O recente episódio na Academia de Alcochete veio repor o tema da estratégia do Sporting na ordem do dia. Recentemente eleito, Bettencourt tem aqui a sua primeira prova de fogo e a forma como defender os interesses do clube será um marco para o resto do seu mandato. A luta de interesses é com o eterno rival e as refregas mal resolvidas costumam deixar cicatrizes Tendo sido eleito com uma maioria explícita Bettencourt optou por reconduzir grande parte da “entourage” do seu antecessor, sem critério que aparentemente projectasse o mérito e a competência acima da continuidade “porque sim”. Bettencourt é apenas um e não mil, pelo que a qualidade da sua assessoria ditará a qualidade do seu mandato. Terá perdido a sua 1ª oportunidade de impor a “meritocracia” acima da “aparelhocracia”. E quando vemos um alto quadro do Sporting invocar regulamentos não aplicáveis e quando é visível o resultado da negligente entrega de bilhetes temo que a mudança necessária possa ficar para as calendas. Sem a esperança de mudança a maioria de Bettencourt nunca seria a que foi e sem essa expectativa a sua base de apoio tenderá a pulverizar-se com reflexos nefastos evidentes.

Ponto II Sem uma retaguarda forte a repetição de erros velhos nunca nos fará fortes em nenhuma frente de batalha. A actual leva-nos a ponderar que tipo de relacionamento nos interessa ter com o eterno rival e qual é que ele nos permite. Não duvido que, no interesse geral, seria melhor termos relações institucionais com todos os clubes, especialmente com os grandes, no sentido de defendermos o “core business” comum. Perante agressões físicas e verbais e faltas de respeito reiteradas não vejo o clube de carnide como um parceiro ou sequer como adversário: o campo, os meios e a forma onde eles querem as disputas não são os nossos, pelo que o mínimo que o Sporting devia ter feito era ter cortado relações. Ponto final.

Ponto III Repetimos vezes sem conta que somos diferentes, esquecendo-nos, por vezes, de pautarmos a nossa conduta em conformidade. É meu entendimento que, no caso do jogo interrompido, devíamos ter pugnado pela sua realização, mesmo que tivéssemos de abdicar da vantagem do factor casa. Porque somos um clube desportivo e é nos relvados onde, em 1ª instância, devemos lutar pelos resultados. Porque somos um clube conhecido pela excelência da sua formação, devíamos tudo fazer para proporcionar aos nossos jogadores o prazer de jogar um jogo de características ímpares. Ao deixarmos sair do relvado a decisão de um jogo estamos a deixar diluir as nossas possibilidades, tendo em conta a falta de garantias da tomada de uma decisão célere e justa. Dito isto porque não marcar o jogo em frente ao Colombo, num relvado á escolha? Já imaginaram o prazer de ganhar, nessas circunstâncias, o titulo nacional. Lembro-me de uma final da Taça disputada já no inicio da época seguinte, e quando para aqueles lados ainda havia dirigentes a sério, o slb, treinado por Eriksson (não sei se o nome vos diz alguma coisa…) foi ganhar às antas um jogo que deveria ter sido realizado no Jamor. O pior beneficio que damos ao infractor é deixar de disputar um jogo que tudo fizeram para que ele não acontecesse.

Com tudo isto, o mais importante é fazermos um ponto final, um corte com um passado recente, fazer um parágrafo e mudar de linha.

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