domingo, 12 de fevereiro de 2017

Moreirense 2 - Sporting 3: vencer os cónegos só depois da penitência

Acabou bem este jogo em Moreira de Cónegos um jogo que começou muito mal. Dizer que oferecemos dois golos ao Moreirense é capaz de ser pouco, qualquer um deles pode conquistar um lugar num qualquer ranking de golos caricatos que amiúde sofremos, em particular nesta época. Má leitura dos lances, algum azar e muita, muita displicência, inadmissível numa equipa com a responsabilidade que a nossa carrega.

Não me surpreenderam as dificuldades impostas pelos da casa, pois já havia visto o que conseguiu fazer no seu espectacular percurso na Taça da Liga. Aliás, foi enquanto visionava a final que discorri sobre a dificuldade que é ser treinador no campeonato português. As equipas pequenas são cada vez mais difíceis de bater, especialmente se o adversário demora a marcar ou até se se apanham em vantagem. Foi o caso na aludida final da taça e só não foi o caso hoje connosco porque, valha a verdade, a equipa sobe reagir.

Contrariamente à que me parece ser a opinião geral, a grande responsabilidade nessa reviravolta foi a equipa ter-se mantido fiel ao guião (onde é que eu já ouvi isto?..), confiando sempre no seu processo de jogo, acabando por vir ao de cima a superior qualidade do seu modelo e dos seus executantes. Convenhamos que, para uma equipa em declarada falência anímica e após dois reveses consecutivos (1-0 e 2-1 logo a seguir ao 1-1), esta constatação é uma boa noticia e que me leva a concordar com Jorge Jesus quando este afirmou no final do jogo que esta "é uma equipa com alma". Pelo menos hoje foi assim...

Saliências individuais para a entrada de leão de Podence, a fazer lembrar Markovic, não pelo que ele fez mas pelo que se esperava que fizesse. O que fomos procurar longe estava afinal aqui à mão de semear. Mais um bom jogo de Alan Ruiz, que finalmente aparece, lamentando que não tenha sido quando mais precisámos. E claro, Gélson que, nem sempre da melhor forma, mas foi quase sempre a sua irreverência que ia dando conta que ainda respirávamos. E claro, Bas Dost!

15 comentários:

  1. Não se retirou nada deste jogo que não se tivesse percebido a época toda. Que sofremos golos de qualquer maneira porque a defesa é um passador. E ganhámos mais uma vez quando abrimos o jogo pelos corredores na frente. Com Podence. Que é quase sempre o que faz as defesas, cada vez mais desgastadas, dançar. Quanto ao Alan Ruiz, depois de não sei quantos meses... acho que tem um Ferrari pintado. Tanto tempo a chorar pelo João Mário e só o Jesus é que ainda não percebeu que a melhor qualidade do João Mário sempre foi a inteligência. Como o Geraldes.

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    1. Para o JJ, a inteligência (Geraldes) está bem é na bancada. Assim como Podence e Esgaio estão bem é no banco. Bons, bons, são (este) B. Ruiz e Schelotto (que não sabe o que é um jogo de futebol).

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    2. Cantinho,

      tendemos a concordar. Neste caso (Geraldes) é uma pena que seja arrancado ao seu percurso para andar a limpar o pó às bancadas. Não faz sentido nenhum e demonstra bem que planear não é, nunca foi, o nosso forte.

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    3. Leão,

      não há planificação. Como já tinhas dito anteriormente, a vinda destes jogadores para o plantel foi uma obrigação e não convicção. Próxima jornada o Podence será o 1º a saltar do banco. E o resto continuará igual.

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  2. Parece-me que descobriste a palavra chave para definir esta época "displicência", assenta como uma luva a qualquer assunto que queiramos abordar, da pré-época até agora.

    A quantidade de golos absurdos que sofremos dava um filme de bloopers fantástico, ontem foram somados + dois a uma longa, longa lista que tem semeado vitimas em Alvalade. Como dizia o Marinho Peres, há cabeça de burro enterrada neste estádio, tanto azar não pode ter outra explicação.

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    1. LMGM,

      o Marinho Peres disse isso relativamente ao estádio antigo, quem será que a enterrou neste? :-)

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    2. Não tenho qualquer dúvida que foi o Godinho :) Não foi ele que esteve na demolição/construção dos estádios? Não há coincidências!!!

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    3. Então foi mudar de um lado para outro e isso é grave. Esperemos que a maldição também não se estenda ao novo pavilhão. Mas, a avaliar pelo que vamos vendo nas modalidades, o que não faltam são cabeças de burro enterradas por Lisboa fora. :-)

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    4. Trasladaram a "cabeça de burro" e clonaram-na para oferecer a cada modalidade. Só pode...

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  3. A questão do treinador e do seu discurso adquire nesta altura uma importância desmedida. As sucessivas gaffes de comunicação e o que isso revela sobre a sua personalidade e sobre as opções que estará disposto a fazer do ponto de vista desportivo são difíceis de aturar. Começo a questionar se o futuro do Sporting passará por JJ.
    No final do jogo JJ não perdeu tempo a elogiar os progressos de Alain Ruiz - em qualidade e tempo de jogo jogado -. como há não muito tempo atrás aproveitava cada minuto de jogo de um tal Bruno Paulista para elogiar o novo Matic que tinha descoberta em terras de Vera Cruz. Trata-se de um comportamento que mostra que o treinador olha com diferentes olhos para "os seus jogadores" e para os restantes membros do plantel. Ou então estamos perante um problema de incapacidade para se exprimir através da linguagem.
    JJ caso tivesse sido justo teria dito duas coisas: houve um jogo antes de Podence e depois de Podence. Foi o pequeno jogador que abanou o jogo e encostou o Moreirense às cordas. Entrou tarde por azelhice e cegueira do treinador. Na altura em que Podence entrou faltou Geraldes porque o meio-campo do Sporting estava entregue às iniciativas de Adrien e carecia de criatividade. Já se percebeu que Geraldes irá ficar a assistir da bancada ao resto da festa.
    Mas JJ deveria ter dito aos sócios do Sporting que não aceitava que a nossa equipa sofra tantos golos como as equipas que lutam para não descer. E que isso é em primeiro lugar culpa dele, que mostra incompetência a organizar defensivamente a equipa. Apenas a cegueira de JJ pode justificar que continue a apostar em Ruben Semedo que está a um nível paupérrimo enquanto Paulo Oliveira vegeta no banco. A mesma cegueira que o impediu de voltar a colocar Esgaio na esquerda depois do que supostamente tinha aprendido no Dragão. Ou que não dê possibilidades a Beto, já que Rui Patrício, como qualquer humano, atravessa um momento menos bom. Com JJ há direitos adquiridos e alguns são mais iguais do que os outros. Infelizmente para todos nós os que são mais iguais não são aqueles que estão em melhor forma ou os que jogam melhor.
    O pior que pode acontecer a JJ é dar uma possibilidade a contragosto a Geraldes e o miúdo arrancar um jogão. Vai ficar dificl pelo que o melhor é não correr riscos. Bancada com ele.

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    1. JG,

      devo confessar que concordo com praticamente tudo o que escreveu à excepção do Patricio. Não me parece que esteja na melhor das formas mas as responsabilidades nos lances de ontem são divididas por muitos, incluindo o Coates, que também já conheceu melhores dias. Os erros do GR são mais notórios porque é o ultimo a falhar e normalmente não tem ninguém atrás para corrigir. Se aplicarmos a mesma medida para os que falham acabaríamos por provavelmente substituir mais de meia equipa por jogo.

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    2. Meu caro Leão acho justo o seu reparo. Ontem é manifestamente excessivo atribuir culpas exclusivas ao Rui Patrício. Mas o que eu acho é que falta alguma sensatez na gestão do plantel e do momento de forma de jogadores como o nosso GR. Até porque Beto tem mostrado estar à altura sempre que é chamado.
      Quanto ao Coates partilho da mesma opinião.Tem estado a mostrar o pior Coates aquele que provavelmente o impediu de singrar no Reino Unido ao mais alto nível - Liverpool - ou no nível mais modesto a que o fomos resgatar.

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    3. Excelentes comentários, caros JG e Leão!

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  4. E pelos vistos a velha faceta de agente de JJ continua hoje no Record. Ainda deve haver algum prémio por objectivos para dividir. Com o Sintrense claro. Nunca percebi esta insistência em jogar sempre da mesma maneira independentemente dos jogadores. Quando perdeu Ramirez ficou a mais de 20 pts. Vamos ver a quantos fica sem João Mário. E agora com Geraldes. E Alan Ruiz nunca será um 2º avançado porque precisa de muito mais campo. Para além de qualquer miúdo de Alcochete ser muito mais letal junto à baliza. Mané, Gelson, Podence, etc.

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