quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A revolta do balneário, Costinha e os trampolins

Não vale a pena escamotear a realidade que vem hoje na imprensa: a revolta está instalada no balneário em Alvalade. Ela poderá parecer paradoxal com o sentimento generalizado de que o despedimento de Costinha, face aos acontecimentos, além de inevitável é uma medida salutar, que só pecará por tardia, mas não deve ser considerado propriamente uma surpresa. A lógica de funcionamento do chamado  "grupo de trabalho" no futebol rege-se por regras sui géneris e que, em grande medida, nos escapam na sua totalidade. É por isso que não me surpreende que a saída de Costinha tenha repercussões negativas no ânimo dos jogadores por verem partir alguém que lhes estava próximo, pelo convívio diário e que, pelas declarações que conhecemos, gozava de pelo menos relativa ascendência  e com quem os atletas se identificavam.

Agora o que menos interessará é perceber se essa identificação se alicerçava nas melhores das razões, importa antes de mais minimizar as consequências que podem advir da partida do antigo director nos resultados, que já de si são o que são. Como e quem o fará é que é difícil de perceber e aí não nos restará outra alternativa do que confiar na qualidade mais comummente apontada a Paulo Sérgio: liderança. Tivesse Bettencourt usado pelo menos no acto final usado, por segundos que fosse,   do bom senso que sempre lhe faltou e este cenário seria evitado. É que quanto mais se olha para a sua actuação mais difícil é perceber que ele quisesse fazer outra que coisa que não mal ao clube: contrata um director-geral, provavelmente para por na linha o director para o futebol, e de seguida demite-se deixando várias bombas relógio à espera da pior oportunidade para explodir. Costinha foi “a” menos paciente.

De certa forma compreende-se o sentimento de orfandade que se possa sentir no balneário, que afinal não é muito diferente do que se sente de forma transversal a todo o clube. Sobrevém um sentimento de estado agonizante e de desagregação que faz do dia 26 de Março um ponto longínquo, restando pouco mais do que aguardar. É uma conjuntura pouco propícia à reflexão e compreensão. Por isso é natural no  grupo de trabalho não se perceba que mais do que ser defendido por Costinha este se serviu dele para se defender a si e às suas decisões. E que a consideração afinal não era assim tão grande como poderia parecer. À entrada e à saída o director desancou forte e feio no brio profissional dos atletas, quando falou em impor novas mentalidades e que o Sporting não podia ser trampolim para ninguém. Mas a forma como geriu a sua entrada, permanência e saída deu a entender claramente que se cria acima do clube e até de quem nele confiou. Para que os jogadores mudem de sentimento e até de opinião bastará que no seu lugar  surja quem ajude de facto o clube a criar as condições para que as suas carreiras possam prosseguir com a valorização que anseiam.

Talvez também agora os adeptos se questionem sobre se o clube perde muito com a saída de Costinha. Sinceramente não creio e digo-o desiludido. Para o cargo que ocupa são várias e demasiadas as ilustrações da sua incompetência e inadequação. As habilitações de Costinha não o recomendariam mais do que o desempenho de funções de proximidade com o balneário e de ligação com a estrutura directiva, cargo que pode perfeitamente ser desempenhado por alguém que tenha no seu curriculum anos de camisola com leão ao peito, e sem necessidade de estar constantemente a invocar procedimentos e culturas que nos são completamente alheios. Até lá é aguentar a ressaca...

4 comentários:

  1. A mim não me me preocupa os transtornos causados pelo bostinha. Não foi competente e não soube dignificar o Sporting. Saíu antes do fim, lavando as mãos e cuspindo na honra que é preciso ter ao Clube.

    Depois de JEB ter tb saído que nem um rato, o bostinha também saíu atirando pedras. Falta o cretino do treinador que, por mim, também devia sair o quanto antes.

    Hoje o candidato Braz da Silva parece que vai anunciar a retirada da candidatura a presidente. Não tendo nenhuma preferência especial por este candidato fico, no entanto, triste pois parece-me que é saudável e benéfico haver uns quantos candidatos, principalmente os que se destaquem do passado recente do Clube.

    E preocupa-me que os motivos da retirada da candidatura possam ter a ver com " haver vários interesses que se apresentam como sérios obstáculos à implementação do projecto"...

    Espero que, caso os motivos sejam estes, que ele esclareça o melhor possível a situação. Se existem forças de bloqueio a mudanças, temo que o futuro seja mais do mesmo do que tem sido nos ultimos anos.

    Temo que o próximo presidente seja mais um da continuidade.

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  2. Boa tarde. Sinceramente a alusão que vejo sair na imprensa parece-me mais uma das fabricações dos media. Em que ficamos então: horror a Costinha pelas regras inconcebíveis ou essa pretensa tragicomédia em que querem transformar a saída do ex-Director?

    Mas já que falamos no plantel, penso que deviam estar mais preocupados com a própria falta de empenho tantas vezes visível.

    cmps

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  3. Revoltado estou eu com o que joga o plantel do SCP, eles só têm de comer e calar pois a maioria nem qualidade tem para representar o SCP

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