terça-feira, 14 de maio de 2013

Servir o Sporting e servir-se do Sporting (para memória futura)

Embora a vontade seja pouca ou nenhuma para voltar a falar do período eleitoral - pessoalmente, e julgo que para o clube também, é mais interessante e profícuo pensar o futuro - não posso deixar passar em claro
o comunicado do "Movimento Salvar o Sporting" encabeçado pelo ex-candidato Carlos Severino. Deixo por isso de fora considerações sobre o seu papel na pretérita campanha e a vergonha que muitas vezes terá feito sentir muitos dos seus consócios.

Veio o ex-candidato "informar que o seu líder, Carlos Severino, ex-candidato à presidência do Sporting, considera que as medidas anunciadas pelo Presidente Bruno Carvalho para retirar o Clube da subalternidade no futebol e da dependência da banca e outros credores, estão de acordo com aquilo que entendemos ser necessário para salvar o Sporting Clube de Portugal."

Provavelmente Carlos Severino tem canais privilegiados que a generalidade dos sócios não dispõem pois, até ao momento, não são do conhecimento público outros dados que não  um acordo com os credores, cujos pormenores não foram divulgados.

Depois de 2 parágrafos com algumas considerações sobre a época futebolística e desejos para o futuro, o Movimento comunica que o seu líder vai escrever "um livro de temática sportinguista, com o título POR DENTRO DO SPORTING - viagem aos últimos 18 anos da vida do Clube, que será editado a breve prazo."

O comunicado é no mínimo estranho pois julgava que o referido movimento, depois de encerrado o período eleitoral e de ter proclamado o apoio à direcção recentemente eleita, havia extinguido a actividade. Para lá do facto de o período eleitoral se ter encerrado, a clara rejeição dos sócios em sede eleitoral - teve menos votos que os que fariam supor as assinaturas proponentes! - é outra razão de fundo que deveria obrigar o seu mentor a reflectir sobre a sua continuidade.

Compreenderia melhor este comunicado, até à luz do momento do clube, dos valores apregoados, das criticas feitas em campanha, se o ex-candidato Carlos Severino anunciasse que tinha posto à disposição dos corpos sociais recém-eleitos o tal consórcio de bancos holandeses e os investidores que anunciou ter angariado. 

Mas não, o comunicado vem anunciar - talvez seja melhor publicitar - um acordo com uma editora para falar dos "últimos 18 anos de vida" do Sporting. Obviamente que é este o objectivo do comunicado, e não um pretenso apoio a medidas que estão por anunciar. Carlos Severino vai vender o Sporting às postas por 30 dinheiros. Um pingo de decoro obriga-lo-ia pelo menos a doar parte dos direitos ao clube de que se vai voltar a servir.

15 comentários:

  1. Mais um papagaio, teve os seus minutos de fama à conta do Sporting. Eu queria aqui so relembrar uma frase deste Sr na campanha eleitoral, "Eu perdoei 500 mil € ao Sporting de indeminização quando fui despedido". Isto foi a frase que mais me perturbou em toda a campanha.
    500 mil€? O que ele fazia para ter direito a uma indeminização de 500 mil €? Quanto auferia? Quem o pôs lá?
    O pior é que temo que isto não seja um caso isolado.

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  4. Liedshow de repente fizeste me lembrar o Portista que ficou KO no Dolce Vita no Sabado passado :).

    SL,

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  5. O prefácio deve ser do Carlos Barbosa...

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  6. Só para acrescentar que foi este parvo que disse que não precisava de receber dinheiro caso fosse presidente porque já era reformado.... Pelos vistos as receitas de mais uma palhaçada que vai expor o clube a todos irão para caridade... Estou mesmo farto destes personagens todos....

    SL

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  7. Hoje escrevo, passado demasiado tempo, motivado por um simples vídeo, de uma disputa entre dois adeptos do fcp lá no centro comercial das redondezas, aquando do jogo entre fcp e slb. Para quem não viu, faz favor (vale a pena):

    http://www.youtube.com/watch?v=Oh_O78otkNk

    Isto é interessante, pois mostra as duas faces do portismo actualmente existentes.

    A primeira, personificada naquela besta arrogante que expulsou os lampiões e que acabou por levar aquele brutal banano, é o portismo primário, o tripeirismo acéfalo, a representação clássica daquele bairrismo exarcebado, completamente idiota, de que temos de ser do clube da terra, mesmo que o mesmo jogue só com estrangeiros ou recorra a putas e vinho verde para alcançar a glória. É aquele orgulho de pés de barro, que justifica tudo e mais alguma coisa, mas que toda a gente sabe, bem lá no fundo, mesmo sem reconhecer, que não vale nada.

    A segunda, bem mais preocupante no que concerne à actual força nacional do fcp, é o portismo da nova geração, é o portismo não tripeiro, aquele que foi conquistando adeptos à custa das sucessivas vitórias e da bipolarização do futebol tuga, muito às custas do meu Sporting. É o portismo tolerante, que respeita e até preza as rivalidades pois sabe que costuma sair por cima. E que gozo dá sair por cima e ter ao lado com quem gozar. Porquê banir o meu inimigo se posso gozar com ele?

    O que este vídeo nos mostra é o KO do portismo primário face a este novo portismo que surge, e que já não é do porto, nem mesmo do norte, é de todo um país, de todo um povo, aqui e além fronteiras.

    Este é o portismo que conquista, ano após ano, o lugar do meu Sporting, o Clube de Portugal. Obviamente que o portismo primário, por muitos títulos que o fcp conquistasse, jamais conseguiria o mesmo. Este é o portismo que destrói o Sporting e que torna a sua actual condição dramática.

    É que, meus caros, por muito competente que seja um clube, a sua verdadeira força reside na sua massa adepta e isso é incontornável. O fcp, ao longo dos últimos 30 anos, e independentemente de como, conseguiu transformar a competência em massa adepta, e essa hoje é a sua grande força. Já não é o pintinho, nem aquele portismo de bairro que costumamos caricaturar. A verdadeira força do fcp reside nos seus adeptos espalhados um pouco por todo o mundo português, e que, estou plenamente convicto, já superam, de forma considerável, os adeptos do meu Sporting.

    E isto é um drama para o Sporting, não só pelo que significa por si só, mas sobretudo porque me parece que se continua a tentar ignorar esta triste condição e acreditar numa grandeza que, sinceramente, já não é a mesma.

    Obviamente que resistir a 30 anos de miséria com tantos adeptos revela que o Sporting continua a ser um grande clube, mas a pergunta é inevitável - até quando? É possível continuar a ser um grande clube de futebol daqui a 10 anos se mantivermos estes níveis competitivos?

    A inevitável travessia do deserto que teremos de fazer será, pois, o momento mais importante da vida deste clube e poderá corresponder a dois cenários. Ou a definitiva menorização ou o ressurgimento deste clube que tanto representa para a minha vida e para a de tantos outros.

    E porque a razão desconhece isto do futebol, e a alma tudo alimenta, apenas posso acreditar no ressurgimento, como é óbvio.

    E atendendo ao estado actual das coisas, e perdoem-me aqueles que acham que isto é pensar pequeno, para mim será o mesmo que ganhar uma Champions. É que nos tais domínios que a razão desconhece, e por muito que goste do jogo da bola por si só, dificilmente algo dará mais gozo à minha alma leonina do que voltar a ver a simples declaração de emancipação de um qualquer puto desta vida perante a mãe vermelha, de sofrimento, e o pai azul, de raiva - sou do Sporting!

    Que assim seja.

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