quinta-feira, 11 de agosto de 2016

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A pouco mais de um dia do início do campeonato é isto que me apraz dizer sobre “o estado da nação”, ainda estamos em processo de construção e as dúvidas abundam sobre qual será a composição do plantel lá para o dia 1 de Setembro.

Indiferente a este factor, o tempo, esse general inabalável, corre e aproxima de modo incontornável a certeza dos primeiros jogos, Marítimo, Paços de Ferreira e Porto serão, sem qualquer dúvida, os nossos adversários até terminar este infinito tempo de silly season dos milhões onde qualquer plantel pode ser revolucionado a qualquer momento.

Os inícios de época, ou melhor, os princípios do início de época (vulgo pré-época) são para mim um dos momentos fundamentais para conseguir perspectivar aquilo que vamos ter pela frente. Depois de uma época com uma pontuação brilhante é importante para o Sporting demonstrar que aquela não foi uma pontuação casual, como uma Taça que que vence aqui e ali, mas o principio de um hábito de vencer que nos coloque sempre num patamar de pontuação (acima dos 80 pontos) onde ser campeão será inevitável. Depois de quebrar a barreira psicológica que por vezes limita o sucesso, importa comprovar que conseguimos manter esse nível de comprometimento profissional.

As dificuldades repetem-se, assim como a necessidade de momentos de superação, vamos ser francos, o nosso campeonato é fácil e digo isto não porque encare os nossos adversários como menores mas pela diferença de recursos que existe entre os clubes que lutam pelo título e todos os outros. É aqui que surge a dificuldade do nosso campeonato, os candidatos a campeões que não consigam manter - sempre - uma atitude competitiva guerreira e humilde vão ver o seu trabalho ser castigado por um qualquer resultado casual, como um empate caseiro ou uma derrota com o último classificado. No nosso campeonato não se pode baixar a guarda nunca, não há margem de erro para candidatos os seus concorrentes estão sempre atentos a qualquer percalço para tomar o seu lugar e ter a glória final.

Perante este cenário, seria avisado ao Sporting ter já neste momento a grossa maioria das suas incertezas resolvidas, infelizmente tal não acontece, em qualquer sector, em qualquer posição podem ainda acontecer diversas saídas e entradas o que levará para meados de Setembro o momento de estabilidade do grupo que permita tirar ilações concretas do nosso valor.

Independentemente desta realidade e das afirmações de ambição dos nossos dirigentes e profissionais, julgo que continuaremos a ser o underdog na luta pelo título, na minha opinião o campeonato do ano passado foi vencido pelo nosso adversário nas lesões, a cada jogador consagrado que se lesionava, surgia um substituto que não só garantia qualidade como ainda a superava (Lindelof, Renato Sanches, Ederson, p.ex.). Por oposição, nós por cada titular que fosse afastado, mais por questões disciplinares do que por lesões, quem tínhamos para substituir raramente o fez pelo menos ao nível dos titulares. Esta situação irá manter-se mesmo que o nível do nosso 11 titular possa ser elevado e se consiga um “14” titular, esta época há maior conhecimento do nosso jogo, maior desgaste dos titulares nos jogos europeus e ainda menor margem de erro.

Para terminar, infelizmente este ano, e pela primeira vez desde que existe, não renovei a minha Gamebox, por diversas razões mas principalmente porque se tornou um produto pouco apelativo para quem está fora de Lisboa, entendo as razões do Sporting para a opção que tomou de criar um produto único e mais caro, mas para mim deixou de fazer sentido comprar bilhetes dessa forma, a decisão foi comum a metade do meu grupo de “Alvaladistas”. Quando forem conhecidos os resultados das vendas veremos se a opção compensou. Não deixarei obviamente de ir a Alvalade, mas provavelmente diminuirei ainda mais a frequência com que o fazia, parecendo que não ajudava já ter o bilhete comprado e garantido do que ter de o comprar, para já vou faltar no sábado a um jogo onde tradicionalmente ia desde que existe Gamebox.


P.S.- Gostei do vídeo promocional produzido a fazer a minha vida de sócio, só achei curto, eu sou Sportinguista há muito mais tempo do que sou sócio e uma boa parte das memórias marcantes vêm dessa época onde a distância e a impossibilidade de filiação construíram os alicerces inabaláveis do meu Sportinguismo, a rever, bastava verificar a minha data de nascimento que lá está nos arquivos e a páginas tantas do vídeo dizer que finalmente me tinha tornado sócio.

12 comentários:

  1. LMGM,

    ainda sem ler só posso manifestar a minha satisfação por nos brindares com mais um texto. Ainda bem que o inchaço passou. (Ah, e lembrando a anedota, espero que a dor também). Abraço

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    1. LOL! Bela anedota, sim senhor, bem lembrado.

      Já li o post. Foi um excelente regresso do LMGM. A ver se contagia o Sporting e mesmo com todos os problemas conquistamos os 3 primeiros pontos depois de amanhã.

      SL!

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  2. Ui!...
    Não renovaste GB e afirmas que o plantel está desequilibrado e indefinido em todos os sectores??? A menos de 48 horas de começar o primeiro jogo oficial? Já aí vem saraivada da grossa... Seu "croquete" :P

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  3. Nasci, vivo e trabalho no concelho de Lisboa. A distância que me separa de Alvalade não é argumento que possa invocar para não frequentar Alvalade em dia de jogo. Sou assíduo de Alvalade há mais 35 anos. Mal pude, passei a deter lugar cativo no velho estádio. No novo, mantive a "fidelidade," passando a possuir uma gamebox. Vão 13 anos, a que acrescem 20 de lugar cativo. Este foi o primeiro ano em que estive vai não vai para não renovar a gamebox. O aumento de preço combinado com a eliminação da opção "Gamebox Liga" embrulhados numa contabilidade propagandística canhestra sobre os supostos custos da assistência a cada jogo irritaram-me sumamente. É preciso precisar que, embora resida e trabalhe em Lisboa, por razões profissionais dificilmente consigo assistir a um jogo em Alvalade nos dias de semana. Significa que a única Gamebox 2016/17 oferecida obrigar-me-ia a adquirir o direito de assistir a jogos que me sabia impossibilitado de presenciar (seguramente os três da Champions, provavelmente mais 2/3). Acabou por não ser motivo bastante para me demover da renovação. O meu amor ao Sporting faz-me, na verdade, encarar a compra da Gamebox como uma dádiva a que não me posso furtar. Mas a forte indisposição não abalou. A manipulação grosseira dos números congeminada pelas seresmas do marketing do clube para suavizar a percepção do aumento do preço das gameboxes põe-me fora de mim. Se não se importam, vão chamar ignorante e, pior, estúpido a outro.

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    1. O meu grupo é de gente profissionalmente espalhada de norte a sul que aproveitou o advento da Gamebox para tornar mais regulares os seus encontros e simultaneamente corporizar um apoio ao clube, ganha muito mais com esta "loucura" a Galp, a Brisa e o Difícil do que o Sporting, já fomos só dois, no ano passado seis. Apenas três renovaram. Com bilhetes a uma média de € 15,00 para sócio o valor da minha Gamebox dá para ir ver 15 jogos, muito mais do que consigo ir em média todos os anos, 8/9 jogos.

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  4. Belo texto , coerente e sem critica fácil. Até um de setembro nenhum plantel está definido e nos estamos a passar uma fase que há muitos anos não estávamos habituados: temos jogadores de elevada qualidade , os quatro campeões europeus e slimani e arrisco me ainda a dizer semedo, pretendidos por clubes com muito maior poder financeiro que nos , o que torna a gestão dos dirigentes extremamente difícil. Queremos ser campeões mas para isso temos que manter a qualidade. Por outro lado não temos os recursos financeiros dos nossos rivais fruto de 30 anos de insucesso desportivo com fraca valorização de jogadores poucas idas a champions e também muito dinheiro mal gasto. Para não falar nas alianças dos rivais a doyens e máquinas de lavar tipo Jorge Mendes. Ora mantendo os 5 magníficos nao nos resta muito dinheiro para ir buscar avançados de qualidade ou um defesa esquerdo e mesmo um central pois coates e semedo e curto para uma época de champions e Naldo e paulo oliveira são jogadores medianos. Entra nesta equação Jorge Jesus a quem pagamos principescamente exactamente para fazer mais do que os outros com menos. O que é um facto é que a gestão destes equilíbrios é muito difícil , segurar jogadores que podem ganhar milhões noutros lados e que sabem que a carreira de futebolista e curta e também inconstante , basta uma lesão grave , veja se o caso de falcão . Por outro lado a necessidade de ser campeão aconselha a que os seguremos. É assim os recursos financeiros para ir buscar outros acabam também por ser escassos . É difícil , é aconselho alguns leitores deste blogue ben como pessoas como o Lda ou o Virgílio, de quem naturalmente sei que são sportinguistas de corpo e alma , a colocarem de vez em quando a mão na consciência porque estar sempre numa posição crítica só cria divisões e conflitos entre quem quer o bem do nosso clube. A crítica deve ser feita , mas como leitor deste blogue há bastante tempo, considero que muitas vezes se cai no exagero e se critica por criticar. Sporting 4ever

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    1. A lesão grave já aconteceu... Spalvis, contratado em devido tempo para entrar na vaga de Slimani é carta fora do baralho e complicou toda a programação. Os nossos jogadores de grande qualidade não vão chegar todos a Setembro, o Sporting precisa de vender, o plantel também e até o Jesus precisa de receber. Nos últimos anos por uma razão ou outra, mas principalmente por falta de liquidez, temos falhado alvos que hoje seriam boas mais valias em termos de qualidade, Rafa, Evandro, Mitroglou, Cervi e Felipe, são alguns exemplos.

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  5. LMGM,

    Parabéns pela análise lúcida.

    O FCP é uma incógnita e o Benfica não quererá deixar fugir a oportunidade histórica de conquistar um tetra, Benfica esse que tem um plantel muito superior ao Sporting e vai vivendo um período de estabilidade onde ao contrário do que acontecia nas eras pré-Jesus, as vitórias são agora (últimos 5 ou 6 anos) encaradas como uma coisa normal. Ao contrário do que o presidente do Sporting disse ontem numa entrevista, os treinadores e os jogadores pesam muito mais do que 50% nas pontuações finais do campeonato. Essa declaração parva, atribuindo peso igual a JJ, plantel, arbitragens e comunicação social, (4 vezes 25% na influência de cada uma das parcelas nas possibilidades de se ser campeão, na opinião de Bruno de Carvalho), aliada a outras que colocam o Sporting ao mesmo nível dos rivais sugere desfasamento da sua parte, ignorando - como dizes no texto - que antes de apregoar qualquer coisa o Sporting deverá enraizar o hábito de vencer. Vencer pelo menos 3 campeonatos em 5 anos já que sem essas rotinas de vitória fica tudo bastante mais difícil. De igual modo, a análise que Carvalho fez evidencia não ter aprendido nada com a última época do Sporting, perspectivando que com este plantel poderemos não só repetir a pontuação da última temporada como vencer a taça de Portugal e chegar pelo menos aos 1/8 de final da Liga dos Campeões. É de uma alucinação total, algo que já se suspeitava olhada a forma como o Sporting deixou cair jogadores como Montero, Carrillo e 2 internacionais que jogavam no centro da sua defesa, já para não falar de A. Martins. Isto, ao passo que queima fundos em 40 ou 50 contratações que pouco ou nada acrescentando contribuem para o evidente decréscimo de qualidade no plantel do Sporting relativamente ao início de 2013/14. Mas repito, muito mais do que a recorrente incapacidade para acertar nos jogadores que contrata o que verdadeiramente penaliza o Sporting é a admirável capacidade de perder por culpa própria os seus melhores jogadores, ora por ser incapaz de perceber as suas qualidades ora por ser incapaz de neles investir com contratos que os façam sentir-se valorizados.

    Jorge Jesus terá nesta temporada vida muito difícil e ele porventura incorreu no mesmo erro de análise de muitos de de nós (certamente, eu): presumir que com a sua saída o Benfica viria por aí abaixo como um castelo de cartas. É que para o Sporting ganhar 2 ou 3 campeonatos em 4 anos será mesmo preciso que o Benfica perca muitas qualidades, cenário que de momento não se afigura provável. Se mesmo no Benfica onde sempre teve plantéis fabulosos nem aí evitou a perda de campeonatos e troféus importantes para adversários igualmente bem preparados, com este plantel que 1 ou 2 incapazes conseguiram reduzir a 2 ou 3 jogadores como J. Mário, William e Rui Patrício, será tremendamente difícil neste Sporting repetir o que fez entre 2009 e 2015 com os encarnados.

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  6. Só mais uma coisa: a questão do tetra é evidentemente uma não-questão a partir do momento em que o FCP conquistou nos anos 90 um penta. Problemático para lá da não conquista de campeonatos é não se vislumbrar forma do Sporting injectar qualidade na sua equipa, indispensável à ambição de conquista de títulos e perspectiva de realização de mais-valias (receita). Ao contrário do que Bruno de Carvalho imagina, jogadores como João Mário, William e Adrien não apareceram para o mundo em 2015/16. As suas qualidades estiveram sempre lá, tão cedo quanto 2011 para o Adrien ou 2012 para o William. O que mudou foram 3 bons treinadores (Jesualdo, Jardim e Silva) bem como 1 formidável treinador como Jesus que deram a estes jogadores condições para mostrarem toda a sua qualidade. Fenómenos como o Euro-2016 são totalmente desnecessários na forma como os olhamos e são seguramente casuais na avaliação que o mercado faz deles, razão extra para que com perspicácia o Sporting pudesse neste momento encaixar meia centena de milhões de euros e com eles reforçar-se em 5 ou 6 posições com jogadores de semelhante ou superior qualidade. Mas isto é impossível de se fazer porque se os dirigentes do Sporting nem acertam nos jogadores que têm e deveriam manter, dificilmente acertarão nos 9 ou 10 jogadores que vão chegando todas as épocas para supostamente reforçarem um plantel que tem hoje menos qualidade do que tinha há 2 anos.

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    1. Há dois factores a dificultar a nossa vida. Não estamos sozinhos no mundo e os nossos queridos adversários adoram evitar que nós nos reforcemos mesmo que adquiram jogadores excedentários para depois andar a emprestar por essa liga fora e estamos em guerra aberta com uma elite do mundo dos empresários e empresas congéneres o que dificulta o acesso ao mercado nomeadamente a um vasto conjunto de jogadores de qualidade. O nosso mercado é marginal o que aumenta de imediato a possibilidade de erro.

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  7. Só no dia 01 de setembro poderemos tirar as conclusões que o MM se apressa já a escrever. Aí o plantel estará perfeitamente definido e poderemos então dar uma opinião fundamentada se estamos ou não mais fortes que nos últimos três anos. Até lá e contribuir para especulações, atirar lenha para uma fogueira sem que ela sequer ter começado a arder. Claro que temos três jogos para o campeonato , mas estou confiante que JJ vai conseguir ultrapassar as dificuldades dos mesmos. Dia 1 de setembro cá estaremos para analisar o plantel e as decisões de gestão que foram tomadas. Analisar essas decisões muito tempo depois é fácil , analisa las quando são tomadas e o que faz sentido

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  8. "na minha opinião o campeonato do ano passado foi vencido pelo nosso adversário nas lesões, a cada jogador consagrado que se lesionava, surgia um substituto que não só garantia qualidade como ainda a superava" - em cheio! O pior para nós é que parece (oxalá esteja enganado) que este ano ainda vai ser pior, com o rival a apresentar um plantel mais forte e nós com incógnitas a empurrar para fora gente da formação que tem, indiscutivelmente, muita qualidade (como por exemplo o Iuri e o Palhinha).
    Também eu este ano não renovei a Gamebox. Não falto a um jogo em casa para o campeonato desde 2004, mas chegou a hora de serem eles a puxar por mim em vez de ser ao contrário. E como eu conheço pelo menos umas dez pessoas, insatisfeitas com este Sporting do Bruno de Carvalho e os seus complexos gritantes 8e indisfarçáveis) em relação ao Benfica. Se a comunicação de Facebook já era má demais para ser verdade, agora com este Saraiva dá a ideia que ainda vai ser pior. Quem não se revê nisto como eu só tem um caminho: ficar de fora.

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