quarta-feira, 22 de julho de 2009

Vitórias ainda longe do berço.

O Sporting é sobretudo emoção e é essa a razão de ligação umbilical ao clube. Não são as derrotas ou as vitórias que pautam os afectos, muito menos a menor ou maior empatia que tenhamos com as pessoas que episodicamente possam ocupar os cargos directivos ou técnicos do clube. O Sporting é feito por todos e cada um de nós, e o que a vontade colectiva quiser fazer dele. É essa a ilação mais importante que retiro mais uma vez, após deslocação a Guimarães para ver jogar o Sporting. Num estádio difícil foi a voz do "Sporting Allez" e outras que mais se fizeram ouvir, isto apesar de os Sportinguistas presentes serem nitidamente inferiores em número e ser um jogo de cariz particular. Num momento em que a dúvida potencia a hesitação na hora de comparecer, foi bonito constatar que há em um espírito de indomável Sportinguismo que não quebrará nem será trucidado pelos magros resultados que se advinham no futebol. Por poucos que sejam os que comparecem, serão o ponto de renascimento e nunca o fim.

Quanto ao jogo propriamente dito, há a reter o 1º e último ensaio a uma alternativa ao famoso losango. O 4x4x2 ensaiado por PB resultou algo manco, uma vez que não havia uma unidade que fizesse à esquerda o que Pereirinha pouco fez à direita. Foi Veloso que teve que completar o puzzle em todo o corredor. Moutinho vagabundeava a 10, mas fugia para o lado que lhe favorecia o melhor pé, o direito. Na frente Liedson tinha em Djaló uma companhia invisível. Na retaguarda Polga e Tonel reeditavam uma antiga dupla e Pedro Silva completava à direita. Rochemback e Adrien faziam a dupla à frente da defesa.

É um desperdício o recuo à esquerda de Veloso. A minha dupla natural para este tipo de desenho passará sempre por Veloso/Moutinho ou Veloso/Rochemback, sendo Adrien uma boa alternativa. Veloso não tem velocidade nem perfil para fazer uma ala inteira, apesar do esforço e empenho. E Djaló nunca, a não ser num jogo de pré-época, sentará no banco Postiga ou até Vukcevic (má forma evidente).

Como é já costume no Sporting destes últimos tempos a equipa controlou o jogo, mas não o resultado. A entrada de Matias e de Postiga trouxeram um leão mais perigoso e objectivo, que consubstanciou a sua superioridade em 2 golos resultantes de 2 belas jogadas. Nunca dei o jogo por vencido porque sabemos que este Sporting é capaz de um haraquiri em menos de um fósforo. E isso foi o que aconteceu, como já sabemos.

Estou longe de concordar com análise feita por PB e acreditem que não é implicância. Onde ele vê falta de empenho, quiçá referindo-se a Veloso, eu vi cansaço. O 24 fez ontem o seu primeiro jogo completo e à medida que o jogo corria para o fim era evidente o menor discernimento e menor qualidade nos actos sempre que chamado a intervir. E parece-me também que PB não é rigoroso na sua análise, uma vez que "esquece" que a intervenção de Nelo Vingada na sua equipa, alargando a frente de ataque com Targino e Jorge Gonçalves, não teve resposta adequada da sua parte. Os médios e avançados de Guimarães apareceriam aos pares à frente da defesa, com a linha média a não dar qualquer cobertura. O que não pode passar despercebido, além de os golos terem nascido da ala esquerda, é que, dos 5 sofridos na pré-época, 3 deles aconteceram no espaço entre Abel e Tonel. A nossa 1ª vitória ainda está para nascer, ante um Vitória ainda embrião.

Não termino sem falar de Soares Dias. O Sporting tem que jogar muito melhor para se poder queixar da arbitragem, sob pena de soar a desculpa esfarrapada. Mas foi por demais evidente a pré-disposição do árbitro do Porto: entre outras, inventou um livre dentro de área porque a bola bateu em Pedro Silva após defesa de Patrício. Não contente, ainda implicou, pasme-se! com a barreira do Sporting, quando esta estava em cima da linha de golo! Quando o Sporting deixa que um dos seus seja "empeitado" pelo árbitro em pleno Alvalade e nem esboça qualquer protesto, não se queixe depois destas faltas de respeito.

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