quarta-feira, 30 de março de 2016

A proibição do vermelho em Alvalade

Circulam hoje rumores, com base numa noticia estampada na primeira página do JN, dando conta que o Conselho Directivo havia proibido o uso do vermelho em qualquer adereço, por parte dos jogadores. Quer-me parecer que isto não passa de um rumor, embora isto venha de encontro a outra noticia do mesmo teor a propósito do contrato de Coates (LINK). 

A ser verdade, não faria sentido nenhum a proibição de uma cor especifica, tendo a interdição que ser alargada a a várias outras cores que não as oficiais se o objectivo for mesmo defender a marca Sporting (LINK). Porém, uma medida deste teor, aos dias de hoje, está a uma fina camada de cair num fundamentalismo ridículo. 

Mas a noticia fez-me recuar a 2011, quando Bruno de Carvalho se candidatou pela primeira vez. Ao tempo, houve uma acção de campanha promovida pelo Solar do Norte em que estive presente. Inácio representava a lista, porque Bruno de Carvalho estava ausente em Moscovo com o objectivo de validar a célebre proposta de um fundo russo que, quando se tornou presidente, havia de deixar cair. Aí Inácio, a propósito de uma interpelação de um adepto haveria de afirmar que "Comigo no Sporting nenhum jogador usará botas vermelhas e se possível todos usarão botas verdes" (LINK). 

Pode então ser que, ao final de três anos, a ideia seja agora recuperada? 

E, se sim, porque se levou tanto tempo (três anos) a aplicar uma medida sem custos, que poderia ter sido implementada logo no primeiro dia?

Mais intrigante ainda será perceber quem foi o responsável pela escolha dos equipamentos deste ano, em que um dos conjuntos destinados aos guarda-redes (como o que ilustra o post) é de um vermelho alaranjado, ou vice-versa?

A haver rigor, então porque não se apresentam as nossas equipas com o equipamento que a grande parte dos Sportinguistas prefere, que é a camisola e meias listadas de verde e branco e calções pretos? 

Ou porque nos puseram a jogar à "Paços de Ferreira" e à "Naval" durante uma época inteira?

Devo, sobre este tema, acrescentar que sou daqueles que estranhou e até se habituou a custo ao abandono das tradicionais botas pretas, que a generalidade dos jogadores usavam quando comecei a ver futebol. E que não gosto da cor vermelha, tanto como de várias outras, crendo que tenho apenas duas peças de roupa dessa cor, que por isso mesmo uso poucas vezes. Mas gosto de a ver na bandeira nacional, por exemplo. 

Como nota final fica a sensação de futilidade e total perda de tempo com assuntos desta menoridade.

13 comentários:

  1. "Bruno de Carvalho estava ausente em Moscovo com o objectivo de validar a célebre proposta de um fundo russo que, quando se tornou presidente, havia de deixar cair."

    A célebre proposta do fundo russo foi deixada nas eleições de 2011. Em 2013 o Bruno de Carvalho nunca falou desse tema, excepto para o negar. Faço só este pequeno apontamento para não haver dúvidas. Na altura que esse fundo foi apresentado, sabia-se quem estava por detrás e qual seria o modelo da parceria com o SCP, em que custos e proveitos seriam partilhados equitativamente. Deixei mais esta pequena adenda porque por vezes há quem lhe aponte incoerência relativamente a este tema, quando ele sempre manteve uma postura coerente.

    Quanto ao tema do post, detesto o vermelho. Quanto mais afastado estiver do meu Clube melhor. Mas quer-me parecer que nunca roeremos a corda com ninguém se esse alguém rejeitar essa possível restrição. Mas lá está, isto não passa de rumores. E eu próprio não gosto nada de ver jogadores nossos com chuteiras vermelhas, apesar de o aceitar perfeitamente. Por mim o nosso equipamento de GR era sempre que possível preto. Pelo menos o que acompanha o principal dos jogadores de campo. Mas isto não passa de pormenores.

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    1. Bernardo Carvalho,
      julgo que ficou claro que me referi a 2011, como está mencionado no inicio do parágrafo. Já relativamente ao resto creio que não é o tempo de voltar a um assunto que está resolvido, cada um guarda-o na sua memória da forma que entender mais conveniente ou mais fiel aos factos.

      Quanto às cores posso dizer que o preto também é a minha cor preferida mas não tenho qualquer objecção que o guarda-redes joggue com a que quiser. Por questões de gosto pessoal acho que o equipamento que ilustra o post é dos mais feios que o Rui usa.

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    2. Eu entendi que disse que deixou cair a ideia quando se tornou Presidente, na verdade ele deixou cair a ideia quando se tornou - pela segunda vez - candidato. Dizer que deixou cair a ideia quando se tornou Presidente deu-me a ideia de ter sido uma acusação de uma falha de uma promessa eleitoral.

      Concordo, não gosto de cores berrantes nos nossos equipamentos, exceptuando em tons de verde. Sendo que o preto é o mais tradicional.

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    3. Obrigado, Bernardo. Ficou bem exposta a intencionalidade da falta de rigor do LdA.

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  2. "...fica a sensação de futilidade e total perda de tempo com assuntos desta menoridade"
    o próprio post, acima, incluído.

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    1. João Cardoso,

      Essa consideração parece-me mais pertinente fazê-la a quem tem que tomar decisões muito mais importantes do que estas do que às observações que eu, como mero adepto e associado, faço num espaço cariz pessoal.

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  3. "Como nota final fica a sensação de futilidade e total perda de tempo com assuntos desta menoridade."

    Se assim é, porquê perder tempo a fazer eco a este tipo de trampa jornalística?

    Este é daquele tipo de noticias, que a ser verdade, so aconteçem para o nosso lado. Repito, a ser verdade. Nos outros, ha-de fazer-se bem pior, sem que nada se saiba.

    Saibamos passar ao lado deste tipo de tretas, porque não passam disso mesmo, sendo verdadeiras ou não.

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  4. "A haver rigor, então porque não se apresentam as nossas equipas com o equipamento que a grande parte dos Sportinguistas prefere, que é a camisola e meias listadas de verde e branco e calções pretos?

    Ou porque nos puseram a jogar à "Paços de Ferreira" e à "Naval" durante uma época inteira?"

    A (in)coerência e populismo desta "lei" morre logo nas duas questões acima referidas.
    Eu não gosto de ver vermelho nos nossos pés, mas não há moral nenhuma em proibir e, depois, vir por trás e fazer os equipamentos mais feios e mais descontextualizados da História do Sporting Clube de Portugal.
    Na época passada, além das cores nem serem as nossas (mas sim as do estádio, o que revelou "grande cuidado" por parte da Marca e do cliente), até a Camisola Stromp conseguiram estragar.

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  5. meu caro, posso dizer-te que nas reuniões em que se definiam detalhes do estádio o responsável do SCP para a obra concordou com a ideia das cadeiras de cores diversas desde que não houvessem... vermelhas... nem cor de rosa (porque eram de menina...)

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  6. Este é capaz de ser dos assuntos que mais me envergonha enquanto adepto do Sporting Clube de Portugal. O que não é fácil, pois tendo um presidente destes o que não falta são motivos de embaraço.
    Será que algum sportinguista não percebe que isto é um sinal claro de pequenez? Que isto é a confirmação de complexos?? Que isto não é o SCP???
    E depois olhamos para o outro lado da 2ª circular e vemos diversos jogadores da equipa principal a calçar botas verdes.
    Esta medida é ridícula, e mais ridículo é quem a defende. Parem de dar razão ao que o Paulo Bento disse quando saiu de Alvalade!

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  7. Como se costuma dizer não há fumo sem fogo. Por muita que seja a propaganda agora a tentar relativizar ou até mesmo a negar o que é facto é que pelo menos um contrato com um profissional já foi feito ao abrigo destas ideias que mais não são que a demonstração de tacanhez. Basta ver o incómodo que o post causou a alguns vascos para se perceber que fazia todo o sentido. Mas enquanto tomam estas decisões estúpidas o presidente vasco mor vai terminando as suas entrevistas com o lema dos outros: et pluribus unum. Às tantas temos uma melancia em casa.

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  8. Melhor só os vouchers para o Marquês. Cortesia do José Eduardo. Atenção ao fato.

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  9. Ainda compreenderia com algum esforço a obrigação (palavra feia) dos jogadores calçarem de verde, preto ou branco, tratando as chuteiras como equipamento semelhante a calções ou camisolas. A camisola do equipamento principal do Sporting não pode ver quadradinhos violeta em fundo creme com golas castanhas. Tem de ser verde e branca como mandam os estatutos. Para as chuteiras seria exactamente a mesma coisa. Duvido que isso fosse possível porque teria impacto nos contratos de muitos ou de alguns jogadores com as marcas A, B ou C mas enfim o problema nem é esse. Para efeitos de imagem o intuito de quem teve esta ideia não é o de reforçar as nossas cores mas simplesmente o de proibir o vermelho, por causa do Benfica. É difícil encontrar paciência para tanta tacanhez e insegurança, característica de complexados. Abre-se como exemplo o 'Record' e as notícias do Sporting estão invariavelmente preenchidas com Bruno de Carvalho e o Benfica. São dramas nas redes sociais (ainda hoje é João Gabriel e uma eventual ameaça de processo por causa de qualquer coisa no twitter, como se um director de comunicação doutro clube tivesse qualquer importância na vida do Sporting), comunicados bacocos sobre temas do Benfica que só nos expõem ao ridículo, tentativas de provocação mal sucedidas e agora até o vermelho nas cores das chuteiras. Não sei se isto é ridículo ou meramente triste ...

    Ofereço ao presidente do Sporting a sugestão para um regulamento interno alternativo: impedir o Bruno de Carvalho e o Inácio de contratarem mais de 5 jogadores por época. Tenho a certeza de que o Sporting retiraria daí inúmeros proveitos desportivos e financeiros.

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