terça-feira, 9 de junho de 2009

A caixa mágica do jogo

A curva descendente em que entraram os bilhetes de época com um nome pomposo foram o primeiro alerta para que algo que não ia bem na relação dos adeptos com o clube. Como sempre, e dependente do ponto de vista de quem analisa, foram muitas as razões aduzidas para o enorme flop comercial, precisamente nos 4 anos em que, consecutivamente, a equipa se apurou para a Champions League. É meu entendimento que as fundamentações mais pertinentes são as que se prendem com a perda do poder de compra, o fraco poder apelativo dos espectáculos, o distanciamento da equipa dos adeptos, mas sobretudo o desvalorizar do projecto desportivo, mudando o centro das atenções e discursos para a disputa interna e para o passivo. A combinação destes factores conduziu ao alheamento e à descrença, com um grande número de Sportinguistas a trocarem o “Só eu sei porque não fico em casa…” pelo “A mim tanto me faz…”

Uma das áreas que tem merecido mais críticas por parte dos adeptos tem sido precisamente o marketing, ferramenta indispensável para a promoção comercial de um produto que custa sempre muito a pagar. No que refere às gameboxes não partilho da crítica, pois quer o “telefonema de PB” quer os leões a rugir na bancada me pareceram bem conseguidos. O problema continua, a meu ver, na ausência de um projecto desportivo aliciante, que leve a acreditar os Sportinguistas que o título é realmente possível. O número reduzido dos que hoje acorrem a Alvalade e aos estádios por esse País fora são os que, aconteça o que acontecer, não deixam o Sporting a jogar sozinho. Poderá esse número encolher?

A nova ordem de que ontem falava conseguirá mobilizar os adeptos? Até que ponto a continuidade de PB funcionará como apelativa ou desmobilizadora para os adeptos Sportinguistas? Vai haver novos “efeitos Schmeichel”, com as aquisições?

É por isso com redobrada curiosidade que aguardo pelos números da nova época. Os preços, as adesões e sinceramente o fim da gameboxe adepto, que mais não é que a desvalorização da importância de ser sócio. A continuar com essa modalidade, proponho a criação de uma nova modalidade: a gameboxe cliente. Não é necessária a ligação afectiva ao clube e, neste momento em Lisboa há pelo menos dois clientes-alvo: os de Belém, que deixarão de ver jogos de 1ª em Português, e os do Colombo, que têm em Alvalade a única possibilidade de ver jogos da Champions, mesmo que sejam apenas as pré-eliminatórias.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Este blogue compromete-se a respeitar as opiniões dos seus leitores.

Para todos os efeitos a responsabilidade dos comentários é de quem os produz.

A existência da caixa de comentários visa dar a oportunidade aos leitores de expressarem as suas opiniões sobre o artigo que lhe está relacionado, bem como a promoção do debate de ideias e não a agressão e confrontação.

Daremos preferência aos comentários que entendermos privilegiarem a opinião própria do que a opinião que os leitores têm sobre a opinião de terceiros aqui emitida. Esta será tolerada desde que respeite o interlocutor.

Insultos, afirmações provocatórias ou ofensivas serão rejeitados liminarmente.

Não serão tolerados comentários com links promocionais ou que não estejam directamente ligados ao post em discussão.