terça-feira, 22 de setembro de 2009

Da montanha russa de Alvalade

Lembram-se de Pontus Farnerud? Nunca percebi a aversão que lhe foi devotada pelos adeptos sportinguistas, uma vez que no plantel de então estava longe de ser o perna-de-pau. Pois ele parece ter voltado em versão castelhana e gasta. Estou a falar de Angulo, obviamente.

PB é frequentemente apontado como um defensor intransigente dos interesses do Sporting. Duvido que o esteja a ser quando agora oferece a titularidade ao asturiano. A mim pouco me importa que exista entre o treinador e o jogador grande empatia, que Angulo vista a 17 que foi de Paulo Bento, ou que este tenha feito carreira no clube terra natal daquele. Jantem juntos, troquem lembranças, saiam a noite, façam o que todos nós fazemos em situações semelhantes. PB nem está a dar a mão a Angulo. Quando lhe dá a titularidade de mão beijada e o tira antes dos 45 iniciais estarem terminados, está antes a oferecer a sua cabeça numa bandeja. PB inverte as prioridades. Primeiro deveria assegurar a conquista dos 3 pontos e depois então dar a Angulo - e a todos que o mereçam... - o ritmo que a paragem prolongada lhe retirou. Da forma como PB tem actuado está apenas a criar um Pontus que não jogará em nenhum Angulo deste losango.

Voltando às figuras geométricas, ontem em Alvalade os melhores desenhos sobre o relvado (?) foram quase sempre dos Algarvios. Eles são de Olhão e nós jogamos à Boavista, o que está onde está. A satisfação de ter ganho, de ter visto os jogadores a dar tudo o que tinham para dar a volta à adversidade não me faz enfiar a cabeça na areia: a jogar assim estamos sempre mais perto de não chegar a lado nenhum. Porque raio contra nós todos parecem ser melhores? E tendo em conta a composição do plantel do Olhanense, nem vale a pena voltar à questão dos orçamentos, da experiência e da maturidade. Ou da falta de sorte: se aquele beijo no bico da baliza fosse ligeiramente mais abaixo e teríamos pornografia em Alvalade.

Quando se sofre golos como nós sofremos, a maior parte dos quais de cabeça, é redutor atirar as culpas para um homem só. A propalada solidez defensiva é uma miragem.

Ponto de ordem: dizer que não foi penalty é um pleonasmo desnecessário. Assim como não me parece que a bola na mão de Miguel Garcia – é assim que a vejo – merecesse punição. A questão é saber se na nossa área o árbitro, este ou outro, não teria marcado. Mas isso são outros… quinhentinhos.

E, se de repente, esta equipa nos oferecesse flores, em pleno dragão?

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