segunda-feira, 8 de junho de 2009

Nova Ordem em Alvalade: Os 5 trabalhos de Bettencourt.

Há uma nova ordem no Sporting, marcada pela confiança plena que os Sportinguistas depositaram em Bettencourt. Julgo não oferecer dúvidas a ninguém que a quase unanimidade e aclamação que os resultados espelham não está ao alcance de outra figura do universo sportinguista, e por isso esta vitória é uma vitória pessoal. O novo presidente tem carta-branca dos sócios porque, acima de tudo, eles acreditam que, sendo JEB um entre pares, nada fará contra o clube do coração.

Não é fácil, porém, calçar os sapatos de JEB por estes dias. Há muitos bojadores para transformar em boa-esperança. A data anacrónica encontrada para as eleições deixou JEB sem tempo para saborear as delícias do champanhe: daqui a menos de 20 dias temos dar inicio a uma candidatura para a Europa, com 2 desafios (assim o espero) duríssimos para ganhar. Até lá o plantel tem necessariamente que ser reforçado, porque um sportinguista sabe que não pode confiar no sorteio. Aqui estará o primeiro grande teste ao novo Presidente. O desgaste de PB, resultante de 4 anos sem campeonatos e um futebol nada entusiasmante, a humilhação europeia da época passada, serão exponencialmente ampliados com um não-apuramento, isto antes do campeonato começar. PB seguramente terá que se reinventar, actualizar e estruturar para estar à altura da confiança "forever". PB um calcanhar de... Bettencourt?

Nestes primeiros 3 meses JEB deverá apresentar a sua versão pessoal para a sustentabilidade financeira, isto se o prazo de fim deste mês, dado pelo consórcio bancário, for dilatado. A forma e os métodos encontrados pelo CD recém-eleito para lidar com esta questão marcarão o seu mandato e abrirão ou fecharão as portas para a necessária revisão estatutária. Espera-se e deseja-se que o novo presidente compreenda a democracia em todo a sua plenitude e deixe de lado termos ofensivos como "minoria de bloqueio" perfilhados pelo seu antecessor e por seus presunçosos discípulos. Há 2 formas de resolver a questão: ou se impede a entrada em AG dos que não se revirem no modelo a apresentar, ou se mobilizam os Sportinguistas, para que estes compareçam em número que viabilize as alterações necessárias. Não se pode esperar é que Sportinguistas, sejam lá quantos forem, prescindam das suas convicções e do seu modelo de clube. Os quase 90% de sócios têm que perceber que não basta confiar em JEB, há que se dar ao trabalho de o respaldar. O contrário será traí-lo. O bloqueio não vem dos que votam contra, antes sim dos que renunciam ao seu direito de votar. Não há minoria de bloqueio, há convicções e talvez também muito presunçoso de ter nascido dono da verdade.

A ligação dos sócios e adeptos ao clube, a agora chamada militância, é uma planta que aguarda apenas a água e o adubo certos para desabrochar, após longa hibernação. Isso ficou evidente nas actuais eleições. Sabemos que os resultados desportivos condicionarão sempre o sentido desse movimento de aproximação e afastamento. As campanhas de marketing poderão ajudar, mas devolver o orgulho aos Sportinguistas será o caminho. Como JEB ouviu durante a campanha, "o DNA dos Sportinguistas é gostar de ver bom futebol". E andebol, basquete, hóquei, e outros, digo eu. O pavilhão é questão para um mandato, mas a competitividade de todas as modalidades, e não apenas do futebol, são essenciais para chamar de volta os que se afastaram.

Mudar os estatutos, modernizar o clube, sem perder as suas referências, é essencial. Fazê-lo de forma lesta, mas sem atropelos. Criar o lugar de Presidente Honorário para que, ainda em vida, Moniz Pereira tenha o reconhecimento que merece. Há uma nova ordem no Sporting, ansiada por todos. Todos somos precisos, ninguém é excedentário.

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