A continuar o actual nível de futebol praticado pelo Sporting afigura-se penoso o percurso até à paragem de inverno. Esse seria o momento pressentido por todos como o objectivo a atingir ainda com as ambições incólumes, no sentido de resolver os problemas de escassez de qualidade no plantel fora do âmbito dos que se entendem ser os titulares naturais.
Esses problemas foram rapidamente inflacionados pelas lesões prolongadas de Mathieu e Bas Dost. O francês estava a ser o mais esclarecido dos elementos do último reduto não apenas a defender, mas também no momento de sair a jogar. Bas Dost é “só” o jogador mais concretizador do Sporting dos últimos anos e cujo acerto foi responsável pela conquista de muitos pontos. Percebeu-se no momento da sua saída o quanto o jogo da equipa estava montado em função da sua presença e a dificuldade desta em ajustar para fazer face à sua ausência.
A exibição na remota Ucrânia, ante um rudimentar Poltava, foi de tal forma comprometedora que nem o resultado feliz foi suficiente para a afastar da retina e das preocupações dos adeptos e seguramente dos responsáveis. O descalabro estava assim anunciado para Portimão, o que acabou por ser confirmado por um Nakajima à solta e sem medo de leões.
A exibição de Portimão abaixo de frágil ou modesta teria inevitavelmente que colocar o trabalho do treinador em causa. A bagagem recheada de insucessos, o historial muito particular no clube que não recomendava a concessão de nova oportunidade e o momento de particular instabilidade e divisão que em que vive, tornaram-se num pavio muito curto e altamente inflamável. Daí à cabeça a prémio foi um ápice para Peseiro.
Uma crise de resultados que se anuncia e cujas exibições ameaçam eternizar seria sempre indesejável. Para quem se viu recentemente investido e com as sirenes de urgência a apitar estridentemente sobre inúmeros dossiers em aberto, ou a carecer de atenção e revisão pode mesmo ser considerado um pesadelo. Especialmente se entre a investidura e a primeira crise de resultados dista apenas um mês.
A ponderação é muito mais complexa do que apenas despedir o treinador. A direcção recém-empossada está desresponsabilizada da escolha feita, e isso vai servindo de para-raios para a tempestade de opiniões de desagrado que ecoam cada vez mais insistentes. Mas a persistência de resultados comprometedores acabará por obrigar à tomada de uma decisão que obviamente pretende evitar a todo o custo no momento tão precoce do seu mandato e até mesmo do campeonato. A escolha de um treinador é tão ou mais difícil de tomar nestas circunstâncias que, por comparação, o despedimento se afigura uma brincadeira de meninos no recreio.
No que diz respeito à escolha de treinadores nunca há certificados de garantia. Sendo um activo determinante para o sucesso de um clube, a decisão da sua contratação equipara-se à escolha de um CEO de uma empresa. É uma decisão de caracter estratégico, uma vez que aquele se deve reconhecer nos objetivos e ambições do clube, bem como no espirito onde se funda a sua identidade. Numa fase de grande turbulência e instabilidade, forçar uma escolha pode produzir efeitos contrários ao pretendido e ao adiar de medidas estruturantes tendentes em revitalizar o clube. Temas como a aposta na formação, o modelo de jogo, scouting e recrutamento não podem estar desligados da escolha do treinador e respectivo perfil.
Ao não avançar imediatamente para substituição de Peseiro, a direcção de Frederico Varandas pode entender que não estão esgotadas as possibilidades da equipa se encontrar com os melhores princípios que a ponham na rota desejada. Ou ter preparada uma outra opção, mas reservada para momento mais oportuno, reconhecendo que a sua entrada seria extemporânea e por isso tendente ao insucesso, queimando assim um cartucho. Tal como no xadrez, há peças que, pela sua importância, têm que ser movimentadas de forma criteriosa, sob pena de fazer perigar todo jogo.
Ao fazer avançar Beto, um dos pesos pesados da sua estrutura, a actual direcção pretendeu simultaneamente demonstrar que está atenta, mas também esvaziar de importância o assunto junto da opinião pública. Muito diferente seria se a comunicação fosse feita por Frederico Varandas, que dessa forma evita também o desgaste e a sobre-exposição. É também uma mensagem categórica de que, sob o seu comando, o Sporting perfilhará uma comunicação claramente diferente do seu antecessor. Algo que também foi notório no recente “caso Rafael Barbosa” que opôs a SAD leonina à congénere algarvia. Sem espavento, mas com descrição e eficácia o problema foi resolvido. Ganharam ambos os clubes, perderam os jornais.
O futuro próximo de José Peseiro continuará a ser o Sporting. Melhor que ninguém ele sabe que num ápice as portas se vão fechando atrás de si. As cerca de duas semanas que o separam do próximo embate é tempo de vida comprado e nem mesmo o facto de as selecções amputarem o plantel de uma parte substancial do valor à sua disposição servirá de atenuante em futuros desaires semelhantes ao ocorrido em Portimão.
É uma comunicação muito parecida com a do arguido Vieira. Quando perde manda o Rui Costa falar
ResponderEliminar"Sem espavento, mas com descrição e eficácia o problema foi resolvido."
ResponderEliminarSó pode ser brincadeira ahah. Resolvido porque não se vai falar mais nisso? Não podia haver melhor definição do tal Sporting dos "bons costumes" que jamais será conciliado com aquele Sporting ambicioso, que jogando pelas regras, jamais deixará ser pisado e rugirá bem alto em defesa da sua honra e em busca do trono.
Com isto não digo que na Direcção anterior o fizessemos da melhor maneira, mas pelo menos o paradigma era esse. Agora voltámos ao oposto.
Ir (literalmente ir: apanhar um avião e ir bater à porta deles) pedir dinheiro a clubes que albergaram ilegalmente jogadores que rescindiram unilateralmente, em troca da desistència do processo judicial. Baixar as calças, ser maltratado, o Clube, os adeptos e um jogador nosso pelo Portimonense e seguir como se nada fosse, tudo para não dar assunto aos jornais e manter o estatuto de meninos que não levantam muitas ondas ao contrário do bicho papão Bruno de Carvalho.
Isto é só o início. Pobre Sporting. Por isso nunca haverá paz entre nós, temos adeptos muito diferentes, que defendem paradigmas opostos, que são a antítese um do outro.
É triste, mas é esta a nossa realidade.
Bernardo, vai lendo as noticias. Com um pouco de "sorte" nem um tostão recebermos. Deve ser da ambição, e de rugi bem alto em defesa da sua honra e em busca do trono. Ah, a alienação!
EliminarPerfeito...como eu te compreendo Bernardo!!!
EliminarMas, isto é o Sporting, e vamos cantando e rindo...e perdendo cada vez mais IDENTIDADE, devido à grande polarização entre adeptos...situação inimaginável no nosso vizinho da 2.ºcircular e MUITO MENOS no nosso rival do NORTE.
Até te digo MAIS, se fizessem a Pinto da Costa "metade" do que fizeram a BdC...PROVAVELMENTE haveria uma "rebelião" em Portugal.
sl
Engraçado, por acaso um amigo meu portista disse-me em Maio que se o Pinto da Costa fizesse ao FCP metade que BdC estava a fazer ao Sporting já o tinham pendurado no tabuleiro superior da ponte de D. Luis.
EliminarTem piada, um grande amigo meu portista, confidenciou-me o contrário, ou seja, que se BdC fosse presidente do FCP, o DEFENDERIAM até à morte.
EliminarOpiniões MEU CARO...temos de saber conviver com elas!!
1 abraço e SL
Porque não fundam vocês um novo Sporting à imagem do glorioso líder? Um Sporbruning onde vocês se revejam? Porque não? Meu Deus, que falta de senso e espírito critico...O que é preciso mais para perceberem que estamos no caos por incompetência e irracionalidade do "glorioso" lider...
EliminarVocê consegue fazer um resumo perfeito, da razao porque é que daqui para a frente, o Sporting se ira afundar (novamente) cada vez mais.
ResponderEliminarNao se pode lutar na lama, e nao esperar sujar a roupa. Voces nao parecem entender isso, e eu nao percebo o porque.
Acha que é por ser-mos simpaticos, que os outros passam a jogar limpo? De que é que isso nos valeu no passado?
Vale acabar como acabamos na epoca de 2012/2013. Para agora ainda ter de andar a ler entrevistas, do cretino e principal responsavel por esse descalabro, a fazer choradinhos para o "oficializar-mos", e aceita lo de volta.
E digo "oficializa-lo" porque esta bem na cara, quem puxa os cordelinhos a esta marioneta que agora se diz Presidente do Sporting. Ate os tiques de tanso sao iguais.
Para quem se demitiu pelos ataques de alcochete, ir-se agora sentar como presidente, ao lado de alguem que agrediu um activo do seu proprio clube...bem isto so pode ser boa estrategia, na quinta da marinha, ou no externato dos queijinhos de Cascais.
No mundo real nao sera de certeza. Mas tambem, ele nao precisa do respeito dos jogadores. Desde o motim que realizaram, e do abrir de pernas que foi correr com a antiga direccao, e aceitar alguns de volta a receberem mais dinheiro(porquebl outros simolesmente cagaram-se para o clube de vez) , sao eles e os empresarios deles que manda no clube. Com a benção da cmtv, e dos 71% de imbecis, porque nao têm outro nome, que foram nas cantigas do bandido, e decidiram deixar o clube refem de mercenarios.
PedroC,
Eliminarjá há muito tempo que não te tinha por cá. Também fazes um resumo perfeito da cartilha brunista/letal, parabéns. Olha aproveita hoje bem o dia: https://g.co/kgs/GJtXJR
"Muito diferente seria se a comunicação fosse feita por Frederico Varandas, evita também o desgaste e a sobre-exposição."
ResponderEliminarFizeste-me rir. Obrigada!
Às ordens Ana, é bom fazer rir. De nada. SL
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