quinta-feira, 18 de junho de 2009

Os milagres

Na terra dos Oliveirinhas o povo da Agremiação já não aguentava o suspense, “O Messias! Onde está o Messias?”. Todos os dias as páginas da “Bíblia” e do site da CMVM eram lidas com angustia, todos procuravam as palavras de consolo do Príncipe Profeta.

O primeiro sinal divino veio sobre a forma de milagre, perante as perguntas do Rei da Agremiação “ Mas que Quique é este que levas no regaço?” o Profeta, inspirado na padroeira de Coimbra, depressa o transformou em Flores e na memória ficará somente um agregado de 6-6 nos jogos contra o Paços de Ferreira e as saudades da Orsi.

Um milagre contudo não era suficiente, desanimados e forçados a ter de escolher novo Conselho Real o povo continuava em gritos, “O Messias! Onde está o Messias?”, apenas a ilusão de que um Reyes mago poderia não abandonar o estábulo, não era suficiente para acalmar a turba.

Um pouco contra natura, todos sabem que o Messias foi de Belém para a cidade santa dos Arcebispos (o que historicamente está correcto), o Profeta decide por pés ao caminho e ir à cidade santa espalhar a sua palavra e trazer de volta o Messias, quer dizer, não é bem de volta porque o caminho de regresso não será exactamente o mesmo, em vez de regressar a Belém o objectivo é trazer o Messias para a o cemitério com estágio prévio na catedral.

Mas nada corre bem ao Profeta (ele pensa que o problema é de nascença por ter o mesmo sobrenome do Satanás), assim que se aproxima do Messias, aparece o Salvador que vocifera as célebres palavras “Tu não me levas este filho da mão, eeerrrrr da mãe. O meu primogénito que tem um agregado de 4-0 com o Paços de Ferreira! Como dizem no deserto, Jamais!”,

O Profeta não é homem para se ficar, sabendo que um dos seus anciões tinha anunciado vendas de 60 milhões de dinheiros, puxa do seu argumento mais reluzente e diz as palavras que aprendeu com Florentino “Quanto custa!”. O Salvador ensinou-nos com o seu exemplo a ser bons mas a não ser parvos, assim por um Figo (o sete maldito) e cinco zeros o segundo milagre deu-se. Ainda nessa noite ecoavam os hinos “Há acordo com o Salvador, há acordo com o Salvador.” Não percebeu o Profeta que apenas resgatou o Jorge, o Bom Jesus esse ninguém tira de Braga.

A corte rapidamente se engalanou para o vinda do Messias, na CMVM todos dormiam junto ao aparelho de fax, bebiam Red Bull e brincavam às águias com os espanadores do pó.

O Profeta promete ao Messias um Diamantino e o Astérix, mas o Messias já não é o mesmo menino que morou em Belém, e declara, “Com Agremiações que têm na direcção um Oliveira já só trabalho com dinheiro adiantado. Ninguém é mais ca eu! Shó mi the mhany!”. E aconteceu, com muito susto, cuspo e custo, o terceiro milagre dá-se.
“Hossana, Hossana, o Messias chegou! Hossana, Hossana, o Messias chegou!”

A entrada na catedral foi intensa e festiva, o discurso do Messias confiante nem associados, nem sócios foram esquecidos, o milagre agora com o Messias é a dobrar! Vamos jogar o dobro, afinal sempre somos 14 em campo! De imediato os milagres acontecem, os sisos apodrecem e fazem cair por terra os negócios dos infiéis.

A um canto o Príncipe Profeta torce o nariz, será que não lhe disse que aqui só tem 2 ou 3 apóstolos? Que o grosso do grupo são Marias Madalenas? Que o Pedro já não tem joelhos para erguer nada? Que o Tiago já não nos pode ver, nem querer? Que o Simão pesca em Madrid? Que o David parece um Golias por quem todos passam? Que o Amorim aqui é jogador não passa cheques? O melhor é ir falar com o Águas, tenho de lhe dizer que mais dia, menos dia tem de ir ao relvado principal e deixar que o Jesus caminhe sobre ele, assim vou conseguir manter a chama imensa acesa e todos vão pensar que o milagre é possível.

Terminada a festa, o Príncipe Profeta perdido nos seus pensamentos e incertezas enquanto assobia as músicas do Padre Borga, é chamado ao gabinete do Rei demissionário, humilde ouve o seu senhor perguntar-lhe:

Rei – “Então este Jesus é que vai ser o treinador do Millennium!”
Príncipe Profeta – “Não, meu Senhor, esse foi o outro, o Oliveira Soares disse que este vem pelo Espírito Santo.”
Rei – “Palavra de administrador?”
Príncipe Profeta – “Graças a mim!”

Sem comentários:

Enviar um comentário

Este blogue compromete-se a respeitar as opiniões dos seus leitores.

Para todos os efeitos a responsabilidade dos comentários é de quem os produz.

A existência da caixa de comentários visa dar a oportunidade aos leitores de expressarem as suas opiniões sobre o artigo que lhe está relacionado, bem como a promoção do debate de ideias e não a agressão e confrontação.

Daremos preferência aos comentários que entendermos privilegiarem a opinião própria do que a opinião que os leitores têm sobre a opinião de terceiros aqui emitida. Esta será tolerada desde que respeite o interlocutor.

Insultos, afirmações provocatórias ou ofensivas serão rejeitados liminarmente.

Não serão tolerados comentários com links promocionais ou que não estejam directamente ligados ao post em discussão.