segunda-feira, 9 de março de 2015

Marcha atrás com Matheus Pereira?

Marcha atrás na sangria de talento?
Uma excelente noticia a que ficamos a saber com a renovação do contrato de Matheus Pereira até 2020. Excelente porque contraria uma certa tendência em conseguir manter os melhores, depois de uma série inicial de renovações em que se assegurou a manutenção de alguns dos nossos jogadores mais promissores. Foi muito bom ter mantido Iuri, Chaby e Podence, por exemplo, mas os últimos tempos pareciam acentuar a tendência de alienar talento. Foi o que aconteceu com Moreto Cassamá, Isidra Sambú, Tiago Dias ou Nuno Teixeira, por exemplo. Não se sabe o que uns e outros serão no futuro, o que o presente regista é que são dos melhores da sua geração.

A renovação de Matheus Pereira é ainda mais saborosa porque era um jogador que já tinha sido dado como perdido. Para ela ter ocorrido, certamente que foi necessário um importante esforço mas, tal como dizia aqui há dias a procura do talento é que decidirá o futuro do Sporting. 

Uma andorinha não faz a primavera
A satisfação pela manutenção de um jogador como Matheus Pereira não é o fim do caminho é apenas mais um passo na caminhada. São necessários mais Matheus, sem esquecer que, para vingarem e poderem tornar-se naquilo que eles e todos esperamos, é necessário tempo, paciência e, não menos importante, uma estrutura de suporte moderna e competente.

9 comentários:

  1. A renovação do Matheus Pereira é uma excelente notícia. Uma notícia semelhante à do Wallyson, que também esteve com pé e meio fora do Sporting, a treinar à parte durante a pré-temporada e que só a aversão a emigrar novamente fez com que ficasse no Sporting.

    Mas a melhor notícia para o Sporting - que seria também a melhor notícia para o Bruno de Carvalho - seria confirmar-se uma mudança radical na estratégia do clube no que diz respeito à formação, depois do rombo causado a muitos anos de trabalho.

    Porque esta renovação só é notícia por ter acontecido tão tarde e quando já tantos a esperavam ser impossível (e depois de uma transferência gorada, por motivos administrativos, para o Mónaco). Quando o Iuri, o João Mário, o Chaby, o Dier, o Ilori, o Tobias, o Betinho, o Esgaio, etc. - só para falar dos mais recentes - renovaram os seus contratos até 2015 e 2016 com a anterior Direcção (e o mesmo se poderia ter dito de gerações anteriores), não tiveram "direito" a "foto presidencial", porque o objectivo não era promover o presidente, mas o de continuar o trabalho conjunto que tinha sido realizado durante uma década.

    Só que muitos deles, por motivos desportivamente incompreensíveis - se ainda vivêssemos em período de "oposição brunista" esses motivos estariam entre a extrema incompetência (versão soft) e a gestão dolosa (versão ignorante) - tiveram de dar o lugar a um contingente de "reforços" de origem e idade duvidosa. Muitos deles, como o Ryan Gauld, gozam de uma popularidade que só é explicável pelo extâse brunístico, tendo obrigado dois jogadores mais talentosos do que ele a ir jogar para longe do Sporting (o que se diria se tivesse sido o mini-Messi a marcar o golo de ontem ao Benfica...).

    Para já, além da importância da manutenção do Matheus Pereira, fica a convicção de que um jogador com contrato não pode competir no seu último ano de contrato. Fica também a sensação de que essa é a técnica negocial do Sporting: "não jogas se não renovas" e a noção de que há pessoas que acham isto normal ou sequer desejável, como se no Sporting fosse uma instituição em que o último ano do contrato serve para sancionar um atleta caso este entenda que o projecto desportivo que lhe oferecem não corresponde às suas expectativas. Teremos ocasião de confirmar se é mesmo assim brevemente...

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  2. Porquê assumir que fizemos marcha atrás com o Matheus, em vez do seu inverso?
    Parece-me mais plausível ter sido o Matheus a ceder nas suas pretensões, tomando assim a melhor decisão para a sua carreira e para o Clube que o formou/está a formar.
    Não me parece que tenhamos rebentado com o tecto salarial definido para este tipo de jogadores, como comprova o competente e exigente trabalho que tem vindo a ser desenvolvido na recuperação das nossa finanças.

    Grande notícia!

    SL

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  3. Pergunta para o António Benedito:
    Qual o mal de ter contratados o Iuri E o Gauld?
    Porque é que vossas almas insistem em reclamar de se ter excesso de jogadores talentosos e jovens?
    Na altura de CRonaldo E Quaresma com quem é que cancelavam o contrato?

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  4. Unknown,

    a resposta simples é esta: enquanto houver um Gauld, o Iuri sabe que será 2ª opção. Aliás, foi assim esta temporada, sem que houvesse qualquer razão desportiva para que isso acontecesse. E isso é mau para o desenvolvimento do jogador, que tem de crescer desportiva e emocionalmente.

    A resposta um bocadinho mais complexa é esta: enquanto houver um jogador que custa X milhões de euros e outro que não custa nada, a prioridade de quem manda será sempre a de recuperar o investimento.

    Uma resposta um nada diferente e igualmente complexa: nenhum clube pode apostar em 3 jogadores ao mesmo tempo - Gauld, Iuri Medeiros e Chaby - com características técnicas, morfológicas e experiência competitiva semelhante. Havendo 2 desses jogadores no clube, o 3º que é a "aposta pessoal do presidente" implica forçosamente que as condições de desenvolvimento dos dois primeiros ficam substancialmente diminuídas.

    Outra resposta simples é que o Iuri e o Chaby são melhores do que o Gauld e que os milhões pagos pelo mini-Messi não saem do bolso pessoal do presidente, apesar do carácter da aposta.

    E mais, jogadores com talento precisam de um ambiente adequado para crescer, desportiva e emocionalmente. Isso não se consegue colocando jogadores menos talentosos a ganhar muito mais. Fazê-lo oferece um exemplo a todos aqueles que - como o Alexandre Silva, por exemplo - preferiram rumar a outras paragens em vez de ter treinar o dobro para jogar o mesmo (mas melhor).

    Agora, não sei quem são as "nossas almas", nem quem "cancelava" o contrato ao Ronaldo e ao Quaresma. Que eu saiba, ninguém "cancelou" o contrato ao Quaresma ou ao Ronaldo e ambos jogaram na mesma equipa (principal) do Sporting em 2002/2003. Mas além de não se aplicar a nenhuma realidade cognoscível, o exemplo também falha o alvo da crítica: nem o Quaresma, nem o Ronaldo foram contratados por 3 milhões de euros, não foram contratados no seu 1º ano de seniores, nunca saíram do clube para "rodar" e também não tinham cronistas mandatados para reclamar a sua presença na equipa principal (falo do Zé dos Tachos).

    Queira acreditar que se o Bruno de Carvalho aprendesse com os erros que cometeu que seria muito melhor (e mais duradouro) presidente e que não haveria "almas" que viessem criticar.

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  5. Excelente! Matheus Pereira é um miúdo mt promissor... Por isso era tb tão cobiçado. Acredito que ter ficado connosco é bom para ambas as partes: jogador e clube!

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  6. Vejo estes comentários e interrogo-me se voltará a chegar o dia em que nos regozijaremos com as boas notícias do clube sem esta incessante necessidade de chamadas de atenção para o que corre menos bem ou para o que o Bruno de Carvalho anda a fazer ou deixa de fazer.

    Nem o Sporting se confunde com o Bruno de Carvalho, nem tudo na vida é tão complicado como alguns querem fazer crer.

    Neste caso, foi possível chegar a uma plataforma de entendimento com um dos jogadores mais promissores (para muitos, o mais promissor) das camadas jovens.

    Podemos ficar só contentes com esta notícia? Ou será sempre preciso levar com o relambório anti-bruno?



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  7. António Benedito, acabou por se contradizer:
    1) Havendo Gauld, Iuri é segunda escolha
    2) Quaresma e Ronaldo têm lugar em qualquer equipa do mundo.

    Parecendo que não, é uma enorme contradição. Porque das duas uma, ou só se pode ter 11 bons jogadores, já que todos os outros são sempre segunda escolha. Ou então não há limite ao talento e a sorte daqueles que conseguem de o ter no plantel.
    Claro que pensando bem vemos que queremos ter mais do que 11 jogadores talentosos e essa conversa da segunda escolha, das apostas pessoais e da valorização dos ativos é conversa de distraído ou pior.
    Qualquer Sportinguista deve se dar por contente por poder contar com o talento de Gauld, Chaby E Iuri. Quem acha que mais talento é talento a mais, pode ir para o outro lado da segunda circular. Lá é que eles acham que não vale a pena ter um jogador como o Bernardo Silva no plantel.

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  8. Jô, tentando passar ao lado do 'relambório anti-bruno' (disse alguma mentira?), é preciso ter uma lata assinalável para sugerir que os sportinguistas possam viver o clube sem a referência ao Bruno. Não é só o próprio que procura ser notícia todos os dias, é toda a seita que o adora que não se esquece de atirar a contar para cima daqueles que não partilhem o culto presidencial. Quer um exemplo? Aqui está:

    http://bancadadeleao.blogspot.be/2015/03/sporting-b-4-3-tondela.html

    Infelizmente o Bruno tem este condão de tornar as medidas de gestão óbvias em vitórias pessoais do Bruno (com direito à fotografia da praxe). Quando aquilo que é óbvio esteve muito próximo de não acontecer, não vejo grande margem para o regozijo ou o elogio. Quando o que deveria ser normal passa a anormal, muito menos. E como não somos (felizmente) todos como o Unknown - incapazes de exprimir uma ideia ou rebater qualquer argumento sem mandar para o outro lado da 2a circular (o argumento do esgoto de onde o próprio deverá ter saído) - somos capazes de reflectir e pensar que se se evitou um acidente que poderia ter custado muito caro, então é capaz de ser necessário rever procedimentos mesmo que o final tenha sido feliz.

    Sugerir o contrário é não ter preocupação com o futuro do Sporting. Aqueles que mais desejam ver o Bruno fora do clube estão neste momento calados ou a apoiá-lo publicamente. Portanto não se confunda uma crítica construtiva com um 'relambório anti-bruno' porque o que se passou foi grave demais e sem precedentes em gestões anteriores (nomeadamente naquelas que gastavam o mesmo ou menos).

    Se é o Sporting que interessa, olhe-se para toda a realidade. Se fosse uma pessoa mais preocupada com o Sporting do que com a sua imagem, o próprio Bruno concordaria. Nunca do silêncio se fez a luz.

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