segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Selecção: entre o melhor e o possível

Não é possível comentar a chegada de Paulo Bento à selecção sem nos referirmos á opereta mediática que nos foi proporcionada por Gilberto Madaíl em busca do Santo Graal para a selecção. E mais difícil é ainda perceber quais são os critérios que (des)norteiam as decisões federativas, tão diferentes que são Mourinho e Paulo Bento. Entre um treinador consagrado e um treinador de curto historial o que se pretende afinal para a selecção? Parece-me indiscutível a conclusão que fica é que se procurou o melhor, ficou-se com o possível.

O primeiro grande prejudicado será Paulo Bento, cuja tarefa já não se advinha nada fácil. Esta prenda dos seus actuais patrões será, estou certo, a primeira de muitas. Nada que afinal Paulo Bento não esteja habituado a lidar, não tivesse sido ele treinador do meu clube. Aqui não posso contudo deixar de afirmar que, à semelhança do que disse há dias sobre Paulo Sérgio, Paulo Bento também tem culpas registadas em cartório. Como homem que estimo inteligente já por certo percebeu que entre uma equipa unida e um grupo de amigos complacentes pode ir a distância entre o êxito e o resto.

Há alguns aspectos que me deixam curioso relativamente ao novo seleccionador. A sua relação com os jogadores, que amadurecimento e evolução técnico-tácticas se podem entrever e qual será a sua relação com o clube que lhe deu a primeira grande oportunidade profissional na carreira de treinador.

Paulo Bento não seria a minha escolha para seleccionador. Entendo para o cargo um perfil diverso: alguém com valor demonstrado, cuja visão sobre o futebol seja reconhecida e demonstrada em curriculum. Não tenho a visão nacional-corporativista de Mourinho, que prefere um treinador nacional. Os maiores êxitos da selecção nacional foram até alcançados com estrangeiros no comando. Como alguém dizia à selecção bastariam os melhores.

Mas, não sendo eu mais do que um mero adepto da selecção nacional resta-me desejar o melhor possível a Paulo Bento. Calculo que ele também saberá lutar por isso. Tenho-o como um homem honesto e de carácter e se isso não for suficiente para fazer dele um grande treinador, será pelo menos um bom começo.

10 comentários:

  1. Gostei desta escolha que também seria a minha. Agora, como referes, a FPF é um vespeiro. Mas a integridade do homem faz-me acreditar que se lhe soprarem ao ouvido com manobras pouco transparentes, dará de imediato um murro na mesa. Temos agora um homem sério à frente da selecção e que, pelo exemplo, levará as prima donnas a atitude digna de quem representa um país. Força Paulo!!!

    ResponderEliminar
  2. É como no Sporting, querem-nos fazer querer que só podemos oscilar entre os Capellos e os Paulos Sérgios.... como senão houvesse um mar de alternativas válidas pelo meio.

    ResponderEliminar
  3. Concordo com esta escolha. E para mim, vou puder ver se ele precisava mesmo de mais omoletes, ou era fraco tacticamente. Vai ser bom ve-lo a treinar as supostas estrelas que temos na selecção.

    SL

    ResponderEliminar
  4. Acho o Paulo Bento um fantástico treinador. Este seria provavelmente o único cargo para o qual não o convidaria (neste momento).

    Um convite para se ser seleccionador nacional não se recusa, mas gostava de ver Paulo Bento a aceitar outros desafios mais exigentes. É mais do que capaz para o cargo, mas não acho que tenha ainda acumulado experiência suficiente para ter esta honra.

    Arrisco a próxima convocatória:

    Eduardo
    Rui Patricio
    Ventura

    João Pereira
    Silvio
    Coentrão
    Ricardo Carvalho
    Bruno Alves
    Rolando
    Carriço

    Raul Meireles
    João Moutinho
    Ruben Amorim
    Tiago
    Miguel Veloso
    Hugo Viana

    Varela
    Nani
    Quaresma
    Ronaldo

    Edinho
    João Tomás
    Hugo Almeida

    ResponderEliminar
  5. Para criar bom ambiente, ninguém melhor que Paulo Bento!

    AJUDEM A EXPURGAR A MURRAÇA DO SPORTING - PÉROLAS A PORCOS

    http://conselholeonino.blogspot.com/

    ResponderEliminar
  6. Ao Paulo Bento desejo o melhor .Para ele e para o País.

    ResponderEliminar
  7. Boa sorte ao PB. Não lhe desejo mal e gosto do meu País. Oxalá tenha sucesso.

    Posto isto, tb não acho que seria a melhor escolha. Com 41 anos e uma única experiência enquanto treinador é muito pouco para atingir a selecção... Dos portugueses eu apostaria no proscrito Manuel José. Mas o ‘Manel Zé’, tds sabemos que está vetado pelo do Pintelho da Bosta. E o Merdasmil é um fantoche do Papa, incapaz de se lhe opor.

    Resta acreditar que PB não cederá a pressões e que mantenha a coluna vertical rígida como sempre o fez enquanto treinador do nosso SCP. Só nisso PB me poderá defraudar, pq tenho-o como um gajo sério, de carácter forte e bem vincado. Para além disso, uma das qualidades que reconheço em Bento é a sua capacidade em motivar um grupo de jogadores em torno de um objectivo superior e na sua proximidade / cumplicidade com os jogadores que lhe caem no goto. Ora, à selecção só vai quem o seleccionador escolhe...

    Apesar do 'vespeiro', haja esperança no novo seleccionador. Em todo o caso, como a cautela e caldos de galinha nc fizeram mal a ng, que não se esqueça de levar o equipamento de protecção de apicultor.

    Sem o sr. professor vaidoso-com-ares-de-superior-e-tiques-de-autoritarismo ainda é possível atingir o apuramento para o Euro 2012.

    Força Portugal!

    ResponderEliminar
  8. Lda, Concordo por inteiro com a tua opinião e Português nunca deixarei de ser pelo que desejo toda a sorte à Selecção.

    Agora não pactuo com muitos dos comentários aqui expostos porque simplesmente acho que a Selecção não é um local para experiências. É para ganhar sempre e para isso precisamos, indubitavelmente, dos MELHORES.

    ResponderEliminar
  9. Leão de Alvalade,

    sobre a contratação do Paulo Bento para seleccionador nacional - que me parece até uma solução sensata, na medida em que me parece ser um bom líder, carismático, capaz de suprir as suas lacunas técnicas com a valorização do lado emocional do jogo, o que é muito importante e em particular para as selecções nacionais - ocorrem-me principalmente duas coisas:

    (i) se fosse o PB, nunca aceitaria este cargo, mesmo sendo apenas até 2012. Por três razões: 1º porque ainda é demasiado cedo na sua carreira para estar tanto tempo afastado dos relvados (juntar-se-á o período de Outubro do ano passado até ao final do campeonato da Europa de 2012 e, portanto, cerca de 2 anos e meio) e 2º porque quem é seleccionador dificilmente arranja emprego num clube para a época 2012/2013, em função do calendário. Pode ser uma missão e um cargo de prestígio, bem remunerado, mas o que deveria importar na gestão da carreira deste treinador que já foi comparado com os melhores, seria a continuação da sua aprendizagem técnica e a superação de diferentes e igualmente difíceis desafios noutros clubes. Se o Jesualdo Ferreira tiver sucesso no Málaga, terá aberto as portas de Espanha, não apenas a si próprio, mas também a outros treinadores portugueses. PB assim pô-se fora da corrida para ter uma carreira melhor. Em 3º, pela rábula do Mourinho que desautoriza o PB como primeira escolha. Como se refere e bem no post, é a diferença entre o melhor e o possível.

    (ii) Vamos ver se desta vez alguém fala no Varela ao Bentolas (para ver se ele não se esquece):

    http://anortedealvalade.blogspot.com/2009/11/olhar-para-tras-no-dia-seguinte.html

    ResponderEliminar
  10. PLF:
    A pressa é má conselheira. Assim o foi para mim, ao elaborar o post e ter deixado de fora a observação pertinente do ponto (i).

    Como muito bem poderá ser, pelas razões apontadas, para PB.

    O (ii) está integrado na expectativa que tenho relativamente à relação com os jogadores.

    ResponderEliminar

Este blogue compromete-se a respeitar as opiniões dos seus leitores.

Para todos os efeitos a responsabilidade dos comentários é de quem os produz.

A existência da caixa de comentários visa dar a oportunidade aos leitores de expressarem as suas opiniões sobre o artigo que lhe está relacionado, bem como a promoção do debate de ideias e não a agressão e confrontação.

Daremos preferência aos comentários que entendermos privilegiarem a opinião própria do que a opinião que os leitores têm sobre a opinião de terceiros aqui emitida. Esta será tolerada desde que respeite o interlocutor.

Insultos, afirmações provocatórias ou ofensivas serão rejeitados liminarmente.

Não serão tolerados comentários com links promocionais ou que não estejam directamente ligados ao post em discussão.