terça-feira, 28 de junho de 2016

Raios dessa aurora forte são como beijos de mãe

Melhor momento do Portugal VS Croácia 

Em face da cada vez menor paciência que tenho para ver futebol fora do universo de equipas do Sporting, dos seus principais adversários em Portugal, provas europeias de clubes e o futebol doméstico de não mais do que 4 ou 5 equipas de 2 ou 3 campeonatos, tive a sorte (beneficiei do acaso) no último Portugal VS Croácia de ligar a imagem a tempo de apanhar e acompanhar o melhor momento do encontro. Não lembro a última vez que escutara a "A Portuguesa" mas nesse instante recordei quão bonito o hino português é. Naturalmente, formas de expressão como a música e a literatura permanecem duas das principais formas de contacto com aquilo que nos antecede, acompanha e sobreviverá. Música e literatura, ainda que humanas, tão fortes e transcendentes quanto a ordem ou o mundo natural. Para além disto não existe garantidamente mais nada.
É aqui, nas escolas portuguesas, que a música, literatura ou outras exposições de arte se deveriam fazer sempre presentes, educando e inspirando-nos. E se quisermos usá-las como forma de distinção de elementos identitários comuns a povos arregimentados por nações, ou se quisermos usá-las como celebração de alguns dos muitos, valiosos, entre-nós ou idos descendentes da cultura portuguesa, abandonemos a norma que simultâneamente constrange e prostitui música e literatura portuguesa tão admirável quanto o hino português, a coisas tão insignificantes quanto cerimónias de estado ou homenagens a figuras de estado.

É nas escolas portuguesas que ela deverá fazer-se ouvir. E tudo o que é bonito é tudo o que deveremos porventura banalizar. Além de que obviamente dar-me-ia a oportunidade de escutar o hino português mais vezes.

2 comentários:

  1. O Estado Novo também pensava assim. Ou a trilogia de um regime político autoritário, autocrata e corporativista de Estado - Deus, Pátria e Família - que resultou em: Fado, Futebol e Fátima.

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