domingo, 31 de maio de 2009

Apostar em jovens

Analisando a história do nosso clube, o Sporting apresenta um elevado aproveitamento dos jogadores oriundos das suas camadas jovens. Além dos casos mediáticos dos últimos anos como Futre, Figo, Simão, Quaresma e C.Ronaldo, temos também no nosso historial jogadores como Vitor Damas, Laranjeira, Carlos Xavier, Litos, Venâncio, Beto, entre outros.

Oriundos da nossa escola de excelência, todos tiveram a sua oportunidade de integrar o plantel principal do Sporting, aproveitando as conjunturas existentes na sua altura. Quaresma e C.Ronaldo, lançados por Lazlo Boloni, surgiram quando provavelmente eram desconhecidos da maioria do público, além de fazerem parte de um balneários eventualmente sustentado por jogadores mais experientes como André Cruz, Paulo Bento e Pedro Barbosa. Tal como Quaresma, Hugo Viana e Custódio ganharam experiência ao serviço da equipa B antes de serem lançados.

Face às conhecidas limitações financeiras do Sporting, a aposta na formação tem vindo a crescer, procurando aproveitar os talentos agora formados na Academia de Alcochete. Moutinho pegou praticamente de estaca numa equipa onde pontificavam Pedro Barbosa, Rochemback e Hugo Viana. Miguel Veloso integrou o plantel como terceira opção e acabou por se assumir como o principal trinco à disposição de Paulo Bento. Nani constituiu uma aposta pessoal de Paulo Bento, depois de 6 meses praticamente na sombra sobre o comando de José Peseiro.

São N casos de sucesso ao longo da última década e que acabaram por elevar as expectativas dos sportinguistas em relação aos jovens oriundos da Academia de Alcochete. Em virtude destes sucessos recentes e a forma como se tornaram fundamentais na manobra das equipas de Paulo Bento, é normal que os sportinguistas mantenham as esperanças de ver novos jogadores a aparecer e sintam vontade de afirmar e reivindicar oportunidades para estes valores emergentes.

Importa no entanto ter em conta os diferentes cenários. Muitos dos jovens que apareceram, usufruíram de cenários de estabilidade no plantel e apoio por parte de jogadores experientes. Por outro lado, sendo eles na maioria dos casos jogadores até então desconhecidos, as expectativas e pressão sobre eles eram relativamente reduzidas.

Com a crescente mediatização dos escalões jovens, os jogadores são cada vez mais conhecidos e por vezes os relatos sobre o seu valor acabam por ser demasiado “cor-de-rosa” elevando as esperanças depositadas nesses jovens por parte dos adeptos.

É importante que todos nós coloquemos os pratos na balança e analisemos a forma como os jovens podem ser aproveitados e de que modo pode ser optimizada a sua utilização. No seio de um grupo partido e com jogadores em baixo de forma, devem recair em jovens de 18 anos exigências “normais” para quem tem esta profissão? Certamente devem começar a habituar-se, mas pressões e expectativas elevadas podem provocar um retrocesso no desenvolvimento destes talentos...

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