domingo, 10 de janeiro de 2016

Sporting - Braga: o Inverno do nosso contentamento

Num pequeno espaço temporal o Sporting produz duas impressionantes reviravoltas. A primeira recuperando o primeiro lugar da classificação no campeonato. Hoje, num tenebroso dia de Inverno, sai de um resultado desfavorável de 0-2, ante uma boa equipa, para a conquista de três pontos. Fantástica reacção, por certo não alheia ao apoio incondicional dos adeptos, que nunca deram o jogo como perdido. Não vale quase nada, mas o Sporting é campeão de inverno, mantendo os quatro pontos de avanço que detinha no inicio da jornada, exibindo personalidade de vencedor.

Mas não é demais lembrar que a história do jogo podia ser diferente, muito por força de dois momentos tão meritórios de Rafa como de falhas grosseiras da nossa parte. Falando de mérito é necessário falar deste Braga de Paulo Fonseca. Agora que chegamos ao final da primeira volta é justo designá-la como a equipa que mais nos fez sofrer nas competições internas. 

A forma como se apresentou nos dois jogos já realizados entre ambas as equipas é uma espécie de "road map" para deixar expostas as nossas debilidades. Bolas longas ou de colocação muito rápida a explorar a velocidade dos seus jogadores mais avançados, o que funciona na perfeição com o adiantamento da nossa defesa.

Com William irreconhecível e sem capacidade reactiva ao que passava nas suas costas, era ainda mais fácil explorar os espaços entre os laterais e os centrais, bem como a dificuldade daqueles em descer, especialmente Jefferson.

Estes são os riscos assumidos por Jesus, como mais ninguém o faz, mas que têm o seu reverso quando, como é o caso de Paulo Fonseca, aparece alguém que sabe onde deve carregar para fazer doer. Falta saber se mais alguma equipa poderá copiar o modelo com a eficácia do treinador bracarense. Essa é a nota de maior preocupação, em contraste com a euforia natural após um jogo soberbo.

Nem sempre quem merece ganhar o consegue e o resultado ao intervalo era não apenas injusto como demasiado volumoso face à produção das equipas. Mas justificava-se pela superior eficácia bracarense e pela nossa falta de rigor no acompanhamento das movimentações dos adversários. Destaque para o guarda-redes bracarense, que parecia imbatível e ameaçava tornar-se num pesadelo para nós.

A segunda parte seria uma história completamente diferente e que talvez seja o justo castigo para a falta de ambição do Braga, que preferiu gerir o resultado, ao invés de procurar explorar o inevitável balanceamento atacante que o Sporting tinha que imprimir.

Alardeando a mesma confiança e querer dos últimos jogos após U. Madeira, o Sporting estava prestes a fazer uma reviravolta absolutamente notável. À confiança e querer é obrigatório realçar a qualidade do nosso jogo ofensivo, um camartelo permanente na muralha defensiva arsenalista. A entrada de Montero foi importante, obviamente pelo golo obtido, mas também pela duplicação de cuidados que representou, sendo seguramente por aí que Slimani pôde beneficiar de menor vigilância na hora de marcar o terceiro golo. 

Não vou fazer nenhum destaque individual para lá de Patrício. Houve elementos que estiveram muito abaixo do que é exigido ao nível de uma equipa campeã. Mas hoje é inteiramente merecido que o destaque seja pela positiva e, tendo sido ele que segurou o resultado quando Rafa apareceu isolado à sua frente e sendo também ele o capitão e número um fica entregue o destaque a ele em nome de todos.

4 comentários:

  1. Grande Patricio, sem duvida, a juntar-se aos colegas que marcam golos valendo pontos atras de pontos. Contra o FCP segura o nulo, hoje segura o 2-2 ate surgir a bola teleguiada para a cabeca do Slimani.
    Ja' temos mais pontos do que quando acabamos a 'epoca 2012/13!
    E ainda levantamos o caneco no Futsal, Que grande dia :)

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  2. Mais uma segunda parte épica! Patrício, sim e.... Adrien, está um monstro! E dps podemos sp contar com a superior e decisivaqualidade técnica de Bryan Ruiz.

    Mais um título no Futsal, a conquista da primeira edição da Taça da Liga de futsal... Nesta competição, ao contrário da outra primeira edição, não houve ferraris e sinalizar penaltys fantasmas a sessenta metros de distância... Como não houve o natural aconteceu: ganhámos!


    SpooOOOOoooorting!!!!!

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  3. Patrício - já nos ofereceu imensos pontos.

    Rafa - é um craque e fiquei com a sensação na altura que gostaria de ter vindo para o Sporting.

    Parabéns ao nosso futsal. Foi uma bela final.

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  4. Grande ambiente em Alvalade. Que os adeptos - e direcção, que controla o preço dos bilhetes - percebam que o Tondela, o Braga, o Belenenses etc valem todos três pontos e que o apoio leva de facto a equipa para a frente. Foi arrepiante ver a crença e o apoio dos que por lá passaram num dia chuvoso.

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