sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

As eleições e o respeito pelo Sporting

A demissão de Bettencourt na sequência da derrota com o Paços de Ferreira desviou as atenções da arbitragem catita, com nítida influência no resultado. Mas tão importante do que os erros do árbitro, e até que eles tenham resultado sempre em nosso prejuízo, é a própria nomeação em si. O agente da PSP de apito na boca é um árbitro inexperiente, que em Alvalade arbitrou o 6º jogo da época, mas o primeiro da sua vida envolvendo um grande. Mais uma vez o Sporting serviu de cobaia, revelador da falta de respeito com que é usualmente tratado pela generalidade das instituições, e após o jogo não houve quem se fizesse ouvir em sua defesa. Faz sentido protestar contra as ditas instituições ou, em primeiro lugar, contra quem tem o mandato de zelar pelos interesses do clube?

Não esqueço também o facto de o Sporting ter sido anormalmente beneficiado este ano numa série de lances, alguns deles decisivos no resultado final, e que contribuíram, em última análise, para mascarar a falta de qualidade do nosso futebol. O que, é bom lembrar,   permitiu  o prolongamento de vida útil a um técnico nitidamente incapaz, que vive por hoje o momento mais alto da sua carreira e provavelmente irrepetível. A forma como os nossos tradicionais adversários se alhearam das consequências desses erros diz bem da importância que, desde bem cedo, atribuíram à seriedade da nossa candidatura.

E entretanto o Sporting parte para novo período eleitoral. Precisamente no momento em que se advinha igual período na FPF. Se já seria difícil o Sporting estar atento e interventivo, dentro do seu atávico alheamento e incapacidade de fazer valer a sua importância nestes processos, nas circunstâncias em que está mergulhado não verá o seu nome inscrito no rol dos tradicionais beneficiados na distribuição dos pés-de-altar. Aí poderemos até ser ultrapassados por clubes como Nacional, Braga; Guimarães, normalmente mais diligentes.
 
Para o Sporting recuperar o seu estatuto e voltar a ser respeitado é tão importante voltar a ter uma equipa verdadeiramente competitiva no relvado como nos corpos sociais. É importante por isso que os próximos dirigentes abandonem de vez a postura diletante que tão conveniente tem sido para adversários e até inimigos, que os tem. E para isso não precisa de abdicar dos valores que nos distinguem dos demais e que fazem do Sporting um clube ímpar. As eleições são uma oportunidade que não pode, mais uma vez, ser desperdiçada.

6 comentários:

  1. LdA,

    Importa também não esquecer que apesar de tudo, o SCP não tem sido assim tão "prejudicado" e a comprova-lo estão uma série de golos duvidosos. Friso este aspecto para distinguir de outros períodos da nossa história, onde o futebol não seria de qualidade tão duvidosa mas as arbitragens condicionavam os resultados.

    A demissão de JEB abafou a péssima arbitragem do senhor agente, mas acabam por ser questões que não se podem dissociar. O pensamento e o conformismo do nosso dirigismo levaram o SCP a esta "falta de respeito", ao qual o SCP se entregou em toda a sua plenitude, comprovado pelo voto de confiança dado a Vítor Pereira, por exemplo.

    Noutros tempos, posições de guerra como o "25 de Abril no futebol português" de José Roquette ou o famoso "sistema" referido por Dias da Cunha, deixaram sempre no ar uma atitude crítica e atenta por parte dos nossos dirigentes e estes temas eram revisitados pelos adeptos sportinguistas que se reviam nestas tomadas de posição.

    Mais recentemente, quando a bola continuou a bater no poste e faltou a cagança, a arbitragem passou a ser um mero pretexto conveniente e areia que não entrou em muitos olhos... sobretudo dos sportinguistas.

    SL

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  2. LdA,
    Convenhamos que o demissionário elenco directivo não se dava ao respeito, nem com o bigodes tive tanta vergonha dos nossos dirigentes. Estes, através de acções e omissões cúmplices com o padrinho do norte e com o padrinho do sul, arrastaram o nome do clube pelo chão.

    É impensável que nas actuais circunstâncias consigamos agregar em nosso torno quem quer que seja visando transparência e seriedade no futebol; como é evidente, não tendo a "protecção" de ninguém todos os outros se deixam andar numa inércia perniciosa cheia de silêncios e cumplicidades.

    Mas o problema não é só da direcção demissionária, é para mim impensável que os muitos dos nossos representantes do Conselho Leonino não intervenham publica e socialmente em prol do clube e do desporto em geral. Escrevam, denunciem, proponham, queiram representar o clube nos diferentes organismos a que pertencemos (e não só no futebol), queiram intervir em favor de uma indispensável limpeza, não se fiquem pelas palavrinhas de circunstância, almoçinhos e jantarinhos.

    Desavergonhadamente aproveito a tua frase e digo "As eleições são" 'A' "oportunidade que não pode, mais uma vez, ser desperdiçada."

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  3. Os Sportinguistas estão a ir na conversa da imprensa, e hoje servem somente para incendiar todo o cenário eleitoral que nos espera. O único ponto assente entre todos nós, permitam-me, deveria ser o seguinte: fim da "continuidade".

    Qualquer exercício que incida em avançar com nomes é fútil, servindo somente para criar mercado aos jornais, que rapidamente apanharão os nomes referidos por nós.

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  4. Nem todos os que já lá estiveram ou da continuidade são maus,
    nem todos os que se intitulam ser da nova vaga, são garantia de ser bons.

    É necessário um projecto concreto e sobretudo um lider que motive, una, alie uma boa e rigorosa gestão à conquista de titulos, sempre com bons investimentos.

    Quem? Vamos ver com calma. Não podemos é queimar nomes.

    Se nós não temos respeito pelos nossos, como poderão os outros ter respeito pelo Sporting?

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  5. E o respeito do árbitro do Benfica - Olhanense de 4ª feira? Porquê que ele não expulsou Moreira? A jogar com 10 e com 2-2... Talvez as meias-finais não fossem na Luz...

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  6. Alguém que perceba de tacticas e afins que esteja atento ao desempenho do Mainz 05 da Alemanha, o treinador é novo fez toda a sua carreira de treinador nas camadas jovens do Stugard e de outra equipa que não me recordo o nome. Foram busca-lo para técnico principal do Mainz 05.

    Thomas Tuchel.

    Está a fazer um figurão na Bundesliga. Este Mainz era uma equipa pequena, e já surpreende os colossos alemães. É uma equipa a base da formação e desde que entrou no clube este treinador conseguiu colocar 2 jogadores nos eleitos da seleção nacional alemã.

    Estes treinadores novos, com novas ideias, com vontade de ganhar podem se tornar bons alvos para clubes como o Sporting.

    SL

    André Gonçalves

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