sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Sporting não perde o norte


Há um Sporting diferente, que não se engasga nem atrapalha, mesmo quando o azar de sofrer um golo contra a corrente do jogo e no primeiro remate da equipa adversária. Ao contrário do ano passado e de tantos anos anteriores, em Vizela o Sporting soube engolir a injustiça de um resultado em que, ao invés de estar a perder quase toda a primeira parte, poderia e deveria estar a ganhar por mais do que um golo. E de que forma o fez? Continuando a acreditar no seu processo, sem se descontrolar emocionalmente, seguindo o plano traçado. O Sporting não perdeu o norte. 

Amorim tem sido feliz nas escolhas que tem feito, quer no plano individual, quer na estratégia adoptada para cada jogo e adversário. Feliz não no sentido da sorte, mas da segurança e maturidade das decisões que toma e cujo espírito contamina a equipa, que em campo responde de igual forma. Este ano tem sido raro ver precipitação, comportamentos aleatórios ou fora de plano. Os jogadores executam com segurança e revelam confiança no que estão a fazer. E nem os imprevistos ou azares, como os acima aludidos, os parecem fazer duvidar ou hesitar. 

É muito por isso que jogadores como Trincão ou Quaresma estão agora muito mais próximos do que esperamos deles. Não ser assobiado ajuda muito. Ver os sorrisos espelhados nos seus rostos e sentir que executam sem as toneladas de peso que anteriormente exibiam, associado ao medo de errar, é gratificante. Mérito deles, a merecem bem o momento actual, mas também e sobretudo de Amorim por não os deixar cair e crer no seu talento.

Nas referências individuais é obrigatório referir sempre Gyokeres, claro! Ele, tal como a equipa, não ficou mais pequeno com um falhanço à Bryan Ruiz, de má memória. Voltou a fazer um "bis" a que juntou mais uma assistência, o que perfaz, com os vinte e dois golaos até agora marcados, a intervenção em mais de trinta golos da equipa. Palavras para quê?

Nem mesmo perante os erros de arbitragem, técnicos ou disciplinares, fizeram abanar a0 convicção e o empenho que os jogadores empregaram em campo. O critério disciplinar, como a amostra de amarelos é da competência do árbitro. Neste caso foi mais da incompetência por, mais uma vez, se aplicarem critérios dispares ao usado para avaliar o comportamento dos nossos jogadores e os do adversário. E se nessa análise incluirmos os nossos rivais então a discrepância é ainda maior. Mas com uma ferramenta como o VAR, com inúmeras câmaras à disposição, não ver os lances de penalty para depois, a cada golo, mesmo obtido de forma clara e irrepreensível, parar o jogo largos minutos a ver o que se o que se pode escavar revela a tradicional má vontade e excesso de zelo. 

O Sporting segue no comando, ainda que por diferença escassa, mas é um comandante que recolhe a unanimidade das análises. Neste recente périplo cá por cima o Sporting nunca perdeu o norte e isso são notícias muito boas e motivo de regozijo para todos nós. A Taça da Liga é já aí ao virar da esquina e vamos por ela com todas as nossas foras e crença.

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