domingo, 13 de setembro de 2009

Oportunidades

Não entendo como é possível um profissional integrar um plantel e não dispor das mesmas oportunidades que os restante colegas. Fico na dúvida se o atleta não dispõe das mesmas oportunidades por não ter treinado com o grupo e só agora ter sido reintegrado, apesar de continuar a defender as cores da sua selecção, ou se não terá as mesmas oportunidades mesmo encontrando a melhor forma, devido a razões sobejamente conhecidas. O treinador já mostrou que sabe perdoar e reintegrar os atletas que se desviam da conduta definida para o grupo.

Esta questão é importante. Importante porque se trata de um activo do Sporting. E em tempos de crise, nenhuma empresa se pode dar ao luxo de desvalorizar activos. É também importante porque, conhecendo-se o rol de problemas em torno do atleta, a estabilidade e união do grupo deve ser preservada, porque só assim se chegará a bom porto.

Ficando no plantel, porque não se encontrou solução, Vladimir Stojkovic, deve ser reintegrado e dispor das mesmas oportunidades que os restantes colegas, não apenas por se tratar de um activo do clube mas sobretudo porque a estabilidade do grupo poderá ser posta em causa, caso se verifique que há cativos independentemente da melhor forma e disponibilidade para assumir a cultura do clube.

Em matéria de Guarda-redes li hoje uma entrevista no Jornal I, a Meszaros, que defendeu a nossa baliza entre 1981 e 1983, fazendo parte da mítica equipa do campeonato de 81/82 com Manuel Fernandes, Jordão, Oliveira, Inácio e companhia.Destaquei um excerto da entrevista, que deixo aqui propositadamente, porque dá uma ideia daquilo que uma equipa precisa de ter para ter sucesso, sobretudo muita união na cabine.

No Verão de 1981, o Sporting contrata Oliveira e Meszaros para chegar ao título. Como foi a sua chegada?

Tive uma recepção calorosa. Eles, Manuel Fernandes, Jordão, Eurico, Inácio, José Eduardo, Bastos, Barão e todos os outros, foram sensacionais. Eu vinha do Vasas Budapeste, onde estava desde 1969, e já conhecia o Sporting, porque nos cruzámos na segunda eliminatória da Taça UEFA 1975/76. Ganhámos 3-1 em Budapeste, com 1-1 aos 80 minutos, e perdemos 2-1 em Alvalade, com dois golos de Manuel Fernandes. Naquela altura, o guarda-redes deles era o Damas, capitão de equipa. Na época anterior à minha ida para o Sporting [1980/81], fui novamente a Portugal, mas ao Porto, onde o Boavista nos afastou na ronda inaugural da Taça UEFA, com 2-0 em Budapeste e Insuficiente -0 no Bessa.

Em dois anos, o Meszaros ganhou tudo, um feito inédito na história do clube. Só aconteceu depois, em 2002.

É verdade, foi campeonato (dois pontos de avanço sobre o Benfica), Taça (4-0 ao Braga) e Supertaça (7-3 ao Braga em duas mãos), mas essa época 1981/82 foi especial porque o treinador Malcolm Allison era especial e o plantel também. Imagine um ataque com Manuel Fernandes, Jordão e Oliveira [juntos, coleccionaram 72 golos em 99 marcados em 43 jogos].

Por falar em Allison, como era ele?

Especial [pausa para um sorriso]. Tinha a sua maneira de pensar e de viver. Era diferente mas bom homem e óptimo treinador. Em 1987/88, fui novamente treinado por ele em Setúbal.

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