quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Modelo Sporting!




O universo leonino tem assistido com a serenidade possível aos últimos acontecimentos em torno do Sporting. Primeiro, a saída de Paulo Bento, a "choradeira" presidencial com tal facto, a ascensão e queda de expectativas face à contratação de um novo treinador. Depois, uma nova equipa técnica, cheia de vontade, que encontrou um balneário mais parecido com um autentico ninho de víboras, cujo esplendor máximo se resume nas recentes cenas de pugilato entre um director e um profissional do clube. Pouco depois, derrota após derrota, acentuando ainda mais aquilo que já sucedia na era Paulo Bento. Como se não bastasse, duas dessas derrotas, foram goleadas seguidas ante os rivais de sempre, custando a eliminação em duas competições diferentes, para não falar do 4.º lugar na Liga cada vez mais ameaçado pelos clubes de meio da tabela.

Para compor o ramalhete, o Presidente resolve convocar os jornalistas para um pequeno-almoço na Academia, que, diga-se, ainda hoje não está bem digerido pelo mundo Sporting, ao ponto de suscitar incompreensão nos restantes órgãos do clube, conforme o Presidente da Assembleia Geral fez questão de demonstrar, tendo já obtido uma infeliz resposta.

O Sporting neste momento parece ser um barril de pólvora. Nunca pensei que o rastilho pudesse ser aceso por quem tem o dever e a obrigação de apagar o fogo e criar condições para que haja poucos incêndios nas bandas de Alvalade. Quando são os próprios bombeiros a atear a fogueira quem vai apagar o incêndio?

No meio desse pequeno-almoço, JEB referiu-se novamente ao modelo do F.C. Porto, como exemplo a seguir. Claro está que houve logo quem fizesse chacota do assunto, questionando se o modelo a seguir é o modelo da fruta, dos quinhentinhos e das viagens Cosmos. Obviamente que JEB, não se refere a esse género de práticas.

Já em campanha eleitoral, JEB, em lugar de apresentar um programa político e desportivo devidamente coerente e fundamentado, movido pelo espírito leonino, preferiu optar por elevar o modelo do FCP. Sempre entendi, que quem tem um projecto e acredita nele, não precisa de ir copiar o do adversário. E também sempre entendi que o Sporting nos dá a inspiração suficiente para sabermos o que queremos e para onde ir, coisa que está longe de acontecer a quem dirige os destinos de Alvalade.

Não ignoremos porém o seguinte: o modelo do FCP, solidifica a mística e o espírito alicerçado na disciplina. Em campo, há referências, um capitão a sério, homens feitos no clube, que o sentem e vivem e até são capazes de “morrer” por ele, se preciso for. Foi-se o Jorge Costa, veio o Bruno Alves. Meireles nunca diria o que já ouvimos a Moutinho. Algum dia viram algum jogador do FCP a dizer que se queria ir embora? Será que é um balneário sem problemas? Quantos passam cá para fora? Quantos bufos há no Porto? E porque se integram tão bem os que entram de novo? Quem está no banco do Porto? E na estrutura de futebol do Porto? Onde estão as velhas glórias do Porto? E os nossos, onde estão os nossos? Sim, aqueles que comiam a relva e não tinham os luxos nem as facilidades de hoje. Aqueles que sabem transmitir a mística e elevar o espírito do clube. Aqueles que conhecem a enciclopédia, fazem parte dela e sabem motivar os que chegam, com esforço, dedicação e devoção, a conquistar um lugar na glória. Onde estão as velhas glórias do Sporting? Onde estão os nossos?

Acham que o José Mourinho fazia mais do que Carvalhal? E porque é que este também não vai fazer mais do que Paulo Bento?

Quando o Sporting voltar a ser dos Sportinguistas, não precisamos de nenhum modelo à Porto, porque teremos um bem melhor. O modelo Sporting.

11 comentários:

  1. Se o modelo é o FCP então vamos ter hóquei onde já campeões h+a muitos anos seguidos

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  2. LT

    A meio dos 17 anos sem sermos campeões houve um responsável que me confidenciou:

    “Há muita gente nestes corredores que vai sobrevivendo porque o Sporting não tem ganho nada. O mal do Clube é o bem deles”.

    Fiquei um pouco céptico, mas minutos depois tive a confirmação: ia a sair a porta 10-A e no átrio estavam alguns conhecidos em conversa amena, entre os quais uma (re)conhecida Glória do nosso Clube. Afastou-se no grupo para me cumprimentar ao que eu perguntei o que fazia ele ali. Obtive uma resposta que explica muita coisa:
    “Estou a ver se me consigo encaixar aqui”. Dito de uma maneira tal que me confirmou as palavras de alguns minutos antes.

    Isto não quer demonstrar que quem sente o Clube não faz falta, quer antes dizer que é fundamental que quem dirige o Sporting, antigo atleta ou não, além de sentir o Clube tem de ter um grande sentido de responsabilidade e exigência, e não assumir o seu lugar como um “tacho” para receber o vencimento ao fim do mês.

    Saudações Leoninas

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  3. Epa com todo o respeito 8 mas agradecia que concretizasses...

    É que senão pareces o Octávio Machado a falar dos Bin Ladens...

    João

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  4. Este Sporting Fornever18 de fevereiro de 2010 às 10:37

    Caro Leonino

    Quanto à "publicidade" abusiva, peço desde já as minhas desculpas. Embora nunca comente, leio este blog todos os dias e gosto de dar a conhecer quando existe um tema novo no Este Sporting Fornever.

    Quanto ao tema:

    "Onde estão as velhas glórias do Sporting? Onde estão os nossos?"

    Pois, todos eles desapareceram e todos eles foram afastados! Aí se perde a mística que nos faz falta, que criam bons balneários, que ganham campeonatos! Acredito que esse é meio caminho andado para a vitória e se assim não for não conseguiremos atingir NADA!

    Não é de agora e enquanto andarem todos em linha(gem) pra comer do mesmo tacho, a mística vai desaparecendo! O pior é que toda a gente sabe disso, sente isso, mas continua tudo na mesma!

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  5. Permita-me que lhe diga Leão Trasmontano, faz neste texto uma boa análise ao momento que o nosso SCP vive. Muito precisa mesmo. Na verdade o nosso Clube, neste preciso momento é um autêntico barril de pólvora. Sinceramente, não sei o que irá acontecer. Nesta altura, penso que só Eduardo Bettencourt não tem essa noção. No lugar dele, estaria preocupado.

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  6. Relembro as palavras do nosso amigo "JG" noutro post, onde aludiu às críticas efectuadas da bancada ao Luís Figo - e que podem bem ser espelhadas para muitos outros jogadores. Tudo isto mostra a forma como tratamos os "nossos".

    O LT tem toda a razão ao dizer que não precisamos de copiar o que quer que seja e podemos perfeitamente criar o nosso modelo que poderá certamente ser melhor que qualquer outro, mas será sempre uma questão de bases.

    Sportinguistas não são "exigentes" com quem dirige. Quem dirige não dá o exemplo. Os atletas não correspondem às expectativas e não têm o devido apoio e/ou protecção por parte de quem dirige e são "enxovalhados" pelos adeptos cada vez mais impacientes.

    Qual foi o último jogador a terminar a carreira em grande no Sporting? Qual foi o último sportinguista que se revelou um verdadeiro "capitão"?

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  7. Tenho muito apreço pelo nosso amigo 8 e pelas suas opiniões muito esclarecidas.

    Agora também concordo com o Anónimo: já não tenho paciência para os "disse que disse". Compreendo porque não se dá nomes às pessoas visadas, mas já não dou crédito nenhum a afirmações deste género. Independentemente da pessoa que as faz e de todo o fundamento que possam ter. Simplesmente não me fazem moça e rapidamente as esqueço.

    Ou tem nomes associados e podemos de facto ver o que se passa ou então assim fica tudo no ar. Aliás, acho que um dos males deste país é mesmo esse: toda a gente sabe, toda a gente conhece, mas nunca nada se sabe concretamente.

    E assim não andamos para a frente.

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  8. LT,

    Este post vem de encontro ao que ainda hoje de manhã pensava enquanto me preparava para vir trabalhar. Quantas vezes já ouvimos PdC elogiar o modelo de um dos rivais? Ou mesmo LFV? Esta constante comparação com os rivais só nos diminui.
    O Sporting Clube de Portugal não necessita de copiar um modelo mas sim de implementar o seu. Gabamo-nos de termos uma das melhores formações mundiais mas qual o proveito desportivo que retiramos da mesma? Que referências temos em termos de jogadores formados em Alvalade?

    Um aspecto que já mencionei aqui e que gostava que fosse revisto e ensinado aos jovens na Academia, é o discurso que deve passar SEMPRE por quererem alcançar a equipa principal do SCP. Esse é que deverá ser o seu objectivo. E se por acaso disserem que querem ir para um Barça ou Inter, que sejam punidos. Há que incutir respeito pelo Clube onde se encontram. Se se consegue moldar um jogador para a posição X ou Y, que se faça o mesmo em relação ao discurso.

    Quanto aos dirigentes, e quando se fala em belenensização, parece-me que são os primeiros a diminuir o Clube. Atentem no discurso de SF e JEB e vejam quantas vezes nos menorizaram e rebaixaram. Admitiu-se que um treinador dissesse que tínhamos um complexo para o nosso maior rival e ninguém foi capaz de o meter na ordem.
    Quando quem nos lidera é incapaz de defender o Clube, como é que podemos acreditar que inverterá o rumo actual?

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  9. JVL:

    Completamente de acordo... Essa comparação da belenensização então é uma parvoice pegada! Como, se o Belém, com o devido respeito, nc foi verdadeiramente um GDE? Vejamos, Campeonatos: (UM) contra 18... E fiquemo-nos por aqui... Podem dizer... ah! mas o SCP tem dezoito agora, qd o Belém conquistou o unico que tem, tinha menos... No problem! Comparem os numeros de então...

    Mas há comparação??????????

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  10. Mais:

    E a massa adepta/ associativa de um e outro???? Deixem-se mas é de tretas!

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  11. João e Nastase

    Na minha conversa não foram aflorados nomes. A frase foi mesmo aquela, dita na generalidade. Havia (e possivelmente ainda há) muita gente que tinha a sua “quintinha” em Alvalade e quem quisesse mudar para melhorar, encontrava pela frente os instalados que tudo faziam para não serem afectados os seus interesses pessoais.

    Relativamente à Glória que referi, não a vou identificar. É um homem que, não aparecendo muito, tem uma boa imagem no universo Sportinguista, e, até atendendo à sua idade, não se justifica a sua identificação. Acrescento, que se a conversa não se tivesse passado comigo, custava-me muito a acreditar ele ter dito o que disse.

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