terça-feira, 21 de junho de 2016

Quem melhor do que os jogadores?

Inúmeras vezes criticados em função daquilo que (em exclusivo) não controlam, tantas vezes julgados em função da circunstância de ganhar ou perder, muitos são aqueles que se apropriam da capacidade não só de avaliar mas com exactidão determinar a competência dos treinadores de futebol. Na linha da frente desta multidão: media, adeptos e dirigentes, com os últimos frequentemente a reboque dos segundos e os segundos lesados pela ignorância dos primeiros, além de condicionados pela sua própria ignorância. Excluídas as excepções, porque existirão sempre injustiças, este defeituoso ciclo embora nocivo ao jogo e aos clubes, não vitimiza os treinadores. Independentemente daquilo que é escrito ou dito, independentemente da quantidade de lenços exibidos nos estádios, descomprometidos perante inúteis votos de confiança de dirigentes, os treinadores têm uma franca oportunidade de comandar os seus próprios destinos. Assim é porque independentemente de qualquer coisa, mantêm completo controlo sobre o trabalho das suas equipas. Deste modo, parece-me claro que os treinadores são na maioria dos casos protagonistas das suas capacidades e conhecimento. Ou vítimas da sua própria falta de competências.

Pressupondo contextos onde a normalidade e a boa-fé imperem, este é o espaço justo onde os treinadores se deverão situar. Livres da arrogante e ignorante autoridade dos media, livres da arrogante ignorância e incapacidade dos adeptos, a salvo dos excessos, iniquidade e perverso instinto de sobrevivência dos dirigentes.
Pressupondo contextos onde a anormalidade e a má-fé imperem, podemos sempre contemplar cenários nos quais dirigentes, premeditada ou involuntariamente interferem com o trabalho dos treinadores. Marco Silva e o Sporting foram há duas épocas exemplo deste fenómeno perverso. De igual modo, podemos considerar situações pouco frequentes mas longe de raras, nas quais jogadores procuram de forma consciente sabotar o trabalho dos treinadores. É mais frequente do que se presume.

Desta forma, em respeito ao trabalho e às competências dos treinadores, se um olhar sobre os resultados é insuficiente, se os media transportam erro em abundância, se as opiniões dos adeptos são na maioria do tempo desprovidas de mérito, e se as acções e decisões de muitos dirigentes não nos oferecem credibilidade, podemo-nos em todo o caso socorrer de fontes bem mais autorizadas.
Afirmara um jogador há 3 semanas, tal como outros no passado ao serviço de equipas de idêntica ou menor dimensão, “tacticamente é impecável e potencia o melhor de cada jogador. Por isso, em poucos meses, deu-me o que os outros treinadores não me deram”. Hoje, tão simples assim: “ele ensina-me”.


Não existe maior reconhecimento ou elogio à capacidade de um treinador.
Das únicas fontes autorizadas no processo.

2 comentários:

  1. Como benfiquista posso dizer que para mim e o melhor treinador Portugues da actualidade.Ganha a Muorinho porque nos ultimos anos Mourinho e so nome porque em futebol jogado JJ e muito melhor que ele.Talvez se JJ tivesse outra educacao e soubesse falar ingles,teria lugar em qualquer equipa do mundo,assim tera dificuldades de dar o melhor de si fora de Portugal,Espanha ou Italia e talvez a Franca porque a comunicaco e uma parte muito importante para JJ.Mesmo assim gostava de um dia o ver treinar uma equipa estrangeira,quanto mais nao fosse porque assim nao estaria no SCP :)

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    1. Subscrevo RedAtheist, sobretudo a noção que confronta Jesus e Mourinho. Porventura J. Jesus nem mudou muito relativamente ao que já fazia n'os Belenenses. São as equipas de Mourinho que nos últimos 6 ou 7 anos não têm grandes semelhanças com as que nos fizeram olhar para ele com espanto.
      Subscrevo também a parte da comunicação, algo que entronca na personalidade e carisma dum treinador adquirindo por isso muita importância. Já as capacidades linguísticas, não faço a mais pálida do quão determinante são no trabalho dum treinador.

      Jorge Jesus é um espectáculo. Recordo uma aposta quando Jesus estava em Braga feita em conjunto com um amigo portista de que ele sozinho quebraria a hegemonia do FCP no futebol português. Perdemos a aposta porque imediatamente a seguir surgiram Villas-Boas e Vitor Pereira.

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