Veremos se veio para ficar, mas este Sporting que jogou contra o Farense foi um Sporting ambicioso, mandão, com fome de bola do principio ao fim do jogo. Desta feita não houve iniciativa para gerir o resultado, um pouco talvez porque o golo inicial do Farense também não deu sequer tempo para pensar duas vezes. Não me surpreenderia de todo que esta atitude mais desinibida e confiante esteja relacionada com a vitória conseguida no Bessa, que veio clarificar as dúvidas que se pareciam querer instalar sobre a capacidade da versão Sporting actual.
Do primeiro jogo da fase grupos da Taça da Liga ficam algumas notas a merecer destaque:
- A alegria e a fome de jogar de uma equipa que parece estar mais ciente das suas qualidades e em crescendo de confiança.
- Gonçalo Inácio imperial. Só surpreende quem não está atento à forma como ele se comporta em campo, revelando maturidade incomum desde praticamente a estreia. Mas sobretudo a serenidade e inteligência, duas qualidades que lhe permitem o elevado desempenho numa defesa a "3" ou a "4" ou, como ontem, na primeira linha à frente da defesa. Gyokeres roubou-lhe os holofotes mas Inácio segue impassível e certamente que o seu nome circula por essa Europa fora nos apontamentos de muitos scouters.
- O renascimento de Trincão só pode ser uma excelente noticia. Parece não só ter-se livre da lesão que o limitava mas sobretudo das amarras onde a falta de confiança lhe retinha o talento. Já aqui o tinha dito em post anterior, Trincão, juntamente com Edwards, são fundamentais para o sucesso da estratégia de Amorim, que precisa da criatividade e imprevisibilidade para desconstruir as amarras onde os adversários nos querem atar.
- Por último o mais luminoso deste jogo, qual meteoro incandescente: Gyokeres! Trouxe o que nos faltou nestes últimos anos da era Amorim: força, agressividade, profundidade e, claro, golos. O mais "estranho", e concordando com Amorim, é um jogador que ainda tem muito por onde evoluir e acrescentar à sua imensa qualidade.
Inácio
Trincão
Gyokeres
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