terça-feira, 22 de abril de 2014

E depois do último despedimento, que futuro para o Jornal do Sporting?

Não é de agora, há muito tempo, infelizmente demasiado, que o jornal do clube não consegue atrair novos leitores, apesar das várias tentativas feitas nesse sentido pelas diversas direcções. Há pouco mais de um ano foi dado um passo que se julgava determinante, o formato digital, sem que se tivesse conhecido resultados encorajadores.

É fácil atirar as culpas para os potenciais destinatários, os sócios e adeptos, mas a reflexão impõem-se: 

Os conteúdos e a periodicidade são suficientemente atractivos? 

Como é gerido o jornal e por quem e qual a sua experiência na área?

O formato papel e agora digital da publicação continuam a fazer sentido?

Não é possível alargar a publicação a outras plataformas?

Tendo em conta a ameaça permanente à sua manutenção, e sem prejuízo da avaliação acima sugerida, não era aconselhável, por exemplo, a indexação de uma verba das quotas para que o jornal chegasse a todos os sócios, de forma a que a mais antiga publicação europeia do género continuasse a constar do nosso património colectivo?

Isto vem a propósito da noticia que desde ontem circula dando conta do despedimento colectivo do que restava do corpo redactorial do referido jornal que, ao que se diz terá sido substituído pela empresa YoungNetwork, a mesma que trabalha com Bruno de Carvalho desde o momento da sua candidatura. 

O "diz-se que" só surge aqui porque até ao momento não existe qualquer comunicado oficial do clube informando os sócios, o que se lamenta. Provavelmente ela surgirá mas a destempo, tendo a informação chegado por via indirecta, quando podia uma pequena nota no site do clube ter feito toda a diferença.

O facto de se tratar de uma empresa de confiança do presidente parece-me natural, não podia ser o inverso. Porém apenas como situação de recurso e não como decisão definitiva. Não apenas porque o processo de atribuição de competências editoriais em nome do clube deve ser transparente, auscultando o que o mercado tem para oferecer. Mas também porque, a acontecer uma concessão ou outsourcing, há uma mudança radical de modelo de gestão que não pode passar sem se ouvir o que os sócios têm para dizer.

Aguardemos. Mas, tal como disse em ocasiões anteriores, o Sporting tem entre os seus sócios e adeptos, dos melhores profissionais na área que poderiam ser ouvidos ou até mesmo considerados para dinamizar um sector - informação institucional e marketing - que há anos, muitos mesmo, sofre por uma gestão moderna e profissional.

Um nota final mas incontornável:

Não conheço nenhum dos profissionais envolvidos. São os últimos oito de um grupo de sessenta abrangidos por medida idêntica. Lamento o que este este fim abrupto representará nas vidas dos envolvidos. Num grupo tão extenso de pessoas é natural que existam muitos que nunca mereceram a honra de trabalhar no clube. Mas para outros este momentos não é apenas o final de um trajecto profissional num momento particularmente difícil para ficar desempregado, é também o fim de uma ligação especial ao clube do coração. 

Para muitos trata-se de o fim de uma ligação de algumas décadas, não tendo logrado  ao  longo deste tempo, por falta de melhores decisores, melhor enquadramento para as suas qualidades e ambições. É porém de todo indiscutível que o actual molde de funcionamento era até já embaraçoso para a imagem do clube, como se pôde verificar por exemplo na sua última edição.

4 comentários:

  1. Agora sim! A propaganda brunista pode continuar... em todo o seu esplendor!!!!

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  2. Se a empresa em causa para assumir o jornal é a que tem assegurado a comunicação do SCP desde que a nova direcção tomou posse, estamos bem servidos. Tem sido um dos melhores aspectos da nova gestão - cuja inovação e competência (não genérica, mas com ligação ao "espírito" do futebol e do SCP) tem sido reconhecida mesmo por adeptos de outros clubes e até por quem não liga a bola. Pelos vistos, o "anónimo" de cima tem saudades daquela "última ceia" do Godinho, o que só prova que, neste clube, tudo é possível. SL!

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  3. Anónimo das 20:33

    Propaganda?É por causa de si e outros que esta situação culminou com o despedimento destas pessoas,pessoas como você que certamente nunca se dignaram a gastar um euro no jornal.

    Caso contrário não diria isso e saberia que não á muito tempo tivemos capas de jornal como esta :

    http://showdebola.pt/wp-content/uploads/2012/12/62109_574015942615028_943006774_n1.jpg

    Adiante.

    Como subscritor do jornal á já vários anos é uma noticia que me deixa triste pois neste momento o futuro da publicação é incerto(o que diz a CS não é o que diz o Sporting...e para já o silencio que se remeteu é preocupante).

    Temo que o formato de jornal como conhecemos vá acabar,é pena mas por um lado é compreensível que não se queira continuar a ter gastos em algo que nunca foi lucrativo(era acima de tudo uma questão de orgulho,a publicação mais antiga da Europa de clubes).

    É uma situação que me entristece,não estou particularmente feliz com a forma como o clube tem sido gerido de cinto bem apertado por esta direcção.Mas por outro lado compreendo que isto são consequências do passado do clube(mas custa muito ver este sufoco).

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  4. Eu nunca assinei o jornal, simplesmente porque não gosto de jornais. Não leio jornais em papel, ponto final.

    Com a criação da SportingTV o jornal irá perder muito do seu sentido, já que o nosso canal irá diariamente falar sobre toda a informação relevante, bem como, de certeza, terá espaços de noticias e reações a noticias muito mais atempados do que um jornal alguma vez poderá ter.

    Se passarem o jornal para quinzenal, por exemplo, poderá fazer mais sentido e focar a informação do mesmo em assuntos que o canal de TV não aborde com tanta profundidade. Mesmo assim não irei assinar o jornal, mas pelo menos a ideia está lançada.

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