
Não podia ter começado de forma pior o jogo de hoje para a Liga Europa, frente ao Atlético de Madrid. Aos 4 minutos, já o Sporting perdia por uma bola. Aguero aproveitou o enorme espaço concedido pela defesa leonina.
Sendo o sector ofensivo, o forte do Atlético, necessariamente que uma defesa remendada que nunca jogou junta e com atletas com baixo ritmo competitivo se torna um problema que o adversário certamente que viria explorar a Alvalade.
Sem Izmailov no meio-campo,
segundo a imprensa, afastado por Costinha em “nome da estabilidade do grupo e da equipa” o Sporting ressentiu-se também na manobra ofensiva e no domínio do meio-campo. Como as fraquezas devem ser transformadas em oportunidades, apesar de entrarmos a perder, todos esperamos e acreditamos ser possível virar a eliminatória.
Foi assim que aos 19 minutos, Miguel Veloso faz grande passe para Saleiro, que após brilhante iniciativa centra para Liedson marcar. Estava feito o empate, mas o Sporting precisava de outro, para passar.
O golo equilibrou a partida, animou os 41.919 leões que se deslocaram a Alvalade e deixou tudo novamente em aberto. O Sporting é o nosso grande amor, vamos a eles.
Faltava no entanto alguma clarividência no meio-campo e na ligação ao ataque. O Sporting pressionava pouco e começou a conceder demasiado espaço ao adversário no seu meio-campo.
Aguero, voltou a fazer das suas. Nem Polga, nem Caneira conseguiram demover o Argentino que bateu Patrício de trivela. Os Madrilenos passavam para frente do marcador, ao minuto 33. Saleiro respondeu com belo remate aos 35, mas a partir dai o Sporting acusou demasiado este segundo golo e parecia adormecido.
Voltou a acordar no final da primeira parte, com a bola a entrar novamente na baliza do Atlético, após livre de Veloso. Polga tentou o desvio, atrapalhou a defesa contrária e a bola acaba por entrar na baliza adversária. O arbitro que decida quem marcou, se Polga ou Veloso. Alvalade voltou a explodir e a eliminatória estava novamente em aberto.
Os mesmos onzes regressaram para a segunda parte. O Sporting precisava apenas de mais um golo. Alvalade, apesar dos lamentáveis episódios da tarde protagonizados pelos adeptos adversários, acreditava numa grande noite europeia. Que espectáculo e prazer ver novamente as bancadas cheias de adeptos, sem aquele colorido impróprio das cadeiras vazias e o cinzento do fosso a dominarem a transmissão televisiva.
Entrou bem o Sporting no jogo. Bem melhor do que na primeira parte. Saleiro obrigou De Gea a uma grande defesa aos 52 e volvido um minuto, Pereirinha, quase marcava de cabeça após canto. O Sporting carregava e jogava com confiança.
Carvalhal mexeu, não fosse Pedro Silva deitar tudo a perder. O Brasileiro sai e Veloso passa para defesa esquerdo, entrando Simon Vuckcevic. O Sporting continuou a dominar e prova disso foi a jogada corrida pela direita aos 69, com Saleiro a cruzar e Liedson quase a marcar ao segundo poste. Só nos faltava mais um golo, a equipa foi fazendo por isso, perdia e ganhava fulgor, houve um grande querer e uma grande crença, mas faltou o golo que tanto merecíamos, pela superioridade demonstrada no conjunto da eliminatória.
O jogo terminou, com Alvalade a aplaudir a equipa.
E agora?
Agora, todos esperamos que o grupo continue unido, termine a época com a dignidade com que hoje se despediu da Europa e que a próxima época seja criteriosamente preparada, com mais razão do que emoção e menos tiros no pé.
Como diz o companheiro Hugo Malcato, em frente Sporting!