quarta-feira, 4 de junho de 2014

Do Sporting de Kansas para o Sporting de Portugal: o trajecto de Oriol Rosell

Foto MaisFutebol
Quase toda a gente saberá hoje quem é Oriol Rosell, o terceiro reforço do Sporting para a época 2014/15. Jogador até ontem do Kansas City, um número seis, que fez a sua formação no Barcelona até à equipa B, tendo partilhado balneário com jogadores que hoje quase toda a gente já ouviu falar: Tello, Isaac Cuenca, Sergi Roberto, Montoya e Marc Bartra, Muniesa,  Rafinha, Joanathan dos Santos, e Deulofeu. 

Numa cantera tão concorrencial não estranha que Oriol Rosell tenha procurado outras paragens onde pudesse jogar mais. Pode ser estranho o recurso a tão remotas paragens no que ao futebol diz respeito, como é o soccer americano. Mas as oportunidades boas são as que aparecem e o seu regresso à Europa, e logo pela porta da Liga dos Campeões só pode contribuir para dar por bem empregue o tempo e o risco da opção que fez.

Da sua participação na campanha do Barça B de 2011/12, antes de rumar aos Estados Unidos, fica o registo de aparições muito curtas mas promissoras. Um ano difícil como são tradicionalmente os primeiros anos de sénior, que lhe proporcionaram um total de seis jogos como médio defensivo. Ele que na formação chegou a jogar a central algumas vezes. Pouco tempo mas bem aproveitado para exibir boa técnica mas ainda verde fisicamente para uma competição tão fisica como são os escalões secundários. Quando se esperava que continuasse mais um ano a evoluir na equipa B, Rosell acabou por se decidir pelo Sporting de Kansas City.

Recuemos mais um pouco para saber o que se dizia então de Oriel Rosell ainda enquanto júnior. E quem melhor para o fazer do que Marti Perarnau, jornalista especializado na cantera do Barcelona. No seu livro "Camí de Campions", onde elege os 50 jogadores mais promissores da formação blaugrana, Perarnau traça o perfil de Rosell, então com dezanove anos:

Pontos fortes: é um médio centro defensivo adaptado a central, a quem a confiança dos treinadores fez crescer exponencialmente. Técnica requintada, controla as bolas mais complicadas com uma frieza chocante. Trato de bola sem dificuldades ou complexos, não se exime a quebrar as linhas em posse, podendo tanto entregar nas laterais como por a bola à distância para os extremos, fazendo grandes diagonais.

A melhorar: não é rápido, o que compensa com uma boa colocação. Talvez precise um pouco mais de estaleca física para aparecer a grande nível.

Perspectiva: Um jogador a seguir. Está a crescer de forma discreta e pode vir a causa sensação daqui a alguns anos. Tem voz de comando sobre a linha defensiva. Melhor como médio centro que central.

Trajecto: Com doze anos esteve para ir parar ao Real Madrid, mas acabou no Espanhol. Como cadete do Barcelona ganhou a Nike Cup.

P.S.- Estatísticas oficiais de Oriol Rosell no período em que jogou na ML Soccer:

(clique para ampliar)

6 comentários:

  1. Imagino que, com alguma pesquisa, será fácil encontrar análises parecidas aos mais variados jogadores que passaram por essa posição nas camadas jovens do Sporting. Zezinho, Fokobo, Nuno Reis, André Santos, Diogo Amado... A lista é interminável e por ironia talvez aquele de quem não se encontre uma linha seja o que vingou ao mais alto nível William Carvalho.

    Desconheço o valor dos reforços até agora anunciados, apenas tenho ideia do valor de Paulo Oliveira, não são jogadores que à partida garantam a injecção de qualidade que este plantel precisa para pensar, a sério, em mais altos vôos.

    Reconheço que não há condições para atacar o mercado nesta perspectiva, não podemos ir comprar um Garay, um Gaitan, dois Luchos e um Jackson. Não perdendo este foco mantenho as minhas espectativas muito controladas, pedindo aos deuses que a Champions não faça o grupo perder a atenção daquilo que é fundamental, ganhar, sem espinhas, aos Nacionais, Vitórias e Boavistas cá do burgo.

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  2. Tem tudo para ser um achado: escola, idade, preço, características e experiência (sim, já tem alguns jogos nas pernas e mesmo vindo do outro lado do Mundo, conhece a realidade europeia).

    Vamos ver.

    Bem curioso (e verdadeiro) é o 1º parágrafo do LMGM.

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  3. Foi o Marco Silva que avalizou a contratação, e para que posição???

    A sua formação para nada conta, pois são às centenas os flops de talentos anunciados e nunca aparecidos na principal equipa.

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  4. Tem tudo para ser um achado: escola, idade, preço, características e experiência onde? E internacional pela Catalunha. Em Alcochete há vários e internacionais por Portugal.

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  5. Muita curiosidade para ver este jogador! Claramente que a posição 6 era uma prioridade em termos de contratações.

    Continuo a achar muito dificil segurar William face ao assédio dos tubarões europeus que terá...

    Gostava que Zézinho fizesse, pelo menos, a pré-época para vermos a sua evolução.

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  6. "E internacional pela Catalunha."

    Bons, bons eram os "internacionais" Pranijc, Bojinov, Elias, Labyad, Jéffren. Tudo "estrelas" com uma "vontade" de "ajudar" o Sporting...

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