terça-feira, 2 de novembro de 2010

O poder da marca Sporting

Quem duvida da importância da marca Sporting tem no caso do relvado um exemplo bem concreto da sua força. A comunicação da decisão, praticamente tomada, de que o Sporting irá contar no próximo ano com um relvado sintético, imediatamente despoletou uma série de movimentações, das quais são apenas visíveis para o grande público o que aparece na comunicação social.

É mais do que evidente que solucionar o problema do Sporting, seja ele através de uma solução natural seja através de um relvado sintético representa uma exposição mediática que deve ultrapassar em muitos dobros o valor dos budjets que as companhias do meio habitualmente destinam ao marketing e publicidade. O relvado do Sporting é hoje um bolo muito apetecido.

Essa é uma posição negocial extremamente vantajosa que o Sporting está obrigado a saber aproveitar. Associar o nome do Sporting a um caso de sucesso de uma companhia, servindo este posteriormente como uma bandeira, deve ser algo que deve ser muito bem remunerado.

Continuo a pensar que o Sporting tudo deveria fazer por ter um relvado natural. Por alguma razão se chama natural. E não creio que os problemas com o relvado do Sporting sejam insolúveis, pelo menos pelas razões que são comummente aduzidas. Existem pelo mundo fora estádios em situações idênticas ou até mais severas do que o Estádio de Alvalade e com relvados menos problemáticos.Mas se o Sporting não sabe, não pode ou não quer ter um verdadeiro relvado, tem obrigatoriamente que optar por uma solução absolutamente inquestionável e da qual não resultem desnecessárias polémicas.

Convenhamos que o Sporting pode não querer ter um relvado natural, porque é possível hoje ter um relvado sintético onde se pode jogar futebol ao mais alto nível sem ter a sensação, o público e especialmente os jogadores, de estar a jogar numa alcatifa. Com isso o Sporting pode voltar a ter à sua disposição receitas extraordinárias, que lhe advinham da realização de concertos, sem os prejuízos desportivos que aqueles acarretaram. Por força de situações semelhantes e pelos inconvenientes que os novos estádio implicam na criação e manutenção de bons relvados que, por toda a Europa, se começam a equacionar relvados sintéticos ou até mesmo a implatá-los.

Este é um caso que nasceu para fazer escola. Estou convencido que o Sporting tem aqui uma possibilidade de ser pioneiro, fazendo mais uma vez jus à sua vocação. Por isso, sendo um caso sobre o qual incidirá toda a atenção mediática e em particular de todos os associados e adeptos, o Sporting deve usar de toda a transparência na tomada de decisão, de forma a que fique bem claro que fez a melhor opção quer do ponto de vista técnico, quer do ponto de vista económico-financeiro.

Neste, como em muitos outros assuntos, fala-se muito sem conhecimento de causa. No sentido de lançar uma boa discussão e esclarecer a opinião dos Sportinguistas o "ANortedeAlvalade" publicará em principio amanhã, um post no sentido de esclarecer os adeptos. Para o efeito recorremos ao contacto directo com um especialista e com profissionais que conhecem os relvados sintéticos. A última coisa que os Sportinguitas precisam é de um relvado resulte numa fractura exposta no espírito leonino. Mais uma.

7 comentários:

  1. Leão de Alvalade,

    Preocupa-me (muito) isto: "É um pouco mais duro. Nas quedas pode queimar um pouco. E os jogadores com problemas nos joelhos também terão de ter algum cuidado, porque podem sentir a diferença de um piso para o outro".

    http://www.ojogo.pt/26-306/artigo894428.asp

    Em quanto se aumenta a probabilidade de uma rotura de ligamentos? E quanto pode custar essa rotura de ligamentos ao Sporting? Não seria preferível retirar o relvado no verão todos os anos?

    Não tenho nada contra sintéticos. O sintético em que joguei algumas vezes no CIF era espectacular. Mas quanto custaria ao Sporting "estar na vanguarda"? E quanto custaria encontrar soluções que maximizassem a ventilação, substituir partes do relvado, assegurassem uma boa luz solar, etc.?

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  2. PLF:

    Julgo que o post de que falo responde em especifico a essas questões, pelo que não quero antecipar agora.

    Quanto aos custos julgo que o Sporting tem aqui uma excelente possibilidade de efectuar um excelente negócio, se decisão for essa. Seria o primeiro estádio de elite ter uma solução idêntica e isso dá-lhe uma posição negocial quase ímpar.

    Quanto ao relvado natural reitero a minha preferência.

    A menos que acreditemos que existe uma maldição em Alvalade, deve haver estádios em situações bem mais desvantajosas. P.ex. em Madrid, Málaga ou Sevilha as temperaturas são bem mais intensas que em Lisboa.

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  3. http://pt.uefa.com/memberassociations/news/newsid=257093.html

    vejam este artigo sobre os sintecticos

    e segundo o que li o sporting irá por uma geraçao se sintecticos superior à do estadio do bessa

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  4. Caro Plf,

    Até há algum tempo seguia o seu blog com bastante interesse e frequência. Gostaria de poder voltar a contar com as suas interessantes reflexões.

    Caro Leão de Alvale,

    peço desculpa de usar assim o espaço, mas não tinha mais contactos do PLF.

    Agradecido a ambos
    Nuno Valença
    nunovalenca@netcabo.pt

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  5. Para ser sincero esta ideia do relvado ser sintético não me incomoda muito. Falei com alguns jardineiros de relvados naturais e parece ser unanime entre eles que o sintético é o futuro e assim será porque começam a ter muita qualidade e com toda a naturalidade vão substituir os relvados naturais.

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  6. Sobre o assunto do relvado sintético, queria perguntar se alguém tem a certeza sobre qual é o relvado que o FCP usa no centro de treinos do Olival. É que tenho quase a certeza que também é sintético.

    Indo ainda "mais à frente" neste assunto. Será possível colocar publicidade no relvado, como no chão dos pavilhões? Isto seria uma óptima maneira de arranjar mais fundos...

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