domingo, 28 de setembro de 2008

Leões (mal) amestrados

Havia um galinheiro no meu quintal. Mas desde que as últimas inquilinas fizeram uma última viagem sem regresso até a um arroz de cabidela, porque se começou a falar da gripe das aves, que nunca mais tive necessidade de lá voltar. Tal como não tive hoje vontade nem oportunidade de ir ao aviário do Colombo, onde, aliás, nunca entrei. Se era para observar as galinhas no seu habitat natural, continuava com a produção própria aqui à porta de casa.

1ª parte com 20 minutos
Uma boa entrada que, com um ponta-de-lança a sério, nos teria posto por cima do jogo. Nos primeiros 20 minutos ficou a sensação de que éramos mais equipa e tínhamos mais soluções. Daí para a frente comecei a ver um fórmula 1 com um furo lento: quanto mais passava o tempo, mais para trás ficava.

2ª parte á espanhola
Não me refiro ao 2º tempo de Quique e sus muchachos. Refiro-me á nossa equipa, que resolveu reeditar no relvado aviário as suas últimas prestações em Espanha. Falta de fibra de vontade, de sentido de equipa ou se quiserem em 2 palavras apenas: falta de categoria.

Leão vegetariano
Esta equipa não é feita à imagem do nosso símbolo. Falta-lhe garra, “killer instinct”, não sabe caçar. Os nossos jogadores portaram-se como leões anafados de jardim zoológico, que não têm que correr para comer. Ou, pior, nem gostam de carne. Algum sportinguista se revê “nisto”? No circo Chen já vimos leões com postura mais agressiva. Advinha-se um doloroso divórcio entre esta equipa e os adeptos.

Leão sem cérebro por causa de um meio-campo de equívocos:
Romagnoli continua sem justificar a aposta: não ataca e não defende. Grande parte do nosso flop em termos ofensivos está na sua “insustentável leveza de (não) ser “ um número 10 a sério. Moutinho continua de castigo, jogando nas posições onde é menos bom. Rochemback não é tão decisivo como precisávamos. Veloso foi insuficiente.

Campeã no Guadiana para ver os navios no Tejo?
Se depender de si própria esta equipa, mantendo-se assim, nunca será campeã: podendo deixar um competidor directo a 7 pontos de distância jogam como se fosse um jogo da liga intercalar. Ninguém lhes explica que agora é a sério?

O amestrador Bento:
Paulo Bento congeminou bem a estratégia como indiciaram os 1º´s segundos do jogo e ficou-se por aí. Viu a equipa sossobrar sem nada fazer. Sem revelar qualquer ambição, satisfez-se demasiado cedo com o 0-0 e mereceu o castigo. Não percebeu que tinha perdido o meio-campo e mexeu sobretudo na frente. Sem as bolas lá chegarem não vale a pena ter lá ninguém. E ainda por cima mexeu mal, tirando Postiga, um jogador e não um projecto de jogador como Djaló. PB pode ter os jogadores bem amestrados, mas os números que fazem não encantam ninguém. Preferia que PB fosse lembrado como um treinador campeão, mas acho que ele prefere ficar-se pelo “Grande Disciplinador”.

Um enorme balão a esvaziar
As consecutivas exibições após a conquista da Supertaça fazem lembrar um enorme balão a esvaziar: quando tudo parecia estar lançado para uma viagem segura eis senão quando se começa a notar que o balão perde velocidade e altitude e começa aos poucos a voar sem direcção, completamente à deriva.

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