quarta-feira, 3 de julho de 2019

Os Sportinguistas têm o clube que construiram

É muito comum apontar baterias aos dirigentes, recentes, antigos e actuais, para explicar as razões pelas quais o nosso clube anda tantas vezes atrás do sucesso sem o conseguir alcançar. E qual é nossa a quota parte de responsabilidade como adeptos?

Tomando como exemplo os tempos recentes e olhando para o final de mandato caótico dos órgãos sociais anteriores, estes sentiram - e em particular o presidente - da parte dos associados uma quase permanente abertura para executar a seu bel-prazer. Apesar dos sinais de descarrilamento iminente, só quando o desastre era uma já uma evidência consumada é que surgiram os primeiros sinais de descontentamento generalizado. Tivessem surgido mais cedo, por certo que a série de passos em frente em direcção ao abismo poderiam ter sido evitados.

Provavelmente BdC nunca acreditou que o resultado verificado na AG de destituição fosse possível, como se percebeu pelas reacções subsequentes. Apesar das diferenças que me separam do ex-presidente, continuo a pensar que o caos que se seguiu poderia ter sido evitado se a exigência e o rigor que lhe eram então exigidos fossem de acordo com a defesa dos interesses do Sporting e com o mandato que lhe foi confiado por uma maioria esmagadora. Com isso perdeu o Sporting, perdemos todos.

Olhando agora para o momento actual, os órgãos recém eleitos, que ainda não completaram um ano de mandato, vivem sob um escrutínio permanente e de malha bem apertada, bem diferente do que se verificou no mandato anterior. Apesar de ser ainda muito cedo para deliberar sobre a qualidade do desempenho - grande parte dos primeiros meses foi gasto em remendos e em apagar os diversos incêndios - não falta quem já fale na pior direcção de sempre, no pior presidente de sempre.

Não é seguramente pelos resultados desportivos e também não é, aparentemente, pelos resultados financeiros. O excesso de ruído, os constantes boatos e os insultos tendem em produzir em quem os recebe reacção de defesa. O risco de acantonamento cresce, diminuindo a possibilidade de um mandato aberto com a participação de todos. Os órgãos sociais devem manifestar essa disposição de abertura mas os adeptos não têm menor obrigação. Perderemos todos se tal se verificar.

Há um ano vivemos a pior crise institucional, criada a partir do interior do clube, e poucos foram os que se preocuparam com o cumprimentos dos estatutos. Estes foram completamente rasgados de alto a baixo por Bruno de Carvalho para satisfazer as suas pretensões de regressar ao poder. Os actos desta natureza, que deveriam ser sempre condenados sem MAS ou SE's, têm a agravante de serem sido perpetrados por aqueles que obrigaram os sócios deslocarem-se duas vezes a AG's para aprovar alterações estatutárias completamente desnecessárias e onde o principio do fim se começou a desenhar.

Hoje parece que todos conhecem os estatutos e as regras de normal funcionamento do clube. É a gala que deveria acontecer, são os discursos em AG que não podem acontecer em simultâneo com as votações. Onde estavam os que agora tanto exigem, quando no passado recente estas situações se verificaram? Porque não estiveram atentos então e revelaram a mesma determinação ? O Sporting não é só um? A bitola não deveria ser sempre a mesma?

Os Sportinguistas têm hoje o clube que construíram, por actos e/ou por omissões.

13 comentários:

  1. "Há um ano vivemos a pior crise institucional, criada a partir do interior do clube, e poucos foram os que se preocuparam com o cumprimentos dos estatutos. Estes foram completamente rasgados de alto a baixo por Bruno de Carvalho para satisfazer as suas pretensões de regressar ao poder."

    Partindo do excerto que extraí do seu post, gostaria se permitisse, que respondesse á seguinte pergunta:

    Bruno de Carvalho foi o único elemento dos corpos sociais da altura que adulterou ou contornou os estatutos do Sporting?

    sl

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  2. Tanto não foi o único que houve mais do que um processo disciplinar

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  3. Pois,

    apenas NÃO refere que o primeiro elemento dos ditos corpos sociais a fazer "tábua rasa" dos ditos estatutos foi JAIME MARTA SOARES!!!

    O legado da anterior direcção, por muito que custe a alguns "sportinguistas" ficará e jamais será esquecida!!!

    sl

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    1. Pois, o problema é que os tribunais acharam que não. Uma cabala, certamente.

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    2. Os mesmos tribunais que consideram que a sad das toupeiras não é responsavel pelos actos que o seu funcionário fez ao serviço e no interesse da mesma. Uma cabala, certamente.

      Foram esses tribunais, certo.

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  4. LdA.. ahahah muito bom!
    Game Over brunismo

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  5. Rogério Alves acaba de afirmar na Sic-noticias que "não cumpre" com os estatutos, porque os acha ilegais!!!

    Inacreditável...

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    1. Não confunda estatutos com regulamentos. Recomendo que reveja a peça novamente.

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    2. Regulamentos que os estatutos dizer que tem de ser respeitados, certo?

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  6. Regulamentos!?!?!?!

    Já agora, e aonde estão plasmados esses "ditos" regulamentos?

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  7. Ouviu ontem o PMAG do Sporting na SIC e o que diz sobre os actuais estatutos?

    E bem lhe pode chamar regulamentos as vezes que quiser, aquilo foi clarinho e como agora já está, já está.

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    1. Quem não sabe a diferença entre regulamentos e estatutos deveria ter o decoro de se abster antes de saber do que fala

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  8. Não vou entrar na discussão jurídica, porque acho que nsste país os tribunais e os magistrados perderam qualquer legitimidade para serem levados minimamente a sério, mas do ponto de vista ético e moral, acho que os atropelos às regras e aos sócios têm sido constantes, nesta Direção, na anterior e nas anteriores. Pego apenas em alguns exemplos:

    1) Uma Direção (Dias da Cunha) que resolve mudar o símbolo do Clube sem se dar ao trabalho de consultar os sócios, como se fosse uma coisa menor e os sócios fossem umas ovelhinhas ao seu serviço;
    2) Uma Direção que faz birra quando não lhe aprovam novos estatutos e lança o Sporting num mar de instabllidade estupida e totalmente despropositada (eu estive no Estoril no dia a seguir á primeira AG desse processo e senti na pele os resultados dessa brincadeira dum puto idiota que, por acaso, era Presidente do Clube)
    3) Uma Direção que em desespero cria uma MAG alternativa, não se sabe bem a título de quê numa ultima tentativa de sobrevivência, em que rasga todas as regras.
    3) Um PMAG que se demite e depois afinal não, era só a brincar;
    4) Uma AG de destituição convocada sem se perceber se de facto as assinaturas existiam e foram validadas com todo o rigor (lembro-me bem do processo tortuoso do tempo Godinho Lopes - aqui foi tudo muito mais aligeirado, vá-se lá saber porquê...) e sem ninguém exigir o pagamento da mesma aos proponentes como no passado ( eu sei que os estatutos mudaram entretanto - BdC foi vitima dele próprio e da facilitação do processo - mas ficou por averiguar a justa causa e a própria publicação dos novos estatutos)
    5) Um processo de votação, tanto da AG de destituição, como das suspensões, como agora das expulsões, sem qualquer tipo de escrutínio por mais ninguém que não os funcionários e dirigentes atuais - à mulher de Cesar não basta ser séria... e a quem me disser que estou a levantar suspeições, eu respondo que estou sim, porque se eu fosse dirigente ia querer todo o escrutínio do mundo - se alguém não o quer que explique porquê...)
    6) A negação do direito de defesa aos visados pela Expulsão antes de alguém votar - um processo Kafkiano, mas que não me surpreende sendo o novo PMAG quem é (parece-me que esta pessoa faz tanta falta ao Sporting e á sociedade com o anterior PMAG).

    Em suma, os atropelos éticos são tantos que a mim não me interessa muito a questão jurídica. Interessa-me isso sim que deixem de existir perseguições e que uma Direção eleita perceba finalmente o seu primeiro papel: pacificar o Clube, tratar todos os sportinguistas como ativos valiosos, ser tolerante e respeitar os sócios (a este respeito, ver o caso 1) acima, totalmente intolerável e inacreditável).

    A quem serve este clube incendiado e este mar de punições vindas de uma novo Deus de Saramago?

    Caríssimo amigo Varandas, está na sua mão ser o primeiro a edificar um novo Clube, feito de união e afetos. Não desperdice essa oportunidade, porque tudo o resto que pode construír nasce aqui.

    E a quem me disser que no passado essa Paz também não foi construída por culpa do Sr. X, eu respondo que é verdade, mas sobre o passado já nenhum de nós pode atuar.

    José Gomes (JG)

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