sexta-feira, 6 de maio de 2011

Paciência para voltar a ter Domingos, dias santos e feriados

Havia confidenciado no dia do sorteio a alguns amigos, no dia do sorteio que acasalou Braga e SLB nas meias-finais, que a equipa minhota era aquela a que atribuía o favoritismo na passagem. Se há um mérito indiscutível e uma marca incontestável no actual futebol arsenalista ela é o equilíbrio fleumático com que a sua equipa aborda a generalidade dos jogos. Esse equilíbrio, que é táctico e até emocional, foi ontem a sua maior arma para superar um conjunto que, apesar do menor fulgor actual, em termos individuais, lhe é muito superior. Se o SLB não conseguiu chegar a Dublin pode-se queixar de si próprio mas o mérito do adversário em anular, na maior parte do tempo, as principais virtudes do seu futebol deve-se à segurança que resulta desse equilíbrio. O Braga soube jogar os trunfos na hora certa e defender a vantagem, sem colapsos nervosos ou de concentração, sabendo merecer um prémio que não parecia mais do que uma miragem.

A segurança  do Braga vem de dentro para fora, isto é, além de bem servido de uma boa equipa técnica, vem também de fora para dentro. Nas bancadas vive-se um ambiente de festa, a que não é certamente alheio o facto de o Braga estar a jogar acima daquilo que se espera e por isso tudo o que tem vindo é considerado ganho. Esse é um clima que tem estado de há muito arredado de Alvalade e que, não raras vezes, tem sido substituído pelo a ansiedade, pela incompreensão, pelo julgamento primário e precipitado, no que tem sido “complementado” por decisões de igual teor por quem tem a tarefa de dirigir. O sentimento parolo  de que a “galinha da vizinha” é muito melhor que a minha é também responsável pelo infortúnio de, para triunfar e para que o seu valor seja reconhecido em Alvalade, muitos dos jogadores que formamos sejam obrigados a vestir outras camisolas.

Não sei se Domingos será ou não o próximo treinador do Sporting. Mas tenho contudo a certeza que ele, sozinho, não conseguirá mudar tudo o que precisa de ser mudado em Alvalade para se voltar aos triunfos que tanto desejamos. Cabe-nos a nós adeptos perceber onde é que podemos ajudar. Isto na certeza de que, se queremos que o destino mude, temos que mudar também a forma de o procurar.

PS: Sobre este tema, no que diz respeito à formação, recomendo também a leitura de "As lições" e "Se quisermos agarrar o futuro"

10 comentários:

  1. LdA,

    Caso Domingos seja mesmo o treinador que orientará o SCP na próxima época, e atendendo ao que o Braga tem feito nesta, achas que será com ele que os adeptos voltarão ao estádio?
    Digo isto porque parece-me que o Domingos, é um treinador na linha do Paulo Bento, ou seja, não privilegia o espectáculo mas sim os resultados.
    Se tudo correr como nos primeiros 2 anos do PB, não existirão problemas pois ainda que não tivéssemos conseguido lograr o ceptro de campeão, obtivemos outros títulos importantes. O pior é se entrarmos na 2ª metade do "reinado" de PB...

    Vi ontem o jogo e realmente o Domingos mexeu muito bem na equipa, apesar de achar que começou a defender o resultado demasiado cedo. Algo que poderia ter custado caro caso a equipa do slb tivesse melhor condição física, mais pernas. Só que como diz um amigo meu, e com conhecimento de causa, a 2ª época das equipas do JJ são sempre assim.

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  2. PS: Espero que tenhamos a oportunidade de ver o Cédric jogar contra o Vitória, já que o Abel se lesionou.

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  3. Leão de Alvalade,

    Não sei se podemos pedir aos adeptos para serem melhores, se o nosso clube pouco faz para os educar. No ano passado propunha medidas concretas nesse sentido, por parte da equipa técnica, e ainda há alguns dias falava na susceptibilidade do Sporting se colocar líder na sociedade civil para promover os valores do desporto e do desportivismo.

    Uma dessas iniciativas, mas do que os treinos abertos ao público em Alvalade, era uma espécie de open day do Sporting, em que os adeptos pudessem interagir sem grandes restrições com todos: treinadores, jogadores, dirigentes... para que sentissem o que é necessário fazer no dia a dia e como as pessoas que trabalham no Sporting são de carne e osso.

    O papel dos adeptos de ser gerido conjuntamente, porque está claro que se muitos dos idiotas que assobiaram o Nani (só para escolher um cujo mérito pós-Sporting é consensual) não perceberam a sua própria idiotice na altura, por lá continuarão a assobiar outros. Isto é, terão uma escassa capacidade de aprender com os próprios erros.

    Tinha outra solução técnica (mas inexequível, parece-me), para as redes: fazer uma espécie de aplicação em que os leitores (todos) poderiam qualificar a opinião de determinado user num conjunto de categorias do género (i) crítica sobre facto eventual e futuro, (ii) repetição de afirmação já desmentida, (iii) crítica sem qualquer alternativa proposta, (iv) crítica com proposta em alternativa ao objecto da crítica, (v) elogio, (vi) utilizações de lugares comuns como "continuidade", "croquettes", "banca", etc..

    Depois agregavam-se e estudavam-se os resultados. Porque como diz e bem, consegue ser ainda mais parolo ir a correr atrás da crítica parola.

    Só que entretanto lembrei-me de uma medida que poderia resolver parcialmente os problemas do Sporting, sobretudo no campo dos críticos "à outrance": se se critica e muitos os jogadores do Sporting que e quando erram - sobretudo uns em particular - porque não enviar alguns adeptos rodar para outros clubes, para ganhar minutos e experiência e rotina de comentário?

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  4. Tenho, cada vez mais dúvidas, que Domingos venha a ser o próximo treinador do Sporting. Confesso que nunca acreditei nisso.
    Normalmente ele falha a saída certa na Auto-estrada.

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  5. JVL,

    Estou em crer que os Sportinguistas voltarão ao estádio no inicio de época, como aconteceu este ano, seja com que treinador for.Se ele for Domingos a expectativa será maior e terá correspondência nas assistências.

    Ao contrário de PB, Domingos fez a sua ascensão de baixo para cima pelo que, se chegar a Alvalade chegará com outro traquejo. Tenho mais ou menos as mesmas dúvidas que tu relativamente ao modelo de jogo, em particular com equipas que jogam atrás, como aqui já manifestei.

    Mas é indiscutível que no Sporting disporá de maior qualidade do que dispôs em Braga, onde conseguiu melhores resultados que nós e no ano passado melhor do que nós e FCP. Além disso tem cumprido os objectivos por onde tem passado e com distinção em Braga.

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  6. PLF,

    Parece que não resta outra alternativa senão colocar Cedric. 1 boa oportunidade para o miúdo que vem numa boa altura ou será demasiado cedo?

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  7. L de A,
    Em Dublin, dia 18Maio, estarão em campo 6 ex-SCP. Varela, Beto, Moutinho, Hugo V, Miguel G e Custódio !!!
    Nem Porto nem Braga, têm qualquer ex nos 18 previsiveis...
    E esta, hem ?

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  8. Leão de Alvalade,

    Se há jogador em que confio plenamente para fazer um jogo dentro das suas capacidades - por ter a cabeça no lugar, por ser um jogador completo (vertentes técnica, táctica e emocional) - é o Cédric.

    Se o jogo lhe correrá bem ou não, isso já dependerá um pouco da sorte, da inspiração do adversário e do próprio colectivo.

    Se fosse o Bruno Ribeiro, poria o Zeca - que é um jogador muito veloz - no seu flanco, pois a velocidade é a maior lacuna do Cédric. E para matar as solicitações na diagonal do Zeca (o único que poderá causar embaraços, se cair para aquela zona o Pitbull, a sua tendência a jogar por dentro favorecerá as características do Cédric) vai ser necessário impedir que os passes saiam com liberdade.

    Espero que jogue, porque merece e tem qualidade (embora não esteja certo que o faça - precisamente pela falta de ritmo de jogo que o penaliza, poderá jogar o Zapater na lateral e o Carriço a trinco, com o Polga a fazer dupla com o Torsiglieri e um duplo pivot com o Maniche ou o Pedro Mendes). Se o fizer, o mais certo é fazer um jogo certinho. Porque é inteligente demais para se meter em grandes cavalgadas.

    O Cédric é um líder em campo, joga e manda os outros jogar. Literalmente.

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  9. FernandoB,

    Já aqui havia falado disso:

    http://anortedealvalade.blogspot.com/2011/04/taca-o-autocarro-e-identidade.html

    "Não termino sem lembrar que ontem, nos dois jogos tão mediatizados, 5 jogadores (Beto, Varela, Carlos Martins, Moutinho e Ronaldo) saíram das escolas do Sporting a que acrescerão mais 5 (Hugo Viana, Custódio, Miguel Garcia, Emídio Rafael, Nani) saídos da formação do Sporting e que estarão envolvidos nas meias-finais das competições da UEFA.

    Que Ronaldo e Nani não joguem hoje no Sporting não será objecto de estranheza para ninguém. Mas é-o com certeza que os outros jogadores deste lote de 10 sirvam os nossos adversários, tendo, na sua maioria, e pelas mais diversas razões, saído pela porta pequena, para na próxima semana andarem nos "halls of fame" da europa futebolistica. E é bom lembrar que o que se dizia desses jogadores quando estavam no Sporting é mais ou menos o mesmo que hoje se diz de alguns que, ainda por cá, estão na fase inicial das suas carreiras..."

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  10. Caro,

    Finalmente leio aquilo que também julgo ser a única saída para a actual situação do nosso clube: a mudança de mentalidades. Nossa! Dos que estão nas bancadas e em casa a apoiar o Sporting. Estamos sempre a falar do "nosso grande Amor" mas a verdade é que o nosso apoio não é incondicional. Quantas vezes saiu a equipa ou alguns dos jogadores assobiados do campo? Temos de ser nós a apoiar o clube e não o clube a apoiar-nos a nós. Estamos sempre a responsabilizar os outros e nunca falamos da nossa própria responsabilidade. Quando a equipa começa a perder qualidade de jogo são as bancadas as primeiras a tremer e a ficar nervosas. Como é que é possível? Temos de procurar os bons exemplos onde eles existem e julgo que são os adeptos ingleses que mais nos deviam inspirar. É só lembrar os cânticos que entoavam passada uma hora após a derrota em Alvalade os adeptos do Middlesborough. Vamos apoiar o nosso clube assim e aumentaremos exponencialmente as hipóteses de vitórias. Deixemos o cinzentismo e abracemos a festa.

    SL

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