segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Os derrotados

Tive finalmente tempo, mas sobretudo vontade hercúlea, para me dispor ao masoquismo de ver o pretérito jogo contra o Nacional. O que se passou no relvado e o que ocorreu depois é o tema do post de hoje.

Falta de atitude?
A falta de atitude é uma queixa muito comum, particularmente entre os adeptos, mas radica na maior parte das vezes da ausência de conhecimento que permita entender de outra forma o que está a acontecer. Pelo menos pelo jogo da passada sexta-feira não me parece que faça sentido, até porque, e com o miserável estado do terreno, sem entrega as coisas ficariam bem piores.

Crise de confiança
É notória a crise de confiança, que explica a série de falhas técnicas absurdas para o nível obrigatório numa equipa com as responsabilidades de vestir a nossa camisola. E se,  como é óbvio, os jogadores menos dotados de talento ficam ainda mais expostos, até mesmo os melhores jogadores parecem outros, bem piores. O penalty de William é a imagem de um jogador a quem a bola magoa como chumbo e a camisola pesa como uma armadura. Só assim se explica a forma frouxa como o castigo foi cobrado. Esta é uma imagem transversal a toda a equipa, com pontuais excecpções. Uma imagem de uma equipa perdida de si mesma e das suas melhores ideias e qualidades e que não parece perceber o que lhe está a acontecer.

Crise de resultados
A equipa entrou no pior dos círculos viciosos: a crise de confiança agudiza-se com a crise de resultados, entrando-se rapidamente num vórtice do qual só se sai a muito custo. Para inverter o curso dos acontecimentos a equipa precisa de arrancar forças ao fundo das suas entranhas (passe o dramatismo) ou então um golpe de sorte que recoloque os níveis de confiança onde os erros por insegurança diminuam. Não gostava de incluir aqui as questões de arbitragem, embora seja incontornável reconhecer que decisões mais acertadas em Guimarães e agora na Madeira poderiam reduzir em muito o âmbito desta crise. Mas sabemos que, para ganhar, não podemos esperar outra coisa que não seja derrotar também estas "coincidências".

Como sair desta espiral?
Cada jogador responde de forma diferente aos estímulos mas não me parece que seja com esperas e ameaças que os jogadores vão começar a falhar menos. Da parte dos adeptos não há muito mais a fazer que não seja sofrer com a equipa e tentar também fazer das tripas coração para a ansiedade e desconfiança se transforme em convicção de que podemos reverter este momento.

É preciso maior acerto, mas também mais constância e convicção nas apostas por parte de Jorge Jesus. Tirar e por, baralhar e voltar a dar não incutem confiança nos jogadores e para o exterior transmite a ideia de que a racionalidade e frieza que estes momentos obrigam deram lugar ao casuísmo e aleatoriedade. É notório que faltam rotinas colectivas, que a falta de confiança ao executar ainda torna mais dramáticas e estas não acontecerão num permanente corropio de jogadores.

Da parte de quem deve liderar, o que no Sporting quer dizer da parte de Bruno de Carvalho, pede-se o que um líder deve ser nos piores momentos: um referencial de estabilidade, vigor, de perseverança e de presença física, dando a cara pela equipa e pelo treinador nos piores momentos. Algo que não se viu na Madeira, com Jesus e os jogadores a enfrentarem sozinhos os adeptos, o que se repetiu já em Lisboa. O fim do caminho ( the end of the trail, nome da escultura que serve de ilustração ao post) não pode ser este, a menos que as forças que devem ser de todos e exercidas para o mesmo lado passem a ser usadas no "salve-se quem puder". A derrota começa quando se instala a ideia que não se pode vencer.

13 comentários:

  1. "Da parte de quem deve liderar, o que no Sporting quer dizer da parte de Bruno de Carvalho, pede-se o que um líder deve ser nos piores momentos: um referencial de estabilidade, vigor, de perseverança e de presença física, dando a cara pela equipa e pelo treinador nos piores momentos. Algo que não se viu na Madeira, com Jesus e os jogadores a enfrentarem sozinhos os adeptos, o que se repetiu já em Lisboa."


    A atitude habitual, portanto. Bruno "Rato" de Carvalho. O midle name assenta-lhe que nem uma luva. Já conheço a peça. Já passaram quase 4 anos disto, não foi apenas este sábado na Madeira...

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  2. "Da parte de quem deve liderar, o que no Sporting quer dizer da parte de Bruno de Carvalho, pede-se o que um líder deve ser nos piores momentos: um referencial de estabilidade, vigor, de perseverança e de presença física, dando a cara pela equipa e pelo treinador nos piores momentos. Algo que não se viu na Madeira,"... - o problema é que o Sporting não tem um líder. Tem um assalariado no cargo de presidente que tudo fará para manter esse mesmo cargo. E de preferência com uma revisão de retroactivos todos os anos no seu ordenado. Depois de mais um fim-de-semana horrível vir dizer como disse em Beja que este ano vamos ser campeões em todas as modalidades é simplesmente patético, e acho que nem os menores de 12 anos vão nisso... e acho mesmo que a liderança é o maior problema do SCP, pois se em termos de presidente estamos conversados (ainda há esperança que até março apareça algum candidato...), na equipa de futebol temos um grande treinador, mas que de motivação e capacidade para gerir homens não percebe absolutamente nada. E este Sporting de Bruno e Jesus é mesmo um reflexo dessa ausência de liderança onde ela era mais importante.

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  3. Que essa mudanca comece ja em Dortmund que Portugal bem precisa.

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    1. Com todo o respeito, considero patética esta solidariedade que, parante a desgraça que se tem visto em campo, alguns benfiquistas demonstram agora pelo Sporting. Tem sido sintomático. O Sporting inspira pena e alguns adeptos do rival vêm dar palmadinhas para confortar os pobres e tristes sportinguistas.

      Fosse o Sporting 7 pontos a frente e a liderar o campeonato e posso jurar que não teríamos está solidariedade bacoca.

      Claro que existir um blogue de vários Virgílios desta vida que incita ao ódio ao clube e ao seu presidente, e que são especialistas em escrever quando tudo está mal, também ajuda a que estes indivíduos apareçam com a sua "benevolente solidariedade"...

      MM

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    2. MM, isso que mostra é arrogância. Arrogância e pobreza de espírito. Acho o seu comentário infeliz e de muito mau gosto.
      Desde quando se mostra solidariedade na vitória e no triunfo? Aí tem outro nome.

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    3. Ódio ao clube e ao seu presidente! Tal e qual o que fez BdC antes de ser eleito... Foi premiado. Eu não quero o mesmo prémio que ele, nem sequer o ambiciono pq reconheço as minhas limitações e nem sequer sonho em ser presidente como o BdC, qd incendiava o clube. Por isso, as minhas criticas são seguramente bem mais genuinas...

      Até pq único prémio que eu desejo é ter à frente do meu clube alguém que 1) seja decente e 2) seja competente. Este que lá está já provou que não está londe de saber o que significa decência e está em vias de provar, pelas suas próprias palavras, que é um incompetente.

      Quem afirmou o seguinte "A medida do meu sucesso é ser campeão no SCP" não foram os Virgílios dos blogues... foi ele. Vai para a quarta tentativa, após 3 falhadas, a ultima das quais após utilizar uma estratégia que repete nesta época. Tivesse caladinho e tinha tudo para quebrar o jejum, mas resolver incentivar o inimigo... Os sete pontos de desvantagem antevêem novo desastre, e incompetência máxima a roçar a estupidez.

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    4. * Este que lá está já provou que está longe de saber o que significa decência

      (frase corrigida)

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  4. Ahahahah! Os comentários ali dos croquetes estão porreiros.

    Eu recordo-me bem da coragem dos anteriores presidentes leoninos. Esses que davam a cara nos maus momentos. Que foram mais, bem mais do que estes que agora atravessamos.

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    1. Valdemar, quando te referes ao Virgilio estás a falar com a pessoa certa para falares sobre croquetes e seguramente com muito mais autoridade na matéria do que tu. Andarias tu certamente de calções e já ele escrevia sobre isso. O engraçado é que a tua retórica é em tudo igual ao dos então apoiantes o que deve fazer de ti uma espécie de neo-croquete.

      Quanto aos antigos presidentes foram vários e todos eles passaram por momentos semelhantes a este, o que demonstra que o tal "novo tempo" está apenas prometido mas ainda sem concretização à vista. Mas se falharam muito no acompanhamento de proximidade tinham pelo menos o decoro de não andar a bater no peito nos dias das vitórias e refugiar-se no conforto do sofá quando as coisas correm mal.

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    2. Não dever ser para mim LdA... Estou farto de escrever para os meninos que me acusam hj de 'croquete', que já antes me acusaram de 'terrorista' e outros epítetos mais. Desde que escrevo em blogues nunca fui pró-direcção... Eu bem desejo enganar-me mas os resultados (e a história) deram-me SEMPRE razão...

      Dito isto bem podem os actuais lambuças do Carvalho tentarem denegrir-me, que esbarram sempre no meu historial. Quem me conhece -e é com a opinião desses que eu me importo -, conhece o meu passado de contestação. Mas este Valdemar, que tb já anda uns anitos nisto, das três uma: ou come toneladas de queijo ou quer alterar a realidade seguindo, aliás, as pisados do seu mestre, ou pura e simplesmente pretende covardemente caluniar-me. Óbvio que não consegue nenhuma, mas continua a tentar, feito palerma. E como é palerma esta foi a ultima vez que me preocupo com as suas torpes insinuações, que rapidamente caem pela base.

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  5. Não se percebe como é que ainda há duas semanas Jesus não tinha dúvida nenhuma que o Sporting já era a melhor equipa da Liga portuguesa e para isso bastava ser treinada por ele, independentemente até do plantel. Porque o treinador é que fazia a diferença… E hoje a melhor equipa já está em quarto lugar e até parece que alguns jogadores também já chegaram tarde. Com toda a merda que esta direcção já fez e continua a fazer todos os dias, ainda assim, nunca teve tantas razões para entrar em ruptura com um treinador. O que como sabemos aconteceu com todos. E eu não acredito que haja mais alguém em Portugal que ature metade do que o Vieira lhe aturou no Benfica.

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  6. 9ª jornada

    11/12 20 pontos - Godinho Lopes e Domingos.
    16/17 18 pontos - Bruno de Carvalho e Jesus.

    Pior que o Godinho.

    Estes são os factos, o resto é propaganda.

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    1. Eles já provaram que dão as cambalhotas que forem preciso. Facilita não ter coluna. Uns porque ainda são muito novos e outros...

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