terça-feira, 23 de dezembro de 2008

(de)formação

No dia em que mais uma vez constatamos a diferente dualidade de critérios jornalísticos, quanto à denuncia veemente dos erros que a arbitragem portuguesa vai protagonizando domingo a domingo (o Sporting já viu 3 golos anulados esta época e nunca no dia seguinte certa imprensa escrita colocou o nome do árbitro em manchete), ficamos também a saber que Daniel Carriço vai prolongar o contrato com o Sporting por mais cinco temporadas, até 2015.

É uma boa prenda no sapatinho dos Sportinguitas que poderia ser acompanhada com a renovação contratual de Liedson. Mas como não sabemos como estará o mundo daqui a quatro meses, teremos que esperar para saber se podemos contar com o levezinho para lá de 2010.

O Sporting dá continuidade a uma política que tem vindo a dar os seus frutos em ambas as vertentes, desportiva e financeira. Longe vão os tempos em que os maiores talentos do futebol português (exemplos de Paulo Futre e Luís Figo) permaneciam em Alvalade desprotegidos, acabando por abandonar o lar por meia dúzia de patacas. Neste novo milénio houve uma viragem na gestão da formação dos talentos Sportinguitas, mas nem tudo corre de feição e são ainda preciso limar muitas arestas na academia leonina.

Esta escola de formação cujo o exemplo alimenta páginas de jornais desportivos nos restantes países e documentários televisivos, não pode ser encarada como uma unidade fabril, uma linha de produção, uma empresa em que o negócio passa por formar jovens com potencial futebolístico para depois os rentabilizar como activos na primeira oportunidade de negócio que surja no mercado. Há todo um trabalho importantíssimo durante a formação, que deve acompanhar os atletas em todo o seu percurso, desde o escalão inicial ao escalão sénior. De nada vale blindar as cláusulas contratuais destes jovens, protegendo-os das investidas dos tubarões sempre afoitos para facturar à sua custa, se os mesmos não possuírem um carácter baseado em valores e princípios fundamentais na vida em sociedade. Resumindo, não basta formar talentos se não se educarem homens e moldarem caracteres.

É aqui que me lembro de nomes, como Manuel Fernandes, Oceano Cruz, Carlos Xavier entre outros, grandes homens, grandes Sportinguistas, que nunca disseram que queriam abandonar o clube, nem fizeram birras ou pactuaram com qualquer acto que pudesse prejudicar o seu Sporting. Eles sentiam o Sporting como seu e é fundamental que os jogadores formados na academia leonina sintam o Sporting como seu. Isso só é possível sentindo a mística do mágico Sporting. Por isso, eu pergunto, onde andam estes homens capazes de transmitir essa mística como ninguém? Porque não empregam eles o seu saber na academia do Sporting?

É preciso entender bem aquilo que se passa neste momento com os frutos da árvore leonina. Aurélio Pereira certamente que não deve estar contente. Dois dos seus meninos, segundo a imprensa, estão em confronto aberto com o treinador Paulo Bento. Impávidos e serenos, os Sportinguistas assistem a este chorrilho de situações desagradáveis para o nosso clube e que sem duvida nenhuma são deveras prejudiciais ao alcance dos objectivos traçados para a presente temporada. Não sei quem terá razão, mas sei que António Veloso, prestou um péssimo serviço ao seu filho e ao Sporting, o que não admira nos tempos de hoje, fazendo lembrar os pais que acorrem às escolas para insultar os educadores que repreendem os seus filhos. António Veloso, tal como Manuel Fernandes, Xavier ou Oceano, foram sempre gratos aos seus clubes. Só por isso, deveria transmitir ao seu filho que a ingratidão é dos sentimentos mais ignóbeis que um homem pode ter.

Bom, não vos maço mais neste tempo de paz e de união familiar. Queria, a exemplo do meu conterrâneo aqui do norte, o Leão de Alvalade, desejar a toda a família Sportinguista, um Feliz Natal e um Bom Ano Novo, com muita saúde e repleto de êxitos desportivos.

Um abraço fraterno a todos os leões.

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