quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Já conhece o Sr. Critério, pai do menino Colinho?

O Sr. Critério é um cavalheiro muito bem apessoado, elegante até. Muito bem de vida, sempre sensato nas escolhas, é de uma coerência a toda a prova e confiável acima de qualquer suspeita. Tanto assim é que é mais fácil o Pedro Guerra passar pelo arco da Rua Augusta que o Sr. Critério ser apanhado em contradição. 

Antes que esta analogia sirva de inspiração, recomenda-se porém que o comentador não cometa a imprudência de arriscar tal proeza. Se o objectivo é ver a estátua de D. José no Terreiro do Paço ou a frente do referido arco agora de higiene feita, sugere-se a saída de perfil  pela A5, até Cascais (com o aviso prévio à Brisa, para retirada das cabines de portagem, bem como dos pórticos) com operação de desembarque em frente ao Cais das Colunas, a ocorrer apenas por razões de segurança durante a praia-mar.

Para os que temem um possível encalhe, lembro o Tolan, cujo bojo a espreitou três anos a fio pela linha de água do Tejo e provocou as delicias mirones, engenheiros e doutorados em achismo. Imagine-se agora os benefícios que traria ao turismo lisboeta em expansão o efeito visual majestoso do preeminente e proeminente comentador ancorado em frente à Ribeira da Naus e o negócio fervilhante que se desenvolveria em seu torno: estúdios anfíbios da TVI, vai-vem de cacilheiros, faluas, cangueiros, botes, fragatas, canoas e catraios para satisfazer a demanda. (Devia ter ido à Web Summit apresentar esta ideia).

Tudo muito mais vantajoso do que ter um comentador televisivo atravancado entre as colunas do monumento e o trabalho que daria ao Regimento de Sapadores Bombeiros. E não sabendo da operacionalidade do Regimento de Engenharia 1, que em 2014 foi deslocado da Pontinha para Tancos, e  como a Escola Prática de Engenharia mudou também de Tancos para Mafra, o melhor mesmo é não arriscar. Logo agora que o Palácio das Necessidades vai ser concluído, ninguém quereria que o Arco lhe sucedesse no nome e muito menos no odor que o nome suscita.

Esta mania de derivar a conversa para um tema que nada tem a ver com o tema do artigo apanhei-a por contágio. Não sei se a ver os nossos laterais a jogar (?) ou se depois de ver o Nuno Rogeiro dissertar sobre as implicações geo-estratégicas de um pão-de-ló da Filipa Gomes por desenformar, em simultâneo com o estranho êxito de vendas de camisolas de gola alta em aço nas zonas sobre a influência do Daesh.

(Se não sabe quem é a Filipa Gomes responda para o e-mail do blogue e receberá uma proposta de adesão à MEO. Só faço isto porque eles patrocinam as nossas camisolas, claro. Espera, estão-me a dizer aqui ao lado que me enganei no nome. Não é Filipa Gomes? Hã? Esquece... Se não sabe o que é o Daesh diga que é primo do Putin, afilhado do Obama ou sobrinho do Assad.)

Estava a falar do Sr. Critério antes de ser interrompido pelo Pedro Guerra que, como todos sabem é metediço e não deixa ninguém falar. Mas o blogue é meu e por isso enquanto o conseguir manter de açaime vou tentar acabar isto. Para o manter entretido puzio não a brincar com búzio, como vocês já estariam à espera, mas a tomar conta do Colinho, para o miúdo não estranhar. O Colinho é filho do Sr. Critério e ambos conhecem-se de há muito. Não o pai e o filho, que obviamente se conhecem, mas o filho e o comentador.

Pois, o Sr. Critério gosta de futebol como todos nós e quem não gosta de futebol que se f... Hã, não posso dizer? Mas tem algum mal dizer que quem não gosta de futebol que se faça à vida e procure outro blogue? Pois! Também me parecia.

Como dizia, o Sr. Critério gosta de futebol, mas isso é dizer pouco. É ele decide se o Artur Soares tem Dias, se o Manuel vai de Mota, se o Fábio é mesmo Veríssimo, se o Bruno apita a sua Paixão ou se o João se fica pela Capela ou vai aos finos à Catedral.  Sim, fino e não imperial. Imperiais é a mania de grandeza dos lisboetas, imperial é o Leão no cima da estátua na Rotunda da Boavista.

É também ele, o Sr. Critério, que lhes diz se é braço ou mão, intencional ou casual, mesmo que pareça um daqueles números de circo, em que a bola passa de uma mão para outra. Vai até mais longe, chegando às aulas de anatomia: "Por favor, não se esqueçam que o Nélson Semedo tem ombros até ao cotovelo!".

Ah, e o Sr. Critério é muito rigoroso nas suas avaliações. Arbitrar mal, aquilo que nós, na gíria do futebol, chamamos roubar, é avaliado pelo famoso "parâmetro BEBA & PIF" (acrónimo de BES/BPN/BANIF". Isto é, a menos que o engano seja superior à soma dos prejuízos acumulados por aquelas entidades bancárias de renome na praça, a nota a atribuir ao árbitro terá sempre que ser positiva. Não posso concordar mais, o que é afinal um penalty duplo no mesmo lance comparado com um rombo, prejuízo, buraco, desvio, desfalque de vários mil milhões de euros que vamos ter que pagar até ao fim das nossas vidas?

*como tinha prometido no post anterior, resolvi falar sobre arbitragem. Gostem ou não do resultado, o melhor mesmo é fazê-lo a brincar

7 comentários:

  1. Esse Sr. Critério é realmente um tipo muito curioso, espalha magia por todos os estádios! Não é que foi visto a criteriar (pá, tenhpo liberdade para criar novas palavras, certo?) que agarrar o irmão do João Mário quanto este vai isolado não é falta, ou não fosse ter de dar um vermelhito, mas se for o vento provocado pelo movimento de um pobre jogador do Feirense ou do Braga junto ao André Silva, aí sim, falta e vermelho porque o Benfica é que manda nesta merda toda!
    Sr. Critério esse que também criteria que só é falta contra jogador do Benfica se apetecer e só é amarelo apenas se arrancar perna, e... bom, se calhar nem aí seria! Mas devem ter sido os ares do Funchal ou a classe do pontapé do Sir WC no Sálvio no clássico!
    A mim, benfiquista, não sei se me alegra se me entristece ler dum tipo inteligente e desempoeirado como o caro LdA com este tipo de argumentário. O que sei, e você também sabe, é que enquanto acharem que a culpa é sempre dos homens do apito não conseguirão dar o salto que tanto ambicionam. Mas o vosso caminho a vós de caminhar, com o pastor preferido!

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    1. Unknown,
      Não acho que a culpa seja só dos árbitros e os posts que aqui pode ler testemunham isso. Não posso é deixar de reparar que o critério usado para ajuizar o lance na vossa área no recente dérby foi o mesmo que foi usado recentemente num lance semelhante na área do Braga. Porém, completamente oposto ao que deu o penalty a vosso favor com o Estoril. Eu até sou de opinião que quando se joga pouco se perde o direito de reclamar da arbitragem. Acontece que vocês também jogaram pouco e sem aquele penalty não sabemos o que poderia ter acontecido. Por isso é que para si é mais fácil dar lições de moral sobre como nós deveríamos ser ou comportar perante estas situações.

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    2. e os outros penaltys nesse jpgp dp Estoril que não foram sancionados? falei neles?naaaa, mas olhe que podia!

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  2. Para ,mim, benfiquista a coisa é clara: no derby da Luz ficaram 2 penaltis por marcar a favor do Sporting. Não custa nada assumir isso. Apenas me custa o meu ter ganho beneficiando(?) de 2 erros deste tipo. Não gosto assim!
    Podia escudar-me na opinião da esmagadora maioria dos "experts" da arbitragem que comentam nos vários canais desportivos: Se não foram o meu barómetro também não é agora que o vão ser, mesmo que o Coroado diga que não há nenhum penalti contra o Sporting. Tenho olhos, vejo. Nuca confiei na opinião destes paineleiros, também não é agora que o vou fazer.
    Não deixo também de dizer que se eu, e muitos como eu, entendemos que existiram 2 golos irregulares no Sporting-Porto, por uma questão de coerência, não podemos vir agora defender que os lances na área do Benfica são limpos. Nesse jogo o Sporting tem todas as razões para se queixar da arbitragem. Simples!
    Outros jogos, outras histórias.

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    1. Jorge Borges,

      Este post não deixa de ser uma brincadeira mas ainda assim aborda uma questão que tem que ser esclarecida de vez: os critérios dos árbitros têm que ser uniformizados. Devo dizer que conhecendo bem o que escreves no Sector32 não me surpreende o que escreveste, não esperava menos.

      Vê lá se reerguem o Sector32, abraço.

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  3. Jorge, vamos ao que interessa, grande abraço!

    Continuemos no acessório, o Sporting tem vindo a fazer um campeonato ou melhor uma época, que é a imagem de espelho da época passada, tudo aquilo que corria bem no ano passado, corre mal neste ano.

    Reformulando, no ano passado foram vários os jogos que o Sporting venceu no limite, com exibições sofríveis mas que de uma forma ou outra acabava por vencer com um golo no limite, era maior a eficácia do que a produção (refiro a primeira metade da época) ainda assim não foi suficiente para chegar a Janeiro em primeiro. Este ano está a acontecer o inverso, a eficácia não tem paralelo com as exibições, há vários jogos para dar como exemplo, mas pegando nos últimos da nossa desgraça, o Sporting produziu suficiente para vencer ambos, mesmo com os lapsos do apito, e em ambos teve como prémio o castigo supremo, a derrota.

    Termino com as palavras de um teu antigo treinador, Trapattoni, "Ás vezes quando não conseguimos ganhar é importante não perder.".

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  4. E depois vêm; a vitória, os 3 pontos e a manutenção na luta pelo título do SCP (ou o Só Contigo Paixão!...) com um golo de Slimanco em Moreira de Cónegos !...
    Num OFF-SIDE avistado desde o lado não visível da Lua em fase de Lua Nova !!!
    Isto para não falar dos 6 - meia-dúzia - 6 de pontos em que foram BENEFICIADOS´( 3 de forma directa !...) só nos jogos fora, contra o Arouca.
    Aposto que o que daria jeito seriam mais umas quantas arbitragens à Vasco Santos no Funchal !...
    Há 40 e tal anos, a mesma lenga-lenga de sempre e sempre que perdem... ROUBADOS !!!

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