domingo, 31 de maio de 2009

Núcleo Sportinguista de Faro

O núcleo Sportinguista de Faro foi onde vivi a maior alegria Sportinguista de sempre. Foi lá que juntamente com o meu irmão e 2 amigos, vimos o SCP ganhar ao Salgueiros por 0-4. Onde chorei pela primeira vez, e logo de alegria, pelo SCP. Foi a partir do 0-2, quando senti que o título já não nos escaparia e que finalmente iria poder festejar aquilo que perseguíamos há demasiados anos.

No fim do jogo foi a explosão na cidade e no País. Nunca pensaram que pudesse haver tanto Sportinguista espalhado pelo País. As manifestações de alegria espalhavam-se de Faro a Viana do Castelo, passando por Vila Real, Castelo Branco e Portalegre. Em frente do Núcleo, vi um gajo, que devia ter no máximo 25 anos, subir para o tejadilho do carro e começar aos saltos em cima dele. Buzinas utilizadas até à exaustão. Foi o melhor dia da minha vida Sportinguista.
Fomos comprar uma grade para iniciarmos condignamente os festejos. Em seguida fomos para a baixa e era um mar de gente. Um colega de curso do meu irmão, lampião ferrenho e que se tinha associado à festa, depois de ouvir um velhote gozar com a sigla slb, virou-se e perguntou:

"E você sabe o que quer dizer SCP?" Resposta pronta: "Somos Campeões de Portugal". Gargalhada geral e gozado até mais não.

Ora esta vitória acontece em plena Semana Académica e nesse dia actuavam os GNR. Primeiro não gosto da banda, segundo são tripeiros. Chegados ao recinto, num estado completamente eufórico ainda não ébrio, junta-se a nós o último integrante deste grupo. Abraços, saltos, "Campeões Campeões, nós somos Campeões". O recinto completamente pintado de verde e branco. Na altura do concerto, digo a esse amigo para vir comigo para frente do palco. Chegamos lá, sacamos dos cachecóis, sempre a gritar SCP até que finalmente, o Reininho dá os parabéns ao SCP por se sagrar campeão. Missão cumprida e retorno imediato para junto das barraquinhas para beber e ouvir música de jeito.

Foi também graças ao Núcleo de Faro que fui festejar o título seguinte em Alvalade, no jogo contra o Beira-Mar. Nunca ri tanto numa viagem, nunca ouvi tantas vezes seguidas o mesmo CD. Era o tempo do "Só eu sei" e foi até à exaustão. Lembro-me de chegar ao estádio e quando íamos almoçar, eu e o meu irmão sacarmos das nossas sandes de panado e um amigo nosso apenas e só tirou meio frango. Olho para o meu irmão e desatamos a rir que nem uns perdidos.

Foi lá também que vi as maiores personagens de sempre. Desde um senhor que insultava o Chainho com um "careca da Amadora careca da Amadora", outro que chega um dia e diz que o Vítor Baía estava preso por 500 contos para ir para o Sp. Farense - o que nos fez esconder atrás do jornal para tentar evitar que ele se apercebesse que ríamos a bandeiras despregadas - a outro que mal começava o jogo, insultava todos os nossos jogadores e a cada ataque adversário punha a mão à frente da boca e começava com "psssh psssh psssh" para azará-los até a sermos avisados que as nossas cervejas já estavam prontas via arremesso de tremoços à cabeça de um de nós.

Foi no núcleo que comecei a beber café, para justificar a leitura do jornal desportivo, e que depois de inúmeras horas a jogar snooker, a ver jogos, a pura e simplesmente estar lá, fiquei conhecido o suficiente para poder ler o jornal sem fazer despesa. E ainda bem porque não sendo um grande apreciador de café, pude canalizar esse dinheiro para quando saía à noite.

Sinto saudades destes tempos em que nos juntávamos para jogar snooker, beber umas cervejas, ver o jogo, vibrar com os golos e discutir antes, durante e depois dos jogos. Do ambiente do núcleo e claro, das personagens.

"Barragem barragem barragem, careca da amadora, careca da amadora"

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