segunda-feira, 27 de março de 2017

Jorge Jesus continua a ser o treinador que o Sporting precisa?

A surpreendente contratação de um técnico como Jorge Jesus por Bruno de Carvalho, com uma proposta de jogo reconhecidamente atraente e vencedora, obliterou qualquer discussão sobre a indispensável análise do perfil do treinador que se entende ser necessário para regressar à conquista de títulos.

Mas essa discussão é necessária. Podem técnicos (Jardim, Marco Silva, Jesus) de perfis, carreiras e propostas de jogo tão diferentes ser úteis à mesma causa? Pergunta que nos leva a outra também muito frequente: é o treinador que deve adaptar a sua ideia de jogo ao plantel disponível ou o contrário? E ainda outra igualmente importante: como se determina se um treinador tem o perfil adequado à filosofia, objectivos e necessidades de um clube?

A resposta a estas perguntas é importante num clube como o Sporting, mas não tanto no Real Madrid, Barcelona, Manchester ou Bayern, entre outros. Isto porque todos eles têm disponibilidade financeira para oferecer ao seu treinador os jogadores com o perfil adequado ao modelo que o treinador deseja implementar. Não é o caso do Sporting, pelo que a escolha do técnico tem que levar sempre em linha de conta o material humano que pode disponibilizar ao seu treinador.

Como tudo quase correu muito bem no primeiro ano, as respostas a estas questões não foram necessárias. O impacto da chegada de Jorge Jesus foi tal que só por um triz não se celebrou a conquista do campeonato. Aqui Jorge Jesus cumpriu com aquilo que se esperava dele como grande treinador: adaptou as suas ideias às características do plantel disponível, mantendo-se fiel aos seus princípios de jogo, conseguindo ainda oferecer aos seus jogadores o meio ideal para exponenciar as suas qualidades, valorizando-os.

Esta estadia de Jesus no céu a verde-e-branco durou muito pouco, provando que é relativamente fácil ter êxito fortuito no futebol, embora o emprego da palavra êxito até seja excessivo. Não o é no caso de Ranieri no Leicester, um caso de sucesso imediato, que passará a ser paradigmático. Mas o mais difícil ter êxito de forma duradoura e para tal é necessário mais do que um alinhamento favorável dos astros. A ideia que na corrida para o sucesso se podem queimar etapas pode ser muito atraente mas raras vezes paga dividendos.

O insucesso total da presente época deveria remeter a SAD a profunda reflexão, porque só percebendo as suas causas se poderá evitar a repetição de erros e equívocos. Reflexão sem dogmas e com elevada abertura de pensamento e humildade. E se há imensas questões por responder a principal é a que deveria ter sido colocada em primeiro lugar, quando se partiu para a contratação de Jorge Jesus:

Tem ele o perfil ideal para ser treinador do Sporting? E por outro lado também deve ser perguntado: tem o Sporting as condições para proporcionar o sucesso ao seu treinador na exacta forma que ele entende como condições indispensáveis para lá chegar? Não está em causa a qualidade do treinador, como certamente não estará a de Guardiola, cuja mudança para Manchester deu ainda mais força a este género de interrogações.

A redefinição por parte de Bruno de Carvalho, reafirmando a famigerada "aposta na formação" vem tornar a resposta à pergunta imperativa. O contexto que levou à contratação de Jorge Jesus - procura de títulos de forma imediata e com recurso "ilimitado" ao mercado, em nítido desfavor do recurso à prata da casa - parece ter-se alterado subitamente, tornando esta questão ainda mais actual. Mais ainda porque parecem evidentes que as consequências económico-financeiras e até psicológicas do falhanço desta época condicionarão fortemente as opções.

A próxima  época ajudará a perceber melhor como será possível o entendimento entre duas versões aparentemente conflituantes e, mais do que as declarações de circunstância, serão as decisões que serão tomadas que falarão mais alto sobre a forma como se fará o respectivo equilíbrio de forças.

Facilmente se entende que esta reconfiguração é um grande desafio para ambas as partes. E também uma excelente oportunidade para o clube e para Jorge Jesus. É que, apesar da retórica à volta da "aposta na formação" o que não tem faltado desde sempre e apesar do sucesso são medidas avulsas e mesmo contraditórias.

Quer Jorge Jesus quer o Sporting teriam muito a ganhar com uma visão integrada para a formação, com o técnico a ser importante na definição do modelo de jogo de forma transversal em todos os escalões, algo que há muito já devia estar em marcha. O primeiro passo para o treinador conhecer melhor um sector que poderia ter um papel ainda mais importante, com os jogadores a poderem  dar resposta mais precoce às elevadas exigências que o modelo do treinador costuma suscitar.

Isto claro, se quer técnico quer a actual direcção clube estiverem mais interessados em construir um legado do que apostar todas as fichas apenas no imediato.

22 comentários:

  1. De acordo com algumas, bastantes até, ideias aqui expostas.

    Mas...
    A ideia tão propagada de que o JJ não aposta na formação é um mito. Verdade que por vezes dá sinais contraditórios, e prefere contratar um jogador feito para render no imediato, do que trabalhar um miúdo para essa mesma posição. A ditadura dos resultados também a isso obriga. Julgo, no entanto, que esta época ele já se apercebeu que com a nossa disponibilidade financeira é muito complicado ir buscar muitos jogadores que possam dar rendimento imediato. Ele terá que pedir à Direcção para pôr as fichas todas no preenchimento das nossas lacunas mais prementes (laterais e talvez um segundo ponta de lança, aqui há muitas condicionantes por não fazer ideia quais os planos para o Leonardo Ruiz e Spalvis, nem qual a confiança que a equipa técnica tem nestes jogadores), e ir trabalhando os jovens a quem ele reconheça mais potencial para irem entrando na primeira equipa. Com o potencial deles, mais a cultura de clube que já têm, vão sempre dar mais rendimento que reforços de encher chouriços. Falar é fácil, mas os plantéis devem ser constituídos por Bas Dosts, Brunos Césares, Gelsons e Patrícios. Refiro o Bruno César, porque apesar de não apresentar um rendimento à Bas Dost, considero ser um tipo de jogador muito importante de se ter nos plantéis. Claro que quase todos os adeptos defendem o que referi acima para os seus clubes, mas poucos têm as condições de o pôr em prática como nós.

    Voltando à ideia inicial, os números no Sporting desmentem essa teoria de o JJ não apostar na formação. Nos rivais não apostava tanto porque aquilo também nunca se destacou muito, e tinham matéria prima sul americana com outro nível futebolístico. Podia ter apostado mais? Podia, mas já lançou muitos jovens e vai lançar ou aumentar a aposta nos que já lançou num futuro próximo. Se assim não se verificar cá estaremos para apontar o dedo.

    A Direcção obviamente tem que impor mais restrições ao número de contratações de valor questionável, se for culpa própria terá que investir mais no scouting. Acredito que com a aprendizagem (do jogo e da corrupção fora das quatro linhas) dos últimos dois anos poderemos fazer o assalto final ao castelo corrupto do futebol português.

    SL

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    1. Ele no Sporting não precisa de comprar tantos jogadores da América Latina... Com o vencimento que ganha... No outro lado, precisava das comissõezitas... Por isso mandava comprar tudo o que mexia!
      É fácil de perceber!

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    2. No outro lado recebia pouco, é isso?!

      Quanto ao que ele fazia no outro lado posso eu bem, aqui espero e acredito que nada disso se passe. Seria muito grave e motivo para despedimento por justa causa. Isso se não houver conhecimento e consequente consentimento da Direcção, se assim for estes deveriam pedir a demissão. Insinuar é muito fácil, na era da internet então...

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  2. Se queremos discutir com seriedade este assunto não podemos basear-nos em pressupostos errados. Dizer que a época passada foi "procura de títulos de forma imediata e com recurso "ilimitado" ao mercado, em nítido desfavor do recurso à prata da casa" não é verdade e convém que de uma vez por todas deixemos de repetir esta mentira.
    No onze base da época passada 5 (R.Patrício, R.Semedo, Adrien, William e J.Mário) são prata da casa e Slimani não era propriamente um recurso ilimitado ao mercado.

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    1. Logo se viu essa convicção assim que houve dinheiro para gastar...

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    2. Gastou-se dinheiro nos empréstimos do Markovic e do Campbel e não foi isso que impediu o Gelson de conquistar um lugar no 11, relegando os outros para o banco.

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    3. Nesta época continuamos a ter regularmente 5 jogadores da prata da casa no 11 inicial. Mas ainda que não fosse assim, não invalida que você optou por iniciar um debate de ideias com uma mentira tantas vezes repetida.

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    4. Iniciei a discussão sobre o perfil de um treinador para o Sporting. Dizer o contrário é que é mentir.

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    5. Deixemo-nos de malabarismos rétoricos.

      O titulo do post é se Jesus é treinador para o Sporting.

      Quando começa a analisar o perfil do JJ escreve textualmente "procura de títulos de forma imediata e com recurso "ilimitado" ao mercado, em nítido desfavor do recurso à prata da casa" e isto como atrás lhe demonstrei é mentira.

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    6. TW,
      pode ficar com o tabuleiro e mais as peças.

      Como é que lhe posso explicar de forma a que entenda que dizer a "procura de títulos de forma imediata e com recurso "ilimitado" ao mercado, em nítido desfavor do recurso à prata da casa" é a descrição do que foi efectuado este ano e é factual?

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  3. "A redefinição por parte de Bruno de Carvalho, reafirmando a famigerada "aposta na formação" vem tornar a resposta à pergunta imperativa. O contexto que levou à contratação de Jorge Jesus - procura de títulos de forma imediata e com recurso "ilimitado" ao mercado, em nítido desfavor do recurso à prata da casa - parece ter-se alterado subitamente, tornando esta questão ainda mais actual. Mais ainda porque parecem evidentes que as consequências económico-financeiras e até psicológicas do falhanço desta época condicionarão fortemente as opções."


    LdA, não tem vergonha de escrever uma coisa destas?
    Não tem vergonha da sua falta de honestidade?

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    1. Teria mais vergonha de escrever sob anonimato e não acrescentar nada ao tema em discussão.

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  4. Leão de Alvalade,

    Diagnóstico na minha opinião correcto e uma pergunta um tanto ingrata na perspectiva do Sporting (não na perspectiva de JJ), porque treinadores com sua a qualidade não abundam e não é portanto fácil substituí-lo caso o Sporting pretenda conquistar títulos.
    JJ está muito confortável: tem noção de que pode sagrar-se campeão não precisando necessariamente de ter melhores jogadores do que Benfica e FCP, e tem de longe o melhor ordenado em Portugal que ultrapassa em muito o que já recebia no Benfica.
    Já a posição do Sporting é ingrata porque tendo o melhor treinador do campeonato e pagando-lhe 8 milhões de euros por época, vê o Benfica a poder festejar um inédito tetra.

    Daí, de forma simplória porque o objectivo do «post» é discutir o melhor perfil de treinador, coisa que não farei neste comentário, se o Sporting mudar de treinador (independentemente do perfil adoptado) perde muito possivelmente o estatuto de candidato ao título, já que dificilmente nos sagraremos campeões na premissa de termos os melhores jogadores / o melhor plantel em Portugal. Este Sporting é tão patético que poderia até ter o dobro do orçamento de Benfica e FCP, nem assim estes dirigentes (tal como outros no passado) conseguiriam alinhavar um plantel superior ao dos rivais. Mantendo Jorge Jesus, com esta estrutura, com estes dirigentes, nunca estamos livres de continuar a ver os outros festejar, ainda que JJ dê 10-0 a Rui Vitória e a NES sem grande dificuldade.

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  5. Faltou dizer: o diagnóstico é completamente certeiro porque JJ, por norma, não aposta de facto em jogadores da casa (jogadores com pouco ou nenhum tempo de equipa principal). Foi assim em Belém, no Braga, no Benfica e no Sporting. O que Jorge Jesus faz muito bem é valorizar jogadores, coisa muito diferente de apostar em jogadores da equipa B ou dos Júniores.

    O motivo para que não o faça, tendo em muitos casos à sua disposição jogadores muito talentosos, é um tanto misterioso e incompreensível. Mas o historial dele é esse e isto (na minha opinião) não chega para beliscar os seus méritos como treinador. JJ é um dos melhores do mundo e tal como se viu no ano passado pode colocar o Sporting a disputar títulos sem ter melhores jogadores do que os rivais. (Apesar de conversas bacocas dos «Aurélios campeões Europeus» e apesar da mega-transferência de Slimani, o plantel do Sporting no ano passado já não era nada de especial relativamente a FCP e Benfica.)

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  6. É uma pergunta válida e não há respostas totalmente "certas" ou "erradas", que o futebol não tem nada de ciência exacta.
    Dito isto, quanto a apostas na prata da casa, por comparação com os seus antecessores, não encontro diferença nenhuma substancial. Onde esteve J. Mário no tempo de L. Jardim? Se a resposta for "a rodar e crescer", então a mesma vale também para os que foram fazer o mesmo esta época e, na maioria, já foram entretanto reintegrados.

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    1. M,
      Não podia estar mais de acordo. A ideia central deste post era precisamente auscultar opiniões e sensibilidades relativamente a este tema que me parece com potencial para uma boa discussão.

      Infelizmente grande parte dos comentários revelam muito do que o Sporting é hoje para muitos adeptos: uma discussão centrada à volta das ideias representadas pelo presidente e tudo o que saia desse âmbito é imediatamente julgado numa lógica binária, de certo e errado. Como se a vida e o desporto em particular fosse apenas a preto e branco.

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  7. A contratação de Jorge Jesus trouxe o futebol do SCP da periferia para o centro do futebol português. Há quem prefira a periferia. É mais sossegado, não há aquela luta para estacionar o carro. Esse centro estava ocupado e os donos dão muita luta. E conhecem os "arrumadores" todos. Vi/ouvi três canais TV e duas rádios darem a notícia de adeptos organizados do FCP e do FCP gritarem "SLB, SLB, FDP, SLP!". Não vi/ouvi nenhum divulgar a agressão ao Presidente da Mesa da AG do SCP num jogo da selecção. Aparentemente, agora, a notícia é que o cão mordeu o homem, e não que o homem mordeu o cão. Frente a este estado de coisas, Jorge Jesus é uma peça essencial e insubstituível do projecto. Excepto para quem tem saudades da periferia. SL! JPT

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    1. JPT,

      não consigo perceber o que tem a ver a importância da chegada de um treinador a um clube com os programas de televisão, embora vai havendo cada vez mais pessoas que acreditem que os resultados das equipas tenham alguma correlação com Tv´s e paineleiros.

      Infelizmente este ano voltamos à periferia onde vivemos grande parte dos últimos anos mas na retórica nunca estivemos tão fortes. Muita fortes, como diria o JJ...

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    2. Não que isso me interesse muito, mas onde é que houve agressão ao presidente da AG do Sporting? Insultos são agressões? Nesse caso, os chamados "adeptos organizados" como lhes chama, também agrediram o clube anfitrião na sua própria casa.

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    3. I. Espanta-me que haja que acredite que, tendo em conta o investimento feito por alguns clubes nos meios de comunicação social - o SLB há anos que banca um "jornal" e tem "isentos" plantados em todos os canais, que não trabalham de graça - não seja evidente "que os resultados das equipas tenham alguma correlação com Tv´s e paineleiros". II. Tem razão, o consócio do Hugo Inácio. Não houve agressão física, só tentativa. Os agressores foram impedidos de consumar os seus intentos pela PSP. Até lhe mostrava o link, mas, como, realmente, não tem interesse nenhum, a Sport-TV retirou-o de todo o lado. Notícia mesmo é o macaco a gritar "FDP, SLB", coisa rara e pouco vista, e por isso o video está nos sites dos jornais todos. JPT

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    4. Fantástico futebol que ganha 55% dos jogos.

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  8. Eu julgo que a resposta à pergunta da publicação é um "não" claro e evidente. Quem conhece o Jorge jesus sabe que ele tem grande impacto na sua 1ª época. Nas épocas seguintes ele já não consegue colocar a sua flagrante capacidade como treinador por cima do seu inenarrável ego e poder de comunicação. Ao não ser campeão na 1ª época, e mesmo assim terem lhe dado carta branca para fazer o que bem lhe apetece, esta 2ª época não pode ser assim tão surpreendente. O que surpreende é a naturalidade com que o plantel e o treinador mais caro do futebol português "termina" a época em janeiro, já fora da luta por todas as competições em que participou, e mesmo assim os sportinguistas, talvez acomodados por muitos anos sem conquistas, aceitam de bom grado a patetice de se andar a lutar por um troféu individual, como se isso apagasse a miserável temporada do nosso futebol.
    "A redefinição por parte de Bruno de Carvalho, reafirmando a famigerada "aposta na formação" vem tornar a resposta à pergunta imperativa. O contexto que levou à contratação de Jorge Jesus - procura de títulos de forma imediata e com recurso "ilimitado" ao mercado, em nítido desfavor do recurso à prata da casa - parece ter-se alterado subitamente, tornando esta questão ainda mais actual." - esta questão é altamente pertinente e julgo flagrante para todos. O Jesus, fruto dos falhanços todos desta época, foi obrigado nesta reabertura de mercado a "engolir" os jogadores da formação que desprezou quando fez este plantel. E o caminho só pode ser esse. Mas com este treinador não será fácil... lembro apenas que este foi um dos principais motivos para a sua saída do rival SLB. A menos que Jesus mude muito (mas mesmo muito), ou se aposta nos jogadores formados em Alcochete, ou se mantém Jorge Jesus como treinador. As duas coisas parecem-me incompatíveis.

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