domingo, 3 de julho de 2016

"(...) 'Vem que vais marcar' e marcou, explicou Fernando Santos na conferência de imprensa da selecção nacional, afirmando também que na altura decisiva do jogo com a Polónia estava a rezar, porque é um homem de fé e porque o faz todos os dias."

Ainda que por obrigação tenha de considerar os diferentes contextos e graus de credulidade (isto deverá ser suficiente para que ninguém se sinta ofendido ou incomodado), não sei o que é mais fácil: fazer seis mil milhões de imbecis acreditar na existência de um ou vários deuses (grupo do qual me excluo), ou tentar convencer meia dúzia de milhões de imbecis que vê futebol (grupo onde me incluo) de que pragmatismo é sinónimo de mediocridade. Podendo estar enganado, futebol não merece tanta importância que se torne complicado desculpar uma equipa ou neste caso uma selecção que vai exibindo qualquer coisa que equivale a um redondo nada. Não traz qualquer bem. Mas também não traz qualquer mal.

Nem tem qualquer importância. O que já adquire alguma importância são as recorrentes tentativas de mascarar esta mediocridade com substantivos como pragmatismo e eficácia, ou declarações de intenções parvas como "independentemente do adversário temos de calar as críticas", como se as críticas não tivessem razão de existir, ou como se a selecção portuguesa não tivesse já tido as oportunidades mais do que suficientes (seguramente mais do que as merecidas) para prová-las inválidas.

Áustria, Hungria, Islândia e Polónia: as 4 equipas frente às quais Portugal não conseguiu jogar qualquer coisa que se assemelhasse a futebol e as 4 equipas frente às quais Portugal não consegiu vencer, onde só o acaso lhe permitiu marcar presença nas meias-finais dum campeonato da Europa. Isto de crítica não tem rigorosamente nada. Tão só uma verdade que nem o mais ingénuo dos religiosos mentais consegue disfarçar.

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