quarta-feira, 20 de maio de 2015

O significado de mais um título na formação e a formação de novos títulos a caminho

O significado de mais um título na formação
De forma um pouco inesperada o Sporting acabou por acrescentar mais um título para o palmarés de uma das áreas que lhe tem granjeado mais prestígio: a formação. Apesar de ser obrigatório contar sempre com o Sporting, o trajecto recente da equipa não conferia muito favoritismo aos iniciados, especialmente por estarem obrigados a ganhar no campo de um adversário a quem, em todos os encontros anteriores da época, nunca o havia conseguido. Ora isso e o facto de festejar em casa do rival, tido como favorito, contribuiu para tornar a conquista ainda mais saborosa.

Como em tudo no Sporting, ao invés de a conquista de um título ser um momento de regozijo comum, esta veio reacender as discussões sobre a importância da formação e a tão propalada "aposta" ou falta dela  É no mínimo lamentável que as vitórias ou derrotas sirvam de arma de arremesso entre adeptos do clube. 

Sobre a formação tenho sempre mais dúvidas que certezas. Mas tenho a certeza que os resultados são apenas um dos muitos factores indicativos do trabalho realizado mas nem por isso o mais importante. O Sporting tem, julgo, como objectivo primordial da sua formação a "criação" de jogadores para a sua equipa principal. Logo a obtenção de títulos tem sido sobretudo uma consequência natural da lapidação do talento que lhe chega pelos méritos de uma excepcional capacidade de atracção e recrutamento de valores. Tanto melhor quando a formação é conseguida a vencer.

Podemos não ganhar nenhum título nos próximos anos sem que se possa negar a "aposta na formação". A questão é saber se se está a trabalhar bem, de forma a manter quer hegemonia no sector, quer sobretudo no "abastecimento" de talento da equipa principal, já que o mero preenchimento numérico de vagas é fácil de realizar. É aí que residem as minhas principais dúvidas. E essas dúvidas baseiam-se na observação de alguns indicadores como a perda inusitada de alguns dos melhores jogadores, nos resultados obtidos entre pares, e no visionamento de alguns jogos. Por exemplo:

- Pode ter sido particularmente saborosa a vitória recente dos juniores no Olival. Foi ela aliás que nos permitiu disputar o titulo até ao último jogo, que nem correu bem. Mas o que aproveitará o Sporting, e os jogadores em particular, em apresentar-se num bloco baixo, de três linha muito próximas, conseguindo realizar a primeira transição quase no final do primeiro tempo (que por acaso, e felizmente deu golo)? Quantas vezes jogará o Sporting assim no campeonato principal? Ou esta atitude é o reconhecimento tácito da nossa inferioridade?

- O caso da equipa B é paradigmático. Enquanto se arrastou pelo fundo da tabela às criticas correspondia um enorme silêncio. Agora que a equipa anda nos lugares cimeiros não falta quem fale num ano bom. Mantenho as mesmas interrogações de então:  tenho muitas dúvidas do aproveitamento que o clube possa retirar de muitos dos jogadores que a constituem, como me interrogo sobre o que estão estes jogadores a aprender que lhes seja útil na equipa principal. Ora isto não é muito mais importante do que ser campeão da II Liga, não?
A formação de novos títulos a caminho
Num caminho que (re)começou em 2012 o basquete do Sporting, apostando na formação, vai dando passos que parecem seguros para, seguindo o exemplo do hóquei em patins, fazer ressurgir o Clube como um dos pilares da modalidade em Portugal.

Criada para dar visibilidade ao projeto da formação a equipa sénior feminina, constituída quase exclusivamente, e em moldes totalmente amadores, por sportinguistas, foi subindo gradualmente de escalão até que no passado sábado conquistou o direito de disputar a final do Campeonato Nacional da 1ª divisão, e consequentemente na próxima época estar na Liga Feminina de basquetebol.

A base da equipa tem-se mantido ao longo destas 3 épocas, e da equipa que no ano passado disputou a final-four do campeonato da 2ª divisão, transitaram para esta época 10 jogadoras. No início desta época, quando a equipa se preparava para voltar a disputar a 2ª divisão, surgiu, devido à desistência de uma equipa, a possibilidade de poder jogar na 1ª Divisão. A ABSCP, tendo confiança que o comportamento da equipa não envergonharia o nome do Sporting, assumiu o desafio, e em boa hora o fez.Ultrapassando todas as expectativas a equipa atingiu o 2º lugar na fase regular, disputando até à última jornada o 1º lugar.

Foi nesta altura que apareceu no Clube uma jovem, Inês Faustino, que sendo sportinguista de alma e coração, jogando em Espanha e tendo já terminado o campeonato em que estava envolvida, veio mostrar a sua disponibilidade para ajudar a equipa nos play-off’s finais. Nos mesmos moldes outra jovem, Maria João Bettencourt, seguiu-lhe os passos e veio fortalecer a equipa para os últimos jogos da época.

Resta agora apenas o jogo da Final onde desejamos uma vitória para “pôr a cereja no cimo do bolo”. É importante acrescentar que já mais de uma centena de jovens pratica o basquetebol no Sporting, e que nesta temporada, já apareceu uma equipa sub-19 que correspondeu à aposta e que, também no passado sábado, se apurou para a Final Four da Taça Nacional.

Pode soar a ousadia desmedida falar em títulos numa modalidade que apenas está renascer das cinzas. Mas esse é o destino natural num clube que tem no seu seio adeptos como os que dedicaram o melhor de si a constituir a ABSCP. O meu obrigado a todos eles.

8 comentários:

  1. Este também já foi. Outro que passou de bestial a besta em seis meses, pois já andam os enviados a dizer que ele não tem competência para a formação do Sporting. Só não se percebe então porque é que se louvou tanto esta campanha dos juniores, uma vez que de acordo com BdC, se não fossem as arbitragens o Sporting teria sido campeão de juniores. O que vale é que agora só há "competência".

    http://www.maisfutebol.iol.pt/liga/transferencias/sporting-luis-boa-morte-deixa-os-juniores

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  2. A equipa B Devia mudar de treinador. Gostava de ver fernando valente na estrutura do scp. Creio que era o homem indicado para aquela etapa entre juniores e futebol senior. Sempre que vi a equipa B, confesso que não vi a grande maioria dos
    Jogos, o futebol praticado era péssimo.

    SL

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  3. LdA,

    Concordo na praticamente com tudo o que escreves, no entanto hà algo que não concordo nada!

    No inicio da época com a saída de Abel e até ao final dos primeiros 7/8 jogos do JdD criticas foi o que não faltou à equipa, algumas acertadas mas muitas delas injuriosas e até insultuosas para os intervenientes.

    Como sou um adepto/ócio sempre com muita fé espero que para o ano possamos estar nas 3 fases finais e que desta os juniores (com a passagem de muitos dos juvenis) possam mostrar a qualidade que não tiveram a hipotese de demonstrar este ano (eliminação na 1º fase).

    Quanto ao anónimo presumo que seja já seja um dos habitues que só destila veneno e baboseiras ... cresça faça-se homenzinho e deixa-se de merdas!

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    1. LOL

      O Luís Boa Morte saiu. MAIS UMA MUDANÇA DE TREINADOR. Tens alguma coisa a dizer sobre isso, ou só queres calar os outros? Metes dó, pá. Tu e os outros totós que andam atrás do Bruno de Carvalho. Que otários.

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    2. "cresça faça-se homenzinho e deixa-se de merdas!"

      Ora aqui está está um bom conselho pró Bruno. Já agora pergunta-lhe quando é que ele atina com os treinadores, porque o Sporting já parece uma agência de trabalho temporário para técnicos. É o que resulta de também andar a formar dirigentes.

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  4. Para alguns que falam da formação sem terem a mínima noção do que isso é, convém referir que o sucesso ou fracasso da formação de cada clube está associado à quantidade de jogadores que sobem à equipa principal, ao seu sucesso desportivo e ao lucro que o clube pode vir a tirar desse investimento. Dito isto, convém afirmar que o Sporting tem 7 jogadores formados no clube a jogar regularmente na equipa principal, enquanto o Porto tem 1 (Ruben Neves) e o Benfica tem dois 1/2 (André Almeida e Ruben Amorim). A formação do Sporting tem como marcos relevantes Luís Figo e Cristiano Ronaldo, que foram considerados os melhores jogadores do MUNDO em diversas ocasiões. A seleção nacional joga normalmente com 6 jogadores formados no Sporting e mais 3 suplentes da mesma escola. Dito isto, qual é o clube que mais potencia a formação? Qual o clube que mais talentos produz? E o que seria do futebol português se não houvesse a formação do Sporting? Vale a pena pensar nisso...

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    1. Resta acrescentar que se assim é tal deve-se a BdC, certo?

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  5. Curioso este post só ter meia dúzia de comentários... Se os miúdos tivessem perdido seriam as dezenas, aliás é também curioso comparar a quantidade de comentários de post como o dia do leão ou do SCP-Braga e comparar com os da guine ou os que servem para bater na direção.

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