terça-feira, 18 de junho de 2019

10 pontos sobre os novos preços das Gameboxes

Nota importante: não sou comprador habitual de Gamebox pelo que as minhas considerações neste post são as de um mero sócio do clube que vai a tantos jogos como aqueles que lhe é possível.

1- Tendo havido algumas alterações significativas nas Gamebox, creio que teria sido melhor politica haver notas explicativas dessas alterações e os objectivos a que se destinam, para anular à partida alguma da contestação que já se faz sentir. É claro que estamos perante uma comunicação deficiente que, de outra forma, pouparia a todos - sócios e dirigentes - este desgaste.

2- A generalidade dos aumentos verificados podem ser considerados normais, com algumas excepções não é superior a 4%. 

3- As comparações com os produtos dos nossos concorrentes nem sempre é feita com base no rigor, acrescendo o facto de que não se trata propriamente de uma novidade. Se eram mais caras no passado, continuarão a ser num futuro próximo. Mas até isso não é inteiramente verdade e quem só este ano recorre às comparações devia ter estado de férias nos anos anteriores...

4- A principal questão nos aumentos verificados tem a ver com o crescimento exponencial do preço das Gameboxes dos Sub11. A principal falha é sobretudo comunicacional. Não se podem por cá fora aqueles preços sem que fossem devidamente explicados, especialmente aos actuais detentores que se encontrassem actualmente em condições de renovar, por razões óbvias.

5- Parece clara a intenção do clube em rentabilizar um espaço premium - a BancadaA - e deslocar as famílias que se façam acompanhar por sub-11 para um outro espaço. Não deixa de ser uma decisão polémica, onde ambos os lados podem esgrimir bons argumentos.

6- A SAD parece entender - e com razão - que o número de jogos que vendia aos sub-11 ficavam abaixo de 4€ por jogo, num espaço onde facilmente consegue num jogo qualquer vender por cinco vezes mais. Acresce que muitas vezes o acesso sub-11 é usado por adultos de forma quase permanente e até haja quem adquira esse produto objectivamente com essa intenção.

7- Sendo verdade que o Sporting não está em condições de desperdiçar receitas actuais, também o é que tem investir no futuro, que é a passagem de geração em geração do amor pelo clube. Por melhor que seja a intenção, por mais justificação que haja nos números, nada supera o tratamento dos sócios de forma o mais personalizada possível, renovando sempre o sentimento que eles contam e são importantes. Seria preferível haver um período de transição, esperando que os sub-11 deixem de o ser. Os novos entrariam já para a nova bancada. E obviamente apertar a fiscalização.

8- Não espantaria que os pais ou familiares que pretendam renovar a GB  não tenham intenções de abandonar a localização habitual, que provavelmente é a de há muitos anos. Ir a Alvalade é uma experiência muito mais alargada que ir ver um jogo de futebol. É rever amigos, partilhar emoções, memórias e experiências. A possibilidade de ter que escolher perder isso pelos filhos e também pelo clube é uma questão que não deixa de ser pertinente e conflituante.

9- A ideia de que as GB's deviam ser mais baratas porque não temos Liga dos Campeões e / ou não ganhamos títulos faz sentido por um lado, mas também o é que sem receitas dificilmente o conseguiremos alcançar. Nesta matéria convém lembrar que são já muitos anos de atraso em relação aos rivais, no que diz respeito à diversificação das fontes de receita. E a ideia de que se venderiam mais só porque seriam mais baratas está longe de ser provada. Em Alvalade somos cada vez mais os mesmos...

10- Ir ao estádio pode ser para muitos apenas um momento no fim-de-semana. Para os que de nós vivemos longe é quase uma cerimónia de cariz religioso e poder estar ali é já por si a melhor recompensa que se pode ter. Isto dito, não invalida que o Sporting pode e deve tratar de oferecer mais e melhores momentos e experiências se quiser captar maiores receitas. Como diria o outro, é o mercado estúpido! Mesmo sendo o mercado das emoções e do coração, e por isso muito especial, não deixa de ser o mercado.

6 comentários:

  1. Não sei como fez as contas para concluir que os aumentos são, regra geral, razoáveis. Se calhar até sou a chamada excepção que confirma a regra, mas no meu caso o aumento é quase pornográfico. Vejamos em pormenor.

    Com efeito, sou sujeito a um aumento de 16,7% nos dois lugares que ocupo desde a abertura do estádio. Pedem 756€ (!!!) pelos dois lugares no sector B32 que adquiro escrupulosamente desde a abertura do estádio em 2003. Na realidade, o aumento é ainda superior. Uma vez que o meu filho, por ter passado a barreira dos 23 anos, deixa de beneficiar de desconto, pelo conjunto terei de pagar, acaso resolva renovar as gameboxes, mais 171€ que no ano passado, o que corresponde a um aumento efectivo quase inverosímil de 22,7%. É muito dinheiro e é indubitavelmente um aumento especulativo. Acresce que eu, particularmente, tenho um problema: por razões profissionais falharei seguramente pelo menos cinco jogos (provavelmente mais) que integram o cabaz.

    Isto não seria problema se houvesse bom senso na política de preços. Mas não há. O bom senso foi substituído por uma avidez contraproducente. Para mim, 22,7% de aumento para um valor próximo de 800€ é revoltante. A tal ponto que não é para ficar transtornado, mas para pensar muito bem se renovo ou prefiro ir ver apenas alguns jogos com bilhetes avulsos. O único contraponto é a mágoa que experimento quando me imagino a prescindir dos lugares. Um pouco como se estivesse a desistir do clube. Em qualquer caso, racionalmente sei que não se justifica pagar tanto dinheiro pelos dois lugares.

    Sinceramente, aliás, muito me surpreenderá se conseguirem aumentos de receitas por esta via. As desistências impedi-lo-ão. No final, se calhar, apenas conseguirão acentuar a desolação das bancadas vazias que já se viu em muitos jogos esta época. Amadorismo, avidez, incompetência, pura estupidez? Venha o diabo e escolha o nome que dar a este disparate e às criaturas que o promoveram.

    Estes "gestores" que ora mandam no clube e tomam estas decisões insensatas lembram o idiota do dono de restaurante que, com o negócio a ir por água abaixo, com cada vez menos clientes e receitas, tem a ideia peregrina de resolver a crise diminuindo as doses e aumentando os preços das refeições.

    A não ser que a ideia seja mesmo seleccionar economicamente a frequência de Alvalade, e, do mesmo passo, fomentar naqueles que não podem ou não querem acompanhar esta escalada de preços a desistência da condição de associado. No final ficaria a fileira endinheirada que tem sido a base de apoio dos corpos dirigentes do Sporting desde a eleição de Santana Lopes - com o interregno conhecido no consulado de Bruno de Carvalho (de que, note-se, fui um acérrimo crítico). Assim, resolver-se-ia pelo menos um problema: garantir-se-ia que o poder no clube se manteria sempre nas "mãos" certas.

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  2. Parece clara a intenção do clube em rentabilizar um espaço premium - a BancadaA - e deslocar as famílias que se façam acompanhar por sub-11 para um outro espaço

    Argumento hediondo.
    O Benfica decidiu, e muito bem, implementar uma estratégia onde o comprador do Red pass prescinde do seu lugar em certos jogos, libertando-o para o clube poder vender bilhete para aquele lugar.

    Bastava implementar uma solução semelhante. Sim, eu sei, isso significaria dizer que se "roubou" uma ideia, mas meus amigos, as vezes é preciso chamar os bois pelos nomes, e neste momento a estratégia financeira do Benfica está tão à frente da do Sporting que quase tudo o que possamos fazer para diversificar as receitas, muito provavelmente o Benfica já o terá feito.

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  3. Que a estratégia financeira dos rivais está à nossa frente há muito já sabíamos.
    Quanto à 1ª parte do comentário creio que não percebeu o que está em causa.

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  4. «2- A generalidade dos aumentos verificados podem ser considerados normais, com algumas excepções não é superior a 4%. »

    O meu aumento é de 8,8% - aumentam mais os lugares mais baratos, ou seja em vez de aumentos iguais favorecem quem tem mais poder de compra (erro crasso).

    Outra porque não «atacar» os possuidores de gamebox que não vão ao estádio, ou seja que só vão lá 4 ou 5 vezes por ano? Como? fácil , uma plataforma de cedência do lugar quando não se fosse, para revenda, em que com incentivos, por exemplo descontos acumulados para futuras compras em produtos loja verde ou na gamebox do ano a seguir, evitando assim o lugar não ser utilizado. Seria benéfico para o clube, vendia lugar duas vezes e para o dono do lugar que ganharia uma percentagem, 5% (?) da venda do lugar nesse jogo para utilizar no clube no futuro.

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  5. Já agora a solução proposta de plataforma de revenda do lugar da gamebox num jogo em que não se vá, nem é uma ideia inédita do benfica, essa solução já é utilizada há anos em muitos clubes com lugares época, como é por exemplo o caso do Arsenal.

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  6. Ponto prévio: renovei hoje o meu lugar é p do meu filho (o evitar a palavra gamebox foi propositado, como propositado é o tentar usar símbolos e camisolas com o verdadeiro emblema do Sporting e não com o símbolo croquete que Dias da Cunha inventou sem se dar ao cuidado de consultar os sócios).


    No meu caso o aumento não foi brutal. No caso do meu filho ( tem 14 anos) também não, apesar de achar o preço do lugar dele absurdo. Uma criança acima de 12 anos e menos de 16 pagar mais de 300 € é uma estupidez sem adjetivação possível...

    Toda esta contestação nasce por causa do brutal aumento do segmento sub11 que mostra uma total insensibilidade de quem gere o clube ao melhor nível da croquetada...

    A intenção foi de facto correr a criançada dos lugares comercialmente rentáveis como se isto fosse simplesmente um negócio. Como se aquilo que assegura a sobrevivência e crescimento do clube não fosse a ligação afetiva que prende as pessoas é que tem de começar com as crianças - o FUTURO!


    Se afetos, sem ligação as pessoas, o Sporting está morto. Vai voltar aos tempos pre Bruno de Carvalho, com trinta mil sócios e vinte mil pessoas nas bancadas...Esse Sporting é um Sporting triste e a caminho da morte lenta...


    Com muitos erros cometidos, a grande virtude de BdC foi de facto resgatar os sportinguistas, chama lós de volta, no estádio, no pavilhão ( que não existia) na rua, no número de sócios.


    A mim da me enorme tristeza ver o Sporting fazer marcha atrás e voltar a ser governado pelos doutores do críquete. Que de facto, de sportinguismo percebem pouco...

    Eu sei que as receitas são importantes, eu sei que o dinheiro não abunda, eu sei que a tesouraria anda depauperada. Mas não é aumentando preços que o dinheiro aparece. Às vezes, antes pelo contrário. Sem gente, não há tesouraria que aguente...

    Gostava que está Direção tivesse a humildade de fazer marcha atrás nesta questão dos Sub 11. Diminuindo os preços e controlando rigidamente s entrada dos cartões dos miúdos para evitar batotas ( sim, que as há e acabam por dar argumentos a esta decisão absurda). Seria um sinal de sportinguismo... ou preferem continuar em frente coma politizado Sporting coorporate no estádio inteiro e correr com os sportinguistas?


    José Gomes (JG)

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